Nesta seção, é explanado a avaliação geral de toda a movimentação do ano de 2017 para definir padrões de movimentações em função a aplicabilidade diversificada de cada item do estoque. A multiplicabilidade de cada componente automotivo para as autopeças varejistas ajudam a comtemplar uma maior quantidade de veículos em determinada frota e melhora a performance do estoque. No entanto, verifica-se que a aplicabilidade dos itens são altamente dependentes da participação dos veículos contidos na frota regional estudada e a sua quantidade de veículos ativos.
Para exemplificar, na análise foi utilizado o relatório do Denatran para avaliar a quantidade de veículos por marcas e modelos na região de Assis e unir com a demanda da autopeças em 2017. O objetivo é identificar a relação entre importância na frota e a aplicabilidade de componentes. Em uma amostra dos itens de Curva A e B da demanda no ano 2017 de autopeças foram identificados:
Descrição item Num. Fabricante Frota Regional Quant. Veículos que Aplica Quant. Média de Veículo por Aplicação Quant. Vendida % Atendimento Médio por Aplicação FILTRO COMBUSTIVEL KL 582 72.685 31 2.345 744 31,7% TENSOR CORREIA COMANDO 5310273300 32.025 20 1.601 409 25,5% FILTRO OLEO PSL619 19.996 16 1.250 536 42,9% CORREIA COMANDO VALVULAS 111SP170H 20.564 15 1.371 482 35,2% KIT ROLAMENTO RODA
TRASEIRA VKBA 4529 A 28.435 11 2.585 686 26,5% TUBO REFRIGERACAO MOTOR VC-125 17.370 8 2.171 488 22,5% COIFA CAMBIO 78553 17.100 7 2.443 645 26,4% BRACO AUXILIAR 32826030S 1.655 2 828 17 2,1% Tabela 8: Amostra do estoque - Relação entre aplicabilidade e frota regional - Fonte: Roberto autopeças -
Elaboração própria
Na tabela acima foram extraídos as quantidades média de veículos na frota por aplicação (divisão da frota pela quantidade de aplicações do mesmo item), com os dados obtidos, posteriormente foram localizadas as participações de demanda através da quantidade
Com esta análise, confirmou padrão já esperado, no qual quanto maior a aplicabilidade dos itens, mais componentes são demandas para a frota, já que o alcance da frota é maior. Mas em segundo momento, mesmo com a quantidade menor de aplicabilidade, a demanda é alavancada pela frota maior no qual item comtempla. O item 111SP170H e respectivamente o item VKBA 4529 A, percebe-se este padrão distinto, em que conforme diminui a quantidade de aplicações, aumentam a quantidade vendida, isto deve pois o VKBA 4529, é kit de rolamento amplamente utilizado nos veículos Volkswagen Passat, Gol, Voyage, Parati, Saveiro, Santana, Quantum, Fox, Crossfox; e os veículos Ford Versailles, Royale que correspondem juntos a 18,45% da frota de linha leve e comercial da região de Assis. Toda demanda realizada em 2017 de componentes automotivos, verificou-se características especificas para cada grupo da Curva ABC, estudada por frequência, ou seja, a quantidade de quantas vezes o mesmo item foram solicitados pelos os clientes. Informações extraídas da avaliação geral do estoque que foi avaliado sob a perspectiva da aplicabilidade utilizado o conhecido método de Pareto, a Curva ABC:
Análise do estoque Curva A Curva B Curva C Visão Geral Quantidade de demanda: 104.646 24.408 8.821 137.875 Quantidade média de veículos distintos
por item: 5,7 3,8 3,2 3,8
Quantidade média de montadoras
participantes: 1,4 1,3 1,2 1,3
Quantidade de componentes avaliados 1.315,0 2.052,0 3.480,0 6.847,0 Itens genéricos sem aplicações 7,3% 3,6% 1,9% 3,51% Preço médio de custo unitário da
mercadoria (CMV): 21,63 35,53 44,19 25,54 Preço médio de venda para o
Consumidor: 35,54 59,13 69,77 41,54
Porcentagem de margem de
contribuição: 39,13% 39,92% 36,66% 38,52% Giros dos estoques anual: 9,54 3,91 1,52 3,84 Porcentagem do volume de vendas: 73,15% 19,57% 7,28% 100,00% Porcentagem dos itens participativos: 19,21% 29,97% 50,83% 100,00% Tabela 9: Análise geral de estoque de aplicabilidades através Curva ABC dos Estoques – Fonte: Roberto
Na avaliação de importância geral dos estoques dos itens demandados, constata-se que quanto maior a importância do item no estoque, mais aplicabilidades de veículos diferentes conseguem atender, menores são os custos médios unitários para aquisição dos componentes automotivos, maiores quantidades de peças serão entregues ao clientes. O gráfico mostra visão panorama de custos unitários e preços médios de componentes sob a ótica da quantidade de aplicabilidade:
Figura 25: Relação de custos e preços de vendas através da Curva ABC - Fonte: Roberto Autopeças - Elaboração própria
O outro fator que é influenciado de forma positiva é o giro de estoque, que com mais aplicações por peças demandas, mais veículos conseguem atender, menos tempo os itens automotivos permanecerá no estoque, o que contribuirá para reduzir os custos de armazenagem, rapidez em formar capital de giro, em síntese, melhorar a eficiência financeiro dos estoques.
No estudo, denota-se sob análise de curva ABC de Pareto, como esperado que quanto maior a aplicabilidade dos itens da demanda, maior será o giros dos mesmos itens.
O gráfico abaixo demonstra:
Figura 26: Quantidade média de aplicações e giros do estoque 2017 – Fonte: Roberto Autopeças - Elaboração própria
Vale destacar que esta avaliação é apenas uma visão sob a perspectiva da quantidade de veículos diferentes que um componente automotivo consegue ser utilizado.
É notório que os componentes compartilhados entre os diversos modelos de veículos, desenvolvidos pelas montadoras e seus parceiros da indústria de autopeças tragam benefícios não apenas estas empresas, mas para os canais de distribuição envolvidos nos reparos de veículos: as distribuidoras e autopeças. No entanto, as autopeças, assim como qualquer empresa que atua no varejo possuem em média 25% dos seus ativos imobilizados nos estoques.
Segundo Stephen et tal (2013, p. 1019): “Para um operação industrial normal, os estoques quase sempre excedem 15% do ativo. Para um varejista, os estoques representam mais de 25% do ativo”
Neste caso, é importante avaliar os estoques considerando outras perspectivas, como análise de sazonalidades, expectativa de do mercado de oferta e demanda, flutuações de cambio, taxas de juros, e mudanças conjunturais da atividade de varejo de autopeças, assim como comercialização de veículos novos e usados, região de atuação e concorrências.
Devido à complexidade de avaliar as aplicabilidades dos itens demandados em 2017 e as respectiva frota regional corresponde, a frota regional não foi calculada por Curva ABC de Pareto na avaliação geral, mas experiências empíricas, aproximam as proporção da frota de modelos regional com a porcentagem de volume de vendas.
A análise das aplicabilidades dos componentes é método relevante de apoio a ser utilizado com os dados estatísticos das quantidade de modelos de veículos na região de atuação da autopeças varejistas, principalmente na avaliação de novos itens que envolvam novos veículos diferentes nos quais as autopeças ainda não ofertam componentes para seus clientes. Deste modo, as autopeças evitam perdas de vendas para demanda de componentes que ainda não estão em estoque, e não deixam oportunidades para os concorrentes.
Em contraposto, os itens que estão nos estoques com aplicações especificas para poucos ou um modelo de veículo, no quais estes veículos tendem a desaparecerem da frota, seja pelo ciclo de uso do veículos, ou por baixa popularidade do veículos em determinadas regiões de atuação das autopeças, devem promover ações para ofertarem estes produtos de baixo giro ao mercado. A internet é uma alternativa vantajosa, como canal de vendas para itens de baixa aplicabilidade e que atingem poucos veículos nas frota regional, já que o comércio eletrônico não existe a regionalização, é fácil comunicação entre o consumidor e as autopeças, desta maneira os custos de investimento, de manutenção e de riscos são considerados baixos, comparados com das lojas físicas.
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Mercado de comercialização de veículos é uns dos setores da economia que mais passou por transformações na última década e o setor de autopeças foi a grande coadjuvante destas mudanças, potencializado pela chegada ao mercado brasileiro de várias montadoras a partir dos meados dos anos 90, que estimulou a concorrência e trouxe aprimoramentos de segurança e tecnologias para os veículos nacionais.
O estudo mercadológico da cadeia de distribuição de reposição automotiva, com foco em autopeças varejista revelou-se quase que auto independente a curto e médio prazos, diante da recessão econômica que atingiu o país, com a queda de produção de veículos novos durante quatro anos seguidos, alavancado apenas pelo aumento manutenções e negociações de veículos usados no mesmo período.
A reposição de peças para estoque das autopeças varejistas baseada apenas no histórico de demanda interna já não são suficientes para atenderem a demanda fragmentada e de mudanças cada vez mais veloz, ocorridas pelas pulverização de modelos de veículos no mercado e a aperfeiçoamento constante tecnológico. Com isso, a técnica apresentada de avaliar o demanda de mercado mediante as aplicabilidades dos componentes e dados da frota nacional será um método auxiliar de grande valia, combinada com ferramentas modernas de software de Business Intelligence (BI) de fácil acesso, informações fornecidas pelo Denatran, de associações de classe do setor reposição automotivo, que ajudará a integrar, de várias fontes, seja interna ou externa, com o objetivo de extrair informações relevantes para a tomada de decisão.
Conclui que com a tendência de diversificação de frota nacional e a consolidação de consumo imediatista da componentes de autopeças, em que o cliente necessita do item na hora e locais certos, as autopeças varejistas devem elencar estratégias de compras, que proporcionem previsão de itens para estoques baseados em itens com maior gama de aplicabilidades
Estas ações auxiliarão na otimização dos estoques com maior giro e melhorará a qualidade de atendimento e os resultados.
São mudanças de curto prazo, mas que valerão para longo prazo, uma vez que as montadoras estão trabalhando em projetos de veículos elétricos. Até janeiro de 2018, a frota brasileira já era de aproximadamente 5.000 veículos entre híbridos e elétricos em circulação. Outras ações de empresas inovadoras, é o compartilhamento de veículos, que o usuário utiliza o veículo quando necessita e devolve à empresa após o uso, custeando apenas uso proporcional, assim não tendo a responsabilidade com manutenções e encargos com a propriedade de veículo, podendo impactar na reposição automotiva quanto ao tipo de clientes e a forma de atendimento em um futuro distante.
Novas políticas de compras e visão de futuro serão vitais para garantir em seus espaços no mercado de reposição automotiva.
Apesar do futuro ser incerto a longo prazo para as autopeças varejistas, existem sinais no presente que evidenciam uma mudança mercadológica e de cultura em um mercado cada vez mais complexo e menos previsível. Sendo assim, as empresas que se anteciparem, estarão melhores preparadas para enfrentarem a realidade futura.
REFERÊNCIAS
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