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Além do Estudo de Caso aplicado a cada município, as escalas gerais definidas para a probabilidade, para os impactos e para os riscos foram lançadas no

pacote de simulação de lógica fuzzy do Matlab para geração da relação geral entre cada variável.

Os dados para os NFTs das probabilidades foram lançados no programa utilizado, gerando a configuração apresentada na Figura 09. Os dados para os NFTs dos impactos (ou não-conformidades) e dos riscos também foram inseridos no software, conforme as escalas e valores estabelecidos, gerando as configurações apresentadas nas Figuras 10 e 11.

Figura 09 – Janela do Matlab ilustrando os NFTs referentes às probabilidades do PSA da RMF, em 2012.

Figura 10 – Janela do Matlab ilustrando os NFTs referentes aos impactos do PSA da RMF, em 2012.

Fonte: Autor, 2012.

Figura 11 – Janela do Matlab ilustrando os NFTs referentes aos riscos do PSA da RMF, em 2012.

Após as regras serem atribuídas conforme as possibilidades existentes, foi gerado o gráfico de superfície associando as três variáveis. As relações existentes para a situação geral foram estabelecidas a partir da análise dos resultados obtidos do produto de cada valor de probabilidade (improvável, moderado e provável) com cada nível de impacto (muito pequeno, pequeno, moderado, grande e muito grande). Os níveis de risco estabelecidos (baixo, moderado, alto e extremo) podem ser visualizados a partir da Matriz de Riscos ilustrada na Figura 12.

Figura 12 – Matriz de Riscos do PSA da RMF, em 2011.

MATRIZ  IMPACTOS 

PROBABILIDADES  MUITO PEQUENO  PEQUENO MODERADO GRANDE MUITO GRANDE

IMPROVÁVEL 

MODERADA 

PROVÁVEL 

Fonte: Autor, 2011.

A Figura 13 mostra o gráfico de superfície gerado no Matlab.

Figura 13 – Janela do Matlab ilustrando oGráfico de Superfície gerado (Risco x Impacto x Probabilidade) para o PSA da RMF, em 2012.

O gráfico de superfície gerado a partir do Matlab permite uma visualização generalizada da situação e da relação entre os níveis de probabilidade, de impacto e de risco. Logo, pode ser utilizado como ferramenta para uma visualização mais rápida de um possível risco, a partir de uma situação de não- conformidade, por exemplo. Além disso, os resultados encontrados no gráfico foram compatíveis com os resultados encontrados no Estudo de Caso.

Pode-se observar que até um nível de impacto e probabilidade de 0,2, o risco é considerado baixo. Este fato se aplica a quase todos os riscos encontrados para os municípios dos sistemas utilizados como Estudo de Caso no item anterior deste capítulo. Os resultados encontrados estão, portanto, compatíveis.

Foram também gerados os gráficos das relações existentes entre os riscos e as probabilidades e entre os riscos e os impactos. Estas relações podem visualizadas nas Figuras 14 e 15, respectivamente.

Figura 14 – Janela do Matlab ilustrando oGráfico gerado (Risco x Probabilidade) para o PSA da RMF, em 2012.

Figura 15 – Janela do Matlab ilustrando oGráfico gerado (Risco x Impacto) para o PSA da RMF, em 2012.

Fonte: Autor, 2012.

Pode-se observar que quanto maior a probabilidade, maior será o risco. Esta relação também ocorre com relação ao impacto. Isto já era esperado, pois risco é igual à probabilidade vezes o impacto (R = P x I). Porém, o comportamento é bem mais linear para o impacto do que no caso da probabilidade. Isto pode ser devido ao fato de que somente foram estabelecidas três faixas de probabilidade, o que pode ter gerado patamares bem definidos para este aspecto.

Conclusões e

Recomendações

6 CONCLUSÕES

Tendo como base o trabalho realizado, algumas conclusões importantes devem ser levadas em consideração, tais como:

 A metodologia desenvolvida é flexível diante da possibilidade de mudanças em aspectos como: número de critérios, tipo de critério de otimização, e ainda, a importância do critério de otimização;

 Os Sistemas de Abastecimento de Água que atendem a população urbana de 13 dos 15 municípios da Região Metropolitana de Fortaleza estão com nível de pertinência mais preponderante, de maneira geral, para escala de Risco Baixo, fora o caso específico de Cascavel, que ficou com maior nível de pertinência para a escala de Risco Moderado;  Numa escala de risco e em nível relativo, os municípios puderam ser

classificados em ordem, onde o de mais baixo risco evidenciado foi o município de Maracanaú e, o último, o de Cascavel;

 Para o caso dos níveis de pertinência para a escala de Risco Moderado, todos os sistemas possuem percentual de risco dentro desta faixa, apresentando valores de 18%, para o município de Maracanaú, a 45%, para o município de Cascavel;

 Seis sistemas de abastecimento apontaram traços de níveis de pertinência para a escala de Risco Alto. Apesar da faixa de nível de pertinência ter variado apenas nos valores de 3%, em Horizonte, a 11%, em Cascavel, e, portanto, merecem atenção especial caso haja monitoramento;

 Os níveis de pertinência para o Risco Baixo variaram de 43 a 77% para a Etapa 1 e de 41 a 87% para a Etapa 2. Os níveis de pertinência para o Risco Moderado variaram de 23 a 48% para a Etapa 1 e de 13 a 47% para a Etapa 2. Para o Risco Alto, cinco sistemas apresentaram nível

de pertinência de 4 a 12% para a Etapa 1 (do manancial à saída da ETA), e três, ficaram com valores de 5 a 12% na Etapa 2 (da saída da ETA à rede);

 A apresentação dos riscos em níveis de pertinência proporciona uma rápida visualização não somente da escala de risco (baixo, moderado, alto ou extremo), mas a tendência existente para um risco maior;

 Os níveis de pertinência para cada escala de risco nas etapas 1 e 2 apresentaram forte correlação com os centros de massa dos números fuzzy triangulares (NFT), ou seja, após a “desfuzificação”, evidenciando que tanto uma ferramenta como a outra pode ser utilizada para obtenção dos resultados;

 O gráfico de superfície utilizando o Matlab permite uma visualização generalizada da situação e da relação entre probabilidade, impacto e risco, podendo ser utilizado como ferramenta de visualização de risco;

 A proposta metodológica pode atender aos requisitos necessários ao desenvolvimento dos Planos de Segurança da Água, podendo tornar- se uma ferramenta útil para a etapa da análise de risco inerente ao mesmo.

7 RECOMENDAÇÕES

O tema geral do trabalho é muito amplo, de forma que muitas outras pesquisas e/ou estudos podem ser desenvolvidos, sejam para complementar ou para verificar outros aspectos que aqui não puderam ser abordados. Desta forma, fazem-se pertinentes algumas recomendações, tais como:

 Explorar, estudar e divulgar os Guias da OMS para que sejam conhecidos os aspectos relevantes aos Planos de Segurança da Água, como eles devem ser implementados e adequados à nossa realidade, tendo em vista que a própria Portaria de Potabilidade Nº 2.914 de 2011, não deixa claro qual a sua funcionalidade;

 Verificar a possibilidade da inserção de aspectos de custos e/ou contábeis nos processos de avaliação de riscos, pois os sistemas devem ter garantia não só de funcionamento, mas de receita, para que a água de qualidade continue tendo o alcance a toda a população e os objetivos de universalização sejam também alcançados;

 Ampliar a metodologia englobando parâmetros químicos, incluindo pelo menos os mais essenciais ou com estudos de efeito na saúde mais bem desenvolvidos, para conseguir um alcance maior da própria avaliação de risco;

 Subdividir a análise de riscos por unidade do Sistema de Abastecimento de Água para que se possa atuar em cada barreira de proteção com as medidas preventivas e/ou corretivas de forma mais rápida e eficaz, direcionando as ações para os pontos realmente críticos;

 Criar metodologia para registros e atualizações dinâmicos dos fatores e/ou ocorrências de problemas nos Sistemas de Abastecimento de

Água, da melhor maneira possível, de forma que a análise de risco possa ser ainda mais precisa;

 Testar a metodologia proposta com outros níveis de escalas, tanto para as probabilidades e impactos, quanto para os próprios riscos;

 Ampliar o estudo para todo o Estado do Ceará, para obtenção da classificação de todos os municípios, objetivando uma avaliação comparativa entre os sistemas de abastecimento para auxílio na tomada de decisão;

 Testar outras metodologias de priorização e ponderação de critérios, ou ainda, de análise de riscos, para uso sob a perspectiva dos Planos de Segurança da Água.