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4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.3. ANÁLISE DESCRITIVA E COMPARAÇÃO ENTRE OS MODELOS

Na Tabela 3, apresenta-se um resumo das estatísticas dos escores de eficiência obtidos por meio dos modelos DEA-BCC e DEA-CCR para os 37 municípios (DMU) no período de 2008 a 2017.

Tabela 3. Resumo das estatísticas dos escores de eficiência conforme modelos DEA-BCC e DEA-CCR obtidos para os municípios do RN no período de 2008 a 2017.

Estatística descritiva 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Geral Média DEA-BCC 0,829 0,928 0,909 0,886 0,911 0,911 0,858 0,723 0,679 0,811 0,844 DEA-CCR 0,759 0,890 0,891 0,826 0,874 0,869 0,807 0,685 0,618 0,735 0,795 Mínimo DEA-BCC 0,447 0,619 0,532 0,525 0,494 0,536 0,532 0,229 0,316 0,452 0,229 DEA-CCR 0,394 0,488 0,523 0,521 0,492 0,490 0,477 0,223 0,275 0,390 0,223 Máximo DEA-BCC 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 DEA-CCR 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 Desvio-padrão DEA-BCC 0,190 0,108 0,141 0,138 0,138 0,122 0,149 0,230 0,222 0,189 0,184 DEA-CCR 0,174 0,137 0,148 0,140 0,145 0,122 0,157 0,217 0,190 0,202 0,186 Coeficiente de Variação (%) DEA-BCC 22,87 11,63 15,51 15,54 15,19 13,41 17,41 31,75 32,69 23,27 13,16 DEA-CCR 22,89 15,41 16,57 16,92 16,57 13,99 19,52 31,71 30,75 27,44 13,74 1º Quartil (Q1) DEA-BCC 0,780 0,841 0,865 0,850 0,859 0,824 0,776 0,543 0,508 0,690 0,788 DEA-CCR 0,615 0,801 0,820 0,729 0,794 0,784 0,678 0,506 0,489 0,582 0,719 2º Quartil (Q2) DEA-BCC 0,890 1,000 0,999 0,922 1,000 0,977 0,873 0,703 0,599 0,794 0,835 DEA-CCR 0,798 0,939 0,981 0,838 0,891 0,891 0,803 0,678 0,568 0,701 0,785 3º Quartil (Q3) DEA-BCC 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,987 0,891 1,000 0,918 DEA-CCR 0,876 1,000 1,000 0,946 1,000 0,977 1,000 0,894 0,751 0,949 0,869 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa (2019)

Observa-se que, no geral, os escores de eficiência no modelo DEA-CCR são inferiores ao modelo DEA-BCC, uma vez que compara cada DMU com todas as outras, enquanto o modelo DEA-BCC compara apenas as DMU que operam na mesma escala de produção.

Para ambos os modelos, as piores médias são para os anos de 2008, 2015, 2016 e 2017; enquanto as melhores médias de escores de eficiência dos municípios se encontram nos anos 2009, 2010, 2012 e 2013. Esses dados revelam que os municípios perderam eficiência ao longo do período. Esta perda de eficiência pode estar relacionada à crise hídrica que ocorreu no estado nos últimos anos.

Em relação ao desvio-padrão, observa-se que os anos que ocorreram menores dispersões de dados foram os anos 2009 e 2013; já nos anos 2015 e 2016 ocorreram maiores dispersões, justificando o enquadramento do ano de 2016, como um dos piores anos de média dos escores de eficiência, tanto no modelo DEA-CCR quanto no modelo DEA-BCC, indicando uma heterogeneidade maior dos dados.

A análise dos quartis8 indica quais escores estão mais próximos à fronteira de eficiência (3º e 4º intervalos), sendo considerados mais eficientes que os 1º e 2º intervalos.

Considerando as eficiências médias dos municípios no período de 2008 a 2017, apresentam-se nas tabelas seguintes os municípios posicionados nos intervalos dos quartis.

Tabela 4. Municípios posicionados no 4º intervalo.

Município/DMU DEA-BCC Município/DMU DEA-CCR

Currais Novos 1,000 Parelhas 0,989

Doutor Severiano 1,000 Doutor Severiano 0,972 Natal 1,000 São José do Seridó 0,961

Parnamirim 1,000 Parnamirim 0,954

São José do Seridó 0,992 Alto do Rodrigues 0,948

Parelhas 0,990 Currais Novos 0,945

Mossoró 0,986 Acari 0,908

Alto do Rodrigues 0,950 Santana do Seridó 0,895 Pedro Avelino 0,920 Santo Antônio 0,882 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa (2019)

Na Tabela 4, observa-se os municípios considerados como os mais eficientes em oferecer os serviços de saneamento básico para a população. Esses municípios são os que estão na fronteira da eficiência, considerados benchmarking, e os que se aproximam desta fronteira, fornecendo uma eficiência Q3>0,918 e Q3>0,869, respectivamente, para os modelos DEA-BCC e DEA-CCR.

Destacando-se como mais eficientes os municípios de Currais Novos, Doutor Severiano, Parnamirim, São José do Seridó, Parelhas e Alto do Rodrigues, de ambos modelos adotados (DEA-BCC e DEA-CCR).

É importante que ressaltar que, apesar dos modelos aplicados revelarem o município de Currais Novos como um dos mais eficientes nos gastos em saneamento básico da amostra deste estudo, o município apresentou colapso no abastecimento de água durante alguns anos do

8 Quartis (Q

1, Q2 e Q3) são valores dados a partir do conjunto de observações ordenado em ordem crescente, que

dividem a distribuição em quatro partes iguais (intervalos entre quartis). Fonte:

período. Conforme diagnóstico do Plano Municipal de Saneamento Básico de Currais Novos (PREFEITURA MUNICIPAL DE CURRAIS NOVOS, 2018), a seca que incidiu sobre os municípios do RN iniciada em 2012 e prolongada até 2017, afetou o nível do reservatório da Barragem Marechal Dutra (Gargalheiras – Acari/RN), ocorrendo o colapso no abastecimento na população da zona urbana de Currais Novos.

Tabela 5. Municípios posicionados no 3º intervalo.

Município/DMU DEA-BCC Município/DMU DEA-CCR

Santo Antônio 0,918 Pedro Avelino 0,869 Santana do Seridó 0,916 São José de Mipibu 0,858

Acari 0,912 Monte Alegre 0,852

Afonso Bezerra 0,886 Afonso Bezerra 0,838

Monte Alegre 0,886 São Rafael 0,836

São José de Mipibu 0,873 Florânia 0,821

Macau 0,862 Jucurutu 0,809

São Rafael 0,862 Pedro Velho 0,796

Caicó 0,854 São Bento do Trairi 0,788 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa (2019)

Na Tabela 5, apresentam-se os municípios enquadrados no 3º intervalo, tendo valores de eficiências entre os quartis Q2 e Q3. Destacam-se nesse intervalo, os municípios de Afonso Bezerra, Monte Alegre, São José de Mipibu e São Rafael, os quais estão presentes nos dois modelos de DEA.

Tabela 6. Municípios posicionados no 2º intervalo.

Município/DMU DEA-BCC Município/DMU DEA-CCR

São Bento do Trairi 0,835 Caicó 0,785

Jucurutu 0,835 São Paulo do Potengi 0,785

Florânia 0,832 Lajes Pintadas 0,784

Pedro Velho 0,829 Goianinha 0,775

Lucrécia 0,826 Lajes 0,771

São Paulo do Potengi 0,818 Carnaubais 0,756 Lajes Pintadas 0,811 Caiçara do Rio do

Vento 0,740

Caiçara do Rio do Vento 0,806 Mossoró 0,739

Goianinha 0,793 Pendências 0,727

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa (2019)

Na Tabela 6, apresentam-se os municípios enquadrados no 2º intervalo, com valores de eficiências entre os quartis Q1 e Q2. Destacam-se nesse intervalo, os municípios de São Paulo

do Potengi, Lajes Pintadas, Caiçara do Rio do Vento e Goianinha, presentes nos dois modelos de DEA.

Tabela 7. Municípios posicionados no 1º intervalo.

Município/DMU DEA-BCC Município/DMU DEA-CCR

Carnaubais 0,788 Lucrécia 0,719

Lajes 0,781 Natal 0,715

Pau dos Ferros 0,771 Pau dos Ferros 0,694

Lagoa Nova 0,736 Lagoa Nova 0,693

Pendências 0,732 Macau 0,693

São Tomé 0,688 São Tomé 0,679

Riachuelo 0,681 Riachuelo 0,671

Espírito Santo 0,659 Espírito Santo 0,647

Macaíba 0,655 Macaíba 0,598

Tibau do Sul 0,558 Tibau do Sul 0,534

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da pesquisa (2019)

Já na Tabela 7, apresentam-se os municípios enquadrados no 1º intervalo, tendo valores de eficiências Q1≤0,788 e Q1≤0,719, respectivamente, para os modelos DEA-BCC e DEA- CCR. Destacam-se nesse intervalo, os municípios de Pau dos Ferros, Lagoa Nova, São Tomé, Riachuelo, Espírito Santo, Macaíba e Tibau do Sul, os quais estão presentes nos dois modelos de DEA, e figuram entre os municípios com piores eficiências.

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