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3 REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E TERCEIRIZAÇÃO NA INDUSTRIA

4.2 DESAFIOS DA DÉCADA DE 90: O DEBATE E A AÇÃO SINDICAL EM TORNO

4.2.1 Análise do posicionamento sindical face à terceirização

É fato, entre os diversos autores analisados anteriormente, que o processo de terceirização colocou para o movimento sindical vários problemas relacionados com a degradação das condições de trabalho, a redução das conquistas sindicais, a diminuição do número de empregos e a diferenciação de direitos entre os trabalhadores diretos e os terceirizados.

Dentro desta perspectiva, foi observado, através do levantamento de informações nos boletins do sindicato dos químicos e petroquímicos da Bahia, que este sindicato demonstrou, ao decorrer da década de 90, uma crescente preocupação com a proliferação do processo de terceirização nas empresas químicas/ petroquímicas da RMS. As denúncias feitas nos boletins semanais são constantes e expressam esta preocupação, na medida em que a ação sindical tem

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Os dados e informações analisados neste item foram obtidos através dos boletins fornecidos pelo sindicato referentes a 1990/2006. No sub-item 4.2.2 também foram utilizadas informações do site do sindicato na internet:

o papel essencial no sentido de intervir numa dinâmica da implantação de mudanças na organização da produção, como é o caso da terceirização.

NOVA FORMA DE EXPLORAR. Um fantasma começou a rondar o pólo e trazer sérios problemas: a terceirização. A terceirização hoje coloca-se como um desafio para os trabalhadores. Para os patrões ela chegou como uma verdadeira dádiva, pois, ao contrário dos países de primeiro mundo, onde os direitos dos trabalhadores são iguais tanto para o empregado direto como para o de empreiteiras, aqui só há a ampliação da exploração: - maior rotatividade da mão-de-obra; - enfraquecimento do movimento sindical; - favorecimento dos donos das terceirizadas, geralmente diretores, acionistas ou gerentes de empresas. Por outro lado devemos questionar também a “qualidade” tão propagandeada pelos empresários. Será que os trabalhadores, já tão explorados no dia a dia, vão se empenhar pela qualidade e produtividade, num emprego indireto, onde são mais explorados e discriminados? (BOLETIM GRAVE, 14/08/1992).

Desta forma, percebe-se que a idéia veiculada pelo sindicato no início da década é a de que a terceirização, na medida em que fragmenta a classe trabalhadora, coloca sérias dificuldades a uma luta conjunta. Por essa razão, a posição sindical, expressa nessa matéria, é de rejeição não apenas à terceirização em si, mas a tudo o que envolve a chamada flexibilização das relações de trabalho, aí incluído os Programas de Qualidade Total.

O sindicato demonstra uma noção específica dos prejuízos trazidos pela terceirização, entendida como prática da gestão do trabalho que leva a uma precariedade das condições de trabalho, à redução de direitos trabalhistas, desemprego, etc. É o que indica as informações coletadas nos boletins do sindicato sobre a prática da terceirização, no período de 1990 a 2005. Em todos os anos, estes sindicalistas sempre tiveram uma percepção política clara da terceirização como principal problema enfrentado pela categoria embora, como será analisado adiante, percebe-se uma mudança de posicionamento do sindicato em relação ao processo de terceirização a partir de meados da década de 90.

De acordo com o posicionamento do sindicato, a terceirização é um processo que esconde armadilhas e trouxe efeitos danosos para os trabalhadores e para o movimento sindical. Dentro desta visão, a terceirização faz parte de um amplo processo de reestruturação administrativa com o intuito de reduzir custos, aumentar o controle sobre os trabalhadores e incrementar a produtividade, aumentando o lucro. Ao serem distribuídos por diversas empresas, os trabalhadores têm dificuldade de adquirir identidade de classe, fundamental pela luta de melhores salários e condições de trabalho. Há uma considerável perda do nível de salários e vantagens, além da drástica redução do número de empregos, pois grande parte dos

trabalhadores não é absorvida pelo mercado, dado que as empreiteiras já são criadas com estruturas enxutas.

Hoje dos 20 mil empregos, restam apenas 6 mil. O processo de terceirização veio para intensificar a exploração da mão de obra com salários reduzidos, mais jornada de trabalho e sem quase nenhum benefício. Aliás, são os terceirizados que mais morrem no Pólo, em 10 anos já são 26 mortes! (BOLETIM UNIFICADO DOS QUIMICOS E PETROLEIROS, 26/06/1998).

Segue-se que as demissões receberam destaque nas pautas sindicais, o que colocava a terceirização como um risco na visão do sindicato. A rejeição dos sindicalistas à terceirização é sustentada normalmente pelo argumento de que ela provoca a descentralização das atividades e pulveriza a representação dos trabalhadores. Além da precarização das condições de trabalho, assiste-se a uma fragmentação das identidades coletivas, causadas pela ameaça constante do desemprego, pela discriminação sofrida e pela individualização nas relações de trabalho. Esse quadro contribui para o enfraquecimento da organização do trabalhador, pois no espaço da fábrica convivem trabalhadores com estatutos diferentes e direitos diferenciados: são os trabalhadores contratados diretamente e os trabalhadores das empreiteiras.

Este fato é expresso na medida em que o trabalhador, ao ser terceirizado, muitas vezes muda de categoria profissional, saindo da base de representação do sindicato dos químicos/petroquímicos, passando a fazer parte de outro sindicato (de limpeza, vigilância, alimentação, engenheiros, etc.) que não tem o mesmo poder de mobilização. Além disso, o sindicato também enfatiza os prejuízos causados pelo processo de terceirização em termos de deterioração financeira para a entidade:

As demissões em massa que tem ocorrido em todas as categorias, em função das mudanças na estrutura empresarial, acabam afetando diretamente os recursos para sustentar as entidades, fazer campanhas públicas, publicações periódicas e especializadas. Em 1990 nossa receita era o dobro dos nossos gastos. A categoria era composta de 16 mil trabalhadores e o numero de associados estava num patamar que refletia o grau de consciência dos químicos/petroquímicos da Bahia, cerca de 8300 sindicalizados em 1992. As demissões iniciadas em 1990 reduziram o quadro de trabalhadores diretos a um terço, enquanto centenas de empreiteiras foram criadas oferecendo péssimas condições de trabalho. Como conseqüência, o numero de associados também diminuiu drasticamente, apesar de manter a proporção dentro do universo de contratos diretos. Ao mesmo tempo, assistimos nos últimos sete anos a queda da segurança dentro das fábricas, o surgimento de múltiplas funções, o

arrocho salarial e, o pior de tudo, dezenas de acidentes com trabalhadores terceirizados, na maioria dos casos por falta de treinamento e qualificação profissional. (BOLETIM UNIFICADO DOS QUIMICOS E PETROLEIROS, 16/04/1997)

Diante desta realidade o sindicato apresentou um discurso de combate às demissões e à terceirização, estando a luta do movimento sindical dos químicos /petroquímicos, no início da década de 90, ancorado nestes termos:

Temos que combater as demissões e a contratação de empreiteiras; lutar por direitos iguais no local de trabalho; formação de sindicato único ou ação conjunta dos sindicatos envolvidos; batalhar por leis que regulamentam o trabalho temporário e terceirizado. (BOLETIM GRAVE, 05/08/1992).

De acordo com a visão do Sindicato extraída dos boletins, este considera que a terceirização foi feita de forma desordenada e sem critérios, fazendo com que a maior parte das empresas contratadas não cumprisse a legislação, nem oferecessem boas condições de trabalho.

Alguns aspectos da precarização do trabalho terceirizado encontrados principalmente em áreas como Manutenção Industrial, de acordo com os boletins do sindicato são: a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) (Capacete, protetores contra ruídos, cinto de segurança, botas etc.); condições insalubres e perigosas de trabalho; péssima alimentação; ausência de assinatura na carteira profissional; dobra de turno sem transporte de volta para casa; desgaste físico; na maioria dos casos não há assistência médica; exploração com excesso de trabalho; salários baixíssimos; exploração com aumento de jornada, principalmente para os vigilantes; contrato irregular de trabalho como o fato de contratar o pessoal como ajudante de limpeza, mas colocar todo mundo para trabalhar na linha de produção; não pagamento do FGTS - quando da dispensa -; empregados com férias vencidas; algumas empresas não oferecem contra-cheque; até casos mais graves, como lesões e mortes nas plantas das contratantes.

Com a conversa fiada de que a contratação de terceiros visa melhorar a qualidade, uma vez que as empresas contratadas são especializadas no serviço, eles (os empresários) vão fazendo o que querem. Se a terceirização aumenta a qualidade, então porque os salários dos terceirizados são reduzidos à metade ou até 1/3 do que os trabalhadores das empresas recebiam para fazer o mesmo serviço? Porque os encargos não são mantidos? Porque alguns terceirizados não têm sequer a carteira assinada? Porque as jornadas de trabalho são elevadas? As empresas submetem os terceirizados a precárias condições de trabalho sem proteção coletiva ou individual e sequer mandam realizar os exames médicos. As empresas não enxergam que a alta

rotatividade tem aumentado consideravelmente o numero de acidentes, porque os trabalhadores, com medo de demissão trabalham sob tensão e num clima de instabilidade emocional. Vale notar que hoje o numero de terceirizados é maior que o numero de trabalhadores com vinculo de trabalho direto! (GRAVE, 14/07/1993).

Outros aspectos dizem respeito à condição de trabalho mesmo para os trabalhadores diretos que permanecem na empresa. Trabalhadores que ficam na empresa são obrigados a exercer, além de suas funções, as atribuições dos demitidos o que gera sobrecarga de trabalho em decorrência do enxugamento e deteriorização dos salários sob a ameaça do desemprego:

Tratados como “sub-trabalhadores” os terceirizados são considerados iguais aos diretos apenas na hora do cumprimento do deveres. Na hora de usufruírem os direitos adquiridos pela nossa convenção coletiva, são discriminados. Com drástica eliminação dos postos de trabalho, os trabalhadores diretos, por sua vez, permanecem na fábrica desempenhando papéis múltiplos, fazendo serviço de 2 ou 3 pessoas. Em contrapartida, o salário pago a eles é 5 vezes menor do que recebiam em abril de 1990. (BOLETIM GRAVE, 10/10/1995)

Desta forma o sindicato considera a terceirização como um sinônimo de exploração, ao tratar- se de um processo selvagem que só tira as vantagens conquistadas:

Aqui a terceirização serve apenas como redução de custos, seja pelo corte de pessoal ou pelo achatamento dos salários, com o fim de algumas conquistas, como a quinta turma, jornada de trabalho e assistência médica. (BOLETIM GRAVE, 31/05/94)

Outro tipo de denuncia bastante freqüente nos boletins diz respeito às condições de saúde e segurança dos trabalhadores terceirizados. As áreas terceirizadas, atualmente, como visto no capitulo 3 deste trabalho, são as nucleares da empresa. Essa mudança não transfere, na maioria das vezes, a tecnologia para as empreiteiras, ocasionando com isso o aumento dos riscos para o trabalhador na medida em que aumentam as possibilidades de acidentes no processo de trabalho, pois, em casos cada vez mais freqüentes trabalhadores terceirizados se acidentam por não conhecerem os mecanismos de funcionamento das máquinas que operam.

A terceirização selvagem e a redução irresponsável dos postos de trabalho que hoje se verifica nas empresas do ramo químico/petroquímico não vem colocando em dificuldades apenas a classe trabalhadora com a redução de conquistas, achatamento dos salários e perda de direitos adquiridos. Põe em risco também a integridade física dos trabalhadores e a preservação do meio ambiente. Vazamentos, explosões e todo o tipo de acidentes estão se tornando cada vez mais comum no setor. (BOLETIM GRAVE, 04/12/1995).

Em virtude desta preocupação do Sindicato com a crescente incidência de acidentes, que afetaram principalmente os trabalhadores terceirizados, esta entidade lançou em janeiro de

2000 a campanha intitulada por “ Em defesa da vida” . Esta campanha tinha como objetivo tanto chamar a atenção da sociedade para o assunto como conscientizar os trabalhadores para o risco da degradação das condições de trabalho e o risco para o meio ambiente na indústria química/petroquímica da Bahia. Na campanha o Sindicato chama a atenção para o fato de que na maioria dos acidentes ocorridos no Pólo as vítimas mais freqüentes são os trabalhadores terceirizados:

Os trabalhadores do Pólo estão morrendo vítimas de acidente de trabalho. Os constantes vazamentos de petróleo estão poluindo o meio ambiente. Para tentar reverter esta situação, o Sindicato iniciou 2000 lutando pela segurança e defesa da vida. De acordo com as estatísticas da entidade, em 12 anos foram 41 companheiros mortos. Em 1999, foram mais de 40 acidentes com 14 feridos e 6 mortos. A vítima mais comum é o trabalhador terceirizado. (BOLETIM UNIFICADO DOS QUIMICOS E PETROLEIROS, 25/01/2000).

(...) Destas 40 mortes, 30 eram de trabalhadores terceirizados. O Sindicato diante da avalanche de acidentes ocorridos no pólo, nos setores de plásticos e petróleo, tomou a iniciativa de desenvolve r uma Campanha Universitária em Defesa da Vida com o objetivo de mostrar à sociedade baiana a verdadeira realidade e condições de trabalho dos petroquímicos e petroleiros. (BOLETIM UNIFIACDO DOS QUIMICOS E PETROLEIROS, 28/02/2000).

Para divulgar a campanha o Sindicato usou de diversos recursos áudio/visuais tais como a instalação de outdoors em locais estratégicos com os seguintes temas: Não há lucro que pague uma vida – “O Pólo Mata” e a “Indústria do Petróleo Mata”; além disso, o sindicato convocou uma coletiva com a imprensa para denunciar os constantes acidentes e mortes nesta área.

Com relação ao posicionamento do Sindicato em relação ao processo de terceirização observou-se que desde o inicio da década de 90 até meados desta (94/95), o Sindicato vinculava em seus boletins frases que explicitavam rejeição total a implantação do processo de terceirização: ‘É preciso protestar e dizer NÃO à terceirização’. Essa rejeição à implantação do processo de terceirização também era muito discutida em assembléias e congressos da categoria:

A campanha unificada vai ter como prioridade o reajuste mensal com reposição de 100% da inflação, aumento real dos salários, manutenção do turno de 6 horas, O FIM DA TERCEIRIZAÇÃO15 e das horas extras. Principais propostas aprovadas em assembléia: campanha salarial unificada, reajuste mensal de salários; recuperação das perdas desde 85; adicional de turno de 95%; manutenção da 5º turma; comissões de saúde; ; absorção de mão de obra das empreiteiras e FIM DA TERCEIRIZAÇÃO. (BOLETIM GRAVE, 19/07/1993).

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È importante ressaltar que a bandeira defendida pelo sindicato de fim da terceirização, no inicio da década de 90, pôde ser encontrada, inclusive, nas pautas reivindicatórias do período, a exemplo da seguinte:

PAUTA REIVINDICATÓRIA JUNHO/ 94. CLAUSULA 25ª. TERCEIRIZAÇÃO. As empresas extinguirão os processos de terceirização de mão de obra, incorporando os trabalhadores terceirizados ao seu quadro pessoal. (BOLETIM GRAVE ESPECIAL, 28/06/94).

No entanto, a partir de meados da década (95/96) o movimento sindical parece já reconhecer a nova realidade de que a terceirização faz parte de uma tendência mundial e parte importante da divisão do trabalho. Em conseqüência, vem alterando as pautas de reivindicações, incluindo aspectos contemporâneos como a participação dos colaboradores nos resultados da empresa, ao mesmo tempo em que abandonam os velhos discursos contrários à terceirização. Ao invés de se posicionar radicalmente contra o processo de terceirização, o sindicato passa a ter um discurso na direção de negociar com as empresas a melhor forma de implantação desse processo sem prejuízo para os trabalhadores:

PAUTA DE REIVINDICAÇÕES AGOSTO/95. Definição de parâmetros e regras gerais para a terceirização, investigação de empreiteiras contratadas que descumprem a legislação trabalhista.

CLAUSULA 2º - TERCEIRIZAÇÃO (CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA DE TERCEIROS). “Em caso de contratação de mão de obra de terceiros nas forma previstas em lei, a empresa deverá negociar com o sindicato”.

Parágrafo 1º - A negociação do processo de terceirização deverá garantir a preservação dos postos de trabalho com a readaptação e reaproveitamento dos trabalhadores atingidos.

Parágrafo 2º - Os trabalhadores das empresas terceirizadas tem garantidos todas as cláusulas do acordo coletivo dos empregados diretos.

Parágrafo 3º - A empresa respeitará a opção de representação sindical dos trabalhadores. (BOLETIM GRAVE, 28/06/1994)

CAMPANHA REIVINDICATÓRIA AGOSTO- 1999/2000. – Garantia e geração de emprego; - redução de 10% da jornada de trabalho; - efetivo mínimo nas unidades operacionais; - Fim da discriminação antigo-novos e efetivos/terceirizados. (BOLETIM UNIFICADO DOS QUIMICOS E PETROLEIROS, 17/08/1999)

Com isso chega-se à conclusão de que apesar de o sindicato continuar se posicionando contra o aspecto “espúrio” da terceirização, com as denúncias freqüentes de irregularidades por parte das empreiteiras, abandona-se o discurso de “É preciso combater e dizer não a terceirização”. Nesse sentido, acredita-se que não é inteligente ser meramente contra a terceirização. O movimento sindical deve debruçar-se sobre a questão e analisar os reflexos que tal processo acarreta às conquistas dos trabalhadores. O Sindicato deve ter a atenção voltada para a relação

que as empreiteiras vão estabelecer com os funcionários, qual será o salário, a jornada, os benefícios e as demais conquistas sindicais.

Com vista disso, trajetória deste Sindicato caminha neste sentido e, em notícia divulgada no boletim de setembro de 2005, propõe aos sindicatos que representam os trabalhadores terceirizados (Sittican – Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil; Simdilimp – Sintercoba – Sindicato dos trabalhadores em empresas de alimentação, entre outros) que elaborem uma lista de empreiteiras problemáticas, e que não pagam os direitos dos trabalhadores, para protocolar nas empresas como recurso para transferir às empresas a responsabilidade pelos problemas que venham a acontecer. (BOLETIM NA BASE, 10/09/2005).

Em suma, a percepção sobre a reestruturação produtiva pelo Sindicato tem importantes avanços, como a denúncia das práticas da terceirização; a denúncia sobre a conivência das contratantes com a precarização das condições de trabalho e saúde causada pelas empreiteiras, etc.

No entanto, as formas de mobilização do Sindicato se dão apenas através de denúncias nos boletins periódicos, campanhas áudio/visual, de paralisações nas fábricas e passeatas pela cidade. Apesar de o Sindicato ter uma diretoria especifica para Empreiteiras responsável por desenvolver uma política de apoio aos terceirizados, tentando diminuir a exploração, principalmente daqueles que não têm sindicatos organizados, não foi percebida muitas ações práticas na luta por melhores condições de trabalho. O que serve para confirmar a afirmação feita por ALVES (2000), explicitada na seção anterior, de que o defensivismo dos sindicatos está ancorado na incapacidade estratégica do sindicalismo brasileiro em adotar uma postura de confronto diante da nova ofensiva do capital.

Apesar disso o sindicato dos Químicos/Petroquímicos buscou o seguinte passo como alternativa e perspectiva de uma maior mobilização:

Os últimos congressos do Sindiquimica têm definido a clara opção da categoria pela organização por ramo de produção, como define a CUT. A partir daí, o sindicato vem trabalhando no sentido de promover fusões com outras entidades. Quanto ao segmento de petróleo, a decisão do nosso congresso e da atual diretoria é pela unificação do Sindiquimica, Stiep e Sindipreto dentro do principio do ramo de produção. (BOLETIM GRAVE, 23/01/1996).

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