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2 REVISÃO DA LITERATURA

5.3 ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos documentos referentes aos PPPs e dos resumos dos projetos de pesquisa e extensão foi feita mediante a utilização do software Alceste (Análise Lexical Contextual de um Conjunto de Segmentos de Texto versão 4.9), desenvolvido por Max Reinert. Este programa conjuga uma série de procedimentos estatísticos aplicados a banco de dados textuais, como entrevistas, obras literárias, artigos de jornais e revistas, entre outros. A base do funcionamento do programa traz a idéia de relação entre contexto lingüístico e

representação coletiva ou entre unidade de contexto e contexto típico19. Os documentos foram

lidos, tendo como suporte teórico básico as DCNs.

Em relação às entrevistas estas foram submetidas aos procedimentos relatados pela

técnica de análise de conteúdo segundo Bardin4, que é um conjunto de técnica de análise das

comunicações, que visa obter, por procedimentos e objetivos sistemáticos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitem a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens. A técnica de análise possui três etapas: pré-análise, descrição analítica e interpretação inferencial. (FIGURA I)

Os conteúdos das entrevistas constituíram o “corpus do estudo”, em seguida foi

realizada a leitura flutuante que objetiva apenas selecionar e organizar o material transcrito (conteúdos das entrevistas), assim como, a classificação, categorização e codificação das informações obtidas. As Unidades de Análises (UA), bem como as subcategorias,emergiram das categorias estabelecidas a posteriori, a partir dos resultados contidos nas entrevistas.

Para Bardin4 a pré-análise é simplesmente a organização do material que queremos na

fase inicial. A descrição analítica é a segunda fase, em que o corpus é submetido a um estudo aprofundado, sendo orientado, em princípio, pelas hipóteses e referenciais teóricos. Os procedimentos como: a codificação, a classificação e a categorização são consideradas básicas nessa instância do estudo.

Por fim, a fase de interpretação inferencial, que representa a terceira fase, se refere à reflexão que engloba a etapa intermediária, entre a descrição e a interpretação dos dados. Essa ocorre com embasamento nos materiais que proporciona estabelecer relações, sobre a função do supervisor; aprofunda as conexões das ideias, chegando a propostas básicas de transformações nos limites das estruturas específicas e gerais.

Figura 1 - Desenvolvimento de uma análise segundo Bardin4

5.3.1 Seqüência das Análises

5.3.1.1 Análise a partir do Alceste

A análise através do Alceste (4.9) toma como base os documentos dos três PPPs, com suas ementas e os resumos dos projetos de pesquisa e extensão dos cursos de odontologia do

RN. “Após o estabelecimento das Unidades de Contextos Iniciais (UCIs) essas foram

separadas pelas linhas de comando, também chamadas de” linhas de asteriscos”, para os

documentos da UFRN (0001 *emf *pef *exf), UERN(0002*eme *pee *exe) e UNP(0003 *emp * pep *exp). A partir do reconhecimento destas UCIs, o próprio programa Alceste dividiu o material em Unidades de Contextos Elementares (UCEs).

Segundo Reinert19, elas são segmentos de texto, na maior parte das vezes, do tamanho

de três linhas, dimensionadas pelo programa informático em função do tamanho do corpus e, em geral, respeitando a pontuação.

Essa análise contempla quatro etapas: Na primeira o programa prepara o corpus, reconhece as UCIs, faz uma primeira segmentação do texto, agrupa as ocorrências das palavras em função de suas raízes e procede ao cálculo da freqüência destas formas reduzidas. Na segunda as UCEs são classificadas em função dos seus respectivos vocabulários, e o conjunto delas é repartido em função da freqüência das formas reduzidas. A partir de matrizes cruzando formas reduzidas e UCEs, variando o tamanho das UCEs, aplica-se o método de Classificação Hierárquica Descendente (CHD) e obtém - se uma classificação definitiva.

Esta análise visa obter classes de UCEs que ao mesmo tempo, apresentam vocabulário semelhante entre si, e vocabulário diferente das UCEs das outras classes. Para isto, utiliza-se do teste do qui-quadrado de associação das formas reduzidas e das UCEs às classes. A terceira etapa fornece os resultados mais importantes. O programa apresenta o dendongrama da CHD, que ilustra a relação entre as classes. Além disso, executa cálculos complementares para cada uma das classes, obtidas a partir dos cálculos da etapa precedente, e fornece resultados que nos permite a descrição de cada uma das classes, principalmente, pelo seu vocabulário característico (léxico) e pelas suas palavras com asteriscos (variáveis significativas). Na última etapa, com base nas classes de UCEs escolhidas anteriormente, o programa calcula e fornece as UCEs mais características de cada classe. Produz ainda a Classificação Hierárquica ascendente (CHAS) para cada classe, permitindo assim, o estudo das relações dos elementos (formas) intra-classe.

Em síntese as operações que produzem os resultados significativos para a interpretação do corpus desse estudo são o dendograma da classificação hierárquica descendente, a descrição das classes, a seleção das UCEs, mais características de cada classe e a classificação hierárquica ascendente das palavras por classes. Também ocorre a produção do dicionário das formas reduzidas, o que aprimora globalmente a análise do corpus.

5.3.1.2 Análise das Entrevistas segundo Bardin4

a) Primeiro momento: Pré-análise

Foram selecionados e organizados os documentos para a realização da pesquisa. Como fontes primárias foram utilizadas os dados dos conteúdos contidos na entrevista com os

professores, cuja transcrição formou o “corpus do estudo”. Em seguida, todos os documentos

foram submetidos à leitura inicial ou flutuante.

b) Segundo momento: Descrição Analítica e Codificação

Os documentos foram relidos para uma maior apropriação destes. A posteriori foram estabelecidas as categorias, subcategorias e as Unidades de Análise (UA-palavras).

As etapas da codificação correspondem a uma transformação, que pode ser feita por recorte, agregação e enumeração, permitindo atingir uma representação do conteúdo ou de sua expressão. Os critérios para as codificações das entrevistas foram à utilização das agregações das letras iniciais das categorias e subcategorias emergentes.

Após a subcategorização e a categorização, as UA emergiram a partir dos conteúdos

presentes nas categorias e subcategorias extraídas das leituras das entrevistas. As UA tiveram

como parâmetro, a freqüência com que foram citados esses conteúdos, pois à medida que aumenta a aparição da freqüência, aumenta a importância da categoria, levando-se em questão todo o texto narrado e descrito.

c) Terceiro Momento: Interpretação Inferencial

A fase da interpretação inferencial na análise de conteúdo determina a significação das características dos documentos, dos textos selecionados, a necessidade de se retirar proposições existentes e a ligação destas com novas que possam existir. A análise dos

documentos, portanto, prima pela busca, pela compreensão, interpretação das mensagens extraídas e da relação real da produção e da recepção destas, para fundamentar impressões, idéias que gerem resultados de confiança. Desta forma, analisa-se o conteúdo por trás de todas as realidades geradas pelas mensagens, contribuindo para a consolidação da descrição destes, refletindo assim, a inferência, a representação e a interpretação dos significados extraídos.

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