• Nenhum resultado encontrado

3 MÉTODO DE PESQUISA

DIMENSÃO FATOR ITENS (ESTADOS EMOCIONAIS) Hedônica

4.6 Análise de regressão linear para testagem das hipóteses da pesquisa

Conforme já citado, o modelo teórico deste estudo assenta-se na relação entre três constructos inerentes ao comportamento organizacional – bem-estar no trabalho, suporte organizacional percebido e comprometimento organizacional afetivo. Das correlações suscitadas entre estes constructos, emergem as hipóteses desta pesquisa, as quais já foram embasadas teoricamente no corpus deste trabalho e são, nesta seção, testadas (comprovadas ou rejeitadas) por meio de procedimentos estatísticos.

Para fins de disposição estrutural do conteúdo, são apresentados, nas três primeiras etapas, os resultados obtidos por meio da análise de regressão linear realizada para cada uma das três hipóteses formuladas (H1, H2 e H3). Conforme Peternelli (2005), a análise de regressão objetiva “verificar a existência de uma relação funcional entre uma variável dependente com uma ou mais variáveis independentes”, o que consiste na obtenção de uma equação que explica a variação de uma variável dependente pela variação do(s) nível(is) da(s) variável(is) independente(s).

Inicialmente apresentada na seção 2.4 deste trabalho, a primeira hipótese desta pesquisa – H1: o bem-estar no trabalho impacta positivamente no comprometimento

organizacional afetivo – foi testada e confirmada.

Aferidas antecedentemente as médias gerais para os constructos, realizou-se a regressão linear para teste da H1 considerando-se, inicialmente, o postulado por Hair et al. (2005), de que o primeiro passo ao se examinar o modelo de regressão é verificar se ele é estatisticamente significativo, por meio do valor obtido para a estatística F e, complementarmente, pelo valor de sig. Nessa lógica, para haver significância estatística, é preciso haver probabilidade menor que 0,05 de os resultados serem obra do acaso.

Com base nesses pressupostos, testou-se a significância da regressão por meio do método da Análise de Variância (ANOVA). Conforme demonstrado na tabela 43, o escore obtido para F (56,846) revelou que o modelo de regressão é estatisticamente significante, o que o denota adequado para descrever o fenômeno, ou seja, comprova a influência da variável independente (bem-estar no trabalho) sobre a variável dependente (comprometimento organizacional afetivo). Complementarmente, o nível de significância (sig=0,000) indica que são nulas as chances de que os resultados do modelo de regressão deram-se devido a eventos aleatórios em vez de devido a uma relação verdadeira (HAIR et al., 2005).

Uma vez confirmada a existência de uma relação funcional entre as variáveis, é preciso examinar se esta é positiva ou negativa. Esta verificação dá-se observando o coeficiente de regressão padronizado (β), o qual representa a variação da variável dependente em função da variação de uma unidade da variável independente. Conforme exposto na tabela 43, o coeficiente positivo obtido na testagem (β=0,387) indica que a relação entre o bem-estar e o comprometimento afetivo é positiva. Esta relação é interpretada da seguinte maneira: “para cada unidade de aumento no bem-estar no trabalho, o comprometimento afetivo organizacional aumentará 0,387 unidade(s)”.

Posteriormente, para quantificar a proporção ou porcentagem da variação do comprometimento que é explicada pelo bem-estar, analisou-se o coeficiente de determinação R2. Conforme exposto na tabela 43, o coeficiente de determinação R2 ajustado obtido na testagem (R2 ajust.=0,147) indica que 14,7% do comprometimento afetivo organizacional pode ser explicado a partir do bem-estar no trabalho.

Tabela 43 – Regressão linear entre bem-estar e comprometimento afetivo

Variável independente R R2 ajust. F Sig β

Bem-estar no trabalho 0,150 0,147 56,846 0,000 0,387

Variável dependente: comprometimento organizacional afetivo

A confirmação da H1 condiz com os entendimentos suscitados por Dejours, Dessors e Desriaux (1993), Siqueira e Padovam (2008) e Waterman (1993) acerca da relação entre o estado de felicidade do indivíduo no trabalho e o seu comprometimento afetivo com a organização. Ademais, a hipótese confirmada afiniza-se às conclusões das pesquisas realizadas por Frutos e Vercesi (2008), Nascimento, Emmendoerfer e Gava (2012), Leite (2007), Meleiro e Siqueira (2005) e Affonso e Rocha (2010).

A segunda hipótese desta pesquisa – H2: o suporte organizacional impacta

positivamente no bem-estar no trabalho – foi testada e também confirmada.

Na regressão linear realizada para teste da H2, verificou-se a significância do procedimento estatístico por meio do método da Análise de Variância (ANOVA). Conforme demonstrado na tabela 44, o escore obtido para F (114,617) revelou que o modelo de regressão é estatisticamente significante, o que o denota adequado para descrever o fenômeno, ou seja, comprova a influência da variável independente (suporte organizacional percebido) sobre a variável dependente (bem-estar no trabalho). Complementarmente, o nível de significância (sig=0,000) indica que são nulas as chances de que os resultados do modelo de regressão tenham se dado devido a eventos aleatórios em vez de devido a uma relação verdadeira (HAIR et al., 2005).

Após confirmada a existência de uma relação funcional entre as variáveis, examinou- se se esta é positiva ou negativa. Para tanto, observou-se o coeficiente de regressão padronizado positivo obtido na testagem (β=0,512), o qual, conforme exposto na tabela 44, indica que a relação entre os constructos é positiva. Esta relação é interpretada da seguinte maneira: “para cada unidade de aumento no suporte organizacional percebido, o bem-estar no trabalho aumentará 0,512 unidade(s)”.

Para quantificar a proporção da variação do bem-estar que é explicada pelo suporte percebido, analisou-se o coeficiente de determinação R2. Conforme exposto na tabela 44, o coeficiente de determinação R2 ajustado obtido na testagem (R2 ajust.=0,260) indica que 26% do bem-estar no trabalho pode ser explicado a partir do suporte organizacional percebido.

Tabela 44 – Regressão linear entre suporte organizacional e bem-estar

Variável independente R R2 ajust. F Sig β

Suporte organizacional percebido 0,263 0,260 114,617 0,000 0,512

Variável dependente: bem-estar no trabalho

A confirmação da H2 condiz com os pressupostos suscitados por Warr (2013), Kets de Vries (2001), Andrade e Estivalete (2011), Oliveira, Tristão e Neiva (2006), Tamayo e Trócolli (2002), Meleiro e Siqueira (2005) e Siqueira e Padovam (2008) acerca da relação entre o que é percebido pelo funcionário como ofertado pela organização em contrapartida ao que dedica no trabalho e as repercussões disto sobre estados psicológicos que constituem

fatores do bem-estar laboral. Ademais, a hipótese confirmada afiniza-se ao evidenciado nas pesquisas realizadas por Rego e Souto (2004), Sant'anna, Paschoal e Gosendo (2011), Tamayo e Trócolli (2002), Paschoal, Torres e Porto (2010) e Siqueira (2005).

A terceira e última hipótese formulada para esta pesquisa – H3: o suporte

organizacional impacta positivamente no comprometimento organizacional afetivo – foi

testada e também confirmada.

Na regressão linear realizada para teste da H3, também verificou-se a significância do procedimento estatístico por meio do método da Análise de Variância. Conforme demonstra a tabela 45, o escore obtido para F (39,274) revelou que o modelo de regressão é estatisticamente significante, o que o denota adequado para descrever o fenômeno, isto é, comprova a influência da variável independente (suporte organizacional percebido) sobre a variável dependente (comprometimento organizacional afetivo). Além disso, o nível de significância (sig=0,000) indica que são nulas as chances de que os resultados do modelo de regressão tenham se dado devido a eventos aleatórios em vez de devido a uma relação verdadeira (HAIR et al., 2005).

Após confirmada a existência de uma relação funcional entre as variáveis, examinou-se se esta é positiva ou negativa. Para tanto, observou-se o coeficiente de regressão padronizado positivo obtido na testagem (β=0,327), o qual indica que a relação entre o suporte organizacional percebido e o comprometimento organizacional afetivo é positiva. Interpreta-se esta relação da seguinte maneira: “para cada unidade de aumento no suporte organizacional percebido, o comprometimento organizacional afetivo aumentará 0,327 unidade(s)”.

Para quantificar a proporção da variação do bem-estar que é explicada pelo suporte percebido, analisou-se o coeficiente de determinação R2. Conforme exposto na tabela 45, o coeficiente de determinação R2 ajustado obtido na testagem (R2 ajust.=0,104) indica que 10,4% do comprometimento afetivo pode ser explicado a partir do suporte percebido.

Tabela 45 – Regressão linear entre suporte organizacional e comprometimento

Variável independente R R2 ajust. F Sig β

Suporte organizacional percebido 0,107 0,104 39,274 0,000 0,327

Variável dependente: comprometimento organizacional afetivo

A confirmação da H3 condiz com os pressupostos suscitados por Campos, Estivalete e Löbler (2011), Rhoades e Eisenberger (2002), Eisenberger, Armeli, Rexwinkel, Lynch e

Rhoades (2001), Eisenberger et al. (1986), Oliveira-Castro, Pilati e Borges-Andrade (1999), Siqueira e Gomide Jr. (2008), Siqueira (2005), Rego e Souto (2004), Allen e Meyer (1996), Bastos (2000), Bastos e Andrade (2002), Meyer e Herscovitch (2001), Rego e Souto (2003) e Meyer e Allen (1991) acerca da relação entre a qualidade do tratamento percebido pelo funcionário como sendo ofertado pela organização em contrapartida a sua dedicação no trabalho e as repercussões disto sobre um comportamento positivo do trabalhador para com a organização. Ademais, a hipótese confirmada afiniza-se ao incutido nas conclusões das pesquisas realizadas em âmbito nacional por Nascimento, Emmendoerfer e Gava (2012), Costa, Filenga e Siqueira (2012), Campos, Estivalete e Löbler (2011) e Siqueira (2005).

Com o objetivo de melhor ilustrar os resultados obtidos com as regressões lineares para a testagem das hipóteses, sintetizou-se as informações na figura 22.

Figura 22 – Resultados das regressões lineares (R2 ajust.)

A partir dos dados apresentados constatou-se, portanto, que, nesta pesquisa, o bem- estar no trabalho consubstanciou-se um antecedente do comprometimento organizacional afetivo. Esta relação caracterizou-se por um grau de dependência relativamente baixo (R2 ajust.=14,7%).

Por sua vez, a relação de dependência menos expressiva, considerando-se os valores obtidos para R2 ajustados, foi a que revelou o suporte organizacional percebido como antecedente do comprometimento organizacional afetivo (R2 ajust.=10,4%). E, por fim,

BEM-ESTAR