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CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.4. Análise exploratória aos estatutos dos Institutos Politécnicos

Devido à entrada em vigor no ano de 2007 do RJIES – Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (Lei nº 62/2007 de 10 de setembro), tornou-se necessário que os IP’s procedessem à revisão dos seus Estatutos, de modo a conformá-los com o novo regime jurídico instituído.

Por se considerar os Estatutos como um documento estruturante em cada uma das Instituições identificou-se também, de forma complementar, o destaque atribuído por cada um dos 15 IP’s ao Empreendedorismo, através de uma pesquisa lexical pela ocorrência de termos derivados da palavra “empreendedor”, no texto de cada um dos respetivos Estatutos.

Apenas na redação dos Estatutos de quatro IP’s (26,7%), é que se regista alguma referência ao termo “empreendedor” ou seus derivados, os quais podem ser identificados através da observação da Tabela 31.

Tabela 31 - Ocorrências do termo "empreendedor" nos Estatutos

I N S T I T U I Ç Õ E S Despacho Normativo (nº/ano de publicação) Número de ocorrências do termo "empreendedor" ou derivados

Instituto Politécnico da Guarda 48/2008 -

Instituto Politécnico de Beja 47/2008 -

Instituto Politécnico de Bragança 62/2008 1

Instituto Politécnico de Castelo Branco 58/2008 -

Instituto Politécnico de Coimbra 59-A/2008 -

Instituto Politécnico de Leiria 35/2008 -

Instituto Politécnico de Lisboa 20/2009 -

Instituto Politécnico de Portalegre 39/2008 -

Instituto Politécnico de Santarém 56/2008 -

Instituto Politécnico de Setúbal 59/2008 3

Instituto Politécnico de Tomar 17/2009 -

Instituto Politécnico de Viana do Castelo 7/2009 2

Instituto Politécnico de Viseu 12-A/2009 -

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave 21/2010 1

Instituto Politécnico do Porto 5/2009 -

Fonte: Elaborado pelo autor

As sete ocorrências identificadas possuem o seguinte enquadramento e redação:

 1 ocorrência verificada nos Estatutos do IP de Bragança:

o Secção II – Unidade de Transferência de Conhecimento e Tecnologia (UTCT) o Artigo 57º - Missão e Atribuições

o Nº 3 – “São atribuições da UTCT, sem prejuízo de outras que venham a ser

aprovadas pelo Conselho Geral:”; alínea g) “O apoio à incubação e criação de novas empresas e fomento do empreendedorismo”

o Capítulo I – Natureza e Missão o Artigo 3º - Atribuições

o Nº 1 – “São atribuições do IPS:”; alínea d) “A transferência e valorização do

conhecimento científico e tecnológico e a promoção do empreendedorismo;”

o Capítulo II – Princípios e Organização

o Artigo 8º - Cooperação institucional e entidades participadas

o Nº 2 – “No âmbito do disposto no número anterior, o IPS pode criar ou deter

participações, designadamente em:”; alínea c) “Entidades de transferência de conhecimento e tecnologia, de promoção do empreendedorismo e de desenvolvimento regional.”

o Título III – Estrutura interna do IPS o Artigo 37º - Organização institucional

o Nº 4 “Para concretizar a sua missão o IPS deverá dispor de estruturas, sem

prejuízo de outras que se entendam por necessárias, nos seguintes domínios: avaliação e qualidade; apoio à investigação e desenvolvimento; transferência

e valorização do conhecimento; apoio ao empreendedorismo;

desenvolvimento, reconhecimento e validação de competências; ligação a outros níveis de formação; apoio à inserção na vida ativa e acompanhamento do percurso profissional dos diplomados; internacionalização; informação, comunicação e relacionamento com exterior.”

 2 ocorrências verificadas nos Estatutos do IP de Viana do Castelo: o Título I – Disposições gerais

o Artigo 1º - Conceito e missão

o Nº 2 “O IPVC pretende formar cidadãos livres, criativos, críticos e solidários,

construírem a sua realização pessoal e profissional de modo ético e

empreendedor.”

o Secção IV – Da coordenação de curso o Artigo 58º - Coordenador(a) de curso

o Nº 2 – “Compete ao coordenador(a) de curso:”; alínea m) “Contribuir para

desenvolver na escola, no curso e nos alunos uma cultura e atitudes

empreendedoras, de gosto pela inovação, pela competitividade, pela formação

e pelo incentivo e ajuda à definição de projetos de trabalho próprio;”  1 ocorrência verificada nos Estatutos do IP do Cávado e do Ave:

o Capítulo I – Princípios e disposições gerais o Artigo 2º - Missão, princípios e valores

o Nº 3 – “O IPCA assume como fundamentais os seguintes valores:”; alínea e) “A competitividade e o empreendedorismo.”

Sobre o IP de Bragança - O termo “empreendedorismo” é mencionado uma única vez como uma das atribuições de uma unidade técnica deste instituto e numa perspetiva de algo a ser fomentado e estimulado. Não nos parece assim evidente qualquer envolvimento mais direto da gestão de topo desta instituição, com aspetos relacionados com o “empreendedorismo”. Sobre o IP de Setúbal – o termo “empreendedorismo” é referido por três vezes – na “Natureza e Missão”; nos “Princípios e Organização” e na “Estrutura Interna”- o que parece revelar a importância dada ao empreendedorismo no seio desta instituição. Para além de ser a única instituição a inscrever o “empreendedorismo” nas suas Atribuições, também lhe confere destaque e importância ao nível da organização e cooperação institucionais, sendo estes aspetos reveladores tanto da importância dada ao empreendedorismo como do destaque que lhe é conferido pela gestão de topo.

Sobre o IP de Viana do Castelo – verifica-se uma ocorrência do termo “empreendedor” nas “Disposições Gerais”, associada ao modo como a instituição pretende ministrar a formação aos cidadãos de uma forma geral. Verifica-se também uma referência do termo

“empreendedoras”, relacionado com as atitudes genéricas a que os(as) coordenadores(as) de curso, nesta instituição, deverão dar o seu contributo para que estas (atitudes empreendedoras) sejam desenvolvidas na escola, no curso e nos alunos. As ocorrências de ambos os termos no articulado dos Estatutos desta instituição, não indiciam grande envolvimento por parte da respetiva gestão de topo.

Sobre o IP do Cávado e do Ave – o termo “empreendedorismo” surge, nesta instituição, inscrito nos Valores como um aspeto fundamental. Não há qualquer outra referência ao termo, em todo o articulado dos estatutos. Esta simples referência, por ser tão genérica, não parece indiciar grande relevância conferida ao empreendedorismo, por parte da gestão de topo desta instituição.

Em todos os restantes IP’s a nível nacional não se verificou, no articulado dos respetivos estatutos, a ocorrência de qualquer referência ao termo “empreendedor” ou seus derivados.