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Análise dos espectros de MALDI TOF-MS das células intactas do LaBioMMi 1141 (Bacillus sp.) submetido aos experimentos de biossorção

sp isolado de Podocarpus macrophyllus.

4.1 Experimento de biossorção de metais pesados pelo Bacillus sp (LaBioMMi 1141)

4.1.3 Análise dos espectros de MALDI TOF-MS das células intactas do LaBioMMi 1141 (Bacillus sp.) submetido aos experimentos de biossorção

de Fe+ e Cu2+.

Ao final dos experimentos determinados pelo planejamento fatorial além da dosagem da concentração residual de metais no meio de cultura, também foi avaliado o espectro de massas de MALDI TOF-MS, no modo positivo de aquisição de íons, na região de 650 a 3500 Da, para as células dos microrganismos avaliado. Como ferramenta no auxílio no tratamento de dados, e na busca de alterações no perfil de metabolitos na região avaliada, foi utilizado a ferramenta de PCA disponível no pacote Biotyper. A Figura 3.9 demonstra os resultados obtidos do gráfico de scores e loadings para os espectros do LaBioMMi 1141 (Bacillus sp.) cultivados em diferentes concentrações de Fe3+. O gráfico gerado pode explicar bem a separação observada

para o sistema, haja vista que a componente principal 1 (PC1) é composta por mais de 70% da variância total do sistema. Ao se analisar a dispersão das amostras no gráfico de scores pode-se distinguir a formação de dois grupos. Os mesmos foram separados com relação a concentração de Fe3+ do meio de cultura, sendo que um dos

mg/mL. Quando se compara o gráfico de PCA com o de loadings é possível e a associação dos íons que servem como marcadores químicos para distinguir os grupos. O grupo dos microrganismos cultivados em 350 mg/mL distingue-se por marcadores presentes nas regiões de 880 a 930 Da e 960 e 990 Da enquanto o grupo cultivado em 175 mg/mL distingue-se por marcadores na região de 600 a 700 Da.

Figura 3.9. Gráfico de a) PCA e b) Loadings para os espectros de MALDI TOF-MS das células intactas do LaBioMMi 1141 (Bacillus sp.) no experimento de biossorção de Fe3+.

Contudo, para o experimento de biossorção de Cu2+ não foi possível

observar um padrão que posso ser associado com as condições de cultivo do microrganismo. A Figura 3.10 demonstra o gráfico de scores e loadings dos espectros de MALDI TOF-MS dos microrganismos cultivados no meio de cultura contendo diferentes concentrações de Cu2+. Embora a variância explicada pelas componentes

principais seja elevada, aproximadamente 80% na PC1, observa-se apenas um agrupamento composto por espectros de microrganismos cultivados a 0,04 mg/mL de Cu2+ e outro agrupamento composto por uma mistura de microrganismos cultivados a

Figura 3.10 Gráfico de a) scores e b) loadings para os espectros de MALDI TOF-MS das células intactas do LaBioMMi 1141 (Bacillus sp.) no experimento de biossorção de Cu2+.

Com base na região de massa, determinada pelo PCA, para os microrganismos crescidos em condições com alta concentração de Fe3+

, foi realizada

a busca de moléculas sideroforas que seriam condizentes com essa região. A Figura 3.11 ilustra a molécula da bacillibactina, a qual é a atribuída a mediação do transporte de íons Fe3+ para dentro das células do microrganismo, e o processo pelo qual ocorre

a captura de íons Fe3+ do meio de cultura e transporte para o interior da célula.185.

Embora as massas da mesma e do complexo dela com íons Fe3+ estejam dentro da

região estabelecida pelo PCA, [M+H]+ igual a 883 Da e [M-2H+Fe3+]+ igual a 935 Da,

nenhum desses marcadores foi observado nos espectros. Contudo, os sinais referentes a Bacillibactina hidrolisada e o complexo ferri-Bacillibactina hidrolisada foram observados, [M+H]+ igual a 900 Da e [M-2H+Fe3+]+ igual a 954 Da. Além disso,

a Figura 3.12 ilustra a estrutura do complexo ferri-Bacillibactina formado durante o processo de transporte do metal para o interior da célula.

Figura 3.12 Ilustração do complexo ferri-Bacillibactina.

Em 2006, Miethke et al. condensaram as várias etapas descritas anteriormente em uma rota para aquisição de Fe3+ pelas células do microrganismo186.

Onde a biossíntese da Bacillibactina ocorre no interior da célula a parti da condensação de unidades de ácido 2,3-dihidroxibenzóico (DBH), Glicina e Treonina para a formação da trilactona a partir de três unidades do catecol (2,3- dihidroxibenzoato-glicina-treonina). Quando sintetizada a Bacillibactina é excretada para o meio, onde se complexa com íons ferro e possibilita a passagem desses pela membrana celular do microrganismo. No citosol, o anel trilactônico é hidrolisado novamente em 3 unidades de catecol (2,3-dihidroxibenzoato-glicina-treonina) e os íons Fe3+ são liberados.

Como não foi possível o isolamento e fragmentação via dissociação por colisão (Collision-induced dissociation), dos íons majoritários presentes nos espectros adquiridos, haja visto que os mesmos foram adquiridos diretamente das células intactas do microrganismo e abundância muitas vezes não era elevada, um padrão de fragmentação da Bacillibactina hidrolisada, trímero do catecol (2,3-dihidroxibenzoato- glicina-treonina), foi proposto com o intuito de se buscar íons marcadores de metabólito, na fragmentação ocorrida na fonte (Post-source decay). A Figura 3.13 ilustra o esquema de fragmentação proposto para a Bacillibactina após sofrer a hidrolise, adicionalmente também foi calculada a massa do complexo do trímero do

catecol (2,3-dihidroxibenzoato-glicina-treonina) complexado com Fe3+.

Primeiramente, há a liberação de 2,3-hidroxibenzamida como perda neutra, cuja massa é 153 da, do íon do trímero do catecol (2,3-dihidroxibenzoato-glicina-treonina), cuja massa é 901 Da, para originar o íon 748 Da. Então, nesse íon há uma migração de hidrogênio, seguida de um rearranjo para então ocorrer a perna neutra de 3- metiloxiaziridina, cuja massa é 53 Da, e obtermos o fragmento cuja massa é igual 691 Da. O íon de 691 Da sofre duas fragmentações seguindo do rearranjo do tipo McLafferty para na primeira etapa ocorrer a liberação de CO2, 44 Da, e na segunda a

liberação de propadieno, 40 Da, e obter o dímero do catecol (2,3-dihidroxibenzoato- glicina-treonina), cuja massa é igual a 607 Da.

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Nas Figura 3.14 e Figura 3.15 são ilustrados os espectros de MALDI TOF-MS, adquiridos no modo positivo de aquisição de íons, do microrganismo LaBioMMi 1141 (Bacillus sp.) sendo que as Figura 3.14 a) e b) representam o microrganismo cultivado em 350 e 175 mg/mL de Fe3+

, respectivamente, e as Figura