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Pesquisa Bibliográfica

ENQUADRAMENTO PROPOSTO NO PBHSF, DE

9. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DE CONTEÚDO ASSOCIADOS

9.2 DESCRIÇÃO DA CAPACIDADE DE ASSIMILAÇÃO E DE SUPORTE DO AMBIENTE NOS PARECERES TÉCNICOS DAS LICENÇAS DE

9.2.2 Análise das Condições estruturais do ambiente

A adoção de uma configuração adequada, sob esse aspecto contribui para que, ao longo da operação da ETE, suas demandas sejam efetivamente atendidas, o que, conseqüentemente, implica no alcance dos benefícios ambientais a que esse empreendimento se propõe.

A percepção de EXECODVASF, durante as entrevistas, indicou que o estudo dessa relação durante a etapa de análise das tecnologias no licenciamento ambiental ganha importância para garantir esses benefícios ambientais associados às ETE:

A dificuldade de se impor novas tecnologias é casar a situação dos custos atrelados às áreas disponíveis e as tecnologias que poderão ser adotadas para o futuro gestor do sistema. Falo da situação dos SAAE por exemplo; a maior parte deles não tem pessoal treinado/capacitado para operar ETE com tecnologia mais complexa do que lagoas de estabilização, o que pode acarretar em uma solução técnica bem planejada, porém mal empregada. (informação verbal)3

Dessa forma, na etapa de localização, torna-se fundamental analisar a relação entre as demandas associadas à configuração proposta e as condições estruturais, no âmbito da dimensão tecnológica de análise.

Nesse sentido, o PTLL do SES de Barreiras aponta como características desse município:

O município de Barreiras, com relação ao Índice de Desenvolvimento Econômico (IDE), classifica-se em 6º, e com relação ao Índice de Desenvolvimento Social (IDS), em 21º. Ressalta-se que essa classificação mostra o nível de organização e investimentos realizados nas áreas de economia e social, uma vez que esses índices refletem o grau de riqueza e de desenvolvimento social de acordo com os dados de infra-estrutura, níveis de saúde, escolaridade, oferta de serviços e renda do chefe do domicílio, dos municípios (IMA, 2007, p.7)

Não é citada, nesse parecer técnico, a existência de condições estruturais que poderiam ser disponibilizadas para a implantação ou operação de sistemas de tratamento baseados em energia elétrica tais como o arranjo UASB + Lodo Ativado.

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Da mesma forma, não são avaliadas questões relacionadas à logística de manutenção ou operação da configuração proposta.

A descrição sócio-econômica apresentada não fundamenta qualquer análise acerca da disponibilidade de mão-de-obra qualificada ou outras condições estruturais dedicadas à realizar manutenção em ETE dos modelos elencados no referencial teórico. Apesar de ser citada a condição sócio-econômica do município, não há qualquer conclusão sobre a relação entre essa condição e a implantação e operação da ETE proposta.

Dessa forma, o consentimento com a proposta feita não possui qualquer fundamento, do ponto de vista da relação entre a configuração e as condições estruturais do ambiente em que ela será inserida. Da mesma forma que no tocante à disponibilidade de área, a fundamentação para conceder a licença para esse arranjo, no caso de Barreiras (especificamente em relação às condições estruturais do ambiente) foi baseada no padrão tecnológico implícito, que por sua vez decorre de um conjunto de escolhas feitas pelos proponentes e não pelo órgão ambiental. No caso de Luís Eduardo Magalhães, a caracterização ambiental, assim como as demais seções do PTLL não apresentam qualquer subsídio para concluir que haja uma adequação entre as condições estruturais do ambiente em que o empreendimento pretende se inserir a configuração pretendida.

O município de Luis Eduardo Magalhães dista aproximadamente 1.000km de Salvador. O tipo climático predominante é subúmido a seco, úmido, úmido a subúmido, apresentando temperatura média anual em torno de 23,3 ºC. O período chuvoso compreende-se entre novembro a janeiro e a pluviosidade anual média é de 1.121,9mm. A seguir é apresentada foto de satélite com a localização do município, focando o contexto onde o mesmo está inserido (IMA, 2007, p. 3)

Essa caracterização, assim como nos demais casos analisados, não proporciona fundamento para a realização de qualquer conclusão sobre a capacidade de atender a demanda de infraestrutura associada à configuração de ETE proposta.

No PTLL dos casos de Remanso e Sento Sé, assim como nos demais casos de estudo, a relação entre as demandas da configuração pretendida e as condições estruturais do ambiente em que a ETE está prevista para ser inserida não foi analisada. Na caracterização ambiental, a região fisiográfica em que esses

municípios se inserem é citada, porém, não há qualquer associação entre as características dessa área e as demandas da tecnologia proposta.

[...] está inserido na região do submédio São Francisco e tem na barragem de Sobradinho, a qual forma o terceiro maior lago artificial do mundo em Espelho de água, o seu recurso hídrico. (IMA, 2007, p. 3 e IMA 2007, p. 3)

A conclusão favorável à localização desse modelo tecnológico nas áreas desses municípios não apresentam qualquer fundamentação nessa relação.

Não há descrições sócio-econômicas que possam ser consideradas como análises das condições estruturais desses municípios, assim como nos casos de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães.

Torna-se evidente que, nos quatro casos analisados, há uma pressuposição implícita do órgão ambiental, no sentido de que as configurações propostas seriam as mais adequadas, às características econômicas e sociais do ambiente em que elas serão inseridas, porém essa pressuposição não é analisada, ou, sequer, explicitada.

De acordo com o modelo proposto, partindo-se de uma análise prévia e geral para a região fisiográfica em que as ETE se inserem, a assunção desse padrão, a partir do estudo dessa relação pelo órgão ambiental, configuraria uma fundamentação para a conclusão do parecer técnico sob esse aspecto.

9.2.3 Análise das Condições de assimilação dos efluentes e subprodutos do

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