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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS UTILIZADOS E O CONTEXTO

4.2 Metodologia

4.2.4 Análise de Requisitos

A análise de requisitos é fase fundamental no processo de modelagem de um SI, pois determina as suas especificidades. O desafio na definição dos requisitos é evitar ambigüidades, identificar os riscos, coletar e analisar dados de fontes variadas de informações (documentos, entrevistas, reuniões, dentre outros). Isto é, não importa quão bem projetado ou codificado está um programa, pois se ele for mal especificado, será pouco utilizado.

Neste trabalho, a análise de requisitos ocorreu coletivamente e envolveu o primeiro ciclo de especificação do conjunto de requisitos do sistema, incluindo a sua validação participativa. O detalhamento dos requisitos foi realizado através da dinâmica da PA, adaptando, em alguns momentos, à técnica procedente da Engenharia de

Software, proposta por JACOBSON (1992), os casos de uso (Use Cases). A opção pelos

casos de uso se deu por considerar que estes podem ser descritos em linguagem natural, sendo elementos mediadores entre os cenários concretos de uso e a formalização do sistema. A análise de requisitos foi realizada conforme o esquema mostrado na Figura 4.

63 Faz parte do conselho pedagógico: a direção geral, os coordenadores pedagógicos e os assessores

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FIGURA 4 - Dinâmica da análise de requisitos

Como mostrado no esquema da Figura 04, a análise de requisitos iniciou com o reconhecimento do problema relativo à comunicação dos projetos de aprendizagem, seguido de descrição dos casos de uso referentes aos subprocessos considerados prioritários para estudo. A descrição dos casos de uso atingiu todos os subprocessos. Foram descritos alguns casos de uso, com o intuito de facilitar o entendimento, dos componentes do conselho pedagógico64 e do grupo de especificação inicial, com relação à funcionalidade do sistema e os rumos a serem tomados.

Com a apresentação de alguns casos de uso, foi possível escolher, pelo conselho pedagógico, diretora administrativa, coordenadora de marketing e projetista, as

64 O conselho pedagógico da Escola Autonomia é formado pelas coordenações pedagógicas, direção geral

e assessorias pedagógicas. Reconhecimento do problema Descrição dos Casos de Uso (Subprocessos prioritário)

Validação coletiva dos requisitos

A

lis

e

C

tic

a

- Realizada pelo projetista

- Formação do grupo de especificação inicial

- Formação do grupo de validação

- Realizada pelo grupo de

especificação inicial;

- Especificação dos requisitos dos subprocessos estratégicos

- Concretização da dinâmica cíclica do processo de desenvolvimento da PA (seminários, mesa redondas,...) - Realização da dinâmica de grupo

da PA. - Elaboração de maquetes(telas). Identificação dos problemas Especificação coletiva dos requisitos Validações parciais dos requisitos Aprovação coletiva do mapeamento organizacional

- Atinge todos os atores que estarão envolvidos com o SI proposto;

prioridades para o Projeto do SI e formar equipes para estudo, de acordo com suas prioridades (GEI e GV).

O GEI deve ser constituído por um subgrupo dos atores mais diretamente atingidos pelas prioridades de implementação escolhidas e o GV por todos os atores diretamemente implicados com a implantação das funcionalidades definidas como prioritárias. As atribuições destes dois grupos serão descritas posteriormente.

4.2.4.1 Análise crítica

A análise crítica se constitui numa sub-etapa da análise de requisitos. Segundo SANTOS (2002), esta visa a obter um conhecimento mais objetivo da realidade, partindo-se do fenômeno para buscar o essencial. Este conhecimento é obtido com a participação de representantes de atores ligados diretamente aos subprocessos prioritários, o GEI. Este grupo tem a função de descrever os problemas, detalhando-os, ao mesmo tempo em que busca estratégias possíveis de ação.

A análise crítica se constituiu da construção coletiva da especificação dos pré- requisitos de alguns processos prioritários do sistema de informação. Esta especificação ocorreu através de vários encontros, aos quais seguiram dinâmicas de grupo orientadas pela PA. Essas dinâmicas se caracterizaram por desenvolverem a definição de um novo problema com relação à estrutura das informações pertinentes ao SI e/ou as características fundamentais do SI, a análise do problema e sua reformulação, representada no esquema a seguir:

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FIGURA 5 - Dinâmica de grupo da PA.

Para a formulação do problema, o grupo o expõe, explicando-o e apresentando o tipo de solução que almejam. Esta formulação requer uma representação que pode ser através de casos de uso e esboços a mão livre. Na seqüência, a representação do problema é questionada, sendo esta, portanto, a análise crítica do problema. Então, procurou-se uma ação e uma representação fundada num conhecimento crítico e científico. A análise crítica ocorre intercalada com a formulação do problema. E, enquanto este tem necessidade de novas representações, vão ocorrendo a reformulação do mesmo. É necessário que a reformulação seja mais objetiva que a formulação, sendo neste trabalho utilizadas as maquetes para identificação de novas estratégias de ação. E, dessa forma, numa dinâmica cíclica, a representação do problema com as estratégias de ação para resolvê-lo, vão afinando com o campo de aplicação em que o Design será inserido.

Para a representação dos problemas, várias técnicas foram utilizadas, de modo a facilitar a comunicação usuário-projetista. Já nos primeiros encontros, simulou-se, através de casos de uso, o cadastro dos projetos de aprendizagem. Na seqüência, foram apresentadas as informações que comporiam o SI através de esboços a mão livre e/ou maquetes das informações relativas aos projetos de aprendizagem. Além disso, em alguns encontros, foram realizados discussões do tipo brainstorm . Nestas discussões, houve simulação de propostas para o SI, análise de possíveis dificuldades de utilização

PARTICIPAÇÃO DISCUSSÃO VALIDAÇÃO Formulação do Problema Análise do problema Reformulação do problema

na implantação, identificação de possíveis insuficiências ou redundâncias de informações e definição de níveis de visibilidade das informações. De acordo com a sustentação teórico-metodológica do PD e da PA, o papel do projetista era o de questionador.

4.2.4.2 Validação coletiva dos requisitos

A análise de requisitos, neste trabalho, terminou com a validação coletiva das especificações relativas ao domínio das informações, das funções e das restrições do projeto.

O objetivo desta etapa final da análise de requisitos foi o de verificar a completude do projeto realizado, bem como o de obter a aprovação e o compromisso de toda a comunidade envolvida com os resultados do processo. A validação atingiu dois grupos abrangendo todos os atores: o GV formado, pelos sócios da escola ; e o GV, formado por todos os docentes.