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Análise dos documentos incluídos na Revisão Integrativa – Principais temáticas e

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.2 Análise dos documentos incluídos na Revisão Integrativa – Principais temáticas e

No estudo realizado por Oliveira (2016) acerca da avaliação da capacidade dos enfermeiros no ambiente de trabalho no HUOL, 82% dos enfermeiros consideraram muito provável que será capaz de executar suas atividades de trabalho, embora quando avaliada os tipos de doenças diagnosticadas nesses profissionais foram identificadas em maiores porcentagens as Infecções repetidas do trato respiratório (17%), lesão nas costas (12%), gastrite (12%) e classificadas como Outros problemas que não estavam dentre as opções (35%).

Ao avaliar as características de trabalho e os fatores de risco para a doença cardiovascular nos enfermeiros do HUOL, Da Silva (2016) observou que 51,4% dos entrevistados tinham sobrepeso e 51,4% eram sedentários, como também ressaltou que os enfermeiros que trabalhavam mais de 40h semanais obtiveram risco cardiovascular maiores que os demais. De forma geral, a autora relata que os dados apresentados configuram que a maioria apresentou um baixo risco cardiovascular pelo índice tornozelo-branquial.

Bezerra (2016) ao investigar o nível de estresse e a presença de síndrome de Burnout em 108 enfermeiros atuantes do período diurno e noturno, por meio da aplicação de questionários, Escala de Bianchi e Masiach Burnout Inventory, identificou que, com relação ao estresse, tanto os enfermeiros atuantes no período diurno quanto noturno apresentam nível médio, assim como os escores encontrados para presença de síndrome de Burnout. Tais dados advertem certa carência de atenção e precaução, uma vez que pode evidenciar fragilidade emocional do profissional com relação ao desgaste emocional e laboral.

Viana (2016) analisou, o padrão de qualidade de sono e de vida dos enfermeiros nos turnos hospitalares considerando alguns parâmetros (tempo de cochilo, latência, horas dormidas, sensação ao acordar, qualidade de sono, entre outros), constatando que os enfermeiros que trabalham no período diurno têm melhor qualidade de sono quando comparados com os que trabalham no turno oposto, como também apresentam uma melhor qualidade de vida (funcional, psicológica, social e ambiente), isto por que, é comum que enfermeiros do período noturno sofram com distúrbios de sono, aumento de sonolência diurna, dentre outros.

Outra autora que também investigou a qualidade de vida no trabalho, no entanto, mais focada em ansiedade e depressão foi Cruz (2016) que observou, após avaliar 102 profissionais da saúde, que 18% sofrem de ansiedade, enquanto 13% apresentam sintomatologia depressiva. Quando avaliada por categoria profissional, os fisioterapeutas foram os trabalhadores que apresentaram o maior percentual de ansiedade (20%) e os técnicos/auxiliares de enfermagem cerca de 17,6% de sintomatologia depressiva. De maneira geral, a qualidade de vida dos profissionais da saúde foi considerada satisfatória, no então a autora ressalta algumas insatisfações expressadas como remuneração, condições de trabalho, pouco tempo disponível para convívio social, entre outros.

Damasceno (2016) em seu estudo sugeriu alterações na enfermaria pediátrica para melhor desenvolvimento das atividades minimizando ou eliminando adoecimento da equipe de trabalho, pois ao avaliar possíveis problemas quanto as condições ergonômicas do posto de enfermagem, notou problemas interfaciais, acionais, espacial/arquitetural, químico/ambientais, organizacionais e físico/ambientais. Vale salientar que todos os problemas encontrados pela autora, foram registrados fotograficamente e expostos no estudo, bem como indicações de soluções para cada problema.

Rodrigues (2016) também investigou o nível de estresse em enfermeiros, no entanto, focado no clima organizacional do ambiente hospitalar e observou que o estresse foi relatado em 22,5% desses profissionais que ressaltaram fases de resistência e de exaustão. No que se refere ao clima organizacional, os profissionais indicaram “condições de trabalho” como a maior satisfação. Quando relacionado o clima organizacional e o estresse, mostrou que 55% dos enfermeiros com menos de um ano de atuação não desenvolveram estresse, no entanto 45% apresentaram estresse no decorrer da pesquisa.

Magalhães (2017) buscou identificar os indicadores de saúde dos trabalhadores focando na Perícia oficial em saúde e Exame médico periódico, notando que o gênero feminino é o perfil que mais possui afastamento por razões de doença, que maior parte dos afastamentos a curto prazo é devido a doenças respiratórias, infecciosas, parasitarias, sistema osteomuscular, entre outras. Enquanto licenças de longa duração as razões com maior frequência foram doenças mentais, doença osteomuscular, doença do aparelho respiratório, entre outras.

A pesquisa realizada no HUOL sobre satisfação no trabalho e adoecimento psíquico entre os profissionais de enfermagem, por Nóbrega (2018), contou com a participação total de 94 profissionais e a coleta foi laborada a partir da aplicação de questionários de identificação do perfil sócio demográfico e funcional, assim como para a averiguação da satisfação no trabalho e da incidência de Transtornos Mentais Comuns (TMC). Seus resultados expuseram que a satisfação com o trabalho teve níveis moderados, o fator “Satisfação com o Ambiente Físico de Trabalho” foi o menos tendente a trazer insatisfação, diferindo do fator “Satisfação com as Relações Hierárquicas”, que se mostrou determinante para a insatisfação dos trabalhadores. Além disso, o estudo revelou que 92,47% dos profissionais possuem algum tipo de TMC, mesmo que a relação entre insatisfação e trabalho seja baixo-moderada, ou seja, os profissionais insatisfeitos tem apenas 6,52 mais chances de apresentar alguma TMC.

Tal qual o estudo anterior, Silva Jr. (2018) desenvolveu uma pesquisa relacionando contexto de trabalho e estresse entre os profissionais de enfermagem por meio de uma pesquisa documental e aplicação de questionários (Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho - EACT e Escala de Estresse no Trabalho - EET). A amostra ao final da pesquisa contou com 94 profissionais de enfermagem, sendo 46 enfermeiros, 29 técnicos de enfermagem e 19 auxiliares de enfermagem. Seus resultados apontaram para a determinação da correlação entre a insatisfação com o contexto de trabalho e o adoecimento. A dimensão “organização do trabalho” contribui para a construção do contexto de trabalho, e despontou como a mais crítica em relação à influência sobre o estresse percebido. Em conseguinte, a dimensão “relações socioprofissionais” alcançou o segundo maior grau de representatividade (α=0,91). A pesquisa com aparatos estatísticos complexos também relacionou outros fatores, como os sociodemográficos. De maneira geral, considerou-se o estresse ocupacional moderado, com média geral de 2,76 (considerando a Escala Likert 1 a 5), advertindo que essa consideração pode estar relacionada a pouca autonomia e controle, tipo de tarefa e ambiente, relações de trabalho e pouco crescimento e valorização, sendo este último o elemento mais preocupante.

Avaliando os impactos da contratualização do Hospital com a EBSERH, Pessoa (2018) realizou seu trabalho focando na cultura organizacional e nas condições de trabalho, contando com a participação de 17 profissionais de

enfermagem que tem vínculo formal de trabalho com a UFRN. Nos resultados são colocadas algumas falas dos participantes, correlacionando com aspetos da organização e as mudanças realizadas com a entrada da EBSERH. Em suma, apresentou-se que as mudanças que aconteceram a partir da mudança cultural mostrou um impacto negativo nas condições de trabalho. Pode-se enfatizar a percepção de assédio moral no trabalho, perda de autonomia da classe dos enfermeiros, perda de valores e identidades e aspectos negativos relacionados a postura da gestão. A pesquisa se coloca à disposição para compor um Roteiro Orientativo para a Gestão da Mudança Cultural e das Condições de Trabalho Após a Contratualização

Seguindo a temática da pesquisa de Silva Jr. (2018), Tavares (2019) buscou por mudanças no contexto de trabalho e adoecimento do enfermeiro no âmbito do HUOL a partir de uma análise documental, entrevistas e emprego de questionário estruturado, com uma amostra constituída por 41 enfermeiros que foram prenotados no período de 2011 a 2015. De acordo com os resultados, que foram tratados estatisticamente pelo mesmo procedimento metodológico do trabalho supracitado, a insatisfação cresceu com a entrada da atual gestão (EBSERH), por conta das condições e formas de organização e dos aspectos relativos à dimensão social do trabalho. Portanto, as relações socioprofissionais são caracterizadas como sendo de grande importância no que diz respeito aos impactos negativos referentes a saúde e bem-estar do enfermeiro no HUOL.

Paiva (2017) analisou a qualidade de vida e fatores de risco para a síndrome de Burnout em profissionais da saúde, utilizando como instrumentos o Inventário da Síndrome de Burnout da OMS e um questionário com variáveis sociodemográficas e do trabalho. A amostra contou com 436 profissionais da saúde atuantes em hospitais universitários do Nordeste. Os resultados foram tratados estatisticamente e quanto as dimensões da síndrome de Burnout, evidenciou-se principalmente baixa exaustão profissional, alta despersonalização e baixa realização profissional entre médicos e técnicos de enfermagem, enquanto os enfermeiros apresentaram altos índices para essa última. Quanto as associações das variáveis, destacam-se, na classe dos enfermeiros (p=0,04) associação entre despersonalização e grau de formação; para os técnicos, associação entre exaustão emocional e as variáveis grau de formação e local de trabalho, e na classe médica, entre realização profissional e grau de formação (p=0,01). Os fatores identificados como agravantes da qualidade de vida para os

profissionais da saúde foram acentuados como peculiares, levando a necessidade de novas pesquisas para otimizar os cuidados à saúde mental dos trabalhadores.

Mendonça e colaboradores (2015), delinearam por meio de sua análise o perfil de acidentes de trabalho envolvendo profissionais de enfermagem no ambiente da Terapia Intensiva, realizando um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa com uma amostra de 45 profissionais. Os resultados apontaram que a região do corpo mais afetada com lesões foram os dedos (35,6%), e como principal causa o reencape de agulhas (48,8%). Por fim, a manipulação de materiais perfurantes e cortantes foi caracterizado como risco ocupacional recorrente no perfil de acidentes de trabalho dos profissionais de enfermagem.

O estudo sobre a correlação de doenças crônicas e a qualidade de vida de servidores federais realizada por Saraiva e colaboradores (2015), contou com uma amostra de 215 servidores portadores de doenças crônicas. Após a realização do estudo, foram encontrados como resultados da correlação de Spearman, uma correlação fraca e negativa na maioria dos domínios. Ou seja, quanto maior o número de condições crônicas, menores são os valores dos domínios da escala de qualidade de vida e os domínios mais afetados foram os aspectos físicos e emocionais. Esses resultados advertem que a principal dificuldade para o desempenho das atividades diárias foi a presença de duas ou mais condições crônicas, além de provocar mudanças no trabalho em consequência do esforço da saúde física e problemas de ordem emocionais.

“O corpo fala: aspectos físicos e psicológicos do estresse em profissionais de enfermagem”, esse foi o título da pesquisa de Rodrigues e Santos (2016), que relatou por meio de um estudo qualitativo de abordagem descritiva, os efeitos do estresse no corpo físico e mental dos profissionais de enfermagem que atuam na UTI de um hospital universitário. A coleta de dados se deu a partir de uma entrevista semiestruturada. Os entrevistados foram vinte e um (21) profissionais de enfermagem. Como principais resultados o estudo apresentou que dentre os sintomas mais evidenciados pelos entrevistados destaca-se o cansaço físico e mental, dores musculares, desequilíbrio no ciclo do peso, insônia. De acordo com o tratamento dos dados coletados, os técnicos de enfermagem relataram maior queixas físicas, cerca de 76,4%; enquanto entre os enfermeiros os sintomas mais predominantes são psicológicos, cerca de 57,1%. O que os profissionais enfrentam no dia a dia pode levar

a outras consequências, como prejudicar o atendimento, a segurança dos pacientes, problemas de convivência como equipe, dentre outros.

A partir da análise dos estudos desenvolvidos no HUOL, é possível identificar as temáticas e as categorias profissionais que mais frequentemente tem sido alvo de interesse dos pesquisadores. O quadro a seguir sintetiza essas informações:

Quadro 3. Síntese das principais temáticas investigadas e as categorias dos profissionais nas pesquisas realizadas no HUOL

Trabalho Temática Categoria dos profissionais

1 Avaliação da capacidade Enfermeiros

2 Doença cardiovascular Enfermeiros

3 Nível de estresse e a presença de

síndrome de Burnout Enfermeiros

4 Qualidade de sono e de vida Enfermeiros

5 Qualidade de vida no trabalho Profissionais de enfermagem

6 Condições ergonômicas Profissionais de enfermagem

7 Estresse Enfermeiros

8 Adoecimento psíquico Profissionais de enfermagem

9 Trabalho e estresse Profissionais de enfermagem

10 Condições de trabalho Profissionais de Enfermagem

11 Contexto de trabalho e

adoecimento Enfermeiros

13 Qualidade de vida e fatores de

risco para a síndrome de Burnout Profissionais de enfermagem

14 Acidentes de trabalho Enfermeiros

15 Doenças crônicas e a qualidade de

vida de servidores Servidores de forma geral

16 Aspectos físicos e psicológicos do

estresse Enfermeiros

Como é possível observar, o estresse ocupacional e a saúde e qualidade de vida são os temas que mais se destacam, sendo os profissionais da enfermagem a categoria mais investigada. Considerando que o ambiente hospitalar e a natureza das tarefas são elementos tidos como potencializados de agravos a saúde, e que a enfermagem se configura como a categoria mais numerosa e mais exposta a riscos, os pesquisadores seguem investigando no HUOL o que, nos últimos anos, tem sido foco de interesse em contextos similares.

4.3 O processo de registro e acompanhamento das pesquisas realizadas no