• Nenhum resultado encontrado

3 MÉTODO DE PESQUISA

DIMENSÃO FATOR ITENS (ESTADOS EMOCIONAIS) Hedônica

4.5 Médias gerais dos constructos bem-estar, suporte e comprometimento

Depois de realizada a análise fatorial exploratória e, complementar aos resultados apresentados no item 4.2, obtidos por meio do cálculo das médias (x) e dos desvios-padrão (σ) de todas as variáveis componentes das escalas do instrumento de pesquisa aplicado, nesta seção são apresentadas e analisadas as médias gerais diagnosticadas para cada escala e também para cada dimensão das escalas, conforme estatísticas descritivas demonstradas na tabela 42.

Tabela 42 – Médias gerais dos constructos e dimensões

Constructo/Dimensão Média σ

Bem-estar no trabalho/Dimensão afetiva positiva (afetos positivos) 3,0481 0,91291

Bem-estar no trabalho/Dimensão afetiva negativa (afetos negativos) 2,0150 0,87611

Bem-estar no trabalho/Dimensão cognitiva (realização) 3,8231 0,70661

Bem-estar no trabalho 4,8485 1,97750

Suporte organizacional percebido 3,5856 1,36714

Comprometimento organizacional afetivo 3,5821 0,83377

Inicialmente, considerando-se especificamente a parte da Escala de Bem-Estar no Trabalho (EBET) que mensura os níveis de intensidade dos afetos positivos, num continuum gradual de 1 a 5 e, avaliando-se a média obtida para esta dimensão (x=3,04), nota-se que predomina nos servidores técnico-administrativos participantes desta pesquisa uma intensidade moderada em relação à percepção de suas emoções positivas. Este diagnóstico permite inferir que, nos últimos seis meses, o trabalho junto à UFSM se consubstancia numa fonte nem de intensas nem de fracas emoções positivas para os respondentes. Já o valor do desvio-padrão (σ=0,91) indica que houve pouca discordância nas respostas conferidas a esta dimensão entre os participantes da pesquisa.

Em um segundo momento, considerando-se especificamente a parte da Escala de Bem-Estar no Trabalho (EBET) que mensura os níveis de intensidade dos afetos negativos,

também num continuum gradual de 1 a 5 e, avaliando-se a média obtida para esta dimensão (x=2,01), nota-se que predomina nos servidores participantes desta pesquisa uma intensidade baixa em relação à percepção de suas emoções positivas. Este diagnóstico, por sua vez, permite inferir que, nos últimos seis meses, o trabalho junto à UFSM se consubstancia numa fonte de emoções negativas mais brandas do que intensas para os respondentes. Já o valor do desvio-padrão (σ=0,87) indica que houve pouca discordância nas respostas conferidas a esta dimensão entre os participantes da pesquisa.

Já no que diz respeito à terceira e última dimensão do constructo bem-estar no trabalho, considerando-se especificamente a parte da escala que mensura o nível de intensidade da realização, num continuum gradual de 1 a 5 e, avaliando-se a média obtida para esta dimensão (x=3,82), nota-se que predomina nos participantes desta pesquisa uma intensidade moderada em relação à percepção de suas emoções positivas.

Entretanto, cabe comentar que, embora o valor aferido gradue a dimensão investigada em certo nível “intermediário”, a intensidade em relação a esta dimensão, mesmo não atingindo, se aproxima mais consideravelmente de um nível alto do que de um nível baixo. Este diagnóstico, por sua vez, permite inferir que, no trabalho desempenhado junto à UFSM, os respondentes percepcionam-se moderadamente realizados. Nesse sentido, cabe também sugerir especial atenção por parte da organização em relação a políticas que propiciem ou estimulem vivências de satisfação pessoal no ambiente de trabalho.

Para se equacionar as três dimensões do bem-estar no trabalho supracitadas de modo a se obter um escore único para o constructo, considerou-se aglutinar os obtidos para as dimensões “realização” e “afetos positivos” e, secundariamente, subtrair do obtido para a dimensão “afetos negativos”.

Com base nesta configuração, obteve-se uma média de 4,84, a qual, num continuum de 1 a 9, gradua a percepção acerca do bem-estar no trabalho em uma intensidade moderada. Entretanto, cabe comentar que, embora o valor aferido gradue a dimensão investigada em certo nível “intermediário”, a intensidade em relação a esta dimensão, mesmo não atingindo, se aproxima mais consideravelmente de um nível baixo do que de um nível alto. Baseado nesta aferição, pode-se supor que, no trabalho desempenhado junto à UFSM, os respondentes percepcionam um nível de bem-estar moderado, o que pode ser tomado como um dado que, embora não seja nem muito positivo nem muito negativo para a instituição, demanda uma maior atenção dos gestores.

No que diz respeito à média geral obtida para o constructo suporte organizacional percebido (x=3,58), considerando-se especificamente a Escala de Percepção de Suporte

Organizacional (EPSO), que mensura os níveis de intensidade de avaliação num continuum gradual de 1 a 7, pode-se inferir que predomina nos servidores participantes desta pesquisa uma avaliação um pouco negativa em relação à percepção do suporte organizacional. Este diagnóstico permite inferir que, em relação aos traços e posturas gerais hipoteticamente ofertados pela instituição em contrapartida ao que os servidores dedicam em seu trabalho, fora atribuída uma avaliação negativa de nível baixo. Já o valor do desvio-padrão (σ=1,36) indica que houve discordância nas respostas conferidas a esta dimensão entre os colaboradores da pesquisa. Ademais, a partir desta aferição permite se considerar a necessidade de maior atenção por parte da organização para com o que oferta a seus colaboradores, no sentido de priorizar entender suas necessidades, reconhecer seus méritos e recompensá-los mais adequadamente.

Por fim, no que diz respeito ao constructo comprometimento organizacional afetivo, antes de se analisar o escore pontuado, cabe ressaltar que, para fins de operacionalização do cálculo e interpretação com sentido positivo do valor da média geral, foi necessário equiparar- se os valores quantitativos relacionados às variáveis, uma vez que o modelo teórico deste constructo compunha-se de assertivas nas quais se afiguravam ora sentimentos positivados ora sentimentos negativados.

Para atingir tal objetivo, adotou-se a estratégia de preservar como parâmetros os valores quantitativos e respectivos indicadores utilizados para avaliar as assertivas positivadas, para as quais os valores 1 e 2 expressam, respectivamente, níveis de comprometimento “muito baixo” e “baixo”, os valores 4 e 5 expressam, respectivamente, níveis de comprometimento “alto” e “muito alto” e, o valor 3 expressa avaliação “indiferente”, ou seja, neutralidade em relação ao nível de comprometimento. Nessa lógica, para se operacionalizar o nivelamento das assertivas negativadas, realizou-se uma conversão simples dos valores quantitativos. Conforme este pressuposto, para se aplicar, no cálculo e na interpretação, o mesmo sentido das assertivas positivadas à interpretação destas assertivas negativadas, os valores 1, 2, 3, 4 e 5 foram convertidos, respectivamente, nos valores 5, 4, 3, 2 e 1.

Após estes esclarecimentos, no que diz respeito à média geral obtida para o constructo comprometimento organizacional afetivo (x=3,58), considerando-se a subescala de Comprometimento Afetivo do Modelo de Conceitualização de Três Componentes do Comprometimento Organizacional, que afere os níveis de intensidade num continuum gradual de 1 a 5, pode-se inferir que predomina nos participantes desta pesquisa um nível de neutralidade em relação à intensidade com que se sentem emocionalmente ligados à UFSM e

ao trabalho que nela desempenham. Já o valor do desvio-padrão (σ=0,83) indica que houve pouca discordância nas respostas conferidas a esta dimensão entre os pesquisados.

Ademais, este diagnóstico acerca do comprometimento afetivo permite que se sugira uma maior atenção por parte da organização para com políticas de gestão de pessoas que potencializem o sentimento dos colaboradores em estarem emocionalmente envolvidos com o seu trabalho e com a UFSM, o que pode contribuir para melhor qualidade dos serviços prestados à própria organização e, principalmente, à sociedade.