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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES FRANÇOIRA QUEIROZ DE CASTRO GOMES OLIVEIRA

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Academic year: 2021

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CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS

FRANÇOIRA QUEIROZ DE CASTRO GOMES OLIVEIRA

ANÁLISE DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO E APLICABILIDADE DAS PESQUISAS NO ÂMBITO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

NATAL/RN 2020

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ANÁLISE DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO E APLICABILIDADE DAS PESQUISAS NO ÂMBITO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Trabalhoapresentado à Banca de Exame de defesa do Mestrado Profissional em Gestão de Processos Institucionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Gestão de Processos Institucionais.

Linha de pesquisa: Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Bem-Estar nas organizações.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Denise Pereira do Rêgo

NATAL/RN 2020

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA

Oliveira, Francoira Queiroz de Castro Gomes.

Análise da produção do conhecimento e aplicabilidade das pes-quisas no âmbito de um hospital universitário / Francoira Queiroz de Castro Gomes Oliveira. - 2020.

73f.: il.

Dissertação (mestrado) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-graduação em Gestão de Processos Institu-cionais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2021.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Denise Pereira do Rêgo.

1. Informação em Saúde - Dissertação. 2. Saúde do Trabalhador - Dissertação. 3. Gestão de ensino e pesquisa - Dissertação. 4. Hospital Universitário Onofre Lopes - Dissertação. I. Rêgo, De-nise Pereira do. II. Título.

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ANÁLISE DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO E APLICABILIDADE DAS PESQUISAS NO ÂMBITO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

BANCA DE EXAMINADORA

__________________________________________ Profa. Dra. Denise Pereira Rego- UFRN

Presidente

________________________________________ Profa. Dra.Patricia Borba Vilar Guimarães-UFRN

Membro Interno

________________________________________ Profa. Dra.Maria Isabel da Conceição Dias Fernandes- UERN

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“Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo” (Fernando Pessoa)

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Primeiramente а Deus qυе deu sua permissão para qυе tudo acontecesse na minha vida. Em cada detalhe Ele foi, e é perfeito. Mesmo sem a compreensão de todos os eventos, eu creio que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus (Dá-me senhor a graça de amar-te diaria(Dá-mente pois, sozinha serei incapaz). Tu senhor, és o maior mestre qυе alguém pode ter.

Aos que desde o início me deram forças para realizar meus propósitos, sempre me incentivando a ir além dos limites que eu mesma me impunha, meu pai, Francisco Fernandes Batista Gomes, minha mãe, Joira Queiroz de Castro Gomes e meus irmãos Patricia Queiroz de Castro Gomes e Ranniery Queiroz de Castro Gomes. Ao meu primeiro núcleo familiar devo o pouco que trago de generosidade, honestidade, amabilidade, força e fé.

Meu profundo agradecimento àqueles que acompanharam o percurso do mestrado, amigos e familiares que contribuíram direta ou indiretamente para que no tempo certo e dentro de todas as limitações que me deparei, tornasse possível a conclusão deste sonho.

O sonho que teve início desde minha aprovação no concurso da UFRN em 2006 foi adiado pela minha decisão de ser mãe. E como valeu a pena! Hoje agradeço aos meus filhos Antonyone Gabriel Queiroz de Medeiros e Thiago Bento Queiroz de Oliveira, vocês são minha válvula propulsora, que eu seja inspiração na vida de vocês. À Profª. Drª. Denise Pereira Rego pela oportunidade е apoio na elaboração deste trabalho. O misto de intelecto apurado, empatia e generosidade demostram parte da excelência do corpo docente do MPGPI.

Em nome da Profª. Drª. Patrícia Borba Vilar Guimarães, agradeço a sensibilidade, humanidade, ética (tão debatida durante o curso) e profissionalismo de todos que compõe o MPGPI.

Agradeço ao meu marido, Anderson Bento de Oliveira, homem que aprendeu a ser forte em meio às turbulências que enfrentamos juntos. Obrigada pelo cuidado e dedicação à nossa família. Sua paciência e companheirismo foram fundamentais para a construção deste trabalho. Nossa história foi arquitetada por Deus, Ele se faz presente em cada detalhe das nossas vidas. Que tenhamos serenidade e sabedoria para continuar contribuindo para a realização pessoal e/ou profissional do outro. Te amo.

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TÍTULO: ANÁLISE DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO E APLICABILIDADE DAS PESQUISAS NO ÂMBITO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

O Hospital Universitário Onofre Lopes-HUOL é uma instituição de referência que, além de prestar serviços de assistência médico-hospitalar a um grande contingente populacional, configura-se como principal campo de práticas para atividades de ensino e pesquisa acadêmica na área de saúde do estado do Rio Grande do Norte. Os profissionais que atuam no HUOL frequentemente são objeto de diversas investigações, isto porque é de grande importância o conhecimento sobre suas condições materiais, físicas e psicológicas para a promoção de um ambiente de trabalho saudável e a prestação de serviços de qualidade. A presente investigação teve como objetivo analisar a contribuição da pesquisa e produção do conhecimento para o bem estar dos profissionais da saúde no âmbito do HUOL. Para isso, inicialmente foi feita uma Revisão Integrativa, de modo a sistematizar informações, sobre os estudos desenvolvidos no âmbito do HUOL que tiverem como foco tais servidores durante os anos de 2014 a 2019 e, na sequência, uma pesquisa descritiva visando uma maior compreensão de como funciona o registro e acompanhamento, bem como, os desafios na aplicabilidade dos resultados. Foi constatado que o Comitê de Ética em Pesquisa configura-se como instância central no registro e monitoramento dos projetos. Observou-se, também, que a divulgação dos resultados dos estudos é muito restrita, havendo pouca visibilidade quanto a aplicabilidade e importância do que é produzido pelos que desenvolvem estudos utilizando o HUOL como lócus de pesquisa. Diante deste cenário, se propõe a elaboração de um protocolo específico que permita relacionar os resultados obtidos à ações concretas, promovendo, assim, uma maior aplicabilidade das pesquisas e a melhoria da saúde e bem estar dos trabalhadores do HUOL.

Palavras-chaves: Informação em Saúde; Saúde do Trabalhador; Gestão de ensino e pesquisa; Hospital Universitário Onofre Lopes.

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TITLE: ANALYSIS OF KNOWLEDGE PRODUCTION AND APPLICABILITY OF RESEARCH IN THE UNIVERSITY HOSPITAL

The Onofre Lopes-HUOL University Hospital is a reference institution that, besides providing medical-hospital assistance services to a large population contingent, is configured as the main field of practice for teaching and academic research activities in the health area of the state of Rio Grande do Norte. The professionals who work in HUOL are frequently the object of several investigations, because it is of great importance the knowledge about their material, physical and psychological conditions for the promotion of a healthy work environment and the rendering of quality services. The present research aimed to analyze the contribution of research and knowledge production to the well being of health professionals within HUOL. For that, initially an Integrative Review was made, in order to systematize information about the studies developed in the scope of HUOL that have as focus such servers during the years 2014 to 2019 and, in the sequence, a descriptive research aiming at a greater understanding of how the registration and follow-up works, as well as the challenges in the applicability of the results. It was found that the Research Ethics Committee is configured as a central instance in the registration and monitoring of projects. It was also observed that the dissemination of the results of the studies is very restricted, with little visibility as to the applicability and importance of what is produced by those who develop studies using HUOL as a research locus. In face of this scenario, it is proposed the elaboration of a specific protocol that allows to relate the results obtained to concrete actions, thus promoting a greater applicability of the researches and the improvement of the health and welfare of HUOL workers.

Keywords: Health Information; Worker's health; Health professionals; Onofre Lopes University Hospital.

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Figura 1. Fluxograma Etapas da Pesquisa ... 28 Figura 2. Fluxograma de Tramitação de Projetos de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos ... 45 Figura 3. Busca avançada usando a palavra-chave saúde do trabalhador no site do HUOL. ... 50 Figura 4. Fotos publicadas da X Semana de Enfermagem no HUOL ... 51 Figura 5. Notícia publicada no site do HUOL que atende a busca pela palavra-chave bem-estar do trabalhador. ... 53 Figura 6. Fluxograma do gerenciamento dos resultados das pesquisas desenvolvidas no âmbito do HUOL voltas à saúde e bem-estar dos servidores. ... 57

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Quadro 1. Total de publicações por ano ... 31 Quadro 2. Artigos auferidos nas bases de dados sobre revisão integrativa. ... 33 Quadro 3. Síntese das principais temáticas investigadas e as categorias dos profissionais nas pesquisas realizadas no HUOL ... 41

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MPGPI – Mestrado Profissional em Gestão de Processos Institucionais UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

SUS – Sistema Único de Saúde MS – Ministério da Saúde

HUOL – Hospital Universitário Onofre Lopes

EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares HUs – Hospitais Universitários

MEC – Ministério da Educação RJU – Regime Jurídico Único CEP – Comitê de Ética e Pesquisa GEP – Gerência de Ensino e Pesquisa

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1.1 Justificativa ... 14

1.2 Objetivos do Estudo ... 15

1.2.1 Objetivo Geral: ... 15

1.2.2 Objetivos Específicos: ... 15

2. ASPECTOS TEÓRICOS ... 17

2.1 Os Hospitais Universitários (HUs) ... 17

2.2 Gestão Hospitalar ... 19

2.3 Saúde e bem-estar do Trabalhador ... 21

3. METODOLOGIA ... 26

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 31

4.1 Os estudos que investigam a categoria dos profissionais de saúde no âmbito do HUOL ... 31

4.2 Análise dos documentos incluídos na Revisão Integrativa – Principais temáticas e resultados ... 36

4.3 O processo de registro e acompanhamento das pesquisas realizadas no âmbito do HUOL ... 42

4.4 Desafios na divulgação e aplicação dos resultados obtidos nas pesquisas realizadas no HUOL ... 46

4.5 Protocolo de gerenciamento de pesquisas para implementação de ações voltadas à saúde e bem-estar do servidor ... 54

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 58

REFERÊNCIAS ... 61

APÊNDICE A – Formulário para coleta de dados- Revisão Integrativa (Fase I) ... 69

APÊNDICE B – Questionário aplicado à gerência de ensino e pesquisa do HUOL ... 72

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1. INTRODUÇÃO

As profundas transformações no mundo do trabalho têm provocado inovações tecnológicas, avanços econômicos e mudanças no processo de trabalho. Isso tem incentivado fortemente para que o homem se torne cada vez mais polivalente e capaz de desempenhar múltiplas atividades (ARAÚJO; LETA, 2014). Na maioria das vezes, os profissionais procuram em sua atuação a materialização de sonhos e desejos pessoais, o que faz com que grande satisfação derive do sucesso alcançado profissionalmente. O desenvolvimento pessoal por meio da contribuição do seu trabalho para a sociedade contribui para o bem-estar do indivíduo (KANAANE, 1995). Gaspar (1997) afirma que a busca por diferentes habilidades capacitarias provoca no ser humano um aumento de todos os tipos de cargas relacionadas ao trabalho, levando ao surgimento de doenças, quer sejam físicas, psíquicas ou emocionais.

No contexto das profissões mais desgastantes, estão os trabalhadores da área da saúde. Sua exposição diária ao sofrimento e aos sentimentos de perda podem levar a fadiga por compaixão e a síndrome de Burnout (PEHLIVAN e GÜNER, 2018; PAROLA et al. 2017). As consequências dessa exposição estão ligadas a problemas de saúde e bem-estar dos profissionais, nos locais de trabalho, na família e na capacidade e qualidade da prestação de cuidados a saúde (PEHLIVAN e GÜNER, 2018; KLEINER e WALLACE, 2017).

A prevenção dos acidentes de trabalho, os riscos ocupacionais, afastamentos devido às doenças adquiridas no ambiente laboral e as condições do trabalho, são temas muito debatidos e estudados nos últimos anos (BORGES, et al., 2019; SOUZA, et al., 2019; ZANI, et al., 2020). No âmbito dos profissionais da saúde, há uma distinção entre a atuação em clínicas, hospitais públicos e hospitais escola (ou hospitais universitários), em que a complexidade de trabalho nessas unidades difere de acordo com as principais atribuições. O atendimento às demandas de prestar serviço de assistência médico-hospitalar e servir de campo para a prática de atividades de ensino e pesquisa acadêmica na área da saúde pode tornar a rotina dos Hospitais Universitários (HUs) mais desgastante para os profissionais que atuam nesses ambientes.

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Muitas são as pesquisas acerca da saúde e bem-estar do trabalhador nessas instituições e os resultados evidenciam uma realidade preocupante no que concerne às condições de trabalho dos profissionais de saúde atuantes em HUs (VALÉRIO, et al., 2020; DAL’BOSCO, et al, 2020 TAVARES, 2019). Entretanto, mesmo considerando o aumento significativo de estudos, nem sempre a gestão dos hospitais dispõe de dados sistematizados que integrem os resultados disponíveis e permitam uma leitura mais ampla de tal contexto. Em decorrência desta realidade, buscou-se, com o presente estudo, investigar como a gestão do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), que integra o complexo hospitalar da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Natal-RN), utiliza o conhecimento produzido, os resultados das pesquisas realizadas sobre saúde e bem-estar do trabalhador, considerando-os como referencial para o desenvolvimento e promoção de ações de melhoria para os profissionais desse hospital.

1.1 Justificativa

Nos últimos anos, a pesquisa científica no Brasil evoluiu significativamente, sendo contribuinte importante no cenário mundial (PINCELLI, 2016). Ao mesmo tempo que a pesquisa se consolidou nas universidades por meio do corpo docente, os hospitais universitários foram incorporados ao meio acadêmico, exercendo três funções principais: atendimento, ensino e pesquisa. Além da assistência à saúde, os hospitais universitários devem atender a demanda de geração e aplicação de novos conhecimentos e formação de novos profissionais (ARAÚJO, 2014).

São diversas as pesquisas realizadas no âmbito dos hospitais escola, versando os temas, mais frequentemente, sobre os novos métodos de tratamento, protocolos de atendimento, protocolos clínicos, estudos na área de gestão, administração e saúde do trabalhador, dentre outros. Um estudo realizado por Silva, et al. (2020), reuniu artigos que utilizaram o descritor "Hospitais Universitários” como assunto principal. Em seus resultados, 12 artigos foram selecionados, no período de 2015 a 2020, levando a conclusão que muitas das pesquisas que são realizadas nos Hospitais Universitários não contém o descritor hospitais universitários, desprestigiando a importância dessas instituições para a pesquisa.

Os hospitais universitários (HU) são considerados como uma empresa, que tem funcionários, gestão de recursos humanos, gestão financeira e tudo que compõe uma

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grande organização. Mesmo que o ambiente dos HUs inclua principalmente professores e alunos, é necessário a presença de profissionais da saúde, da gestão e administração para que ocorra o devido funcionamento.

Os servidores da área da saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem) representam o maior contingente de trabalhadores e muitas pesquisas desenvolvidas nos hospitais universitários estão voltadas a esses profissionais, que vivenciam, pela própria natureza do trabalho e especificidades de suas práticas, riscos ocupacionais, condições adversas e sobrecarga física e psíquica.

O Hospital Universitário Onofre Lopes-HUOL, o maior e mais importante hospital escola do estado, tem sido foco de investigação e campo profícuo para inúmeras pesquisas, mas o que se observa, enquanto profissional da saúde atuando a mais de dez anos em tal contexto, é que o resultado dos estudos não alcançam ou retornam de forma fragmentada para os servidores que deles participaram, assim como para os gestores do HUOL. Frequentemente, os servidores são convidados a participar de estudos, falando de suas impressões e emitindo opiniões sobre assuntos os mais variados, mas muitos não identificam um retorno ou utilidade para tal contribuição, sendo comum a pratica de "se desviar” de pesquisadores e ignorar pedidos de participação. Portanto, torna-se importante analisar a aplicabilidade das informações obtidas por meio das inúmeras pesquisas efetuadas, de modo a esclarecer se a sistematização de dados tem ajudado a embasar ações voltadas a melhoria da saúde e bem estar dos servidores. O que se busca é discutir a importância da produção do conhecimento para a promoção de contextos de trabalho saudáveis no âmbito hospitalar.

1.2 Objetivos do Estudo

1.2.1 Objetivo Geral:

Analisar a contribuição das pesquisas e produção do conhecimento para o bem estar dos profissionais da saúde no âmbito do HUOL.

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 Elencar as principais temáticas investigadas considerando a categoria dos profissionais de saúde no âmbito do HUOL;

 Sintetizar como se dá o processo de registro e acompanhamento das pesquisas desenvolvidas no HUOL;

 Identificar como se dá a divulgação do conhecimento produzido;

 Discutir as dificuldades e desafios na aplicabilidade dos resultados das pesquisas voltadas para o bem estar dos profissionais da saúde;

 Elaborar um protocolo de ações visando o fomento à aplicabilidade do conhecimento produzido no HUOL, de modo a contribuir com o bem estar dos profissionais da saúde a ele vinculados.

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2. ASPECTOS TEÓRICOS

2.1 Os Hospitais Universitários (HUs)

Hospitais são instituições complexas que têm por finalidade ofertar procedimentos diagnósticos e terapêuticos à população. Tratando-se de Hospitais Universitários (HUs), a complexidade se torna maior por estes serem instituições que, além de prestarem serviços de assistência médico-hospitalar, são também, designadas ao serviço de campo de prática para atividades de ensino e de pesquisa acadêmica na área de saúde (JOAZEIRO; SCHERER, 2012).

Essencialmente, o HU é uma instituição que se caracteriza por ser a extensão de um estabelecimento de ensino em saúde; por prover práticas acadêmicas; por ser reconhecido oficialmente como hospital de ensino, subordinado à supervisão das autoridades competentes; e por propiciar atendimento médico de maior complexidade à população (FERREIRA; MENDONÇA, 2009).

No Brasil, a definição de Hospital Universitário inicia-se com a criação do Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e da Pesquisa Universitária em Saúde (FIDEPS), pela Portaria SNAS/MS n.º 15, de 8 de janeiro de 1991. A qual define HU como:

Instituição reconhecida pelo MEC, funcionando regular e ininterruptamente há mais de 02 anos, e devendo ser integrada ao SIPAC (Sistema Integrado de Procedimentos de Alta Complexidade) do MS, como centro de referência nacional (FERREIRA; MENDONÇA, 2009; BRASIL, 1991).

No mesmo ano, o Ministério da Educação (MEC), pela portaria n.º 375 de 04 de março, estabeleceu conceitos diferentes para Hospital de Ensino, Hospital Universitário, Hospital-Escola e Hospital Auxiliar de Ensino, em seus art. 1º, 2º, 3º e 4º. O MEC aponta que Hospital de Ensino se refere ao conjunto dos Hospitais Universitários, Escola e Auxiliares de Ensino.

Assim, o Hospital Universitário é aquele que se encontra sob a gestão de uma Universidade Pública ou Privada, se caracterizando como propriedade destas ou ligados por regime de comodato ou concessão de uso. O Hospital-Escola, por sua vez, encontra-se sob administração das Escolas Médicas Isoladas Públicas ou

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Privadas. Finalmente, o Hospital Auxiliar de Ensino é aquele que não é propriedade ou não está sob administração de uma Instituição de Ensino, mas ocorrem nele programas de treinamento em serviços de saúde nos níveis de graduação ou pós-graduação, já que são conveniados com uma instituição de Ensino Superior (BRASIL, 1991).

Os HUs possuem três campos de atuação: o ensino, a pesquisa e a assistência. Cada instituição engloba setores responsáveis pelo seu funcionamento (administrativo, econômico, política e estrutural) e, ao analisá-los e compará-los nacionalmente, verifica-se que as instituições são bastante heterogêneas, pois, desde sua criação, vêm percorrendo diversos caminhos e adaptações conforme o meio de inserção (LOBO, 2009).

Como citado por Mara e Mello (2005), muitas transformações vêm ocorrendo nos HUs desde a implantação da EBSERH. Esta é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Educação, caracterizada, no Artigo 1° da Lei 12.550, como “personalidade jurídica de direito de privado e patrimônio próprio, com prazo de duração indeterminado” (BRASIL, 2011).

A EBSERH tem por finalidade, de acordo com o artigo 3° de acordo com a Lei 12.511 a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação as Instituições Federais de Ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, a pesquisa e a extensão, ao ensino-aprendizagem e a formação de pessoas no campo de saúde pública, observada a autonomia universitária e integralmente e exclusivamente no âmbito do SUS (BRASIL, 2011).

Em relação ao modelo de gestão proposto para os HUs federais pela EBSERH, no que diz respeito à renovação dos modelos administrativos da gestão universitária e considerando a autonomia como princípio acadêmico-administrativo para melhorar a racionalidade administrativa, a eficiência na alocação dos recursos, na qualificação de pessoal, Catani et al (2001) sugerem que os interesses em estudos que tratem da organização e gestão acadêmica pautem-se na necessidade de modernização-modelação institucional requerida pelos gestores, no sentido de formular sistemas de informação associadas a políticas que tornem mais ágeis e eficientes o trabalho. Além disso, os referidos autores indicam a importância de ações no âmbito de cada instituição para tornar a gestão mais profissional e a estrutura acadêmica cada vez mais funcional, vinculado à formulação de um modo de produzir que fosse mais

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eficiente socialmente, mas que não exima essas instituições de uma reorganização interna de trabalho.

Analisando as adaptações das práticas gerenciais oriundas da iniciativa privada e introduzidas no setor público brasileiro, como é o caso do modelo EBSERH aplicado aos hospitais universitários, em conjunto com a grande mudança produzida pela revolução da informática e a necessidade de absorção rápida desses novos modelos de gestão (o que muitas vezes acarretou choques para as culturas organizacionais), Figueiredo e Alevato (2012) assinalam que tais mudanças impuseram um choque de cultura e modificaram o panorama da saúde ocupacional e da qualidade de vida do servidor público. Para Teixeira (2018), a chegada dos trabalhadores da EBSERH foi marcada por uma série de conflitos com os trabalhadores mais antigos (vinculados pelo RJU), sendo comuns as disputas por espaço e por mérito, o que transformou o local de trabalho em um lugar adoecedor.

Diante das profundas mudanças organizacionais, da complexidade do serviço prestado pelos trabalhadores da saúde dos HUs (assistência, ensino e pesquisa) e da natureza de um trabalho consensualmente estressante e potencializador de agravos, pretende-se que esse estudo possa oferecer uma ampliação do conhecimento sobre a temática de saúde dos trabalhadores do HUOL, fornecendo subsídios que contribuam para a melhoria das condições de trabalho destes servidores.

2.2 Gestão Hospitalar

Cronologicamente, a função social dos hospitais sofreu alterações consideráveis. De acordo com Foucalt (1979) até meados do século XVII o hospital era responsável por dirimir possíveis riscos sociais e epidemiológicos por meio da separação e exclusão de pessoas mais pobres e enfermos da sociedade. Ou seja, sua função médica não era priorizada diferentemente dos últimos anos.

A definição de hospital ou estrutura hospitalar apresenta riqueza de literatura, dentre as definições existentes, a Organização Mundial de Saúde em Informe Técnico n° 122, de 1957, conceitua como:

parte integrante de um sistema coordenado de saúde cuja função é dispensar à comunidade completa assistência à saúde, tanto curativa como preventiva, incluindo serviços extensivos à família, em domicílio,

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e ainda um centro de formação para os que trabalham no campo da saúde e para pesquisas biossociais.

O hospital trata-se de uma instituição complexa, que deve incorporar simultaneamente os avanços de conhecimentos, aptidões, instalações e equipamentos relacionados à tecnologia médica necessária, sua complexidade varia de acordo com o grau de especialização e à diversidade de níveis hierárquicos que essa especialização gera dentro dessa instituição (MACHLINE et al., 1983).

Devido à grande diversidade de áreas de conhecimento presentes no âmbito hospitalar, necessárias ao seu pleno funcionamento e que devem ser orientadas de maneira adequada para que os serviços de saúde sejam ofertados, o gestor hospitalar carrega em si a missão de ter um olhar sistêmico e dispender conhecimento específico em administração para a conexão eficiente de toda áreas e consequente obtenção de resultados positivos (PRESTES et al., 2019).

De acordo com Grohmann, et al. (2012) o gestor hospitalar deve atuar no planejamento, organização e gerenciar todos os processos em saúde, por meio da área de recursos humanos, materiais, suprimentos e equipamentos, como também organizar e controlar logística hospitalar, compras e custos, priorizando pelos princípios de gestão, qualidade e viabilidade dos serviços.

Prestes et al (2019) ressaltam que além do conhecimento sobre gestão e área da saúde, um gestor hospitalar necessita atuar como líder e elenca alguns desafios presentes no labor da profissão, como:

Pouco entendimento de que o hospital também é uma empresa; grande variabilidade nos processos, devido à resistência para padronizações; visão restrita assistencialista – humanitária, de alguns profissionais da saúde; • Muitos profissionais de diferentes áreas e formações; pouco foco em racionalidade dos recursos – custos; pensamento de que, para ter qualidade, é preciso “gastar mais” e trabalhar mais; uma gama enorme de processos; • Legislação: insegurança jurídica; medicina defensiva: a realização excessiva de exames como uma forma de proteção contra possíveis ações jurídicas; • Profissional médico que, por vezes, não se sente partícipe dos assuntos relacionados à gestão; resistência em medir e monitorar para resultados; • financiamento insuficiente; modernização da estrutura/equipamentos versus novas descobertas versus novas formas de tratamentos (PRESTES et al., p. 30, 2019).

Os HUs além de lidarem com tais desafios típicos de complexos hospitalares, por possuírem sua atuação dividida entre pesquisa, ensino e assistência, são

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responsáveis pela pesquisa e desenvolvimento de novas técnicas tecnologias por meio dos Hospitais de Ensino (HE). Segundo o regimento da EBSERH na Resolução n° 004/2009, no Hospital Universitário Onofre Lopes, o setor responsável pela organização e incentivo ao ensino, pesquisa e extensão é a Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão, bem como compete ao diretor:

I - planejar, fomentar, operacionalizar e avaliar as ações necessárias às atividades de ensino, pesquisa e extensão da UFRN no HUOL, integrando departamentos e coordenações de cursos à assistência e ao SUS;

II - planejar, fomentar, operacionalizar e avaliar as atividades de ensino, pesquisa e extensão de responsabilidade do HUOL;

III - planejar, fomentar e avaliar a política de educação permanente na instituição, em articulação com as instâncias acadêmicas e com as vice-diretorias e coordenações técnico-profissionais;

IV - integrar-se com as demais Diretorias e Unidades Funcionais para obter e facilitar a inserção das atividades acadêmicas nos processos assistenciais do HUOL;

V - mediar a integração das instâncias acadêmicas com as vice-diretorias e coordenações técnico-profissionais na formulação, planejamento e avaliação de protocolos, normas e políticas assistenciais;

VI - catalogar e cadastrar toda e qualquer atividade ou produção técnico-científica realizada no âmbito do HUOL (Art. 30, Resolução n° 004/2009).

Devido aos objetivos desse estudo, será focado o item VI da Resolução citada anteriormente, uma vez que é possível observar na literatura diversos estudos a respeito da saúde do servidor federal, mais precisamente dos profissionais da saúde que atuam no HUOL, instigando questionamentos acerca da aplicação destas pesquisas em melhorias nas condições laborais destes trabalhadores.

2.3 Saúde e bem-estar do Trabalhador

O homem se relaciona com e natureza, atuando sobre esta e modificando-a, sendo o trabalho uma expressão desta ação. Exemplificando as diversas maneiras de realização do trabalho, pode-se citar o trabalho escravo, o trabalho servil e o trabalho assalariado. Cada uma dessas relações de trabalho foi desenvolvida em momentos distintos e bem delimitados da história da humanidade.

Progressivamente, sugiram novas formas de organizações e, consequentemente, algumas modificações foram observadas, como o surgimento de

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tecnologias inovadoras e o desaparecimento de empregos outrora indispensáveis à sociedade, fenômenos que configuram o processo de globalização da economia e do capital. O trabalho é um aspecto fundamental, tendo grande valia na sociedade contemporânea, já que, na atualidade, é visto como fator de produção e resultado de uma construção do homem que dá sentido ou propósito a sua vida. Assim, o trabalho se configura como uma prática transformadora da realidade balizada por valores, relações de poder, significados e conhecimentos que torna possível a sobrevivência e a realização do ser humano (ARAÚJO & SACHUK, 2007; LOCH, 2005; ZANELLI, et al. 2014).

Seguindo a linha cronológica da evolução humana, o trabalho é um fenômeno fundamental para a perpetuidade dos seres humanos, em sua individualidade ou coletividade, apresentando-se de acordo com a cultura, época e o modo de ser e de entender o mundo de cada indivíduo (ARAÚJO, SACHUK, 2007). Neste sentido, ele, o trabalho, é uma esfera crucial da vida dos sujeitos, o que lhes proporciona não apenas recursos financeiros, mas um significado maior e objetivos individuais e de relacionamento interpessoal (SPECTOR, 2005).

A atividade laboral não é apenas um meio de sustento, mas também, uma forma de realização pessoal e inserção na sociedade, contribuindo para a satisfação (RODRIGUES, 2008). O estilo de vida peculiar de cada pessoa e a forma que interage com o ambiente social interfere, cada vez mais, com o tipo de trabalho que executa e os resultados de sua performance. E por investir boa parte do seu tempo ao trabalho, dá-se ênfase ao fator motivacional do labor, proporcionando satisfação e bem-estar quando executado em um ambiente favorável.

O trabalho é artigo de diferentes e discutíveis significados. Na Psicologia Organizacional e do Trabalho pode expressar-se como comprometimento, motivação, envolvimento, satisfação, estresse, treinamento, socialização, aconselhamento, qualidade de vida, entre outros (BORGES, YAMAMOTO, 2014).

Atribui-se ao trabalho uma competência como procedimento social, fazendo com que o indivíduo se sinta componente e encarregado pela transformação da realidade. Seguindo esse panorama, o trabalho ajuda o ser humano a produzir para ele mesmo e para o mundo. Por contestar a competência do homem de observar-se como pertencente ao processo de criação de novas condutas de viver e de ser e com embasamento na observância de seus potenciais e limites, admite-se como essencial essa dimensão do trabalho (MOULIN et al. (2001) apud SOUZA, MOULIN (2014)).

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Sabe-se que, geralmente, o trabalho requer boa parte do tempo na vida do ser humano e nada mais saudável do que utilizar esse tempo com algo que possa ser feito com comprometimento e dedicação, de forma que trabalhar resulte em prazer e satisfação. Mesmo reconhecendo que o trabalho tem papel central para a sobrevivência e para a construção da subjetividade do sujeito, na modernidade, por vezes, ele é um fator determinante para o sofrimento, o adoecimento e o desgaste físico e psíquico do homem trabalhador. Assim, há um consenso quanto ao fato de que existem ambientes de trabalho que, potencialmente, podem afetar negativamente o bem-estar físico e psicológico e a integridade física e moral das pessoas, como é o caso dos serviços de saúde e hospitais, espaços nos quais, pela própria natureza da tarefa e formas de organização do trabalho, os riscos são maiores, o que justifica a busca por uma maior compreensão quanto aos processos que se desenvolvem em tais contextos.

O trabalho em saúde tem características que o posicionam no setor de serviços, sendo a principal delas, o não produzir bens materiais e sim prestar assistência e ofertar cuidados. Nele, processo e produto se confundem, pois, o produto é o próprio ato de cuidar (MERHY & FRANCO, 2012; PIRES, 2004).

Entendendo o processo de trabalho em saúde como sendo a forma como os trabalhadores realizam a produção dos serviços (GIL, 2016), o cotidiano do trabalho em saúde reflete a oferta de cuidados ao usuário considerando equipamentos, conhecimentos e interação (tecnologia dura, leve dura e leve, conforme assinala Merhy) que moldam a atuação dos profissionais.

Define-se trabalhadores de saúde como sendo aqueles que prestam, direta ou indiretamente, serviços de saúde, em estabelecimentos de saúde ou em atividades de saúde, detendo, ou não, qualificação especifica para o desenvolvimento de funções inerentes ao setor. Mais importante do que a formação profissional ou capacitação do indivíduo é a ligação com o trabalho no setor ou atividade de saúde (BRASIL, 2009).

Ao concretizar o trabalho em saúde, o trabalhador desenvolve e aprimora diferentes habilidades, tais como: manusear materiais e equipamentos; aplicar os conhecimentos científicos e tecnológicos; e saber estabelecer relações com os outros (GIL, 2016).

Comumente, as pessoas que trabalham na área de saúde vêm a possibilidade de promoção do bem-estar de outras pessoas como um fator motivador ao escolher sua profissão. Entretanto, a incapacidade de solucionar o problema dos doentes e a

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convivência direta com a dor dos pacientes e familiares podem transformar-se em fatores potencializadores e/ou determinantes para o mal-estar destes profissionais.

O trabalho na área de saúde, é, reconhecidamente, uma das ocupações com alto risco de estresse e adoecimento. Por este motivo, os estressores e os aspectos psicossociais do trabalho são importantes fatores de risco a serem investigados visando à construção de ambientes mais saudáveis (WURDIG, 2014).

O bem estar e a qualidade de vida dos profissionais da área de saúde, bem como um ambiente saudável para desenvolver suas atividades, influenciam diretamente na qualidade da assistência prestada por eles. Portanto, é imprescindível dar ênfase a esta área. (FERREIRA, 2015).

Conforme assinalam Siqueira e Padovam (2008), o bem estar no trabalho configura-se como “construto psicológico multidimensional” por integrar diversas dimensões, que envolvem aspectos biopsicossociais. Alguns desses aspectos são mais subjetivos, como por exemplo, personalidade, posicionamento diante das dificuldades, hábitos e convívio em sociedade. Outros aspectos são inerentes à função desempenhada, tais como os salários, a satisfação profissional, as relações interpessoais com os colegas de trabalho. Acrescenta-se, ainda, os aspectos objetivos do trabalho (política de benefícios, programas de saúde e segurança) que podem afetar a relação do sujeito com o contexto laboral, determinando sua satisfação, motivação desempenho e comprometimento (NARDI & PALMA, 2015). A inter-relação entre esses diversos elementos contribui para o bem estar, tomado como uma experiência subjetiva vivenciada e percebida pelo trabalhador nas inúmeras situações cotidianas inerentes ao seu trabalho.

O bem-estar consiste no pensamento hedônico de felicidade. O principal ponto de vista dos hedônicos é que o bem-estar associa-se, intimamente, com a experiência de prazer e desprazer, e com as avaliações individuais sobre as boas e más experiências da vida (PASCHOAL & TAMAYO, 2008).

Sendo assim, existe uma tendência das organizações e instituições a valorizarem o capital humano. Os funcionários comprometem-se cada vez mais com o trabalho realizado, à medida em que a instituição proporciona a satisfação desses trabalhadores, incentivando-os a serem profissionais mais capacitados, mais motivados, tornando o setor de trabalho um local de bom desempenho e de boa

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convivência, dando a devida relevância ao bem estar dos seus colaboradores e não apenas a produtividade almejada.

Na contramão desta realidade, Marra e Melo (2005), relatam uma cobrança por mais eficiência e qualidade nas Instituições de Ensino Superior, especialmente quando se fala das universidades federais, que têm sido questionadas por instituições governamentais e parte da sociedade acerca de seus reais objetivos, sobre a rigidez burocrática e pouca importância social dos serviços prestados. Embora o ensino superior no Brasil, seja mais privado do que público, são as universidades públicas que apresentam os melhores índices de qualidade de ensino e de geração de pesquisas. Contudo, os funcionários dessas instituições, são autores principais na produção de conhecimento e, encontram-se sobrecarregados em decorrência das novas exigências de organização do trabalho. Está claro, que o trabalho desses profissionais vem sofrendo grandes modificações desde o advento da nova administração dos HUs pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Infelizmente, as consequências nem sempre são benéficas, visto que, na contramão do que se espera de uma gestão moderna, são inúmeras as queixas de uma maior precarização do trabalho e consequente adoecimento do trabalhador (CAMPELO, 2015; LEITE, 2017; LIMA, 2017; OLIVEIRA, 2014; PESSOA, 2018; PIRES COSTA & BARBOSA, 2017; VALLE & LEITE, 2015; VIANA, 2015).

A desumanização do trabalho pode ser reconhecida como manifestação de um processo mais amplo denominado precarização e que tem várias faces: precarização das relações contratuais, das relações interpessoais e inter-hierárquicas, das condições do ambiente interno de trabalho, das formas de gerenciamento e da organização do trabalho. Neste contexto, podem ser feridos os direitos e afetada a saúde dos trabalhadores. O desenvolvimento de estudos que destaquem os efeitos de tal precarização se fazem necessário, notadamente em um contexto de trabalho como o hospitalar. No entanto, no âmbito aqui investigado, tão premente quanto a produção do conhecimento, destaca-se a necessidade de pensar em estratégias que levem a uma maior aplicabilidade.

(27)

3. METODOLOGIA

Tendo em vista os objetivos dessa pesquisa, foi necessário adotar três panoramas distintos em termos de base metodológica, portanto foram escolhidas: Revisão Integrativa (fase I), visando o levantamento e análise de estudos cujos temas versavam sobre a saúde e bem estar dos profissionais de saúde do HUOL; Pesquisa descritiva (fase II), para analisar como se dá a produção do conhecimento e discutir a aplicabilidade dos resultados obtidos a partir dos estudos desenvolvidos no âmbito do HUOL; e Pesquisa Exploratória (fase III), para identificar como se dá a divulgação do conhecimento científico produzido no HUOL.

Fase I- Revisão Integrativa:

A revisão integrativa se refere a uma abordagem metodológica ampla, pois permite a incorporação de estudos experimentais e não experimentais, além de combinar dados da literatura teórica e empírica (MENDES et al., 2008). No geral, para a construção da revisão integrativa são necessárias seis etapas distintas, bem parecidas com as de uma pesquisa convencional. Segue a descrição abaixo segundo Mendes et al (2008):

➢ 1ª etapa – Selecionar as hipóteses ou questões para a revisão; ➢ 2ª etapa - Estabelecer os critérios para a seleção da amostra; ➢ 3ª etapa – Representar as características da pesquisa original; ➢ 4ª etapa – Analisar os dados;

➢ 5ª etapa – Interpretar os resultados; ➢ 6ª etapa – Apresentar a revisão.

O propósito da revisão integrativa é fornecer um resumo das evidências acumuladas em pesquisas primárias ou originais. Com o intuito de seguir as etapas para a construção de uma revisão integrativa consistente, foi realizada a pesquisa eletrônica nos meses de fevereiro e julho de 2020, nas seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Portal de Periódicos da CAPES, Google Acadêmico e Repositório Institucional da UFRN. Foram utilizados descritores registrados no

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Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Hospital Universitário Onofre Lopes; Saúde do trabalhador e Profissionais de saúde, como também, associações entre esses descritores, com a finalidade de refinar o processo de busca dos estudos.

Os critérios de inclusão dos trabalhos foram: estudos desenvolvidos no Hospital Universitário Onofre Lopes, que tenham como temática saúde do trabalhador/bem estar no trabalho e publicados entre os anos de 2014 a 2019; Critérios de exclusão: produções repetidas; trabalhos que não apresentem o texto na íntegra.

Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foi realizada a leitura dos estudos pré-selecionados e, ao mesmo tempo, feita a análise com o auxílio de um formulário de coleta de dados (Apêndice A) desenvolvido pela autora e baseado em um previamente validado por Ursi (2005), a fim de seguir o protocolo e garantir a confiabilidade dos dados obtidos.

A realização desta fase do estudo seguiu as etapas apresentadas no fluxograma abaixo:

(29)

Figura 1 - Fluxograma de Etapas da Revisão Integrativa

Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2020)

Fase II - Pesquisa Descritiva:

Dentre os elementos da pesquisa descritiva, o instrumento de estudo escolhido foi o questionário, uma vez que trata-se de analisar fato ou fenômeno sem a interferência do investigador. Para Collis e Hussey (2005, p. 24) este tipo de pesquisa permite a descrição do comportamento de fenômenos, como também “é usada para identificar e obter informações sobre as características de um determinado problema ou questão”. Portanto, como um dos objetivos deste estudo foi obter conhecimento sobre como ocorre a divulgação do conhecimento produzido e discutir as dificuldades e desafios na aplicabilidade dos resultados das pesquisas, o instrumento é adequado.

De acordo com Gil (1999), o questionário nada mais é do que uma técnica investigativa constituída por uma ou mais questões apresentadas por escrito às pessoas com a finalidade de conhecer opiniões, interesses, processos, entre outros. As vantagens da utilização de questionários são:

1

• Definição dos descritores e das Bases de dados a serem consultadas

2

• Pesquisa e levantamento de informações nas bases de dados previamente definidas

3

• Seleção dos textos e análise documental

4

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implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o treinamento dos pesquisadores;

garante o anonimato das respostas;

permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente;

não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado (id, 1999, p. 128).

Neste caso, as questões foram disponibilizadas por meio de formulário online produzido no Google Forms (Apêndice B), contendo o objetivo geral e específicos da pesquisa, bem como algumas orientações e referência aos aspectos éticos (garantia do anonimato e dos cuidados com os dados obtidos).

Os questionários foram enviados aos gestores e demais servidores vinculados a Diretoria de Pesquisa e a Divisão de Gestão de Pessoas do HUOL. Dos 12 questionários enviados, apenas quatro foram respondidos.

Quanto aos aspectos éticos, ressalta-se que, nos termos da Resolução nº 510 do Conselho Nacional de Saúde, de 07 de abril de 2016, que os tipos de pesquisa aqui propostos não exigem registro e avaliação no sistema da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CEP/CONEP, como indicado no parágrafo único, inciso VII:

Não serão registradas, nem avaliadas no sistema CEP/CONEP: I – pesquisa de opinião pública com participantes não identificados; II – pesquisa que utilize informações de acesso público, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;

III-pesquisa que utilize informações de domínio público; IV- pesquisa censitária;

V- pesquisa com bancos de dados, cujas informações são agregadas, sem possibilidade de identificação individual;

VI – pesquisa realizada exclusivamente com textos científicos para revisão de literatura científica;

VII – pesquisa que objetiva aprofundamento teórico de situações que emergem espontânea e contingencialmente na prática profissional, desde que não revelem dados que possam identificar o sujeito; VIII- atividade realizada com o intuito exclusivamente de educação, ensino ou treinamento sem finalidade de pesquisa científica, de alunos

(31)

de graduação, de curso técnico, ou de profissionais em especialização”.

Ressalta-se que, mesmo sem o cadastro no sistema CEP/CONEP, esse estudo preservou o cuidado no uso das informações relacionadas à instituição em foco e seus integrantes.

Fase III: Pesquisa Exploratória

O uso do computador para busca e pesquisa de informações e conhecimentos é um artifício que auxilia discentes e docentes a construir sua formação e aprimoramento, empregando a Internet como forma de conquistar o conhecimento e disseminar novos saberes (FREITAS, 2010).

Um dos desafios em uma pesquisa na internet é a impossibilidade de se ter certeza quanto a confiabilidade dos dados disponibilizados nos sites visitados. Entretanto, usualmente,sites governamentais, institucionais e de meios de comunicação conceituados são as melhores opções para conseguir informações confiáveis. Consequentemente, para uma pesquisa acadêmica realizada via página da WEB, é mais prudente navegar em sites de busca e institucionais (como o da EBSERH ou da UFRN), e repositórios de material acadêmico.

Com a finalidade de atingir o objetivo específico de identificar como se dá a divulgação do conhecimento produzido no HUOL, realizou-se, portanto, uma busca avançada na página de notícias do site oficial da EBSERH, utilizando as palavras-chave: saúde do trabalhador e bem-estar do trabalhador no dia 17 de Agosto de 2020.

(32)

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Os estudos que investigam a categoria dos profissionais de saúde no âmbito do HUOL

Ao final da revisão integrativa efetuada e obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão apresentados anteriormente (inclusão de estudos desenvolvidos no Hospital Universitário Onofre Lopes, que tenham como temática a saúde do trabalhador/bem estar no trabalho e publicados entre os anos de 2014 a 2019), foram selecionados dezesseis (16) documentos científicos. Destes, foram identificados três artigos, dez dissertações de mestrado e três teses de doutorado, sendo que dois foram encontrados na base de dados SCIELO, um na base de dados LILACS e quinze no Repositório Institucional da UFRN.

Quanto ao ano de publicação, foram selecionados textos de 2014 a 2019, visto que buscou-se registrar a produção de conhecimento mais recente no que se refere ao HUOL. Como pode ser observado no Quadro 1, nota-se a exiguidade de trabalhos no ano de 2014, ao passo que foram encontradas oito pesquisas no ano de 2016. Após esse ano, as publicações diminuíram, com apenas duas no ano de 2017, três no ano de 2018 e uma no ano de 2019.

Quadro 1. Total de publicações por ano

Ano de publicação 2014 2015 2016 2017 2018 2019

(33)

O Quadro 2 apresenta uma síntese de cada um dos artigos a partir da coleta de dados realizada com um instrumento elaborado previamente (Anexo 1), que teve como intuito garantir a extração dos dados relevantes em sua totalidade, o nivelamento da extração em todos os documentos, a minimização dos erros recorrentes na transcrição dos dados, assim como servir como instrumento de registro para a elaboração dos resultados (SOUZA, 2010).

Pode-se perceber a recorrência de trabalhos voltados para profissionais da enfermagem, principalmente quando se trata dos presentes no Repositório Institucional. Além disso, pode-se observar que cerca de 83% dos documentos foram encontrados no repositório da UFRN, como parte dos requisitos para a obtenção de títulos nos programas de pós graduação da instituição. Por fim, observa-se as palavras-chave definidas no instrumento (Anexo 1) em todos os documentos selecionados: saúde do trabalhador; bem-estar no trabalho; afastamento do trabalho; riscos ocupacionais; profissionais de saúde; e Hospital Universitário Onofre Lopes.

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TÍTULO AUTOR(ES) BANCO DE

DADOS PALAVRAS-CHAVE

Avaliação da capacidade para o trabalho de enfermeiros de um Hospital Universitário OLIVEIRA, A. D. S. Repositório da UFRN Avaliação da capacidade de trabalho. Enfermeiros. Hospital.

Características de trabalho e fatores de risco para a doença cardiovascular em enfermeiros de um Hospital Universitário

DA SILVA, M. P. M.

Repositório da UFRN

Fatores de risco. Doenças cardiovasculares. Saúde do

trabalhador. Enfermagem.

Estresse e síndrome de Burnout nos enfermeiros de um Hospital Universitário BEZERRA, C. M. B. Repositório da UFRN Enfermagem. Estresse. Síndrome de Burnout.

Análise do padrão e qualidade do sono e a qualidade de vida dos

enfermeiros nos turnos hospitalares. VIANA, M. C. O.

Repositório da UFRN

Sono, Turnos de trabalho. Enfermeiros. Ritmos circadianos. Qualidade de vida.

Qualidade de vida no trabalho, ansiedade e depressão em profissionais da saúde que prestam assistência infantil em

unidades hospitalares

CRUZ, J. M. A. Repositório da UFRN

Qualidade de vida. Ansiedade. Depressão Profissional da Saúde. Saúde da Criança.

Análise das condições ergonômicas do ambiente construído: estudo de caso do posto de enfermagem do Hospital Universitário

Onofre Lopes.

DAMASCENO, J. S. C.

Repositório da UFRN

Hospital. Ergonomia. Design. Análise Ergonômica do Trabalho

(35)

Ambiente Hospitalar: clima organizacional x estresse na equipe de enfermagem RODRIGUES, C. C. F. M. Repositório da UFRN Enfermagem Estresse organizacional. Cultura organizacional Ambiente de trabalho.

Indicadores de saúde do trabalhador: um estudo com foco na perícia oficial e exame médico periódico

MAGALHÃES, L. M. C. A. Repositório da UFRN Saúde do trabalhador Absenteísmo. Serviços de saúde do trabalhador política de Saúde do trabalhador Vigilância

em Saúde do trabalhador.

Análise da qualidade de vida e fatores de risco para a síndrome

de Burnout em profissionais da saúde. PAIVA, L. C.

Repositório da UFRN

Síndrome de Burnout. Qualidade de vida. Profissional

de saúde. Hospital.

Satisfação no trabalho e adoecimento psíquico entre os profissionais de enfermagem de um hospital universitário.

NÓBREGA, A. C. M. Repositório da UFRN Satisfação no trabalho. Profissionais de enfermagem. Hospitais universitários Transtornos mentais comuns.

Contexto de trabalho e estresse ocupacional entre os

profissionais de enfermagem de um Hospital universitário. SILVA JR., E. J.

Repositório da UFRN

Estresse. Contexto de trabalho Enfermagem. Afastamentos por

(36)

Cultura organizacional e condições de trabalho: impactos da

contratualização de um hospital universitário com a EBSERH. PESSOA, C. M.

Repositório da UFRN

Cultura organizacional. Condições de trabalho. Contratualização. Hospital.

Mudanças no contexto de trabalho e adoecimento do enfermeiro estatuário em um Hospital Universitário.

TAVARES, J. M. C. A. Repositório da UFRN Saúde do trabalhador. Enfermeiros. Hospitais Universitários EBSERH.

Condições crônicas de saúde relacionadas à qualidade de vida de servidores federais.

SARAIVA, L. E. F.;

et al. SCIELO

Qualidade de vida Doença crônica Saúde do trabalhador.

Enfermagem.

Perfil de acidentes de trabalho envolvendo profissionais de enfermagem no ambiente da

Terapia Intensiva

DE MENDONÇA,

A. E. O.; et al. SCIELO

Riscos ocupacionais; Acidentes de trabalho; Enfermagem

O corpo fala: aspectos físicos e psicológicos do estresse em profissionais de enfermagem

RODRIGUES, C. C. F. M.; SANTOS,

V. E. P.

LILACS Enfermagem, Estresse, Unidade de terapia intensiva.

(37)

4.2 Análise dos documentos incluídos na Revisão Integrativa – Principais temáticas e resultados

No estudo realizado por Oliveira (2016) acerca da avaliação da capacidade dos enfermeiros no ambiente de trabalho no HUOL, 82% dos enfermeiros consideraram muito provável que será capaz de executar suas atividades de trabalho, embora quando avaliada os tipos de doenças diagnosticadas nesses profissionais foram identificadas em maiores porcentagens as Infecções repetidas do trato respiratório (17%), lesão nas costas (12%), gastrite (12%) e classificadas como Outros problemas que não estavam dentre as opções (35%).

Ao avaliar as características de trabalho e os fatores de risco para a doença cardiovascular nos enfermeiros do HUOL, Da Silva (2016) observou que 51,4% dos entrevistados tinham sobrepeso e 51,4% eram sedentários, como também ressaltou que os enfermeiros que trabalhavam mais de 40h semanais obtiveram risco cardiovascular maiores que os demais. De forma geral, a autora relata que os dados apresentados configuram que a maioria apresentou um baixo risco cardiovascular pelo índice tornozelo-branquial.

Bezerra (2016) ao investigar o nível de estresse e a presença de síndrome de Burnout em 108 enfermeiros atuantes do período diurno e noturno, por meio da aplicação de questionários, Escala de Bianchi e Masiach Burnout Inventory, identificou que, com relação ao estresse, tanto os enfermeiros atuantes no período diurno quanto noturno apresentam nível médio, assim como os escores encontrados para presença de síndrome de Burnout. Tais dados advertem certa carência de atenção e precaução, uma vez que pode evidenciar fragilidade emocional do profissional com relação ao desgaste emocional e laboral.

Viana (2016) analisou, o padrão de qualidade de sono e de vida dos enfermeiros nos turnos hospitalares considerando alguns parâmetros (tempo de cochilo, latência, horas dormidas, sensação ao acordar, qualidade de sono, entre outros), constatando que os enfermeiros que trabalham no período diurno têm melhor qualidade de sono quando comparados com os que trabalham no turno oposto, como também apresentam uma melhor qualidade de vida (funcional, psicológica, social e ambiente), isto por que, é comum que enfermeiros do período noturno sofram com distúrbios de sono, aumento de sonolência diurna, dentre outros.

(38)

Outra autora que também investigou a qualidade de vida no trabalho, no entanto, mais focada em ansiedade e depressão foi Cruz (2016) que observou, após avaliar 102 profissionais da saúde, que 18% sofrem de ansiedade, enquanto 13% apresentam sintomatologia depressiva. Quando avaliada por categoria profissional, os fisioterapeutas foram os trabalhadores que apresentaram o maior percentual de ansiedade (20%) e os técnicos/auxiliares de enfermagem cerca de 17,6% de sintomatologia depressiva. De maneira geral, a qualidade de vida dos profissionais da saúde foi considerada satisfatória, no então a autora ressalta algumas insatisfações expressadas como remuneração, condições de trabalho, pouco tempo disponível para convívio social, entre outros.

Damasceno (2016) em seu estudo sugeriu alterações na enfermaria pediátrica para melhor desenvolvimento das atividades minimizando ou eliminando adoecimento da equipe de trabalho, pois ao avaliar possíveis problemas quanto as condições ergonômicas do posto de enfermagem, notou problemas interfaciais, acionais, espacial/arquitetural, químico/ambientais, organizacionais e físico/ambientais. Vale salientar que todos os problemas encontrados pela autora, foram registrados fotograficamente e expostos no estudo, bem como indicações de soluções para cada problema.

Rodrigues (2016) também investigou o nível de estresse em enfermeiros, no entanto, focado no clima organizacional do ambiente hospitalar e observou que o estresse foi relatado em 22,5% desses profissionais que ressaltaram fases de resistência e de exaustão. No que se refere ao clima organizacional, os profissionais indicaram “condições de trabalho” como a maior satisfação. Quando relacionado o clima organizacional e o estresse, mostrou que 55% dos enfermeiros com menos de um ano de atuação não desenvolveram estresse, no entanto 45% apresentaram estresse no decorrer da pesquisa.

Magalhães (2017) buscou identificar os indicadores de saúde dos trabalhadores focando na Perícia oficial em saúde e Exame médico periódico, notando que o gênero feminino é o perfil que mais possui afastamento por razões de doença, que maior parte dos afastamentos a curto prazo é devido a doenças respiratórias, infecciosas, parasitarias, sistema osteomuscular, entre outras. Enquanto licenças de longa duração as razões com maior frequência foram doenças mentais, doença osteomuscular, doença do aparelho respiratório, entre outras.

(39)

A pesquisa realizada no HUOL sobre satisfação no trabalho e adoecimento psíquico entre os profissionais de enfermagem, por Nóbrega (2018), contou com a participação total de 94 profissionais e a coleta foi laborada a partir da aplicação de questionários de identificação do perfil sócio demográfico e funcional, assim como para a averiguação da satisfação no trabalho e da incidência de Transtornos Mentais Comuns (TMC). Seus resultados expuseram que a satisfação com o trabalho teve níveis moderados, o fator “Satisfação com o Ambiente Físico de Trabalho” foi o menos tendente a trazer insatisfação, diferindo do fator “Satisfação com as Relações Hierárquicas”, que se mostrou determinante para a insatisfação dos trabalhadores. Além disso, o estudo revelou que 92,47% dos profissionais possuem algum tipo de TMC, mesmo que a relação entre insatisfação e trabalho seja baixo-moderada, ou seja, os profissionais insatisfeitos tem apenas 6,52 mais chances de apresentar alguma TMC.

Tal qual o estudo anterior, Silva Jr. (2018) desenvolveu uma pesquisa relacionando contexto de trabalho e estresse entre os profissionais de enfermagem por meio de uma pesquisa documental e aplicação de questionários (Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho - EACT e Escala de Estresse no Trabalho - EET). A amostra ao final da pesquisa contou com 94 profissionais de enfermagem, sendo 46 enfermeiros, 29 técnicos de enfermagem e 19 auxiliares de enfermagem. Seus resultados apontaram para a determinação da correlação entre a insatisfação com o contexto de trabalho e o adoecimento. A dimensão “organização do trabalho” contribui para a construção do contexto de trabalho, e despontou como a mais crítica em relação à influência sobre o estresse percebido. Em conseguinte, a dimensão “relações socioprofissionais” alcançou o segundo maior grau de representatividade (α=0,91). A pesquisa com aparatos estatísticos complexos também relacionou outros fatores, como os sociodemográficos. De maneira geral, considerou-se o estresse ocupacional moderado, com média geral de 2,76 (considerando a Escala Likert 1 a 5), advertindo que essa consideração pode estar relacionada a pouca autonomia e controle, tipo de tarefa e ambiente, relações de trabalho e pouco crescimento e valorização, sendo este último o elemento mais preocupante.

Avaliando os impactos da contratualização do Hospital com a EBSERH, Pessoa (2018) realizou seu trabalho focando na cultura organizacional e nas condições de trabalho, contando com a participação de 17 profissionais de

(40)

enfermagem que tem vínculo formal de trabalho com a UFRN. Nos resultados são colocadas algumas falas dos participantes, correlacionando com aspetos da organização e as mudanças realizadas com a entrada da EBSERH. Em suma, apresentou-se que as mudanças que aconteceram a partir da mudança cultural mostrou um impacto negativo nas condições de trabalho. Pode-se enfatizar a percepção de assédio moral no trabalho, perda de autonomia da classe dos enfermeiros, perda de valores e identidades e aspectos negativos relacionados a postura da gestão. A pesquisa se coloca à disposição para compor um Roteiro Orientativo para a Gestão da Mudança Cultural e das Condições de Trabalho Após a Contratualização

Seguindo a temática da pesquisa de Silva Jr. (2018), Tavares (2019) buscou por mudanças no contexto de trabalho e adoecimento do enfermeiro no âmbito do HUOL a partir de uma análise documental, entrevistas e emprego de questionário estruturado, com uma amostra constituída por 41 enfermeiros que foram prenotados no período de 2011 a 2015. De acordo com os resultados, que foram tratados estatisticamente pelo mesmo procedimento metodológico do trabalho supracitado, a insatisfação cresceu com a entrada da atual gestão (EBSERH), por conta das condições e formas de organização e dos aspectos relativos à dimensão social do trabalho. Portanto, as relações socioprofissionais são caracterizadas como sendo de grande importância no que diz respeito aos impactos negativos referentes a saúde e bem-estar do enfermeiro no HUOL.

Paiva (2017) analisou a qualidade de vida e fatores de risco para a síndrome de Burnout em profissionais da saúde, utilizando como instrumentos o Inventário da Síndrome de Burnout da OMS e um questionário com variáveis sociodemográficas e do trabalho. A amostra contou com 436 profissionais da saúde atuantes em hospitais universitários do Nordeste. Os resultados foram tratados estatisticamente e quanto as dimensões da síndrome de Burnout, evidenciou-se principalmente baixa exaustão profissional, alta despersonalização e baixa realização profissional entre médicos e técnicos de enfermagem, enquanto os enfermeiros apresentaram altos índices para essa última. Quanto as associações das variáveis, destacam-se, na classe dos enfermeiros (p=0,04) associação entre despersonalização e grau de formação; para os técnicos, associação entre exaustão emocional e as variáveis grau de formação e local de trabalho, e na classe médica, entre realização profissional e grau de formação (p=0,01). Os fatores identificados como agravantes da qualidade de vida para os

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profissionais da saúde foram acentuados como peculiares, levando a necessidade de novas pesquisas para otimizar os cuidados à saúde mental dos trabalhadores.

Mendonça e colaboradores (2015), delinearam por meio de sua análise o perfil de acidentes de trabalho envolvendo profissionais de enfermagem no ambiente da Terapia Intensiva, realizando um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa com uma amostra de 45 profissionais. Os resultados apontaram que a região do corpo mais afetada com lesões foram os dedos (35,6%), e como principal causa o reencape de agulhas (48,8%). Por fim, a manipulação de materiais perfurantes e cortantes foi caracterizado como risco ocupacional recorrente no perfil de acidentes de trabalho dos profissionais de enfermagem.

O estudo sobre a correlação de doenças crônicas e a qualidade de vida de servidores federais realizada por Saraiva e colaboradores (2015), contou com uma amostra de 215 servidores portadores de doenças crônicas. Após a realização do estudo, foram encontrados como resultados da correlação de Spearman, uma correlação fraca e negativa na maioria dos domínios. Ou seja, quanto maior o número de condições crônicas, menores são os valores dos domínios da escala de qualidade de vida e os domínios mais afetados foram os aspectos físicos e emocionais. Esses resultados advertem que a principal dificuldade para o desempenho das atividades diárias foi a presença de duas ou mais condições crônicas, além de provocar mudanças no trabalho em consequência do esforço da saúde física e problemas de ordem emocionais.

“O corpo fala: aspectos físicos e psicológicos do estresse em profissionais de enfermagem”, esse foi o título da pesquisa de Rodrigues e Santos (2016), que relatou por meio de um estudo qualitativo de abordagem descritiva, os efeitos do estresse no corpo físico e mental dos profissionais de enfermagem que atuam na UTI de um hospital universitário. A coleta de dados se deu a partir de uma entrevista semiestruturada. Os entrevistados foram vinte e um (21) profissionais de enfermagem. Como principais resultados o estudo apresentou que dentre os sintomas mais evidenciados pelos entrevistados destaca-se o cansaço físico e mental, dores musculares, desequilíbrio no ciclo do peso, insônia. De acordo com o tratamento dos dados coletados, os técnicos de enfermagem relataram maior queixas físicas, cerca de 76,4%; enquanto entre os enfermeiros os sintomas mais predominantes são psicológicos, cerca de 57,1%. O que os profissionais enfrentam no dia a dia pode levar

(42)

a outras consequências, como prejudicar o atendimento, a segurança dos pacientes, problemas de convivência como equipe, dentre outros.

A partir da análise dos estudos desenvolvidos no HUOL, é possível identificar as temáticas e as categorias profissionais que mais frequentemente tem sido alvo de interesse dos pesquisadores. O quadro a seguir sintetiza essas informações:

Quadro 3. Síntese das principais temáticas investigadas e as categorias dos profissionais nas pesquisas realizadas no HUOL

Trabalho Temática Categoria dos profissionais

1 Avaliação da capacidade Enfermeiros

2 Doença cardiovascular Enfermeiros

3 Nível de estresse e a presença de

síndrome de Burnout Enfermeiros 4 Qualidade de sono e de vida Enfermeiros

5 Qualidade de vida no trabalho Profissionais de enfermagem

6 Condições ergonômicas Profissionais de enfermagem

7 Estresse Enfermeiros

8 Adoecimento psíquico Profissionais de enfermagem 9 Trabalho e estresse Profissionais de enfermagem

10 Condições de trabalho Profissionais de Enfermagem

11 Contexto de trabalho e

adoecimento Enfermeiros

Referências

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