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Para o atributo renda as estatísticas t também revelam parâmetros estatisticamente significantes em nível de 1%. O parâmetro β1 é positivo o que

significa que um aumento na renda em uma unidade monetária eleva em 0,017% a probabilidade de o agente adotar uma postura agressiva frente ao risco. Pode parecer uma elasticidade baixa, mas considerando que uma unidade monetária também é insignificante, caso o aumento na renda seja de 300 unidades monetárias, por exemplo, eleva-se em 5,1% a probabilidade de o indivíduo ser investidor agressivo, de forma que ser agressivo possui elevada sensibilidade a variações na renda. O parâmetro β0 sugere, independentemente do valor atribuído

a variável renda, uma contribuição fixa negativa na probabilidade de o agente apresentar-se como agressivo, significando que um agente sem renda possui probabilidade nula de adotar posturas agressivas frente ao risco.

O coeficiente R2 tem valor de 0,585, ou seja, variações na variável explicativa (renda) explicam em 58,5% as variações na variável dependente (ter ou não atitude agressiva frente ao risco). No teste realizado para verificar a existência de autocorrelação, obteve-se através do teste de Durbin-Watson, um valor para d igual a 0,114 indicando que os termos de erro são correlacionados entre si, ou seja, a estimação não mais garante variâncias mínimas. O teste de heteroscedasticidade demonstra que a variância dos termos de erro não é constante e assim os estimadores são ineficientes.

Com relação à variável nível de escolaridade os resultados demonstram haver uma relação positiva entre esta e a probabilidade de o indivíduo investir em ações. Em níveis significativos a 1% para os parâmetros β0 e β1, a regressão com

β0=-0,159 sugere que um indivíduo sem nenhum ano de estudo ou que tenha

estudado apenas até o nível fundamental possui probabilidade zero de ser investidor em ativos de risco. E o parâmetro significa que o fato de um agente possuir um ano a mais de estudo, a partir do segundo grau, apresenta probabilidade 12,6% maior de tornar-se investidor no mercado de ações, ou seja,

ser agressivo apresenta-se com elevada sensibilidade ao considerar variações no grau de instrução do indivíduo.

O R2 igual a 0,759 demonstra, considerando o fato de o modelo tratar de

variável dicotômica, elevado poder de explicação da variável dependente quando ocorre variação no grau de instrução do agente. Embora os parâmetros estimados tenham resultado em níveis significativos e tenham sentido do ponto de vista teórico (de causalidade) não podemos confiar na eficiência de tais testes de significância dado que as hipóteses sobre as quais os mesmos baseiam-se, estas foram violadas quanto a não existência de variância nos termos de erro, pois o teste White com um valor de 45,16 demonstra haver heteroscedasticidade, e quanto a inexistência de autocorrelação, pois por meio do teste de Durbin-Watson com um d igual a 0,218 foi verificado que os termos de erro são correlacionados entre si.

O nível de informação apresenta uma reta de regressão com parâmetros também significantes ao nível de 1%, de forma que o maior interesse por notícias relacionadas ao mercado impacta positivamente em 0,54 na probabilidade de o indivíduo ser um investidor agressivo com e a ausência de interesse sobre tais informações implica em uma probabilidade nula de o mesmo tornar-se investidor em ações. Como também apresentado nas variáveis anteriores, o coeficiente de determinação demonstra, com valor igual a 0,761, elevado poder na variável independente (nível de informação) em explicar variações na probabilidade de o agente ser propenso ao risco. O modelo também apresenta heteroscedasticidade verificada pelo teste de White com valor de 21,85, e autocorrelação identificada pelo teste de Durbin-Watson com um d igual a 0,15.

Para o atributo prazo de investimento obteve-se uma regressão com

parâmetros e estes estatisticamente significantes a um

nível de 1%. O β0 indica que o fato de o indivíduo desejar alcançar seus objetivos

financeiros imediatamente, ou seja, não considerar nenhum prazo para seus investimentos, este tem probabilidade nula de ser investidor no mercado de ações. E β1 no valor de 0,084 propõe que uma variação para mais em um ano, a partir de

sua probabilidade de ser investidor em ativos de risco elevada em 8,4%. O coeficiente de determinação da reta foi de 0,69 o que possibilita considerar que 69% de variações na probabilidade de o agente ser agressivo seja explicada por variações no prazo considerado nos investimentos dos indivíduos. O modelo quando submetido aos testes de autocorrelação e heteroscedasticidade demonstra que os parâmetros estimados são ineficientes.

A expectativa de rendimento, também considerada aqui como atributo importante na determinação da probabilidade de um agente pertencer ao grupo de investidores em ações, resultou numa reta de regressão com parâmetros significativos a um nível de 1%. O valor do β0 de -1 propõe que no caso de uma

expectativa nula de rendimento ou até 6% o indivíduo não apresenta probabilidade de ser investidor no mercado de ações. E o valor de implica na interpretação de que o aumento em 1% nas expectativas de rendimento sobre o valor aplicado de um agente eleva sua probabilidade de ser um indivíduo que aceita correr certo nível de risco em suas aplicações em 16,67%.

Em resumo, pode-se inferir a partir das estimações realizadas com base no modelo de probabilidade linear que objetivaram traçar um perfil dos agentes investidores do mercado de ações em João Pessoa que a probabilidade de os mesmos indivíduos participarem deste mercado adotando uma postura agressiva eleva-se quando se observa um público com expectativas de rendimento em suas aplicações acima de 6%, que pretende deixar seus recursos aplicados por um prazo superior a 6 anos, busca informações sobre as notícias que determinam o comportamento do mercado, com nível de escolaridade a partir do segundo grau, destacando-se neste atributo o fato de que cada ano a mais no grau de instrução do indivíduo este tem elevada em 12,6% esta probabilidade, um público com renda inferior a R$ 8.000,00 com aumentos na renda contribuindo de maneira negativa na probabilidade de este agente ser agressivo, e por último, um público jovem, mas que aumentos na idade não contribuem de forma tão significativa no fato de o indivíduo investir seus recursos em ativos de renda variável de elevado risco.

O problema apresentado no modelo é o fato de que à medida que a idade aumenta, a probabilidade de o indivíduo tornar-se investidor aumenta a uma razão constante e quando se trata de probabilidade, não faz sentido que seu valor situe- se fora dos limites 0 e 1. Dessa forma, para corrigir tal inconsistência faz-se uso do modelo de probabilidade não linear probit.

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