ANÁLISE DAS FREQUÊNCIAS DE RESPOSTAS DOS ESPECIALISTAS

Esta seção apresenta a análise das frequências de respostas dos especialistas obtidas por meio do questionário online (matriz de julgamento/Survey Monkey) (Apêndice Q – Instrumento de Coleta de Dados). As respostas auxiliaram a identificação do grau de influência das práticas de gestão na Performance das IES, sem e sob o efeito moderado de recursos. Este processo de mensuração foi realizado por meio de perguntas organizadas em uma escala Likert de 1 a 5, sendo 1 menor influência e 5 elevada influência. A primeira parte do questionário foi dedicada aos especialistas, como por exemplo, carreira profissional, tempo de experiência no cargo e com gestão. Estes parâmetros juntos buscam evidenciar a qualificação técnica e científica dos participantes, o que pode evidenciar certa coerência e consistência nas respostas fornecidas. A Tabela 7 apresenta a proporção dos cargos ocupados pelos especialistas.

Tabela 7 - Especialistas por Cargo

Cargo dos especialistas Frequência Percentual

Pró-reitor 29 60.42%

Vice-reitor 6 12.50%

Diretor administrativo 4 8.33%

Não possuo cargo de gestão 3 6.25%

Diretor de unidade acadêmica ou de ensino 2 4.17%

Chefe de departamento de ensino 1 2.08%

Vice-diretor de unidade acadêmica ou de ensino 1 2.08%

Chefe de seção administrativa 1 2.08%

Vice-diretor administrativo 1 2.08%

Total Geral 48 100.00%

É possível afirmar que pelo menos 70% dos respondentes ocupam atualmente os cargos de Vice-reitor e Pró-reitor nas IES federais brasileiras. Embora os demais respondentes não ocupem os cargos objeto desta pesquisa, é possível que, em algum momento, os mesmos tenham ocupado os referidos cargos. Isto pode ser verificado, pois seus nomes foram extraídos da base de dados do portal de transparência, utilizando como filtro os cargos de reitor, vice- reitor e pró-reitor. É importante ainda destacar que apenas 6% dos respondentes não possuem cargo de gestão atualmente, ou seja, a maioria absoluta dos respondentes ocupa cargo de gestão dentro de uma IES, seja em nível mais ou menos elevado. Desta forma, conseguiu-se manter como predominante a característica de o especialista ser um gestor público dentro de uma IES. A Tabela 8 apresenta o tempo em que esses gestores ocupam os seus cargos atualmente.

Tabela 8 - Tempo em que os especialistas ocupam seus cargos

Tempo de cargo dos especialistas Frequência Percentual

Menos de 2 anos 25 52.08%

Entre 2 a 4 anos 11 22.92%

Entre 4 a 6 anos 5 10.42%

Atualmente não possuo cargo de gestão 3 6.25%

Há mais de 12 anos 2 4.17%

Entre 8 a 10 anos 1 2.08%

Entre 6 a 8 anos 1 2.08%

Total Geral 48 100.00%

A maioria dos gestores está no cargo em tempo inferior há 2 anos (aproximadamente 52%), o que pode ser considerado um tempo relativamente curto. Verifica-se ainda que a maioria dos gestores (90%) possuem mais de 4 anos de experiência com gestão (Tabela 9).

Tabela 9 - Tempo de experiencia com gestão dos especialistas

Especialistas - tempo de experiencia com gestão Frequência Percentual

Entre 8 a 12 anos 11 22.92% Entre 6 a 8 anos 9 18.75% Acima de 16 anos 9 18.75% Entre 12 a 16 anos 8 16.67% Entre 4 a 6 anos 6 12.50% Entre 2 a 4 anos 4 8.33% Abaixo de 2 anos 1 2.08% Total Geral 48 100.00%

É possível afirmar que, embora os gestores estejam no cargo a pouco tempo, possuem grande experiência com gestão, o que possibilita mantê-los como especialistas dentro dos critérios técnicos previamente definidos nesta pesquisa. A primeira análise aferida relacionada às respostas dos especialistas foi baseada na ocupação do cargo dos respondentes. Conforme apresentado no Capítulo 3, a grande maioria dos especialistas (70%) ocupam cargo de vice- reitor ou pró-reitor. Neste sentido, há uma grande concentração de respostas relacionadas à influência de grau 4, o que representa elevada influência (Figura 9). Esta influência pode ser observada na Figura 9 (Lado A e Lado B), grau de influência das práticas na Performance das IES e a influência dos recursos na Performance das Instituições de Ensino Superior (IES) respectivamente.

Figura 9- Influência das Práticas na Performance X Influência dos Recursos na Performance considerando os Cargos que ocupam

Ao observar a frequência de respostas referentes à influência das práticas de gestão na performance das IES (Lado A), é possível identificar um certo padrão de concentração no grau 4 (elevada influência), independente do cargo. Porém, ao analisar a frequência das respostas referentes à influência dos recursos na performance (Lado B), o cargo de vice-reitor apresentou uma concentração no grau 5 (influência muito alta), enquanto que no cargo de pró-reitor houve uma concentração tanto no grau 4, como no grau 5. Desta forma, é possível afirmar que há um consenso entre os pró-reitores e vice-reitores quanto à influência das práticas de gestão na performance. No entanto, quanto à influência dos recursos, os pró-reitores apresentam graus de 4 a 5, enquanto que os vice-reitores evidenciam grau 5.

A Figura 10 apresenta as frequências das respostas no tocante ao tempo que o especialista se encontra no cargo.

Figura 10 - Influência das Práticas na Performance X Influência dos Recursos na Performance considerando o tempo em que os especialistas ocupam seus cargos

Na opinião dos respondentes que estão no cargo com tempo inferior a 4 anos (Figura 10 - Lado A), as práticas influenciam de forma substancial a performance das IES (grau 4). Por outro lado, para os especialistas com maior tempo no cargo, a influência das práticas é de moderada para baixa (grau 3). Desta forma, é possível afirmar que o tempo de experiência no cargo de gestão influencia o julgamento sobre a influência das práticas de gestão na performance das IES.

A influência dos recursos na performance das IES também é influenciada pelo tempo de experiência dos especialistas (Figura 10 – Lado B). Desta forma, para os especialistas com maior tempo de experiência, a influência dos recursos na performance é moderada (grau 3). Já para os especialistas com menor tempo de experiência (inferior a 4 anos no cargo), a influência dos recursos na performance das IES é máxima (grau 5). Quanto maior o tempo de experiência no cargo, menor a influência dos recursos na performance das IES. É factível e plausível referenciar que o tempo de experiência no cargo tem efeito no julgamento da influência das práticas de gestão e recursos na performance das IES.

Ao considerar o tempo de experiência em gestão (Figura 11), é possível afirmar que há uma influência moderada (grau 3 com tendência 2) das práticas de gestão na performance das IES quando se trata de julgamentos de especialistas com menor tempo de experiência em gestão (4 anos) (Figura 11- Lado A). Já os especialistas com maior tempo de experiência em gestão das IES percebem em grau elevado a influência das práticas de gestão na performance das IES.

Figura 11 - Influência das Práticas na Performance X Influência dos Recursos na Performance considerando o tempo de experiencia com gestão

Neste sentido, é possível afirmar que o tempo de experiência em gestão influencia a percepção das práticas de gestão nas IES. Ao analisar a influência dos recursos na performance das IES, considerando o tempo de experiência com gestão (Figura 11 - Lado B), há uma influência substancial dos recursos na performance (graus 4 e 5) das IES independentemente do tempo de experiência no cargo.

Ao analisar de forma geral as frequências, destaca-se maior influência da moderação dos recursos no desempenho das IES (Figura 12).

Figura 12 - Influência das Práticas na Performance X Influência dos Recursos na Performance

Verifica-se uma concentração de grau alto (grau 4) para a influência das práticas na performance das IES, enquanto que os recursos apresentam um grau muito alto (grau 5) de influência na performance da IES. Esta situação sinaliza a tendência dos especialistas em indicar um efeito muito alto no que diz respeito à moderação de recursos, e de moderado a alto para aas práticas de gestão em observação ao desempenho das IES. Também foi questionado aos especialistas sobre qual a influência das práticas de gestão na performance das universidades federais brasileiras sob o efeito moderado dos recursos organizacionais (Figura 13).

Figura 13 - Gráfico Global da percepção dos especialistas sobre a influência das práticas de gestão na performance das universidades federais brasileiras considerando o efeito moderador

dos recursos organizacionais

Há uma tendência mediana para alta sobre a influência da utilização das práticas na Performance das IES, uma vez que aproximadamente 67% dos especialistas consideraram elevado impacto, e quase 30% evidenciaram como de características medianas o efeito das

0 5 10 15 20 25 30 35

Valores

influência das práticas de gestão na performance

das universidades federais brasileiras sob o efeito

moderado dos recursos organizacionais

práticas nos resultados das IES. Logo após realizar as análises gerais da frequência das respostas dos respondentes, o passo seguinte será apresentar os resultados obtidos relacionados à influência direta das práticas de gestão na performance das IES.

4.3.2. Avaliação direta da influência das práticas de gestão na perspectiva