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CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO PARQUE VILA GERMÂNICA EM BLUMENAU – apresenta o histórico e as

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

2.3 CENTROS DE EVENTOS

2.4.3 Análise de estacionamentos – critérios e parâmetros

O estacionamento é analisado sob o ponto de vista de relacionamento com o sistema viário e a disponibilidade de vagas e de

suas características intrínsecas: demanda, duração média, localização, período de ocorrência, dentre outros.

A CET-SP (1982) divide os estudos de estacionamentos em dois tipos básicos: abrangente e limitado.

O estudo abrangente, de grande custo e complexidade, destina-se a avaliar os problemas de grandes áreas. Podendo-se utilizar como exemplo o estudo do estacionamento da área central de uma cidade.

O estudo limitado destina-se a responder questões específicas e localizadas, como a regulamentação de estacionamento em locais determinados e os próprios PGVs, como o estudo do estacionamento de um shopping center ou supermercado.

Por interferir diretamente nas condições gerais de circulação, a atividade de estacionar deve ter suas características conhecidas. Através do levantamento de dados para pesquisa de estacionamento pode-se avaliar as condições existentes e necessidades futuras para realização de projetos. Os dados podem ser usados para avaliar se a oferta atende à demanda, dimensões das vagas, permanência dos veículos, se por tempo longo ou curto, a distância que os usuários se propõem caminhar. Daí alguns conceitos devem ser abordados como: acumulação, rotatividade e tempo de permanência.

A acumulação de estacionamentos informa o número de veículos estacionados numa determinada área num período de tempo (CET-SP, 1982). O estudo da acumulação não oferece muita variedade de parâmetros para avaliação de vagas, entretanto, ao fornecer o número de veículos estacionados que ocupam uma determinada área previamente mapeada, num determinado período de tempo, serve de indicador global das vagas disponíveis.

A duração média do estacionamento pode ser obtida por entrevista, pela marcação periódica dos veículos ou por uso da telemática, através do uso de equipamentos eletrônicos para o controle da ocupação das vagas.

A rotatividade de um estacionamento é o número médio de veículos estacionados em cada vaga durante o período de levantamento, obtida pela tabulação dos registros de placas de veículos em campo. O tempo de passagem do observador deve ser estipulado em função de levantamento preliminar da rotatividade, sendo que as passagens mais frequentes vão resultar em dados mais acurados. Esta rotatividade (R) pode se calculada pela Equação (01) (CET-SP, 1982)

Rotatividade(R)= Número de veículos diferentes estacionados Número de vagas (01) O tempo médio de permanência é a média de veículos estacionados em um determinado tempo dividido pelo total de veículos diferentes estacionados.

Os estudos de demanda por vagas de estacionamento devem estimar a demanda futura e podem ser realizados de alguma forma como demanda versus uso do solo, volume de tráfego, pesquisas de enquete e através de técnicas de proporção matemática (NUNES, 2005). Os resultados devem indicar a proporcionabilidade entre as áreas de estacionamento e o número de veículos que procuram por vagas, de maneira a atingir um balanceamento entre a oferta e a procura.

Uma das técnicas para o dimensionamento de estacionamentos é a de simulação. A simulação é uma ferramenta de planejamento, disponibilizada para pesquisa operacional e permitindo a geração de cenários, a partir dos quais se pode: orientar o processo de tomada de decisão, proceder a análises e avaliações de sistemas e propor soluções para a melhoria de desempenho. Consiste em replicar num sistema de computador a sequência de eventos hipotéticos do sistema estudado, ao longo do tempo, tratando-se as entidades que percorrem o modelo de forma agregada ou individualizada (PORTUGAL, 2005). Os modelos de simulação, pelas suas características de aleatoriedade, incorporam a variabilidade da demanda ao longo do tempo, o que lhes confere um grande poder de representatividade.

Gonçalves (1990 apud PORTUGAL; GOLDNER, 2003), em seu estudo sobre estacionamentos em shopping centers, apresentou vários modelos que utilizam técnica de simulação para o dimensionamento do número de vagas de estacionamento, os quais:

Modelo Parksim/1: Modelo de simulação constituído de procedimentos que avaliam o desempenho de um sistema de estacionamento. Este programa permite uma análise mais detalhada do nível de serviço oferecido pela rede de estacionamento, da distribuição espacial das atividades de tráfego, com visualizações dos movimentos dos veículos no sistema, cujas avaliações permitem ao analista comparar o desempenho das várias configurações para a adoção da mais apropriada.

Modelo Clam (Computer Based Local Area Parking Behavior): Este modelo foi desenvolvido para representar a rede viária em área dos subúrbios de Londres e trabalha em três níveis distintos,

combinando diferentes aspectos da modelagem. O nível mais externo, dia típico, pode ser divido em vários períodos, o que permite variações na disponibilidade de estacionamento, no volume e na composição do fluxo de tráfego. O modelo avalia o comportamento da rede viária quando submetida a diferentes políticas de estacionamento. Assim, de acordo com a disponibilidade e localização do estacionamento, o modelo permite a identificação e avaliação do comportamento da rede viária para aquela situação.

Modelo de Simulação da operação de um PGV por meio da linguagem XLSIM: Desenvolvido pela CET-SP, este modelo de simulação analisa a fila de acumulação, número de vagas de estacionamento e os impactos causados por veículos estacionados em lugares públicos. O modelo consiste de um pátio de estacionamento e três opções caso o estacionamento fique lotado: estacionamento particular, zona azul (estacionamento rotativo) e meio-fio. Quando o veículo chega ao PGV, se estiver lotado, ele procura as outras opções.

Modelo Estsim: Modelo de simulação para estacionamento de shopping center, desenvolvido por Gonçalves (1990), na Coppe/UFRJ. O sistema prevê dois acessos para o estacionamento interno do empreendimento e possibilita que cada acesso apresente uma taxa de chegada diferente, e que poderá variar ao longo do período da simulação. O modelo utiliza a linguagem de simulação discreta eLSE (extended Lancaster Simulation Environment) e está baseado na abordagem das três fases, que através de ajustes pode ser aplicado a sistemas de grande porte. Para o teste de aplicabilidade deste modelo foi desenvolvido um estudo de caso no shopping center Norte Shopping, do município do Rio de Janeiro. Para o estudo do dimensionamento do estacionamento foi necessário levantar a distribuição de chegada e saída de veículos, de tempos de entrada e do tempo de permanência dos automóveis no estacionamento do empreendimento. O dimensionamento do estacionamento é determinado pelo número mínimo de vagas necessárias baseadas no modelo de geração de viagens e no tempo médio de permanência.

Modelo de simulação de estacionamento em shopping centers desenvolvido em Turbo Pascal: desenvolvido por Brasileiro (1999 apud PORTUGAL;GOLDNER, 2003), a entrada de dados

é feita através da leitura de dois arquivos, o de chegadas e o de tempo. O arquivo de chegadas é formado pela percentagem de tempo entre chegadas sucessivas no intervalo de uma hora. O arquivo de tempo de estacionamento é formado pelos tempos médios dos quais os veículos permanecem no estacionamento dentro de intervalos de uma hora. O modelo desenvolvido foi utilizado para produzir o cenário atual do caso estudado, a fim de realizar o processo de validação. Depois de validado o modelo, realizou-se uma análise de sensibilidade para determinar o número adequado de vagas de estacionamento para diferentes cenários, relacionando o número de vagas com a área bruta locável.

2.4.4 Estacionamentos e os Sistemas Inteligentes de Transportes -