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Análise da Entrevista com o Professor-B

1.4 A Informática na Educação: uma abordagem histórica

4.1.6 Análise da Entrevista com o Professor-B

Na Instituição-B optamos em realizar a entrevista com o Professor-B, já que ele leciona as disciplinas Geometria I, II, III e IV e utiliza as TIC em suas aulas. Atualmente também leciona a disciplina Prática de Ensino.

O professor declara que começou sua vida acadêmica como um “bico” e afirma que muitos colegas começam assim, mas hoje exerce apenas a docência e está muito satisfeito com essa profissão, tanto pela parte financeira, como pela pessoal e profissional.

Na verdade, entrei para a Educação para ter uma garantia de emprego e salário, isso ocorreu em 1992. Pois, eu era autônomo e sofri um acidente que exigiu 6 meses de recuperação sem poder trabalhar, o que me levou a refletir sobre a possibilidade de

exercer uma função remunerada. Como eu tinha um diploma de Licenciatura em Ciências eu podia lecionar Ciências e Matemática para o Ensino Fundamental Ciclo II (Entrevista com o Professor-B,

10 de março de 2008).

Quando questionado se gostaria de mudar de profissão, logo respondeu que não e reforçou que evolui muito como indivíduo, e também evoluiu na sua vida profissional e financeira.

Ah, não. Não, não. Me achei, me encontrei. Como pessoa evolui muito, profissionalmente evolui muito e, financeiramente também houve retornos que eu jamais sonhava conseguir nessa área. Aliás, o que eu sonhei em ganhar em outras áreas, aqui já me deu um retorno maravilhoso. E a gente conhece pessoas diferentes todo dia, todo ano, é muito bom (Entrevista com o Professor-B, 10

de março de 2008).

O Professor-B declara que muitos alunos voltam a estudar depois de muito tempo e, por isso, têm muitas dificuldades. Os alunos trabalham o dia inteiro e não tem tempo para se dedicar, mas afirma que a maioria dos alunos consegue concluir o curso. O grupo é bastante heterogêneo, a turma tem alunos que são policiais militares, vendedores, alguns da área da saúde, da aeronáutica, etc.

Afirma que a maioria dos alunos procura esse curso para ter um salário melhor, para conseguir um emprego estável e com essa visão procuram um curso de formação de professores.

[...] a maioria procura esse curso para ter um salário melhor, para conseguir um emprego estável, então, querem ser professores para ganhar um salário melhor. (Entrevista com o Professor-B, 10

de março de 2008).

Não existem horas obrigatórias para as reuniões, comissões, pesquisa e eventos científicos, mas a faculdade colabora dispensando do horário de aula e se o evento é reconhecido nacionalmente, a mesma ainda fornece ajuda de custo. As reuniões com a coordenação são para discutir as questões do curso de licenciatura e ocorrem no começo e no final do semestre, mas, sempre que necessário, acontece durante o semestre.

O Professor-B declara que a instituição concede total autonomia, mas o grupo de professores prefere dialogar sobre métodos e conteúdos ministrados no curso para que o trabalho seja coeso.

Aqui nós temos total autonomia, só que a gente sempre procura estar sentando, conversando, dialogando sobre como vai trabalhar, o que a gente tá pensando em propor, pra que a gente possa fazer um trabalho com consenso. O que é viável agora, o que não seria interessante nesse momento, mas, talvez, mais para o futuro. Mas, tem total autonomia pra trabalhar, pra desenvolver um trabalho pedagógico em sala de aula com um plano estratégico. (Entrevista com o Professor-B, 10 de março de

2008).

O professor alega que não enfrenta nenhuma dificuldade para utilizar as tecnologias, afirma que todo ano reserva o laboratório de informática três dias por semana, apesar de ocorrer algumas divergências com os outros cursos, mas sempre chegam a um acordo. E enfatiza que o curso de Licenciatura em Matemática é o único que o utiliza semanalmente na disciplina de Geometria, e durante o semestre nas disciplinas de Cálculo Diferencial e Integral, Fundamentos da Matemática, entre outros.

Todo ano eu já reservo três dias para o uso do laboratório. [...] outros cursos reclamam publicamente que nós da matemática monopolizamos o laboratório. [...] as nossas aulas são preparadas, tem embasamento, [...]. Mas todos os cursos quando precisam, [...] A gente cede [...] eu combino com os meus alunos que aquele dia nós não usaremos, dobraremos a nossa aula em sala de aula ou aqui nesse ambiente e numa próxima a gente repõe. [...] Matemática é o único curso que tá usando direto, dois, três dias. E é usado não só por mim: com o pessoal de Cálculo, com o pessoal de Fundamentos, é amplamente utilizado.

(Entrevista com o Professor-B, 10 de março de 2008).

O Professor-B afirma que desenvolve seu trabalho direcionando suas aulas não só para o conteúdo da Geometria, mas também para ensinar os futuros professores como lecionar Geometria utilizando os recursos tecnológicos.

As avaliações aplicadas pelo professor são duas oficiais da instituição com pesos diferentes e trabalhos, mas declara que o progresso do aluno durante o semestre é o mais importante.

As condições de trabalho quanto ao número de alunos por sala é considerada regular, pois existem turmas em que o número de alunos por sala é muito alto, cerca de 80 alunos. No momento, o professor utiliza um microfone sem fio para ministrar suas aulas.

O número de computadores disponíveis para suas aulas é de 30 máquinas sendo que a turma possui mais de 80 alunos. Por isso, é divida em duas subturmas, uma de 43 e outra de 42 alunos.

Nesta instituição não há espaço para atendimento individual ao aluno. O professor esclarece que não por falta de iniciativa da faculdade, mas os alunos não dispõem de tempo para atendimento fora do horário. Então, os atendimentos são feitos pelo corredor, no horário do intervalo ou mesmo nas aulas.

O uso das tecnologias está presente em suas aulas nos quatro semestres que trabalha Geometria com os licenciandos em Matemática. O professor divide suas quatro aulas semanais em: duas aulas para os alunos trabalharem com teoria e exercícios no laboratório de Matemática trabalhando com manipulação de objetos concretos, e as outras duas aulas no laboratório de informática trabalhando com software de geometria dinâmica.

O Professor-B encaminha suas aulas primeiramente apresentando o software Cabri Géomètre para adaptação de suas ferramentas. Depois acontece uma discussão do papel do software com o intuito de diferenciar os conceitos de desenho e construção. Os alunos desenvolvem atividades seqüenciais com conceitos geométricos, como lugares geométricos, funções, entre outros. O professor enfatiza que trabalha com seus alunos não só o conceito de geometria, mas também a utilização do software na Educação Básica. Propõe leituras de artigos para validar o uso desses softwares educacionais na Educação discutindo o papel do ambiente informatizado na sala de aula.

Eles lêem também artigos para validar o uso desses softwares na educação; qual é o papel do ambiente informatizado na sala de aula. Qual a contribuição, a idéia do ambiente colaborativo, de interação, de integração. [...] Então, é bem nesse sentido, usa o ambiente, cria seqüência pedagógica, didática e, ao mesmo

tempo, vai discutindo textos (Entrevista com o Professor-B, 10 de

março de 2008).

Os softwares utilizados nas aulas ministradas pelo Professor-B são: o Cabri Géomètre, o Poly, entre outros, mas ele não se restringe a esses, ensina seus alunos a pesquisar os softwares e seus manuais de uso na Internet. Ressalta que os licenciandos têm a oportunidade de adquirir ótimos conhecimentos do software Cabri Géomètre.

As aulas são desenvolvidas visando uma discussão das atividades seqüências. Os licenciandos levantam as dúvidas que seus futuros alunos poderiam apresentar com certa atividade.

Quanto à importância do uso das TIC na formação inicial do professor de Matemática, o Professor-B acredita que é muito importante, e amplia afirmando que muitos professores da instituição trabalham com a calculadora discutindo o seu uso adequado na educação básica. O uso do Excel é tratado em algumas atividades. Levanta-se muito a discussão do uso do Winplot e do Graphmática fazendo atividades diferenciadas com esses recursos. Citando suas palavras: “É o diferencial dessa faculdade” (Entrevista com o Professor-B, 10 de março de 2008).

4.2 Categorização das Disciplinas segundo as categorias de