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4   APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 91

4.1   Análise descritiva da amostra 91

4.1.2   Análise descritiva da amostra inicial 94

A amostra inicial é apresentada no Quadro 11, no Apêndice A, que também identifica as ações de acordo com sua inclusão nos grupos de condicionantes da amostra conforme as condicionantes tamanho, relação market-to-book, participação no Ibovespa e participação do

capital próprio no capital total. As quantidades de ações nas amostras iniciais, com ou sem as

condicionantes, são expostas na Tabela 5.

De modo geral, houve elevação do número de ações que compõem o Ibovespa ao longo do período, o que reflete o aumento da influência de um maior número de empresas no índice, conforme discutido na seção anterior. O percentual de exclusões também diminuiu ao longo

Ano Mediana Máximo Mínimo Média Desv. Pad.

1995 0,75 0,97 0,03 0,66 0,25 1996 0,66 0,96 0,04 0,61 0,22 1997 0,61 0,97 0,06 0,58 0,24 1998 0,57 0,98 0,05 0,55 0,24 1999 0,54 0,99 0,06 0,53 0,26 2000 0,58 1,00 0,06 0,59 0,29 2001 0,53 0,99 0,05 0,56 0,26 2002 0,46 1,00 0,04 0,51 0,29 2003 0,50 0,99 0,05 0,56 0,28 2004 0,52 0,99 0,04 0,58 0,27 2005 0,54 0,97 0,06 0,59 0,28 2006 0,59 1,00 0,07 0,62 0,26 2007 0,62 0,98 0,06 0,60 0,26

Ano Ações no Ibovespa Amostra inicial Exclusões G P A B 1 2 U L 1995 52 41 26,8% 20 21 20 21 20 21 20 21 1996 49 38 28,9% 19 19 19 19 18 20 19 19 1997 51 36 41,7% 18 18 18 18 18 18 18 18 1998 56 42 33,3% 21 21 21 21 21 21 21 21 1999 46 34 35,3% 17 17 17 17 16 18 17 17 2000 56 43 30,2% 21 22 21 22 21 22 21 22 2001 57 45 26,7% 22 23 22 23 22 23 22 23 2002 55 45 22,2% 22 23 22 23 22 23 22 23 2003 54 44 22,7% 22 22 22 22 22 22 22 22 2004 53 44 20,5% 22 22 22 22 22 22 22 22 2005 57 48 18,8% 24 24 24 24 24 24 24 24 2006 58 50 16,0% 25 25 25 25 25 25 25 25 2007 64 57 12,3% 28 29 28 29 28 29 28 29 Total 708 567 24,9% 281 286 281 286 279 288 281 286

do período, o que se explica parcialmente pela redução das exclusões de ações em função das fusões, aquisições e liquidações. Nenhuma ação foi excluída da amostra por esse critério a partir de 2003, ao passo que entre 1995 e 2000 foram excluídas entre quatro e sete ações por ano.

Tabela 5

Observações na amostra inicial, 1995—2007

Fonte – Elaborado pelo autor com dados da dissertação e da Economatica (2008).

As informações ausentes também diminuíram ao longo do período do estudo, havendo pelo menos duas ausências em todos os anos até 1999, passando a mesma a ser esporádica a partir de então. Por outro lado, o número de ações em duplicidade não diminuiu. A criação do segmento Novo Mercado, que demanda a emissão e negociação apenas de ações ordinárias, causou redução por esse critério, pois empresas como Banco do Brasil e Embraer passaram a ter apenas uma ação inclusa no Ibovespa. No entanto, outras empresas tiveram ações ordinárias e preferenciais incluídas no índice. São exemplos as ações BRTP3 e BRTP4, TNLP3 e TNLP4, TCSL3 e TCSL4 e CTAX3 e CTAX4, em que aquelas com menor participação no índice foram excluídas da amostra.

Quanto às condicionantes da amostra, sempre que o número de observações da amostra foi ímpar a classificação que incluía as observações abaixo da mediana apresentou uma observação a mais do que a classificação que incluía as observações acima da mediana.

As Tabelas 6, 7 e 8 mostram a composição anual da amostra inicial por setor de atuação. São apresentados o número de empresas por setor de atividade, na Tabela 6, o percentual representado por esse número na amostra inicial de cada ano, na Tabela 7, e a participação de

SETOR 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Alimentos e Beb 4,9 5,3 5,6 4,8 2,9 2,3 2,2 2,2 2,3 2,3 4,2 6,0 5,3 Comércio 4,0 8,8 Construção 2,0 3,5 Eletroeletrônicos 7,3 7,9 8,3 7,1 2,9 Energia Elétrica 12,2 13,2 16,7 23,8 26,5 18,6 15,6 17,8 20,5 20,5 16,7 16,0 15,8 Finanças e Seguros 9,8 10,5 11,1 9,5 11,8 9,3 6,7 6,7 6,8 6,8 8,3 8,0 8,8 Mineração 4,9 2,6 2,8 2,4 2,9 2,3 2,2 2,2 2,3 4,5 4,2 2,0 1,8

Minerais não Met 2,4 2,6

Outros 9,8 7,9 11,1 9,5 11,8 14,0 13,3 11,1 9,1 9,1 12,5 10,0 12,3 Papel e Celulose 7,3 7,9 8,3 7,1 8,8 7,0 6,7 6,7 6,8 6,8 6,3 6,0 5,3 Petróleo e Gás 7,3 7,9 8,3 7,1 8,8 7,0 8,9 8,9 6,8 6,8 6,3 6,0 5,3

Química 7,3 7,9 8,3 7,1 5,9 2,2 2,3 2,3 2,1 2,0 1,8

Siderur & Metalur 19,5 18,4 16,7 11,9 8,8 11,6 11,1 11,1 11,4 11,4 12,5 12,0 8,8 Telecomunicações 2,4 2,6 2,8 9,5 5,9 25,6 31,1 28,9 29,5 27,3 25,0 16,0 14,0

Textil 2,4 2,6

Transporte Serviç 8,0 7,0

Veiculos e peças 2,4 2,6 2,9 2,3 2,2 2,2 2,3 2,3 2,1 2,0 1,8

cada setor na composição do Ibovespa, na Tabela 8. Os nomes dos setores são grafados da mesma maneira como na base de dados da Economatica.

Tabela 6

Participação dos setores de atividade na amostra inicial, 1995—2007

Fonte – Elaborado pelo autor com dados da dissertação e da Economatica (2008).

Tabela 7

Participação dos setores de atividade na amostra inicial, 1995—2007 (%)

Fonte – Elaborado pelo autor com dados da dissertação e da Economatica (2008).

Percebe-se pela análise que alguns setores tiveram participação relevante ao longo de todo o período. Dentre esses, o setor de energia elétrica teve sua participação aumentada, passando de 5 ações em 1995 para 8 em 2007, chegando a um máximo de 10 em 1998. Entretanto, a Tabela 8 indica a gradual redução da participação deste setor na composição do índice. O setor de Finanças e Seguros manteve-se relativamente constante, oscilando entre 3 e 5 ações na amostra, apresentando gradual aumento da sua participação na composição do Ibovespa, da

SETOR 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Alimentos e Beb 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 2 3 3 Comércio - - - 2 5 Construção - - - 1 2 Eletroeletrônicos 3 3 3 3 1 - - - - Energia Elétrica 5 5 6 10 9 8 7 8 9 9 8 8 9 Finanças e Seguros 4 4 4 4 4 4 3 3 3 3 4 4 5 Mineração 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1

Minerais não Met 1 1 - - - -

Outros 4 3 4 4 4 6 6 5 4 4 6 5 7

Papel e Celulose 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

Petróleo e Gás 3 3 3 3 3 3 4 4 3 3 3 3 3

Química 3 3 3 3 2 1 1 1 1 1 1

Siderur & Metalur 8 7 6 5 3 5 5 5 5 5 6 6 5

Telecomunicações 1 1 1 4 2 11 14 13 13 12 12 8 8

Textil 1 1 - - - -

Transporte Serviç - - - 4 4

Veiculos e peças 1 1 - - 1 1 1 1 1 1 1 1 1

mesma forma que o setor de Petróleo e Gás, que oscilou entre 3 e 4 ações na amostra e representou cerca de 14% do Ibovespa em 2006 e 2007.

Tabela 8

Participação dos setores de atividade na composição do Ibovespa, 1995—2007

Fonte – Elaborado pelo autor com dados da dissertação e da Economatica (2008).

1)Totais não atingem 100% porque a tabela inclui apenas a participação das ações que estão na amostra inicial

O setor de Siderurgia e Metalurgia oscilou entre 8 e 3 ações, tendo sua participação na amostra descido de um patamar de aproximadamente 17% nos primeiros anos da pesquisa para aproximadamente 11,5% a partir de 2000. A participação deste setor na composição do índice decresceu no período 1995—1998, crescendo a partir de então até atingir o máximo de 16,8% da composição do Ibovespa em 2005, voltando a cair nos anos seguintes.

O setor de Mineração apresentou queda de 5,5% para 3,3% na composição do Ibovespa no período 1995—2003, passando a crescer e atingindo 12% em 2007, embora essa participação seja de apenas uma empresa, que representou 1,8% do total de ações no índice naquele ano. Alguns setores tiveram sua participação significativamente reduzida ao longo do período, como os setores Têxtil, Eletrônicos e Minerais não metálicos, que deixaram de constar da amostra a partir de certo ponto, ainda na década de 1990. O setor Químico teve sua participação reduzida de 3 para apenas 1 empresa em 2007, embora essa única empresa mantenha uma participação similar no Ibovespa. Por outro lado, setores que não tinham qualquer representatividade no Ibovespa passaram a integrar a sua carteira teórica nos anos de 2006 e 2007, como Construção, Comércio e Transportes e Serviços.

O setor de Telecomunicações, que contribuía com apenas 2 empresas até 1998, experimentou significativo crescimento, passando a ter 11 empresas na carteira teórica do Ibovespa em 2000

SETOR 45 44 44 48 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Alimentos e Beb 1,3 1,7 1,4 0,9 0,8 1,0 1,5 1,7 2,0 2,5 2,4 3,5 3,4 Comércio - - - - - - - 1,8 5,2 Construção - - - - - - - 0,7 2,2 Eletroeletrônicos 0,9 1,7 2,1 2,0 0,1 - - - - - - - - Energia Elétrica 13,1 10,4 12,4 12,1 15,0 10,9 9,9 10,7 11,2 10,9 8,8 8,0 7,8 Finanças e Seguros 4,5 5,1 6,4 8,4 8,8 8,8 9,0 11,7 8,8 6,4 9,1 11,4 11,9 Mineração 5,5 3,3 3,5 2,4 3,6 3,3 3,0 2,7 3,3 6,5 12,2 10,0 12,0 Minerais não Met 0,2 0,1 - - - - - - - Outros 1,0 0,8 1,9 2,0 2,3 14,0 8,0 6,1 3,7 3,5 6,6 6,4 7,7 Papel e Celulose 1,3 1,3 0,7 0,4 0,7 1,7 1,2 1,5 2,2 3,0 2,6 2,3 2,3 Petróleo e Gás - - - - - - - - - Química 1,4 1,0 0,7 0,4 0,6 - - 0,3 0,6 1,8 2,9 1,8 1,1 Siderur & Metalur 8,6 6,2 3,2 1,9 2,2 4,7 4,1 5,7 8,8 14,8 16,8 12,3 9,3 Telecomunicações 2,3 2,5 3,8 9,5 6,1 29,3 39,4 37,5 37,3 29,3 19,2 9,9 6,3 Textil 0,1 0,1 - - - - - - - Transporte Serviç - - - - - - - 4,6 6,0 Veiculos e peças 0,2 0,2 - - 1,5 0,9 1,7 2,7 2,5 1,5 0,9 1,1 0,9

e chegando a 14 em 2001. Após alguns períodos em que as ações deste setor representavam quase 30% das ações do índice e, em alguns anos, quase 40% da composição do Ibovespa, sua participação caiu para 16%, em termos de número de ações em 2007, quando o setor passou a representar apenas 6,3% da carteira teórica do Ibovespa.

A análise da composição do Ibovespa por setor mostra-se relevante porque variações no desempenho dos modelos de estimação do valor intrínseco podem estar relacionadas a mudanças na composição do índice. Essa análise acrescenta informações que podem auxiliar na análise do poder explicativo e, consequentemente, da confiabilidade dos modelos, além de fornecer subsídios para pesquisas futuras sobre o desempenho dos modelos de avaliação de empresas em setores específicos.