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2.2 Análises de Balanços

2.2.2 Técnicas Básicas de Análise de Balanços

2.2.2.3 Análise de Balanços por Índices Econômicos e Financeiros

2.2.2.3.1 Análise de Liquidez

Existem vários indicadores para o estudo da liquidez, sendo eles o Capital Circulante Líquido, o Índice de Liquidez Corrente, o Índice de Liquidez Seca e o Índice de Liquidez Geral.

Segundo Marion (2009, p. 71), os índices de liquidez “São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos.”

Para Assaf Neto (2002, p. 52), “[...] o estudo da liquidez visa conhecer a capacidade de pagamento da empresa, isto é, suas condições financeiras de cobrir no vencimento todos seus compromissos passivos assumidos.”

Nesta mesma visão, Braga (2003, p. 154), define que “A análise de liquidez tem o objetivo de avaliar a capacidade de financiamento da empresa em relação a suas exigibilidades.”

Dessa maneira, pode-se perceber que análise de liquidez visa verificar a capacidade da empresa em liquidar seus compromissos financeiros no seu vencimento.

2.2.2.3.1.1 Capital Circulante Líquido

O capital circulante líquido é a quantidade do valor que sobra ou falta no ativo circulante da empresa, após o pagamento do passivo circulante.

O capital circulante líquido é encontrado pela diminuição entre os valores do ativo e do passivo circulante, que segundo Silva (2008), pode ser obtido pela aplicação da seguinte fórmula:

࡯࡯ࡸ = ࡭࢚࢏࢜࢕ ࡯࢏࢘ࢉ࢛࢒ࢇ࢔࢚ࢋ − ࡼࢇ࢙࢙࢏࢜࢕ ࡯࢏࢘ࢉ࢛࢒ࢇ࢔࢚ࢋ

Onde:

CCL = Capital circulante líquido

Segundo Matarazzo (2003, p. 270), “O capital circulante líquido é a folga financeira da empresa.”

Vertes (1977, 199), relata que, “[...] quanto mais sobra do ativo corrente após a liquidação do passivo corrente, tanto melhor é a situação financeira da entidade e consequentemente, quanto menor o capital de trabalho, tanto pior a possibilidade de liquidar seus compromissos a curto prazo em dia.”

Nesse sentido, quando o capital circulante líquido for positivo, pode-se dizer que a situação financeira da empresa é favorável, pois a mesma possuirá condições de liquidar suas dívidas de curto prazo no vencimento. Mas, se a mesma possuir um capital circulante líquido negativo, significa que a empresa terá maiores dificuldades em pagar suas dívidas em dia.

2.2.2.3.1.2 Índice de Liquidez Corrente ou Circulante

O índice de liquidez corrente visa a evidenciar a proporção entre os valores do ativo e do passivo circulante de uma empresa em um período.

Conforme Bruni (2011), encontra-se esse índice através da seguinte fórmula:

ࡵࡸ࡯ = ࡭࢚࢏࢜࢕ ࡯࢏࢘ࢉ࢛࢒ࢇ࢔࢚ࢋ ࡼࢇ࢙࢙࢏࢜࢕ ࡯࢏࢘ࢉ࢛࢒ࢇ࢔࢚ࢋ

Onde:

ILC = Índice de liquidez corrente

Segundo Iudícibus (2010, p. 94), “Este quociente relaciona quantos reais dispomos, imediatamente disponíveis e conversíveis em curto prazo em dinheiro, com relação às dívidas de curto prazo.”

Bruni (2011, p. 130), afirma que, “Alguns autores chegaram a sugerir que um índice de liquidez corrente aceitável deveria ser superior a 2.”

Já Marion (2009, p. 73), descreve que “Isoladamente, os índices de LC superiores a 1,0, de maneira geral, são positivos.”

Assim, verifica-se que o índice de liquidez corrente recomendado por Bruni deve ser superior a 2,0, já Marion sugere que o índice seja superior que 1,0, mas para que a empresa tenha condições de liquidar suas dívidas, ou seja, o seu passivo circulante, a mesma deve alcançar pelo menos o índice 2,0, pois o ativo circulante deve ser duas vezes maior que o passivo circulante, para que dessa maneira possa liquidar suas dívidas e ainda sobre 1,0 em disponibilidade para a empresa.

2.2.2.3.1.3 Índice de Liquidez Seca

O índice de liquidez seca busca saber a capacidade da empresa em liquidar suas obrigações de curto prazo reduzindo o valor de seus estoques do ativo circulante, se no caso a empresa estagnar as suas vendas. Segundo Bruni (2011), pode ser calculado mediante a seguinte fórmula:

ࡵࡸࡿ =࡭࢚࢏࢜࢕ ࡯࢏࢘ࢉ࢛࢒ࢇ࢔࢚ࢋ − ࡱ࢙࢚࢕࢛ࢗࢋ࢙ ࡼࢇ࢙࢙࢏࢜࢕ ࡯࢏࢘ࢉ࢛࢒ࢇ࢔࢚ࢋ

Onde:

ILS = Índice de liquidez seca

Ainda segundo Bruni (2011, p. 131), o índice de liquidez seca é encontrado “[...] subtraindo dos ativos circulantes os valores registrados no estoque. Representa o quanto a empresa possui a realizar no curto prazo, sem considerar a venda dos estoques, para cada real registrado.”

Conforme Assaf Neto (2002, p. 172), “[...] a liquidez seca determina a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do disponível e valores a receber.”

Seguindo o conceito de Marion (2009), como no índice de liquidez corrente, o índice de liquidez seca deve ser sempre superior a 1,0, para que a empresa consiga pagar suas dívidas de curto prazo sem necessidade de vendas de seus estoques, ou seja, quanto maior for esse índice, melhor será para a empresa, pois se esse for menor, a mesma terá dificuldades para liquidar suas obrigações no seu vencimento, se caso venha paralisar suas vendas.

2.2.2.3.1.4 Índice de Liquidez Geral

O índice de liquidez geral mostra a capacidade de pagamento da empresa a longo prazo, ou seja, é considerado um indicador de liquidez total da empresa.

É calculado segundo Marion (2009), através da seguinte fórmula:

ࡵࡸࡳ = ࡭࢚࢏࢜࢕ ࡯࢏࢘ࢉ࢛࢒ࢇ࢔࢚ࢋ + ࡾࢋࢇ࢒࢏ࢠá࢜ࢋ࢒ ࢇ ࡸ࢕࢔ࢍ࢕ ࡼ࢘ࢇࢠ࢕ ࡼࢇ࢙࢙࢏࢜࢕ ࡯࢏࢘ࢉ࢛࢒ࢇ࢔࢚ࢋ + ࡱ࢞࢏ࢍí࢜ࢋ࢒ ࢇ ࡸ࢕࢔ࢍ࢕ ࡼ࢘ࢇࢠ࢕

Onde:

ILG = Índice de liquidez geral

Para Silva (2008, p. 283), “O Índice de Liquidez [...] indica quanto a empresa possui em dinheiro, bens e serviços realizáveis a curto e longo prazo, para face às suas dívidas totais.”

Bruni (2011, p. 125), complementa que,

[...] o índice de liquidez geral representa a relação entre os ativos realizáveis de fato, que poderiam ser convertidos em dinheiro como os ativos circulantes e as aplicações realizáveis a longo prazo, com os passivos onerosos, que demandarão o desembolso de recursos financeiros para sua quitação.

Assaf Neto (2002, p. 173) afirma que, “A liquidez geral é utilizada também como uma medida de segurança financeira para a empresa a longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos seus compromissos.”

Quanto maior esse índice, melhor será a situação da empresa, sendo que, para a tranquilidade da mesma, o índice de liquidez geral não deve ser inferior a 1,5, ou seja, a

empresa deve ter seu ativo circulante e seu ativo realizável a longo prazo, que é composto por valores disponíveis a receber, créditos diversos, estoques de curto e longo prazo uma vez e meia maior que a soma do passivo circulante com o passivo exigível a longo prazo, que são as dívidas de curto e longo prazo, para que a empresa não fique prejudicada futuramente.

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