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À semelhança do ponto anterior, a divisão da amostra neste ponto foi feita em função do setor de atividade da empresa, de acordo com o ponto 3.4.4 do trabalho. Desta forma, foi criada uma subamostra para as empresas do setor primário, uma para as empresas do setor secundário e, por fim, uma terceira amostra para o setor terciário.

4.2.5.1 – Estimação do modelo estrutural - setor primário

A figura 15 juntamente com o quadro 43 revelam que o fator “dimensão” apresenta um efeito direto positivo sobre o “resultados antes de impostos” (β 0,651; p-value < 0,001), estatisticamente significativo, muito semelhante ao efeito verificado na globalidade das empresas (β 0,662; p-value < 0,001).

Figura 15: Resultados da estimação do modelo estrutura

O fator “dimensão” tem ainda um efeito direto negativo sobre a “variação do volume de negócios” (β -0,358; p-value < 0,001), estatisticamente significativo. Este efeito direto negativo indica que quando o fator “dimensão” aumentar no valor correspondente a um

desvio padrão, então a variável dependente “variação do volume de negócios” sofre uma diminuição de 0,358 desvios padrões. Este efeito não deixa de ser surpreendente verificando-se também na subamostra referente às empresas com reduzida rendibilidade do ativo total líquido (ponto 4.2.6).

Quadro 43: Estimativas estandardizadas e significância da trajetórias

O fator “benefícios fiscais à interioridade”, na subamostra das empresas do setor primário, não apresenta efeito direto estatisticamente significativo, quer sobre os “resultados antes de impostos” quer sobre a “variação do volume de negócios”. A percentagem da variância dos “resultados antes de impostos” explicada pelo modelo é de 42%, sendo a mesma percentagem para a “variação do volume de negócios” de 13%. Verifica-se desta forma que, neste grupo de empresas, os benefícios fiscais à interioridade não têm efeito direto quer na performance quer no crescimento das mesmas. Da análise do quadro 24, constata-se que do total da amostra, apenas, 3,4% das empresas utilizaram os benefícios fiscais à interioridade.

A reduzida utilização dos benefícios fiscais à interioridade, por parte das empresas pertencentes ao setor primário, poderá estar relacionada com a própria dimensão das empresas, dado que o setor primário é composto maioritariamente por micro empresas (82,1%) conforme o quadro 17.

4.2.5.2 – Estimação do modelo estrutural - setor secundário

Com base na figura 16 e no quadro 44, identificamos o efeito direto e positivo do fator “dimensão” sobre os “resultados antes de impostos” (β = 0,513; p-value < 0,001), sendo estatisticamente significativo, mas inferior ao do modelo global (β = 0,662; p-value < 0,001). O fator “dimensão” não apresenta um efeito direto, estatisticamente significativo, sobre a variável dependente “variação do volume de negócios”, ou seja, a dimensão neste grupo de empresas tem apenas um efeito direto sobre a performance, não se verificando um efeito direto sobre o crescimento.

Relativamente ao fator “benefícios fiscais à interioridade”, este já apresenta efeitos diretos positivos sobre a performance e sobre o crescimento. Para os “resultados antes de impostos” esta trajetória apresenta um coeficiente estrutural de β = 0,09 com p-value = 0,021, estatisticamente significativo, para um grau de significância de 5% e para a “variação do

Trajetória Estimação estandardizada p-value RAI <---- Dim 0,651 <0,001 RAI <---- BFI 0,001 0,99 Var_VN <---- BFI 0,023 0,777 Var_VN <---- Dim -0,358 <0,001

129 volume de negócios” um coeficiente estrutural de β = 0,319, com p-value < 0,001, estatisticamente significativo, para um grau de significância inferior a 0,1%. Relativamente à percentagem da variância, quer dos “resultados antes de impostos” como da “variação do volume de negócios”, verificou-se uma redução relativamente setor primário, passando os valores de 42% para 34% e de 13% para 11%, respetivamente.

Figura 16: Resultados da estimação do modelo estrutura

Quadro 44: Estimativas estandardizadas e significância da trajetórias

Verifica-se uma maior aproximação das empresas do setor secundário ao modelo geral, comparativamente ao setor primário, pode justificar-se por uma grande percentagem de empresas do setor primário possuir uma dimensão micro. Como vimos no ponto 4.2.4.1 deste trabalho, os benefícios fiscais à interioridade são pouco utilizados pelas micro empresas.

4.2.5.3 – Estimação do modelo estrutural - setor terciário

Relativamente ao setor terciário e pela análise da figura 17 e do quadro 45, verifica-se um efeito direto positivo do fator “dimensão” sobre os “resultados antes de impostos” (β = 0,762;

Trajetória Estimação estandardizada p-value RAI <---- Dim 0,513 <0,001 RAI <---- BFI 0,09 0,021 Var_VN <---- BFI 0,319 <0,001 Var_VN <---- Dim 0,019 0,678

p-value < 0,001), estatisticamente significativo, superior ao do modelo global (β = 0,662; p-value < 0,001). O efeito direto do fator “dimensão” sobre a “variação do volume de

negócios” (β = 0,265; p-value < 0,001) é estatisticamente significativo para um grau de significância de 1%. Este efeito é igualmente superior ao verificado para a globalidade das empresas (β = 0,252; p-value < 0,001).

Figura 17: Resultados da estimação do modelo estrutura

No que diz respeito ao fator “benefícios fiscais à interioridade” apenas se verifica um efeito direto negativo sobre a “variação do volume de negócios” (β -0,092; p-value < 0,001), estatisticamente significativo. O facto de o efeito direto ser negativo não deixa de ser surpreendente, verificando-se apenas este efeito negativo na subamostra referente às empresas com uma rendibilidade do ativo total líquido reduzida.

Quadro 45: Estimativas estandardizadas e significância da trajetórias

De uma forma sucinta, verifica-se que é no setor secundário que o efeito direto dos benefícios fiscais à interioridade na performance e no crescimento das empresas, por setor de

Trajetória Estimação estandardizada p-value RAI <---- Dim 0,762 <0,001 RAI <---- BFI 0,019 0,122 Var_VN <---- BFI -0,092 <0,001 Var_VN <---- Dim 0,265 <0,001

131 atividade, são mais evidentes. Uma possível causa para este comportamento prende-se com a concentração de empresas de pequena dimensão neste setor de atividade.