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3. CAPÍTULO 3: METODOLOGIA

4.3. AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DAS PRÁTICAS DE GESTÃO SOBRE A

4.3.7. AVALIAÇÃO (DIRETA)DA INFLUÊNCIA DAS PRÁTICAS DE GESTÃO NA

Esta seção mostra a influência das práticas de gestão na performance das IES brasileiras sem o efeito moderado de recursos (influência direta). As métricas para avaliação da performance foram extraídas do Balanced Scorecard (BSC): Financeira, Clientes, Processos Internos e Perspectiva da Aprendizagem e Crescimento. Desta forma, foi elaborada a seguinte pergunta endereçada aos especialistas, no caso em questão, os gestores das IES: “Qual o Grau de Influência de cada recurso na performance da IES em cada perspectiva indicada?”, sendo que as perspectivas indicadas eram a Financeira (VD1), de Clientes (VD2), de Processos Internos (VD3) e de Aprendizado e Crescimento Organizacional (VD4). Foram relacionados três tipos de recursos: Financeiros/econômicos (VM1), humanos (VM2) e tecnológicos (VM3). Este impacto foi avaliado por meio de uma escala Likert variando de 1 a 5, sendo 1 considerado “pouco influente” e 5 “muito influente”. Os resultados são apresentados nas Tabela 22 a Tabela 27 e Figura 28 e Figura 29.

Tabela 22 - Resultados descritivos para a influência das sob o efeito moderado dos recursos nas diferentes performances das IES

Recursos

Perspectiva

Financeira Perspectiva dos Clientes

Perspectiva dos Processos Internos Perspectivas do Aprendizado e Crescimento Organizacional M DP α M DP α M DP α M DP α Financeiros/Econômicos 4.48 0.80 0.78 3.46 1.15 0.76 3.44 0.97 0.77 3.48 0.92 0.75 Humanos 3.96 0.94 0.78 4.31 0.83 0.73 4.40 0.74 0.74 4.27 0.87 0.75 Tecnológicos 4.00 0.88 0.76 3.83 0.95 0.76 4.33 0.86 0.75 4.13 1.00 0.74

Legenda: (M) = Média (DP) – Desvio Padrão (α) - Alfa de Cronbach Os recursos financeiros influenciam de forma substancial a performance financeira das IES (4.48). Por outro lado, os recursos humanos têm um efeito bastante significativo nas

performances dos clientes (4.31), processos internos (4.40) e aprendizado e crescimento organizacional (4.27). Por fim, os recursos tecnológicos têm efeito elevado nas performances: financeiras (4.0), processos internos (4.33) e aprendizado e crescimento organizacional (4.13). A confiabilidade interna do questionário em relação à moderação de recursos foi verificada pelo teste de Alfa de Cronbach (α) em cada um dos itens, obtendo resultados considerados aceitáveis (α > 0.73) para todos os casos. Rejeitou-se a hipótese nula sobre a distribuição das respostas, no teste de Shapiro–Wilk, obtendo para todos casos o valor de p < 0.01, ou seja, a distribuição das respostas para a moderação dos recursos não provém de uma distribuição normal.

Após a análise descritiva dos resultados, o passo seguinte foi verificar diferenciações estatísticas entre a moderação de recursos. Para isto foi realizado o teste de Kruskall-wallis (H) em cada um dos recursos em relação a cada perspectiva de performance observada. Entretanto, para todas as moderações de recursos em relação a todos os resultados não foi possível rejeitar a hipótese nula (H0), ou seja, por meio dos resultados (p > 0.05) não foi possível identificar estatisticamente diferenciações entre as moderações de recursos. Mesmo sem um resultado significativo relacionado à diferenciação das moderações, optou-se por verificar se existiam diferentes agrupamentos de moderações. Realizou-se o teste Post-Hoc Wilcoxon-Mann- Whitney, cujo os resultados são apresentados na Tabela 23.

Tabela 23 - Resultado dos testes de Kruskall-wallis e Wilcoxon-Mann-Whitney para as práticas de gestão em relação às diferentes performances

Recursos

Perspectiva

Financeira dos Clientes Perspectiva

Perspectiva dos Processos Internos Perspectivas do Aprendizado e Crescimento Organizacional

M Grupo M Grupo M Grupo M Grupo

Financeiros/Econômicos 4.48 a 3.46 a 3.44 A 3.48 a

Humanos 3.96 b 4.31 b 4.40 B 4.27 b

Tecnológicos 4.00 b 3.83 a 4.33 B 4.13 b

Os recursos financeiros formam grupo somente na perspectiva dos clientes, nas demais perspectivas esta variável moderadora fica isolada. Os recursos financeiros se destacam na perspectiva financeira, uma vez que não se diferenciam estatisticamente, agregando-se a um único agrupamento. Isto mostra que os recursos financeiros influenciam os resultados da IES na perspectiva financeira. Por outro lado, na perspectiva dos clientes, os recursos financeiros são classificados no mesmo grupo dos recursos tecnológicos. Já os recursos humanos aparecem

como os mais influentes em classificação isolada. Nas perspectivas dos processos internos e aprendizado e crescimento organizacional, foi possível verificar que os recursos financeiros apresentam menor influência com relação aos demais, sendo classificado de maneira isolada. Os recursos humanos possuem maior influência e se assemelha estatisticamente com os recursos tecnológicos. Ao observar tais resultados, é possível afirmar (na opinião dos especialistas) que os diferentes tipos de recursos influenciam em graus distintos, as diferentes perspectivas de performance nas IES. Logo após este procedimento, o passo seguinte é verificar a relação entre as variáveis moderadoras usando o teste de Correlação de Spearman (ρ). Estes resultados são apresentados nas Tabela 24 a Tabela 27.

Tabela 24 - Coeficiente de correlação (Spearman) entre a moderação dos recursos e a performance financeira

Moderação dos Recursos Financeiros/Econômicos Recursos Humanos Recursos Tecnológicos Recursos

Financeiros/Econômicos 1.000 -0.061 0.006

Humanos -0.061 1.000 0.463**

Tecnológicos 0.006 0.463** 1.000

*. A correlação é significativa no nível 0,05 (2 extremidades).

**. A correlação é significativa no nível 0,01 (2 extremidades).

Tabela 25 - Coeficiente de correlação (Spearman) entre a moderação dos recursos e performance de clientes

Moderação dos Recursos Financeiros/Econômicos Recursos Humanos Recursos Tecnológicos Recursos

Financeiros/Econômicos 1.000 0.289* 0.384**

Humanos 0.289* 1.000 0.521**

Tecnológicos 0.384** 0.521** 1.000

*. A correlação é significativa no nível 0,05 (2 extremidades).

Tabela 26 - Coeficiente de correlação (Spearman) entre a moderação dos recursos e performance na perspectiva dos processos internos

Moderação dos Recursos Financeiros/Econômicos Recursos Humanos Recursos Tecnológicos Recursos

Financeiros/Econômicos 1.000 0.319* 0.132

Humanos 0.319* 1.000 0.452**

Tecnológicos 0.132 0.452** 1.000

*. A correlação é significativa no nível 0,05 (2 extremidades).

**. A correlação é significativa no nível 0,01 (2 extremidades).

Tabela 27 - Coeficiente de correlação (Spearman) entre a moderação dos recursos e performance na perspectiva do aprendizado e crescimento organizacional

Moderação dos Recursos Financeiros/Econômicos Recursos Humanos Recursos Tecnológicos Recursos

Financeiros/Econômicos 1.000 0.363* 0.228

Humanos 0.363* 1.000 0.444**

Tecnológicos 0.228 0.444** 1.000

*. A correlação é significativa no nível 0,05 (2 extremidades).

**. A correlação é significativa no nível 0,01 (2 extremidades).

Na perspectiva financeira evidencia-se correlação negativa entre os recursos financeiros e humanos, porém com um nível de significância baixo. Já perspectivas de clientes, processos internos, aprendizado e crescimento organizacional, há uma correlação positiva moderada entre os recursos humanos e recursos tecnológicos. Por outro lado, quando verificados os recursos financeiros em relação a estas mesmas perspectivas, observa-se um grau de correlação fraco com os recursos humanos e tecnológicos. Seja como for, todos os recursos são relevantes na opinião dos gestores, uma vez que todos apresentaram um grau de moderado a alto de influência (acima de 3.50). A Figura 28 mostra as médias do grau de influência de cada recurso à luz de cada perspectiva.

Figura 28 - Comparação das médias dos impactos identificados para a moderação dos recursos nas diferentes perspectivas de performance

É possível afirmar que os recursos financeiros não apresentam influência substancial nas perspectivas dos clientes, processos internos, aprendizado e crescimento organizacional. Há uma influência significativa somente quando são endereçados para a perspectiva financeira. Por outro lado, os recursos humanos aparecem como o tipo de recurso que mais influencia as demais perspectivas de performance. Na opinião dos especialistas, a qualidade desse recurso é capaz de causar mais influência na performance da IES, quando se trata destas 3 perspectivas. A Figura 29 apresenta o ordenamento dos recursos por perspectiva.

Figura 29 - Ordem de influência direta da moderação dos recursos na Performance das IES quando consideradas as diferentes perspectivas

Há uma influência significativa dos recursos humanos como variável moderadora. Apenas para a performance financeira, os recursos humanos não apresentaram influência tão significativa. Por outro lado, os recursos tecnológicos influenciaram de forma substancial todas as perspectivas, ocupando a segunda posição como os recursos mais influentes. Em seguida são apresentados os resultados da avaliação da influência das práticas de gestão na performance das IES brasileiras sob o efeito moderado de recursos.

4.3.8. Avaliação da influência das práticas de gestão na Performance das IES sob