• Nenhum resultado encontrado

A Análise Ergonômica do Trabalho, segundo Iida (2005), foi desenvolvida com o intuito de ser uma ergonomia corretiva, visando à aplicação de alguns conhecimentos ergonômicos, como a capacidade de analisar, diagnosticar e corrigir situações de postos laborais.

Iida (2005) registra que a Análise Ergonômica do Trabalho se divide em cinco etapas: análise da demanda, análise da tarefa, análise da atividade, diagnóstico e recomendações.

a) Análise da demanda: etapa em que se descreve a situação, que venha a justificar interferência ergonômica, apresentando a amplitude do problema. A iniciativa pode partir da própria empresa, de funcionários ou até mesmo de sindicatos.

b) Análise da tarefa: busca confrontar aquilo que está descrito para um cargo e o que está sendo realmente executado.

c) Análise da atividade: examina os meios praticados pelo empregado na execução de suas atribuições.

d) Diagnóstico: busca apurar os motivos dos problemas descritos na análise da demanda.

e) Recomendações: são apresentadas soluções para sanar o problema diagnosticado, sendo claras, específicas e detalhadas.

2.3.5.1 Fatores de Análise do Mobiliário e Equipamentos no Ambiente de Trabalho (AET)

De acordo com Villarouco e Andreto (2008), a construção do ambiente de trabalho é um fator primordial para o bom desempenho dos colaboradores, pois envolve custos e necessita de um bom planejamento, visto que será algo que a empresa terá de dispor a longo prazo e na maioria dos momentos em que os trabalhadores forem realizar suas funções.

Segundo Motta (2009), os colaboradores que desempenham suas funções em computadores acabam relaxando e ficando em posições mais inclinadas, sendo prejudiciais para a saúde quando vistas a longo prazo. Sugere-se, portanto, que os trabalhadores disponham de cadeiras com assento regulável, bordas de assento arredondadas, estofamento razoável, amortecimento vertical, possibilidade de girar e cinco rodinhas. Além disso, o monitor utilizado deve ter capacidade de adequação às mudanças antropométricas de cada pessoa.

Couto (1995 apud Motta, 2009) afirma que há algumas regras fundamentais para uma postura correta na posição sentada em um ambiente de escritório ou de trabalho:

1 - Cadeira do trabalho:

● A cadeira deve ser estofada, tendo um tecido que permita a livre transpiração;

● A altura deve ser regulável;

● A dimensão anteroposterior do assento não pode ser nem muito comprida nem muito curta;

● A borda anterior do assento deve ser arredondada;

● O assento deve estar na posição horizontal; é desejável que o assento se incline 10 a 15 graus para a frente. Assentos inclinados para trás são inadequados em cadeiras de trabalho;

● Toda cadeira de trabalho deve ter apoio para o dorso;

● O ângulo entre o assento e o apoio dorsal deveria ser regulável; caso não seja, o assento e o encosto devem estar posicionados num ângulo de 100 graus;

● O apoio para o dorso deve ter uma forma que acompanhe as curvaturas da coluna, sem retificá-la, mas também sem acentuar suas curvaturas;

● O apoio para o dorso deve ter regulagem de altura, podendo ser tanto estreito quanto de meio-tamanho e, nesse caso, a adaptação pessoal é que determina a decisão;

● Deve haver espaço na cadeira para acomodar as nádegas;

● Quando o posto de trabalho for semicircular ou perpendicular, a cadeira deve ser giratória, e quando o trabalho exigir mobilidade deve haver rodízios adequados;

● Os apoios para braços devem ser macios, dotados de altura e inclinação reguláveis, também permitindo afastamento lateral. Porém, isso eleva o custo da cadeira, sendo melhor dispensá-los se não for possível o uso de todos esses acessórios.

Para a ergonomia dos outros elementos do posto do trabalho: ● Os pés devem estar sempre apoiados;

● Deve haver espaço suficiente para as pernas debaixo da mesa ou posto de trabalho;

● A mesa de trabalho deve atender a alguns requisitos básicos de ergonomia, como gavetas leves e espaço para as pernas do trabalhador.

2 - Mesa

De acordo com Grandjean (2005), todos os materiais utilizados na execução do trabalho devem estar sobre uma superfície que permita movimentos com distância de 700 a 800 mm para que não ocasionem lesões ou demais prejuízos ao empregado.

Segundo consta na Norma Regulamentadora 17, bancadas, mesas, e escrivaninhas devem fornecer boa postura, visualização e operação. Para tanto, precisam possuir altura, tamanho e características de superfície que favoreçam a execução do trabalho, sem dano ao colaborador. (BRASIL, 2007).

3 - Monitor

Para Iida (2005), existem duas maneiras de apresentar textos em telas de monitores. A primeira caracteriza-se pela inserção de caracteres claros sobre fundo escuro e caracteres escuros sobre fundo claro. A segunda caracteriza-se pela capacidade de reduzir o contraste visual com relação aos demais objetos que estão ao redor do trabalhador durante a execução de suas atividades laborais em frente ao computador.

Os monitores devem possuir ângulos corretos para a visão do trabalhador, sendo posicionados de frente para ele. Dessa forma, os monitores devem estar posicionados de modo que evitem os reflexos. Cabe ressaltar que todos eles devem ter regulagem de altura para adaptar-se a qualquer trabalhador que venha a utilizá-lo. (IIDA, 2005).

4 - Teclado

Conforme Grandjean (2005), os modelos de teclado devem proporcionar aos trabalhadores a possibilidade de trabalhar com os punhos retos, evitando-se, por exemplo, tendinites no local do pulso. Com relação às torções causadas nos punhos, Grandjean (2005) alerta para a importância da existência de apoio de punho macio para suporte do antebraço e mão, auxiliando nas pausas de digitação, mantendo o punho sempre reto.

O design é a parte mais importante no composto ergonômico dos teclados, visto que pode reduzir as probabilidades de adotar-se posturas inadequadas durante a execução das atividades dependentes do teclado. (GRANDJEAN, 2005).

5 - Mouse

No que diz respeito ao mouse, a Norma Regulamentadora 17 orienta que ele deve estar apoiado sobre uma superfície plana, no mesmo nível do teclado e que esteja localizado em área de fácil acesso. (BRASIL, 2007).

O ambiente de trabalho é a conjuntura do sistema homem-máquina-ambiente, sendo o posto de trabalho definido como o local em que o homem utiliza o componente para desempenhar suas funções de trabalho. Sendo assim, é fundamental que as pessoas estejam satisfeitas e motivadas com o que é oferecido em seu posto de trabalho para que a organização possa obter um sucesso mútuo acerca de seu funcionamento. (SILVEIRA; SULATIANO, 2012).

Desse modo, devido às preocupações com o bem-estar dos funcionários e às variáveis que envolvem o seu desempenho, surge a ergonomia como ciência para estudar maneiras que façam com que o colaborador sinta-se mais confortável na realização de suas atribuições, bem como para desenvolver métodos e ferramentas para a prevenção de problemas, assim conservando a comodidade e, principalmente, a saúde dos funcionários da empresa.

2.3.5.2 Condições ambientais de iluminação

Segundo Grandjean (2005), as fontes luminosas no entorno de um operador são: tela, moldura e cobertura do monitor, teclado, mesa e partes do ambiente físico em que se está inserido, como janelas, paredes, teto e mobílias.

Para aferimento dos índices de luminosidade, segue a Norma NBR-5413, que estabelece os valores médios de iluminação artificial para a realização de atividades de trabalho ou até mesmo de esportes.

Para verificação desses índices, utiliza-se aparelho específico, o luxímetro, conforme demonstra a figura abaixo:

Figura 1 - Luxímetro

2.3.5.3 Condições ambientais de temperatura

De acordo com Grandjean (2005), a temperatura média ideal estaria em torno de 20º e 24º C no inverno e em torno de 20º e 21º no verão.

Iida (2005) escreve que o conforto térmico é a variável dependente de condições ambientais e ocasionais, sendo diretamente influenciadas por:

a) Vestimenta utilizada pelos empregados; e

b) Intensidade das atividades laborais praticadas, levando-se em consideração o esforço envolvido.

2.3.5.4 Condições ambientais de ruídos

Para Iida (2005), os ruídos são sons indesejáveis. Além disso, ressalta que esse conceito é subjetivo, pois não há formas de definir o que seriam ruídos desejáveis para uns e indesejáveis para outros. Diz também que existem limites toleráveis de ruídos, considerando um ambiente ideal de trabalho com níveis abaixo de 70 dB.

Para aferimento dos níveis de ruído no ambiente, utiliza-se o decibelímetro, aparelho capaz de medir o nível de pressão sonora e intensidade do som, sendo regido pela Norma NBR-10152. Abaixo, demonstra-se o decibelímetro:

Figura 2 - Decibelímetro

Documentos relacionados