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5.1 – A AVALIAÇÃO NA CONCEPÇÃO DO DIRETOR DA ESCOLA

O diretor da escola pesquisada não foi eleito para exercer a função, foi indicado pela Regional de Ensino. Porém, é muito aceito pelo grupo e durante a entrevista pode-se perceber que ele possui o preparo e as qualificações exigidas pelo cargo que ocupa.

Ao ser questionado sobre a proposta pedagógica, se ela atende aos princípios das Ditetrizes Avaliativas da Secretaria de Educação, sua resposta foi afirmativa justificando que há uma participação conjunta de professores e coordenação pedagógica na elaboração da mesma no início do ano, tendo como referência os critérios estabelecidos pelas Diretrizes Avaliativas da SEDF e o que consta no Regimento Escolar.

Para o diretor, essa proposta é a expressão da cultura da escola porque está assentada nas crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que a elaboram.

Uma outra pergunta se referia aos problemas ou queixas por parte dos professores e alunos sobre os resultados das avaliações. Ele respondeu que os professores reclamam dos critérios adotados pela facilidade de aprovação do aluno que, sem muito esforço, atinge a média desejada. Já os alunos não se queixam, preferem ser avaliados dessa maneira.

Indagado sobre as estratégias adotadas para resolver tais problemas, ele diz não interferir, pois o problema é conseqüência da metodologia utilizada pelo professor e dos próprios critérios estabelecidos, desta forma, não é de sua competência resolver tais problemas.

No que se refere aos trabalhos de recuperação paralela, afirmou que há uma preocupação por parte da direção e da coordenação pedagógica em montar um horário especial para o professor que não possui jornada ampliada de trabalho para exercer essa atividade conforme sua área de estudo.

Quanto às decisões sobre avaliação, assim se manifestou:

“São tomadas coletivamente, de modo que todos os professores tenham a mesma linha de trabalho. Não há reuniões para tratar exclusivamente de avaliação. Há uma semana pedagógica em que os professores discutem e trocam experiências, além do Conselho de Classe. Eu prefiro não interferir, o professor é soberano em sua metodologia, desde que não deixe de seguir os critérios estabelecidos para a avaliação.”

Como se vê o diretor admite a importância do tema, mas atribui ao professor a responsabilidade. Esta atitude faz recordar Chiavenato (2000, p. 447) sobre as organizações:

[...] a mudança do clima organizacional surge quando ocorre a descoberta e adoção de novas atitudes, valores e comportamentos. O agente de mudança pode conduzir pessoas, grupos ou toda a organização no sentido de promover novos valores através de processos de identificação e internalização. Os membros da organização precisam se identificar com os valores, atitudes e comportamentos do agente de mudança para então internalizá-los, desde que percebem sua eficácia no seu desempenho. A mudança é a fase em que as novas idéias e práticas são aprendidas de modo que as pessoas passam a pensar e a executar de uma nova maneira.

Sobre a participação da comunidade nas atividades da escola, reconhece que não há preocupação da comunidade com a aprendizagem, pois os pais não procuram saber

como se dá o processo ensino-aprendizagem no Ensino Médio. Acham que os filhos são crescidos e responsáveis pelos estudos. Só aparecem quando convocados.

Ao fazer o comentário final, o diretor expôs seu ponto de vista sobre os critérios de avaliação da SEDF:

“Não concordo com a porcentagem estabelecida de 30% destinados aos teste ou provas e 70% aos trabalhos. Poderia ser 50% para o aspecto quantitativo e 50% para o qualitativo, seria mais justo. Ainda defendo a idéia de que a avaliação exerce forte influência sobre o que os professores ensinam, sobre o que os alunos estudam e, conseqüentemente, sobre o que aprendem. Os alunos, cujos professores os avaliam de forma consistente e freqüente, obtêm melhores resultados”.

Convém observar que pelas respostas do diretor, a avaliação ainda está atrelada a notas ou conceitos e que os conteúdos escolares estão sempre presentes para a administração da escola. De certa forma, a ênfase nos conteúdos atribui-se infundadamente ao critério de obrigatoriedade do ensinar e aprender. É bom lembrar que para Freire (1987), a nota não

mede saber algum, simplesmente porque o saber não é mensurável. A nota indica, sim, o quanto o aluno repetiu o que o professor disse e muitas vezes mede o grau de submissão.

5.2 – CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

O exercício responsável e compartilhado da orientação educacional da escola é mostrado na fala da orientadora. É uma jovem senhora que há quatro anos trabalha na instituição e possui oito anos de experiência nesta área.

Respondendo às duas primeiras perguntas da entrevista, que se referiam aos problemas mais comuns que eram encaminhados ao serviço de orientação educacional e sobre os procedimentos adotados, a responsável por esse serviço declara:

“A indisciplina em sala de aula, a relação professor-aluno e outros problemas de ordem familiar são os mais freqüentes. Para cada caso há um procedimento diferente. No caso da indisciplina, o aluno é chamado para uma conversa e encaminhado à direção para uma possível advertência conforme o problema apresentado. Em outras situações, se houver necessidade, os pais são convocados. Na relação professor-aluno, exige-se respeito ao direito à diferença, condição de existência do diálogo franco e afetuoso. Às vezes, basta uma conversa com o professor.”

Essa posição reflete as palavras de Aquino (1996) que, no que tange à indisciplina, pondera que o contexto dinâmico da sala de aula requer do professor uma atitude de constante busca, de estudo, pesquisa, troca, experiência, ousadia e compromisso. Para o autor, são essas ações e atitudes que permitem, numa ação interativa a criação de um ambiente de construção e possibilitam a existência de uma consciência de disciplina socialmente significativa.

A orientadora educacional demonstrou interesse no processo de avaliação ao afirmar que costuma fazer um estudo de caso com alunos que apresentam muitas dificuldades de aprendizagem e participa também do Conselho de Classe que envolve a avaliação individual e por turma. Ela acredita que a educação, para ser autêntica, precisa de direção, coordenação e orientação trabalhando em conjunto com o mesmo objetivo.

As respostas às duas últimas perguntas que solicitavam alguns comentários e a sua opinião sobre a avaliação com base nos critérios definidos pela SEDF podem ser assim resumidas:

“A análise do cotidiano na escola revela que a indisciplina em sala de aula é resultado também dos critérios definidos para a avaliação atualmente. Os alunos não estudam o suficiente porque é muito fácil conseguir os 30% nas provas e se sentem incomodados pelo excesso de trabalhos em cada disciplina. A minha opinião seria que a porcentagem para as provas fosse maior que para os trabalhos. Outro fator agravante é o fato da escola possuir 2.400 alunos com apenas um orientador para atender os três turnos. Por outro lado, o professor também almeja, de alguma forma, não perder sua capacidade de interessar os alunos e a indisciplina destes o contraria.”

São considerações que merecem ser analisadas com bastante cuidado, é a distância entre teoria e prática, no campo da educação, que faz a diferença. A disciplina não pode ser tratada isoladamente do contexto dos conteúdos e metodologias de ensino. “Cabe ao educador, como formador das novas gerações, resgatar os valores do passado, mas estar aberto aos novos valores em função das necessidades colocadas.”(VASCONCELLOS, 1997, p. 94). Vale a pena, também, lembrar o sempre atual alerta de Freire (1987, p. 203):

O educador libertador nunca pode manipular os alunos e tampouco abandoná-los à própria sorte. O oposto de manipulação não é laissez-faire, nem a negação da responsabilidade que o professor tem na direção da educação.

Foi positiva a impressão da pesquisadora sobre o trabalho realizado pelo serviço de Orientação Educacional da escola: uma atuação comprometida com o projeto- pedagógico da escola e voltada a fomentar a cidadania dos alunos.

5.3 – A AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

O coordenador pedagógico é um elemento indispensável na organização do trabalho escolar. Interfere também no processo ensino-aprendizagem, respondendo pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico em ligação direta com os professores, em função da qualidade do ensino.

A escola dispõe de dois coordenadores. A entrevista foi concedida pela coordenadora do turno diurno que recebeu a pesquisadora com muita presteza. É formada em Pedagogia e assumiu esta função por indicação dos colegas professores. Acompanha as atividades didático-pedagógicas e supervisiona o desenvolvimento dos planos de ensino, adequação dos conteúdos, desenvolvimento de competências metodológicas, práticas avaliativas e diagnósticos de dificuldades. Cuida também da avaliação processual do corpo docente, planeja e coordena o Conselho de Classe.

Questionada sobre os critérios da avaliação aplicados na escola, ela os classifica como adequados, uma vez que atendem aos princípios da LDB e enfatizam o processo de desenvolvimento dos alunos relativo às competências, habilidades, atitudes e valores. Conforme a coordenadora, caso o aluno não consiga um nível de conhecimento satisfatório em determinados componentes curriculares, o mesmo terá acesso a um processo de recuperação paralela, conforme as exigências legais.

Sobre a possibilidade de participação de pais e alunos no Conselho de Classe, a coordenadora informa que os pais não participam por decisão dos professores e acrescenta:

“É um momento em que se decide sobre ações preventivas e corretivas em relação ao rendimento dos alunos, ao comportamento, às promoções e reprovações e à outras medidas concernentes à melhoria da qualidade da oferta dos serviços educacionais e ao melhor desempenho escolar dos alunos. Em outras instâncias os pais participam, como por exemplo, do Conselho Escolar e da Associação dos Pais e Mestres.”

No que se refere aos problemas, dificuldades e queixas mais freqüentes por parte dos professores e alunos quanto aos resultados das avaliações e sobre os procedimentos adotados, a entrevistada destaca a insatisfação dos docentes em relação a quatro aspectos:

“Os professores sempre reclamam da indisciplina em sala de aula, de falta de pré-requisitos nos conteúdos, dos critérios de avaliação e sobretudo de turmas com grande número de alunos”. Já as reivindicações dos alunos são mais no sentido de uma melhor qualidade do ensino: “Os alunos exigem aulas melhores, avaliações fidedignas, professores mais rigorosos e reclamam quando tiram notas baixas”. Acrescenta, quanto aos procedimentos adotados que “durante as reuniões pedagógicas, definem-se formas e propostas de trabalho, como elaboração de projetos e aulas de recuperação para as disciplinas que envolvam assuntos mais significativos para os alunos. Desse modo almeja-se

que o aluno possa recuperar aqueles conteúdos não assimilados e conseqüentemente melhorar suas notas.”

As colocações da coordenadora alinham-se com a posição de Libâneo (2001) quando diz que é preciso ter clareza de que o eixo da coordenação pedagógica é a luta pela qualidade dos processos de ensino que, mediante os procedimentos didático-pedagógicos, propiciam melhores resultados de aprendizagem. Convém destacar que o trabalho em equipe observado nesta escola é um dos meios para assegurar essa qualidade.

Sobre a importância da avaliação, a entrevistada finalizou:

“O trabalho de coordenação pedagógica requer um constante aperfeiçoamento profissional, político, científico e também deve ser avaliado. É uma de minhas propostas que, no final de ano, os professores e a direção avaliem o meu trabalho.”

5.4 – A AVALIAÇÃO SOB O ENFOQUE DA LDB E À LUZ DOS DOCUMENTOS: REGIMENTO ESCOLAR E A PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ESCOLA

LEI DE DIRETRIZES E BASES (LDB)

A flexibilidade da nova LDB tem sido reconhecida por muitos educadores e destacada como uma de suas características mais expressivas. Segundo Silva (1998), essa flexibilidade enseja a criatividade e desafia os sistemas educacionais a buscar alternativas para os problemas que inquietam administradores, técnicos e professores ao longo dos anos. Na expectativa de uma educação voltada não apenas para a produção e difusão dos saberes culturalmente construídos, prossegue a mesma autora, a Lei preconiza a formação do cidadão participativo e responsivo às demandas cada vez mais complexas da sociedade moderna. Introduz inovações que mudam e favorecem a diversidade de práticas avaliativas. Conforme o Art. 24, inciso, V da Lei:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;

c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.

REGIMENTO ESCOLAR

Na mesma perspectiva, o Regimento Escolar da escola pesquisada em seus Artigos 84, 85 e 86 contempla a Lei na íntegra e acrescenta as seguintes peculiaridades:

Art. 84. A verificação do rendimento escolar compreende a avaliação do processo de ensino-aprendizagem que objetiva diagnosticar a situação de cada aluno nesse processo, bem como o trabalho realizado pelo professor.

Art. 85. A verificação do rendimento escolar fundamenta-se na necessidade de:

I- avaliação contínua, cumulativa, abrangente, diagnóstica e interdisciplinar, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os fatores quantitativos do desempenho do aluno;

II- aceleração de estudos para aluno com defasagem idade-série;

III- avanço de estudos quando assim indicarem a potencialidade do aluno, seu progresso nos estudos e suas condições de ajustamento a períodos mais adiantados;

IV- progressão parcial com dependência;

V- recuperação para o aluno com baixo rendimento escolar, com destaque para a recuperação paralela e contínua inserida no processo de ensino-aprendizagem; VI- aproveitamento de estudos concluídos com êxito

§ 1º. A ação avaliativa deve identificar dificuldades de aprendizagem do educando em seu dia-a-dia, intervindo de imediato e estimulando o seu caminhar.

§ 2º. Vários mecanismos de avaliação devem ser utilizados de forma dirigida ou espontânea, dentre os quais: observação, relatórios, questionários, pesquisas, testes/provas, entrevistas, fichas de acompanhamento e auto-avaliação.

§ 3º O valor atribuído a provas/testes, quando adotados, não pode ultrapassar a 30% (trinta por cento) da nota final de cada bimestre.

Art. 86. A verificação do rendimento escolar é da competência dos docentes.

Consta no mesmo Regimento Escolar, que vários mecanismos de avaliação devem ser utilizados de forma dirigida ou espontânea, dentre os quais: observação, relatórios, questionários, pesquisas, testes/provas, entrevistas, fichas de acompanhamento e auto- avaliação. No caso dos testes/provas, o valor não pode ultrapassar os trinta por cento da nota final de cada bimestre. O resultado da verificação do rendimento escolar nos projetos interdisciplinares da Parte Diversificada não será registrado isoladamente, mas como parte integrante dos resultados obtidos nos componentes curriculares da base Nacional Comum. Também não devem ocorrer momentos estanques para a sua realização. Os resultados são bimestrais e são expressos por meio de notas, que variam numa escala de zero a dez. O aluno que demonstrar dificuldades quanto ao desenvolvimento de habilidades deve ser acompanhado sistematicamente ao longo do processo.

Quanto à promoção, dá-se regularmente ao final do ano, sendo considerado aprovado o aluno que obtiver a nota igual ou superior a cinco em cada componente curricular e alcance a freqüência mínima de setenta e cinco por cento. No decorrer do ano letivo, a recuperação para o aluno de baixo rendimento é paralela e contínua, inserida no processo de ensino-aprendizagem. São atribuídos exercícios domiciliares, conforme as possibilidades da escola, aos alunos cujas faltas são justificadas por atestado médico.

Essa proposta de avaliação da escola, segundo Dalben (2002), procura alertar para a responsabilidade da gestão da educação pública e, em especial, da educação das camadas populares, porque são elas que mais têm sofrido com o modelo tradicional. Essa opção exige a construção de um referencial de escola que acolhe e se responsabiliza por aquele cidadão que, não sendo acolhido pela sociedade , vai à escola carregando experiências diferentes, com valores culturais divergentes daqueles usualmente concebidos como os de

excelência. Portanto, o aprendiz deve estar sempre a caminho, como aponta Hoffmann ( 2003, p. 47):

[...] o processo avaliativo não deve estar centrado no entendimento imediato pelo aluno das noções em estudo, ou no entendimento de todos em tempos equivalentes. Essencialmente, porque não há paradas ou retrocessos nos caminhos da aprendizagem. Todos os aprendizes estarão sempre evoluindo, mas em diferentes ritmos e por caminhos singulares e únicos. O olhar do professor precisará abranger a diversidade de traçados, provocando-os a prosseguir sempre.

Diante do exposto, essa nova perspectiva de avaliação exige do educador uma concepção de educando, quer criança, quer jovem, quer adulto, como sendo sujeito do seu próprio desenvolvimento, dentro de um contexto de sua realidade social e política. Está baseada na confiança, na possibilidade de os educandos construírem suas próprias verdades, além de valorizar suas manifestações e interesses.

PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA

O enfoque dado à avaliação no projeto pedagógico da escola baseia-se nos documentos e leis vigentes que norteiam a educação do Distrito Federal, dentre elas a Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e o Regimento das Escolas Públicas. Ao estabelecer as incumbências dos estabelecimentos de ensino, a LDB inclui, entre elas, a de elaborar e executar sua proposta pedagógica, também chamada de projeto pedagógico, quando determina a participação dos profissionais da educação na elaboração desse projeto. A lei orienta, ainda:

[...] para o fortalecimento do projeto pedagógico da escola que, em lugar de estabelecer em disciplinas ou conteúdos, os programas destaquem competências de caráter geral das quais a capacidade de aprender é decisiva. Assim, as competências, as habilidades e os procedimentos são os considerados básicos para todo o Ensino Médio, uma vez que não foram concebidos de modo hierárquico, mas buscando na contextualização e na interdisciplinaridade formas de abordar e construir o conhecimento na escola, tendo em vista favorecer o processo de autonomia da escola para que essa, no seu projeto pedagógico, possa, de acordo com suas peculiaridades, distribuí-los pelos três anos que compõem essa etapa da Educação Básica. (LEI 9394/96)

Nesse contexto, observa Abreu (1999) que a Lei também representa um extraordinário progresso: pela primeira vez autonomia escolar e projeto pedagógico aparecem associados, pois, elaborar um projeto pedagógico deve ser um exercício de autonomia. O projeto se caracteriza pela transparência da atuação pedagógica, visando atender as exigências legais sem deixar de exercer a autonomia necessária para o atendimento à diversidade da comunidade escolar.

A Proposta Pedagógica de 2004 tem como objetivo geral atender aos preceitos legais relativos ao Ensino Médio no sentido de:

- Consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental para que o aluno adquira uma preparação básica para o trabalho e para o exercício da cidadania, aprimorando-o como pessoa humana através da formação ética, do desenvolvimento da autonomia intelectual, da formação do pensamento crítico e da compreensão dos fundamentos técnico-científicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática. Além de refletir o pensamento e a identidade de todos os membros da comunidade escolar, criando assim uma feição própria.

Os objetivos específicos:

- Desenvolver a habilidade cognitiva, aprimorando a absorção do conhecimento e tornando-o contextualizado e significativo;

- Desenvolver a aptidão para o aprender a aprender, o saber pensar, despertando a formação interdisciplinar do desenvolvimento humano e estimulando a capacidade de entender e intervir no mundo em que vivem;

- Preparar o aluno para o convívio social, respeitando a pluralidade de forma equilibrada;

- Preparar o aluno para a inserção no mundo do trabalho, desenvolvendo habilidades e competências a serem aplicadas na vida profissional;

- Despertar para o exercício da cidadania através da informação de forma consciente, crítica e atuante;

- Estimular a Estética da Sensibilidade através do reconhecimento e valorização da diversidade, da criatividade, do espírito inventivo, da afetividade, da curiosidade, num exercício de liberdade responsável;

- Desenvolver o processo ensino-aprendizagem permanentemente, contextualizando ao conteúdos da base nacional comum e oferecendo disciplinas da parte diversificada que atendam às necessidades dos alunos para o pleno desenvolvimento de suas habilidades e competências.

Não há nenhuma possibilidade de pensar a avaliação como mediação de crescimento da comunidade educativa, se ela não estiver inserida no projeto pedagógico da escola. Nesse contexto, ela vai refletir os demais projetos e programas desenvolvidos no interior da própria escola, como: projetos da Semana Cultural e Esportiva; Feira de Ciências e Tecnologias; Formação Continuada do Professor; Revitalização da Biblioteca; Semana das Profissões, etc. Nesses projetos se inserem os anseios da comunidade escolar de desenvolver nova educação com a qualidade necessária e de formar um cidadão que governe a si mesmo, tornando-o um ser autônomo e capaz de conduzir, conscientemente, os desafios da sociedade

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