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5. RESULTADOS E DISCURSÕES

5.4 Análise por Porte dos Municípios do Modelo da Eficiência na Vacinação

Objetivando aumentar o grau de comparação das DMU’s, este tópico discute os resultados dos municípios das regiões metropolitanas do Brasil segmentados por tamanho populacional. Para tanto, os municípios foram agrupados por seus portes de acordo com normativas do IBGE. O Quadro 16 ilustra a classificação destes de acordo com seus respectivos portes.

Quadro 16 – Classificação de municípios brasileiros por porte Porte Habitantes

Pequeno porte I até 20.000 hab. Pequeno porte II de 20.001 a 50.000 hab Médio Porte de 50.001 a 100.000 hab. Grande Porte de 100.001 a 900.000 hab. Metrópole mais de 900.000 hab. Fonte: IBGE

Dos municípios, em análise, a maior parcela está classificada como de pequeno porte I com 276 municípios e, que, correspondem a 43,88% da amostra. A Tabela 11 apresenta a estratificação da amostra por portes.

Tabela 11 – Estratificação da amostra por portes Classificação Quant. % Pequeno porte I 276 43,88% Pequeno Porte II 131 20,83% Médio Porte 75 11,92% Grande Porte 131 20,83% Metrópole 16 2,54% Total 629 100,00%

Fonte: Elaboração própria do autor

Na dimensão metrópole, dos 16 municípios que compõem este grupo, 13 são capitais de Estados e os demais são: Campinas e Guarulhos no Estado de São Paulo e São Gonçalo no Estado do Rio de Janeiro. Este grupo também detém a maior eficiência média dentre os demais

com 0,827. O Quadro 17 ilustra a estatística descritiva dos resultados do modelo rodado por porte.

Quadro 17 – Estatística Descritiva dos resultados dos municípios por porte Porte Média Mediana Desvio Padrão Mínimo Máximo Pequeno porte I 0,360 0,329 0,147 0,085 0,896 Pequeno porte II 0,503 0,496 0,127 0,280 0,852 Médio Porte 0,607 0,597 0,141 0,364 0,995 Grande Porte 0,590 0,589 0,129 0,276 1,000 Metrópole 0,827 0,826 0,130 0,586 0,992 Fonte: Elaboração própria do autor

A média das eficiências aumentam de acordo com o porte da cidade, ou seja, quanto maior a cidade, maior a média das eficiências. De acordo com as análises realizadas, a média e a mediana das cidades de médio e grande porte estão muito próximas e os municípios de médio porte superam por décimos. As menores eficiências se concentram nos municípios de Pequeno Porte I com eficiência mínima de 0,085, média de 0,36 e mediana de 0,329.

Queiroz et al (2013) identificaram que os municípios pequenos do Rio Grande do Norte que dispõem de menos recursos, em geral, foram menos ineficientes. Tal diagnostico corrobora com a análise realizada por clusters de portes.

É importante salientar que, geralmente, municípios pequenos possuem arrecadações menores de tributos os quais geram receitas próprias baixas. Também é mister que estes municípios possuam quantidades menores de habitantes gerando uma menor captação de repasses dos governos estaduais e federais. Nesta perspectiva estes possuem menos recursos para investir na saúde, o que contribui nos baixos resultados. A Tabela 12 apresenta o desempenho das DMU’s rodadas por grupos, de acordo com seus respectivos portes.

Tabela12 – Desempenho dos municípios por porte

Eficiências Portes dos Municípios

Pequeno I % Pequeno II % Médio % Grande % Metrópole %

1 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 1 0,76% 0 0,00% 0,90 - 099 0 0,00% 0 0,00% 4 5,33% 1 0,76% 6 37,50% 0,80 - 0,89 3 1,09% 4 3,05% 1 1,33% 4 3,05% 3 18,75% 0,70 - 0,79 10 3,62% 6 4,58% 14 18,67% 19 14,50% 5 31,25% 0,60 - 0,69 7 2,54% 18 13,74% 18 24,00% 35 26,72% 0 0,00% 0,50 -0,59 15 5,43% 34 25,95% 18 24,00% 37 28,24% 2 12,50%

Eficiências Portes dos Municípios

Pequeno I % Pequeno II % Médio % Grande % Metrópole % 0,40 - 0,49 52 18,84% 39 29,77% 17 22,67% 25 19,08% 0 0,00% 0,30 - 0,39 77 27,90% 26 19,85% 3 4,00% 8 6,11% 0 0,00% 0,20 - 0,29 86 31,16% 4 3,05% 0 0,00% 1 0,76% 0 0,00% 0,10 - 0,19 25 9,06% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0,0 - 0,09 1 0,36% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% Total 276 100,00% 131 100,00% 75 100,00% 131 100,00% 16 100,00% Fonte: Elaboração própria do autor

De acordo com a Tabela 12, observa-se que a maioria dos municípios de pequeno porte I se concentram entre os intervalos de 0,20 – 0,39; os de pequeno porte II entre 0,40 – 0,59; os de médio e grande porte entre 0,50 – 0,69. Todas as metrópoles possuem eficiências superiores a 0,50 e suas concentrações estão em intervalos de 0,70 – 0,79 e 0,90 – 0,99.

Os municípios que auferiram melhor desempenho de acordo com o porte I foram Cunhataí – SC e Matinhas – PB, com 0,8962 e 0,8932 respectivamente. O primeiro, possui IDH alto com 0,754 e o segundo baixo com 0, 541. Independente do ranking do IDH, a dimensão IDH - Longevidade (índice que indica se população está com expectativa de vida maior e, além disso, está relacionado com a saúde) nos dois municípios foi a mais alta colaborando para o aumento deste índice nas respectivas cidades: Cunhataí – SC (0,886) e Matinhas –PB (0,747).

No pequeno porte II, os municípios de Conde – PB (0,8522) e Dois Irmãos – RS (0,8173) apresentaram as melhores eficiências do grupo. O IDH do município nordestino é médio com 0,618 e o do Sul é alto com 0,743. Estes municípios apresentaram comportamentos semelhantes com relação aos municípios do pequeno porte I. O índice longevidade se apresentou maior do que renda e educação na formulação do IDH com 0,797 e 0,848, respectivamente.

Com relação aos municípios de médio porte, Novo Gama – GO (0,9947) e Nova Odessa - SP (0,9902) obtiveram melhores eficiências. Da mesma forma como os demais, a dimensão longevidade é maior que o IDH consolidado, sendo que Novo Gama possui o IDH médio de 0,684 e Nova Odessa alto com 0,791.

Na modelagem matemática por portes, a única DMU que auferiu eficiência máxima com 1,00 foi Carapicuíba – SP (município classificado no grupo de grande porte que possui IDH alto com 0,749). Este foi seguido por São Caetano do Sul – SP com eficiência 0,9337 (município com o maior IDH do Brasil com 0,862). Os dois municípios também possuem

índices de longevidade maiores que o IDH, porém na construção deste indicador o que contribui mais em São Caetano do Sul é renda (0,891) e em Carapicuíba é longevidade (0,842).

Com relação as metrópoles brasileiras, o município de Fortaleza – CE obteve melhor eficiência com 0,9918, seguida pelo Rio de Janeiro - RJ com 0,9876 e Porto Alegre – RS com 0,9837. Os três municípios possuem IDH-M alto, sendo que, na composição deste índice, a longevidade corrobora mais na composição de Fortaleza. No Rio de Janeiro, a renda e longevidade colaboram igualmente sendo superiores a educação e, em Porto Alegre, a renda é superior a longevidade e educação.

Contudo, os municípios com melhores desempenhos em eficiência segregados por portes em suas composições de IDH apresentam a longevidade maior em renda e educação. É notório que em cidades de renda per capta mais elevada, este índice alto corrobora para que uma parcela maior da população possua assistência de saúde privada reduzindo as demandas do SUS. Nesta perspectiva, os municípios que apresentam rendas per captas maiores deveriam obter desempenhos melhores, porém, de acordo com modelo proposto, as cidades que na composição do IDH apresentam maior significância em longevidade obtiveram resultados superiores.