• Nenhum resultado encontrado

4. ANÁLISE DE COMPETIDORES

4.1. Análise de usabilidade no Virtus

4.1.1 Análise dos Critérios Ergonômicos de Bastien & Scapin

A presente seção analisa se os critérios ergonômicos sugeridos por Bastien &

Scapin (1993) são seguidos na interface do Virtus.

Para tal, foi necessária uma análise minuciosa desta interface, de modo a permitir que suas limitações e seus pontos fortes pudessem ser apontados.

Conforme exposto na sub-seção 3.1.2, Bastien & Scapin (1993) apresentam um trabalho muito bem detalhado e abrangente, que se processa através da sugestão de oito critérios de usabilidade, que foram organizados em uma estrutura de três níveis:

critérios principais, sub-critérios e critérios elementares.

Visando possibilitar que cada um destes critérios pudesse ser analisado na interface do Virtus, a presente seção foi subdivida em oito partes - condução (parte a), carga de trabalho (parte b), controle explícito (parte c), adaptabilidade (parte d), gestão de erros (parte e), consistência (parte f), significação dos códigos (parte g) e compatibilidade (parte h) - onde cada um destas partes representa um critério diferente que será analisado na interface do Virtus.

A seguir, será apresentado como se processou a análise do critério condução (parte a) na interface do Virtus.

Será mostrada também a análise de seus sub-critérios - presteza (a.1), feedback imediato (a.2), legibilidade (a.3) e agrupamento/distinção por itens (a.4) – bem como a avaliação de seus critérios elementares: agrupamento/distinção por localização (a.4.1) e agrupamento/distinção por formato (a.4.2).

a) Condução

Segundo Bastien & Scapin (1993), uma má condução dificulta a aprendizagem e o uso do sistema, o que resulta em menor produtividade e maior quantidade de erros.

Dessa forma, ele recomenda o uso de mensagens, avisos, alarmes e rótulos para alertar, orientar, informar, instruir e guiar o usuário na interação com o sistema.

Na seção sala de bate-papo do Virtus, no entanto, não há nenhum aviso ou mensagem própria do sistema (Figura 4.2) alertando que o chat está fora do ar.

Na mesma tela, percebe-se também que não existe qualquer rótulo indicando em que área o usuário se encontra, o que desfavorece sua condução pelo ambiente.

Figura 4.2 –Chat fora do ar

Por outro lado, nas demais seções (agenda de atividades, lista de participantes, mural virtual, central de documentos, biblioteca de links, gerenciamento da sala e guia do usuário) do menu principal (tanto no módulo de convivência quanto no de edição) foi notada a existência de rótulos indicativos (Figura 4.3).

Figura 4.3 – Presença de rótulo indicativo em algumas seções do Virtus

Porém, no caso específico do módulo de edição, mais particularmente nas seções que oferecem a opção apagar, novos problemas com rótulos foram detectados. Por exemplo, todas às vezes que o usuário acessa a função apagar (da agenda de atividades (Figura 4.4), da lista de participantes, da central de documentos, do mural virtual e da biblioteca de links (Figura 4.5)), ele é levado a uma área onde não há rótulo indicativo de qual seção ele está, o que acaba por desfavorecer sua condução pelo ambiente.

Figura 4.4 – Ausência de rótulo indicativo na área de remoção da agenda

Figura 4.5 – Ausência de rótulo indicativo na área de remoção da biblioteca Condução, por sua vez, é o primeiro dos oito critérios de usabilidade recomendados por Bastien & Scapin (1993). Ele se divide ainda em quatro sub-critérios:

 Presteza;

Feedback imediato;

 Legibilidade; e

 Agrupamento/distinção de itens.

a.1) Presteza

O software prestativo facilita a navegação na aplicação, reduzindo a necessidade de o usuário aprender séries de comandos e, por conseqüência, diminui a quantidade de erros. Além disso, auxilia na percepção do estado corrente do sistema, permitindo ao usuário ter conhecimento do ponto em que se encontra no diálogo e das ações que resultaram naquele contexto.

Segundo Bastien & Scapin (1993), entende-se por presteza os mecanismos que o software oferece para:

- guiar o usuário na execução de tarefas específicas, como a entrada de dados, por exemplo;

- permitir ao usuário conhecer as alternativas possíveis;

- informar o usuário sobre o estado ou contexto atual do sistema; e - auxiliar o usuário, como os helps, por exemplo.

A seguir, será apresentada uma breve análise de como cada um destes mecanismos são (ou não) utilizados no Virtus.

Mecanismo 01: Guiar o usuário na execução de tarefas específicas

Nas telas do Virtus, onde há entrada de dados, quando o usuário deixa de preencher um campo obrigatório ou preenche alguma informação inválida, o sistema deveria guiá-lo através de boas mensagens de alerta. Mas, na prática, isso raramente acontece.

Mecanismo 02: Permitir ao usuário conhecer as alternativas possíveis

O conjunto de instruções (mensagens, alertas, avisos, entre outros) provido pelo sistema e a forma como as informações são apresentadas pelo mesmo não auxiliam os usuários a conhecer as opções disponíveis.

Mecanismo 03: Informar o usuário sobre o estado ou contexto atual do sistema

Quando faz uso de rótulos indicativos, o Virtus informa o usuário sobre o estado atual do sistema, facilitando sua condução pelo mesmo. Porém, como foi mostrado anteriormente, em algumas situações os rótulos não foram implementados.

Mecanismo 04: Auxiliar o usuário, com helps, por exemplo

O Virtus não oferece um mecanismo de ajuda propriamente dito.

Apresenta apenas um guia do usuário [Barros & Martins, 2007] (Figura 4.6) que pode ser obtido através de download, mas que não atende a real necessidade do usuário, que é ter suas dúvidas sanadas no momento em que elas surgem.

Figura 4.6 – Guia do usuário do Virtus

a.2) Feedback Informativo

Segundo Bastien & Scapin (1993), este critério trata das respostas fornecidas pelo sistema às ações do usuário. A ausência de feedback pode dar ao usuário a impressão de que o sistema tenha falhado. No Virtus, em alguns casos, pôde-se constatar essa ausência. Na área de inserção de arquivos da central de documentos, por exemplo, caso um usuário desapercebido tente inserir um arquivo cujo tamanho exceda o permitido, o sistema exibe de imediato uma tela branca (Figura 4.7), sem qualquer resposta, mensagem ou aviso ao usuário.

Figura 4.7 – Ausência de feedback na central de documentos

A mesma tela branca é exibida caso o usuário professor, ao tentar cadastrar dados na biblioteca de links, deixe de preencher o campo nome.

Os casos supracitados poderiam ser facilmente evitados se o sistema possuísse um mecanismo de validação de dados que alertasse o usuário toda vez ele deixasse um

campo obrigatório vazio e, que fizesse a verificação do tamanho dos arquivos que se submetessem ao processo de upload.

Ainda segundo Bastien & Scapin (1993), por mais simples que seja a ação do usuário, o sistema deve proporcionar uma resposta adequadamente breve, consistente e distinta.

A seguir, será apresentada uma análise concisa de como cada uma destas modalidades de resposta são (ou não) disponibilizadas pelo portal Virtus.

Resposta Breve

Todas as respostas fornecidas pelo Virtus se mostraram convenientemente breves (Figura 4.8).

Figura 4.8 – Mensagem de senha incorreta

Resposta Consistente

No Virtus, há situações em que o sistema emite uma resposta informando que determinada operação foi realizada com sucesso quando na verdade não foi. Em todas essas ocasiões, a resposta pode ser classificada como inconsistente.

Na área de inserção de dados da agenda de atividades, por exemplo, quando o usuário deixa de preencher o campo solicitado e seleciona com o mouse a opção inserir informações (Figura 4.9), o sistema - erroneamente - exibe uma mensagem informando que a operação foi realizada com sucesso (Figura 4.10).

Figura 4.9 – Área de inserção de dados da Agenda

Figura 4.10 – Mensagem de confirmação de inserção de dados na agenda

Resposta Distinta

Em todas as áreas do Virtus em que há remoção de itens (arquivos da central de documentos, mensagens do mural virtual, dados da biblioteca de links, informações da agenda de atividades, participantes da lista de participantes) a mensagem de confirmação, indistintamente, foi sempre a mesma (Figura 4.11).

Figura 4.11 – Mensagens pouco específicas nas áreas de remoção

Essa ausência de mensagens específicas para cada tipo de situação também esteve presente em todas as telas das regiões onde há inserção de itens (Figura 4.12).

Figura 4.12 – Mensagens pouco específicas nas áreas de inserção

As respostas apresentados pelo ambiente deveriam ser mais específicas, mais individualizadas. Entretanto, isso raramente acontece.

O grau de distinção das respostas do Virtus é muito baixo, para se ter uma idéia até mesmo uma simples diferenciação entre mensagens no singular e no plural, não é realizada. Na central de documentos, por exemplo, caso o usuário apague apenas um arquivo ou remova vários documentos, a mensagem de confirmação é sempre a mesma, e sempre no plural (Figura 4.13).

Figura 4.13 – Mensagem de confirmação de remoção de arquivos

No geral, pode-se dizer que as respostas providas pelo Virtus são breves, no entanto, pouco consistentes e nada distintas.

a.3) Legibilidade

Segundo Bastien & Scapin (1993), a legibilidade trata das características léxicas das informações apresentadas e que podem facilitar ou dificultar a sua leitura:

características dos caracteres como brilho e contraste com o fundo, tamanho de fonte, espaçamento entre palavras, linhas e parágrafos, tamanho da linha e outros.

No Virtus, percebe-se que há uma padronização no estilo das fontes, favorecendo a velocidade da leitura. As mudanças no tamanho da fonte são sutis, para distinguir diferentes tipos de informação.

Pela figura 4.14, nota-se que o item central de documentos no frame principal possui destaque. Este realce é conseguido através de um sensível e discreto aumento no tamanho da fonte e uso do negrito.

Figura 4.14 – Rótulo indicativo em destaque na central de documentos

A utilização de cores aberrantes e backgrounds extravagantes foi evitada, favorecendo a legibilidade do ambiente. Outro fator que a beneficia é o fato dos campos de envio de mensagem e de comentários possuírem uma resolução (Figuras 4.15 e 4.16) que permite que o usuário veja tudo que está digitando.

Figura 4.15 – Campo mensagem da agenda de atividades

Figura 4.16 – Campo apresentação da lista de participantes

No entanto, a legibilidade do Virtus foi afetada pelo fato do mesmo não prover mecanismos de paginação nas principais áreas de visualização de informação do ambiente. Com isso, à medida que a quantidade de itens de informação (número de arquivos na central de documentos, quantidade de mensagens do mural, coleção de participantes da lista, entre outros) do ambiente cresce, o espaçamento entre o primeiro e o último item pode vir a se tornar demasiadamente grande, a ponto de transformar uma simples procura por uma informação desejada em um trabalho extremamente árduo e altamente improdutivo.

Um bom modelo de paginação que poderia ser adotado pelo Virtus seria o que é utilizado pelo sistema Orkut2, conforme pode ser visto através da figura 4.17.

Figura 4.17 – Modelo de paginação utilizado pelo sistema Orkut

Com ele, a leitura das informações disponibilizadas pelo Virtus seria facilitada, conseqüentemente o desempenho de seus usuários aumentaria consideravelmente.

a.4) Agrupamento/distinção de itens

O sub-critério agrupamento/distinção de itens se divide em:

 Agrupamento/distinção por Localização; e

 Agrupamento/distinção por Formato.

a.4.1) Agrupamento/distinção por Localização

Este critério aborda o posicionamento dos objetos na interface como forma de diferenciar as classes de itens e determinar a que classe cada item pertence. Segundo Bastien & Scapin (1993), itens melhor agrupados são mais facilmente entendidos.

No menu principal do Virtus, por sua vez, nota-se claramente que há duas classes de itens distintas agrupadas por localização.

A primeira delas exibe as funcionalidades do ambiente, estando localizada no menu lateral. Já a segunda dispõe dos módulos do sistema, e se localiza no menu superior (Figura 4.18).

2 O Orkut (ou orkut) é uma rede social filiada ao Google, criada em 24 de Janeiro de 2004 com o objetivo de ajudar seus membros a criar novas amizades e manter relacionamentos [Orkut, 2007].

Figura 4.18 – Classes de itens distintas agrupadas por localização

Na página de entrada do Virtus (Figura 4.19), no entanto, os itens buscar sala e criar sala estão mal agrupados.

Figura 4.19 – Itens mal agrupados na página de entrada do Virtus

Com isso, o usuário pode ser levado ao erro ao selecionar um destes itens pensando estar selecionando o outro.

Se eles estivessem melhor localizados, seriam mais facilmente compreendidos e conseqüentemente a quantidade de erros seria atenuada.

a.4.2) Agrupamento/distinção por Formato

Este critério concentra-se no uso de recursos gráficos (formato, fonte e cor, por exemplo) como forma de diferenciar as classes de itens e determinar a que classe cada item pertence.

O Virtus faz uso desse critério ao distinguir as cores de fundo do menu superior e do menu lateral (Figura 4.18) para diferenciar classes de itens distintas.

Os itens do menu que têm cor de fundo vermelha, são relativos à classe funcionalidades do ambiente (Figura 4.20).

Figura 4.20 – Itens do menu pertencentes à classe funcionalidades do ambiente

Já os itens do menu que possuem cor de fundo preta, dizem respeito à classe módulos do sistema (Figura 4.21).

Figura 4.21 – Itens do menu pertencentes à classe módulos do sistema

Essa diferenciação facilita a aprendizagem e a utilização do ambiente.

A seguir, será apresentado como se processou a análise do critério carga de trabalho (parte b) na interface do Virtus.

Será mostrada também a análise de seus sub-critérios - brevidade (b.1) e densidade informacional (b.2) – bem como a avaliação de seus critérios elementares:

concisão (b.1.1) e ações mínimas (b.1.2).

b) Carga de Trabalho

Este critério aborda os elementos de interface que têm papel importante na redução da carga cognitiva e perceptiva do usuário e no aumento da eficiência do diálogo. Quanto maior a carga de trabalho, maior é a chance de o usuário cometer erros.

Alguns cuidados no projeto permitem reduzir a carga de trabalho do usuário e obter maior eficiência na execução das tarefas:

- redução da quantidade de elementos de interface que possam distrair o usuário; e

- diminuir a extensão das ações requeridas do usuário.

O presente critério se divide em:

 Brevidade; e

 Densidade informacional.

b.1) Brevidade

Este critério é concernente à carga cognitiva e perceptiva do usuário tanto para entradas e saídas individuais, quanto para conjuntos de entradas (ou seja, conjuntos de ações requeridas para alcançar algum objetivo ou executar uma tarefa). A principal preocupação desse critério é a limitação de trabalho de entrada e leitura, e a diminuição do número de passos das ações.

Este critério se divide em:

 Concisão; e

 Ações mínimas.

b.1.1) Concisão

Este critério diz respeito à carga de trabalho cognitiva e perceptiva do usuário para entradas e saídas individuais.

Como a memória de curto termo é limitada, quanto mais curtas as entradas, menores serão as possibilidades de erros. Além disso, quanto mais sucintos forem os itens de informação, menores serão os tempos de leitura.

No Virtus, se houvesse logon do aluno, algumas áreas do sistema poderiam se tornar mais concisas, uma vez que dessa forma os alunos não precisariam estar informando seus nomes (o sistema os reconheceria automaticamente) em todas as áreas de cadastro (central de documentos (Figura 4.22), lista de participantes, biblioteca de links, mural virtual), como acontece atualmente.

O cadastro de arquivos na central de documentos (Figura 4.22), por sua vez, poderia ficar ainda mais conciso caso o item de informação tipo de arquivo fosse eliminado da tela, uma vez que ele se mostrou redundante, já que a tipologia do documento pode ser extraída facilmente através do campo arquivo a ser enviado.

Figura 4.22 – Tela de inserção de arquivos na central de documentos

Com uma tela de cadastro de documentos menos sobrecarregada (conforme sugere a figura 4.23), as informações poderiam ser lidas com maior rapidez,

conseqüentemente haveria um aumento no desempenho do usuário. Além disso, a chance de um usuário vir a cometer algum tipo de equívoco seria atenuada, visto que a quantidade de entradas exigidas seria reduzida.

Figura 4.23 – Tela de inserção de arquivos na central de documentos mais concisa

b.1.2) Ações mínimas

Segundo Bastien & Scapin (1993), este critério é concernente à carga de trabalho relativa ao número de ações necessárias para executar uma tarefa ou alcançar um objetivo. Basicamente, trata da redução do número de passos à menor quantidade necessária para alcançar os resultados desejados.

No Virtus, no entanto, conforme atestam os dois casos que serão mostrados a seguir, essa recomendação é seguidamente infringida.

Caso 01: Problemas com a operação editar

No Virtus, o número de passos necessários para a realização da operação editar nas principais seções do ambiente poderia ser diminuído consideravelmente caso o sistema disponibilizasse esta funcionalidade em todas as seções em que sua presença se faz necessária.

Imagine a situação hipotética: um usuário do Virtus após inserir um link na biblioteca, percebeu que as informações cadastradas apresentam problemas, por isso resolveu tentar corrigi-las. Como o Virtus não dispõe de um mecanismo próprio de

edição, ele teve a idéia de apagar as informações cadastradas e posteriormente inserir um novo link.

A seguir, a seqüência de passos que deverá ser seguida por este usuário para que ele possa atingir seu objetivo:

01. Selecionar com o mouse a seção biblioteca de links 02. Selecionar com o mouse a operação apagar

03. Selecionar a informação a ser apagada

04. Selecionar com o mouse o botão apagar informações 05. Selecionar com o mouse novamente a biblioteca de links 06. Selecionar com o mouse inserir link

07. Preencher o campo url 08. Preencher o campo título

09. Preencher o campo comentário 10. Preencher o campo nome

11. Selecionar com o mouse inserir arquivo

A seguir, a seqüência de ações (mínimas) que poderia ser seguida por este usuário para executar a operação almejada, caso o Virtus provesse mecanismos de edição:

01. Selecionar com o mouse a biblioteca de links 02. Selecionar com o mouse a informação a ser editada 03. Editar a informação

04. Selecionar com o mouse a editar link

Através do exemplo hipotético, observa-se que o número de passos poderia ser até três vez menor que a quantidade atual, caso o sistema possuísse mecanismos explícitos de edição.

Caso 02: Problemas com a operação apagar

No mural virtual, por exemplo, após apagar um objeto, o usuário é levado a uma tela onde não está disponível a opção voltar (Figura 3.24).

Figura 4.24 – Tela do mural – Ausência da opção voltar

Com isso, caso o usuário deseje remover outro objeto, ele terá que executar pelo menos dois passos a mais (selecionar a seção mural virtual e posteriormente a opção apagar) para realizar esta operação, do que o recomendado.

Este problema não é exclusivo do mural virtual, uma vez que ele também ocorre na central de documentos, na lista de participantes, na biblioteca de links e na agenda de atividades.

b.2) Densidade Informacional

Na maioria das tarefas, o desempenho do usuário é prejudicado – e, conseqüentemente os erros tornam-se mais freqüentes - quando a densidade de informação é muito alta ou muito baixa.

Por isso, segundo Bastien & Scapin (1993), alguns cuidados devem ser tomados no projeto da interface. A apresentação destes cuidados, e a forma como eles são (ou não) tomados pelo Virtus serão exibidas a seguir:

01: Itens não relacionados com a tarefa devem ser removidos

O conteúdo do guia do usuário [Barros & Martins, 2007] disponibilizado pelo Virtus se mostrou interessante, sobretudo o capítulo (Figura 4.25) que apresenta o manual de usabilidade.

Figura 4.25 – Tela do manual de usabilidade presente no guia do usuário do Virtus

Entretanto, a presença de outros temas (Figura 4.26) não totalmente associados a um tutorial3 podem distrair os usuários, levando-os a não utilizar o guia da melhor forma possível.

Figura 4.26 – Tela inicial do primeiro capítulo do guia do usuário

Desta forma, seria mais interessante que o guia disponibilizado pelo Virtus fosse exclusivamente um manual de usabilidade. Com isso, ele estaria mais apto a orientar

3 Um tutorial é um programa ou texto, contendo ou não imagens, que ensina, passo a passo, didaticamente, como algo funciona.

efetivamente os usuários através da um conjunto de demonstrações passo a passo de como realizar as tarefas do sistema.

02: O usuário não pode ser obrigado a executar complexas atividades cognitivas que não existem na tarefa manual

No Virtus, como as principais seções do ambiente não dispõem da função editar, o usuário que queira atualizar um item de qualquer uma dessas seções, terá que executar uma remoção seguida de uma nova inserção. Uma tarefa que não é das mais simples, sobretudo para os usuários novatos.

03: Os usuários não devem ser obrigados a memorizar longas listas de dados e procedimentos complicados

A forma como determinados itens de informação (arquivo na central de documentos, links da biblioteca, participantes da lista, entre outros.) estão dispostos na interface do Virtus somada ao fato de não haver mecanismos de paginação pode fazer com que o grau de dificuldade de uma simples tarefa de busca por informação aumente consideravelmente.

A seguir, será apresentado como se processou a análise do critério controle explícito (parte c) na interface do Virtus.

Será mostrada também a análise de seus sub-critérios: ações explícitas do usuário (c.1) e controle do usuário (c.2).

c) Controle Explícito

Este critério enfoca o processamento executado pelo sistema a partir das ações explícitas do usuário e, também, o controle que o usuário tem sobre o processamento e as ações tomadas pelo sistema.

Quando o usuário define de maneira explícita suas entradas, e essas entradas estão sob seu controle, as possibilidades de ambigüidades são reduzidas. Por isso, o sistema terá melhor aceitação se o usuário tiver total controle sobre o diálogo.

Este critério se divide em:

 Ações explícitas do usuário; e

 Controle do usuário.

c.1) Ações Explícitas dos Usuários

Este critério refere-se às relações entre o processamento executado pelo computador e as ações do usuário. Esta relação deve ser explícita, ou seja, o computador deve processar exclusivamente as ações solicitadas e no momento requerido pelo usuário.

No Virtus, no entanto, o sistema nem sempre aciona as ações requeridas pelo usuário. Por exemplo, quando um usuário seleciona com o mouse a seção sala de bate-papo, ele tem o intuito de ver as seções já realizadas ou interagir sincronamente com outros usuários, porém o sistema não permite nem uma coisa, nem outra (Figura 4.2).

Da mesma forma, quando um usuário seleciona com o mouse o botão desativar da área de gerenciamento da sala, ele deseja que a partir daquele momento a sala virtual esteja desativada, porém não é isso que acontece.

Problema similiar ocorre na busca por salas (Figura 4.19), visto que o sistema de busca apresentou limitações. Por exemplo, quando um usuário cria um curso cujo nome tenha mais de duas palavras (usabilidade em ave, por exemplo), caso o usuário digite no campo de busca apenas a primeira e a última palavra e, posteriormente clique em buscar, o sistema, ao invés de retornar todos os registros que possuam pelo menos uma destas palavras, simplesmente não retorna nada, frustrando o usuário.

Como no Virtus em algumas situações não houve processamento das operações a partir de ações explícitas dos usuários, consequentemente, a aprendizagem e o entendimento do sistema foram prejudicados, resultando em uma maior quantidade de erros.

c.2) Controle do Usuário

Este critério refere-se à necessidade de o usuário estar sempre no controle do processamento do sistema, podendo, por exemplo, acionar mecanismos de interrupção, cancelamento, suspensão ou continuação.

No Virtus, no entanto, estes mecanismos não são disponibilizados, conforme a análise presente no quadro 4.1:

Quadro 4.1 – Análise no Virtus do critério Controle do usuário segundo às recomendações de Bastien e Scapin

Mecanismo Justificativa

Interrupção Não há opções para fechar uma tela ou sair de uma situação.

Cancelamento Não há opções para cancelar uma determinada operação Suspensão Não há opções para voltar a uma tela anterior.

Continuação Não há opções para avançar para uma nova tela.

A ausência desses mecanismos faz com que o usuário não possa ter um controle adequado sobre o sistema, o que faz aumentar a chance de ocorrência de erros.

Conseqüentemente, o sistema torna-se mais imprevisível.

A seguir, será apresentado como se processou a análise do critério adaptabilidade (parte d) na interface do Virtus. Será mostrada também a análise de seus sub-critérios: flexibilidade (d.1) e experiência do usuário (d.2).

d) Adaptabilidade

Este critério se refere à capacidade que o sistema apresenta para reagir contextualmente e de acordo com as necessidades e preferências do usuário.

O critério adaptabilidade se divide ainda em:

 Flexibilidade; e

 Experiência do usuário.

d.1) Flexibilidade