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4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PRÉDIOS ESCOLARES INVESTIGADOS

4.2.1 Análise das manifestações mais incidentes

Neste item serão apresentadas as análises das manifestações patológicas mais incidentes nas escolas. Inicialmente, quando foram realizadas as investigações nas edificações escolares, foram encontradas diversas manifestações patológicas como consta na figura 12, porém, para serem analisadas serão utilizadas apenas as mais incidentes, conforme suas incidências na figura 13.

Apesar de terem sido escolhidos os problemas mais incidentes, para que os demais não fossem excluídos do estudo em questão foi realizado um resumo fotográfico, onde consta fotos das manifestações patológicas encontradas separadas por escolas como pode ser observada nos apêndices D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O e P. Esse resumo fotográfico foi realizado com o intuído de evidenciar o estado atual das escolas que fazem parte do presente estudo.

Dessa forma, foram analisadas as possíveis causas, origens e mecanismos de ocorrência das anomalias encontradas, onde, posteriormente foi prescrita uma forma de reparo, observações pertinentes, quando necessário, e um possível prognóstico. Além disso, vale ressaltar que o estudo apresenta variadas anomalias que se repetem em diversas escolas, porém a maioria possivelmente receberia o mesmo reparo, integrando, assim, a investigação realizada. Mediante aos fatos descritos acima, a seguir são apresentados os sintomas, conforme descrito no título das figuras e posteriormente as análises referentes as manifestações patológicas consideradas com mais incidência.

Figura 14 – Manchas de umidade na laje

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Falta de estanqueidade da laje.

Origem: Projeto: por falta de especificação da impermeabilização e/ou Execução:

por deixar de realizar as atividades de impermeabilização.

Mecanismo de ocorrência: Infiltração da água por poros conectados do concreto,

chegando à parte de baixo da laje.

Reparo: Realização da impermeabilização utilizando emulsão acrílica e

recuperação estética na parte interior realizando a remoção e restauração da camada de reboco da laje afetada, finalizando com uma nova pintura.

Observações pertinentes: Problema bastante recorrente, pois a impermeabilização

Prognóstico: Caso o problema da umidade aqui tratada não seja resolvido,

provavelmente com o passar do tempo afetará ainda mais, não apenas esteticamente, como também acarretará sérios problemas para sua estrutura.

Figura 15 – Descascamento de pintura

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Umidade ascendente devido à falta de impermeabilização da viga

baldrame.

Origem: Projeto: por falta de especificação da impermeabilização e/ou Execução:

por deixar de realizar as atividades de impermeabilização.

Mecanismo de ocorrência: Infiltração de água por poros conectados do concreto

atingindo a viga baldrame, ascendendo até a alvenaria, descolando a película de tinta.

Reparo: Realização da impermeabilização utilizando emulsão acrílica e

recuperação estética da parede externa, removendo e restaurando a camada de reboco afetada, finalizando com uma nova pintura.

Prognóstico: Caso o problema da umidade aqui tratada não seja resolvido,

provavelmente com o passar do tempo afetará ainda mais, não apenas esteticamente, como também acarretará sérios problemas para sua estrutura, chegando a apodrecer os componentes desta parede.

Figura 16 – Descolamento de placas cerâmicas

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Aplicação da argamassa em pingos, não em cordões, além de haver

uma película de tinta no substrato onde a cerâmica deveria revestir.

Origem: Execução: má aplicação das placas cerâmicas nas paredes não seguindo

as boas práticas de execução de revestimentos com pastilhas ou placas cerâmicas.

Mecanismo de ocorrência: Área insuficiente de argamassa para garantir a

aderência da placa. Substrato com superfície imprópria para receber revestimento de cerâmica colado.

Reparo: Verificar os pontos de baixa aderência por percussão e remover as placas

com som oco. Além disso, fazer a realização por amostragem do potencial de aderência das placas. Refazer o rejuntamento das placas com rejunte siliconado a fim de garantir um encunhamento mais resistente das placas, contribuindo para que as placas não voltem a descolar-se.

Prognóstico: Caso não haja uma recuperação adequada para o problema aqui

apresentado, as demais placas cerâmicas irão descolar aumentando assim o problema hoje já existente e possibilitando surgimento de novas anomalias.

Figura 17 – Fissura horizontal

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Devido à falta de junta de dessolidarização entre a laje e parede. Origem: Projeto: por falta de especificação da necessidade da junta de

dessolidarização e/ou Execução: por não executar a junta. Uma vez que a estrutura deve ter sido construída junto da alvenaria, ou não foi respeitado o tempo de deformação natural da estrutura, no mínimo 14 dias.

Mecanismo de ocorrência: Diferença de deformação entre o sistema de vedação e

o sistema estrutural durante a vida útil da edificação.

Reparo: Deve-se cortar a parede e colocar a junta de dessolidarização para que não

ocorra mais este problema, posteriormente deve-se rebocar a parte restaurada e executar uma nova pintura.

Observações pertinentes: Isso pode gerar desconforto e receios quanto a

segurança por parte dos usuários.

Prognóstico: Até que a estrutura de concreto tenha se deformado completamente a

fissura irá aumentar, podendo comprometer a estanqueidade da edificação, assim como ocorrem manifestações de falhas estruturais devido a esta movimentação.

Figura 18 – Fissura vertical

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Por movimentações higroscópicas.

Origem: Projeto: por falta de especificação de materiais com estanqueidade

adequado para o local e/ou Execução: por não utilizar materiais com adequada estanqueidade para o local.

Mecanismo de ocorrência: O aumento da umidade no local produz uma expansão

do material enquanto que a diminuição desse teor provoca uma contração. Como esta parede é composta de materiais cerâmicos (blocos cerâmicos e argamassa de cimento Portland) sua baixa elasticidade não reage bem a estes esforços, desencadeando assim fissuras orientadas, geralmente verticais.

Reparo: Tratar a fissura com escarificação da sua superfície e 3 cm para cada lado

até 1 cm de profundidade. Aplicar tela de poliéster na cavidade feita e renovar o revestimento com argamassa de reboco ensaca.

Observações pertinentes: Este tipo de manifestação é bastante recorrente devido

a não consideração deste fenômeno em sistema de vedação constituídos destes materiais.

Prognóstico: Esta fissuração permitirá a instalação de fungos e bactérias que irão degradar a parede, podem proliferar doenças aos usuários da edificação que por ali transitarem.

Figura 19 – Fissura transversal

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Fissura ocasionada por recalque de fundação e ausência de verga e

contra verga.

Origem: Projeto: por falta de especificação de verga e contra verga nas janelas e

por possível erro no cálculo das cargas previstas em projeto e/ou Execução: por não executar as vergas e contra verga e/ou não executar corretamente a fundação prevista em projeto. Ou planejamento: por falta de um estudo adequado do solo.

Mecanismo de ocorrência: Solo em que se encontra a estrutura está cedendo e

levando junto parte da estrutura.

Reparo: Deve-se inicialmente verificar se a fissura apresentada está ativa ou

passiva. Caso a mesma esteja ativa, deve-se reforçar a fundação para que o mecanismo seja paralisado. Já se a fissura estiver passiva, ou seja, estagnada deve-se apenas fazer os reparos necessários nas fissuras, utilizando massa de reparação com tela e refazendo a pintura.

Prognóstico: Prejudicar a vida útil, o desempenho da estrutura e afetar a segurança

Figura 20 – Deterioração da estrutura do telhado/forro

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Ataque por cupim.

Origem: Projeto: falta de especificação da proteção contra a praga e/ou Execução:

uso do material sem a proteção da praga.

Mecanismo de ocorrência: Instalação de uma colônia de xilófagos que se

alimentaram dos elementos do telhado, o que acarretou na redução da capacidade portante destes elementos.

Reparo: Realização de uma dedetização em toda a estrutura da escola e

posteriormente, realização da remoção de toda a estrutura do telhado/forro que será substituído por um novo.

Observações pertinentes: Problema bastante recorrente em edificações que

possuem alguma parte da estrutura em madeira e não recebem devido tratamento necessário para evitar a infestação dessas pragas.

Prognóstico: Caso não haja uma imediata remoção e recuperação da estrutura

Figura 21 – Mofo

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Falta de pingadeira ou calha.

Origem: Projeto: não especificado em projeto a presença de uma pingadeira ou

calha no local e/ou Execução: a não execução de uma pingadeira ou calha no local.

Mecanismo de ocorrência: Infiltração de água decorrente de fatores climáticos. Reparo: Deve ser realizada a colocação de uma pingadeira ou calha, além de uma

restauração da superfície afetada, efetuando uma nova pintura.

Prognóstico: Caso a estrutura afetada não seja restaurada, a mesma irá continuar

apresentando o presente problema, danificando esteticamente e até mesmo prejudicando as propriedades estruturais da área afetada.

Figura 22 – Corrosão

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Cobrimento insuficiente e concreto muito poroso.

Origem: Projeto: a norma de projeto estrutural da época previa cobrimentos

pequenos, hoje identificados como insuficientes para esta situação, além da resistência do concreto poder ser da ordem de 9 MPa para esta situação. Concreto este que apresenta elevada porosidade.

Mecanismo de ocorrência: Corrosão com expansão do aço.

Reparo: Para que o problema patológico seja solucionado deve-se remover todo o

concreto deteriorado, em seguida fazer uma limpeza manual com uma escova de aço nas armaduras oxidadas para paralisar o processo de desagregação, aplicar um primer para inibir a corrosão e para finalizar, reforçar a peça aumentando suas dimensões e efetuando uma nova concretagem.

Observações pertinentes: Anomalia bastante encontrada nas edificações devido a

sua idade.

Prognóstico: Caso o reparo não seja executado, a anomalia fará com que o pilar

Figura 23 – Eflorescência

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Carreamento do hidróxido de cálcio pela água devido à falta de

proteção do concreto à água.

Origem: Projeto: Falta de proteção do concreto para evitar ingresso de água nos

seus poros.

Mecanismo de ocorrência: Cimento utilizado com elevado teor de hidróxido de

cálcio, juntamente com a presença de água e presença hidrostática que facilitou a migração da solução para a superfície.

Reparo: Resolver primeiramente as causas da infiltração e posteriormente realizar

uma limpeza por uma empresa especializada utilizando um ácido leve (ácido clorídrico comercial, por exemplo) que a facilite, fazer uma lavagem com água em abundância e utilizar detergente neutro.

Observações pertinentes: A manifestação patológica eflorescência é difícil de ser

removida, por que a maioria dos ácidos utilizados para isso causam a degradação da região afetada e podem manchar as superfícies que a mesma se instalou.

Prognóstico: Caso não seja solucionado o problema, a manifestação patológica

pode prejudicar esteticamente e potencializar o desencadeamento de corrosão por carbonatação.

Figura 24 – Umidade ascendente

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.

Possível causa: Falta de impermeabilização da fundação permitindo a ascensão

capilar da água. Isto gera a instalação de microrganismos e a fissuração por movimentação higroscópica.

Origem: Projeto: por falta de especificação da impermeabilização e/ou Execução:

por deixar de realizar as atividades de impermeabilização.

Mecanismo de ocorrência: A água presente na fundação está subindo pelos poros,

propiciando um ambiente mais agradável para fungos, causando assim, a degradação da estrutura.

Reparo: Para reparar a umidade ascendente demonstrada acima deve-se

impermeabilizar a fundação, cortando e quebrando a área afetada, criando assim a partir da impermeabilização um bloqueio entre a parede e a fundação para que a água não suba pelos poros.

Observações pertinentes: Problema bastante recorrente, uma vez que a

impermeabilização das fundações não era considerada uma etapa de relevância em uma edificação.

Prognóstico: Caso o problema não seja solucionado, a umidade ascendente

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