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4.2.1.1 - Objetivos

No ponto 4.1 deste trabalho analisaram-se as possíveis diferenças das empresas na utilização dos BFI, em função da dimensão, do setor de atividade, da região, da rendibilidade do ATL, e do TOC.

Neste ponto pretende-se complementar, os efeitos diretos que os BFI têm no crescimento e

performance das empresas, contribuindo, por esta via, para o enriquecimento da literatura

internacional, fundamentalmente através da utilização da análise de equações estruturais. Esta metodologia não tem sido utilizada em estudos relacionados com a temática dos benefícios fiscais. Neste sentido, neste trabalho desenvolve-se um modelo estrutural/conjuntural para análise dos efeitos diretos que os BFI e a dimensão têm no crescimento e performance das empresas do interior de Portugal.

4.2.1.2 – Variáveis e hipóteses de investigação

O objetivo definido neste trabalho é responder às seguintes questões de investigação (b) “Qual o papel dos benefícios fiscais no crescimento e na performance das empresas em regiões economicamente mais desfavorecidas?” e (c) “Que variáveis manifestas, inseridas nos BFI, têm um efeito direto no crescimento e na performance das empresas do interior?”. Para esse efeito, foram definidas as variáveis latentes ou constructos e variáveis manifestas ou variáveis observáveis.

Como foi referido anteriormente, este trabalho apresenta um caráter inovador uma vez que não se encontrou, na literatura, sustentação para as hipóteses de investigação. Desta forma, para as hipóteses H6 e H7 são apresentadas as variáveis latentes ou constructos, que embora

não sendo diretamente observáveis ou mensuráveis, fazem-se sentir por intermédio das variáveis observáveis ou manifestas, as quais também são apresentadas.

(i) Variável latente ou construto BFI - Benefícios Fiscais à Interioridade

Como se referiu no Capítulo II, existem opiniões diferentes no que diz respeito à implicação que os benefícios fiscais produzem nas empresas. Enquanto alguns autores (e. g., Meier, 1964; Ayele, 2002; Easson & Zolt, 2002; Gergely, 2003; Bartik, 2005; Henrekson, 2005 e Knoll, 2008) consideram que os benefícios fiscais contribuem para o desempenho das empresas, porém, outros autores (e. g., Velde, 2002; Gergely, 2003; Bartik, 2005 e Schwartz et al., 2008) consideram que é uma forma errada de utilizar o erário público.

Neste sentido, elaborou-se a seguinte hipótese:

H6: Os benefícios fiscais produzem um efeito direto sobre o crescimento e a performance

das empresas nas regiões do interior de Portugal.

As variáveis observadas IEI - Investimento Elegível Incorpóreo, RESS - Redução dos Encargos com a Segurança Social, MESS - Majoração dos Encargos com a Segurança Social, MCFI - Majoração do Crédito Fiscal ao Investimento e SISA não foram consideradas no modelo. Este facto deve-se ao facto de, tal como se descreveu no ponto 3.4.5.2 do presente trabalho, estas variáveis não se adequarem ao modelo. Como considera Marôco (2010) será fundamental decidir sobre quais as variáveis manifestas que melhor operacionalizam as variáveis latentes. Desta forma, as variáveis observáveis, relacionadas com os BFI, conforme figura 5, que melhor operacionalizam o modelo teórico, são: MA – Majoração das Amortizações, IEC – Investimento Elegível Corpóreo, ICRTIRC – Incentivo Correspondente à Redução da Taxa de IRC.

Figura 5: Construto dos Benefícios Fiscais à Interioridade

As variáveis observáveis MA e IEC referem-se ambas ao investimento realizado após a entrada em vigor dos BFI. No entanto o IEC é indicado apenas uma única vez, no ano em que o investimento foi realizado, sendo que a MA são indicadas nos diversos anos em que os bens são depreciados. Como o período em análise compreende os anos entre 2006 e 2009, as variáveis MA e IEC não produzem a mesma informação.

(ii) Variável latente ou construto Dim – Dimensão

Como também referido no Capítulo II, diversos autores (e. g., Risseeuw, 1997 e Serrasqueiro et al., 2010) consideram que a dimensão da empresa influencia o seu crescimento e

performance. No entanto, nenhum deles obteve evidência empírica sobre o tipo de relação

entre o conjunto dos fatores que constituem a dimensão da empresa.

Incentivo Correspondente à Redução da Taxa do IRC

crescimento e performance das

BFI Investimento Elegível –

Corpóreo performance das empresas nas regiões

113 Desta forma, para identificar as variáveis observáveis, pertencentes ao construto dimensão, que influenciam o crescimento e a performance das empresas, formulou-se a seguinte hipótese:

H7: A dimensão produz um efeito direto sobre o crescimento e a performance das

empresas nas regiões do interior de Portugal

A operacionalização da variável latente “Dim” será efetuada pelas seguintes variáveis observáveis (figura 6):

Figura 6: Construto da Dimensão das empresas

Na definição das variáveis observáveis que operacionalizam cada um dos constructos, associados às hipóteses H6 e H7, foi elaborada uma análise fatorial exploratória prévia, a qual

se encontra no Apêndice B. Esta fase implicou várias análises, tendo por objetivo encontrar as melhores variáveis manifestas que operacionalizam os constructos.

A análise fatorial apresenta um índice de adequação da amostra razoável, sendo o teste

Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) de 0,566 superior a 0,5 pelo que se verifica uma correlação média

entre as variáveis (Ferguson & Cox, 1993; Merkle, Layne, Bloomberg & Zhang, 1998; Ngai, Cheng & Ho, 2004; Ma, Pearson & Tadisina, 2005). O teste de esfericidade, o indicador de Bartlett, apresenta um nível de significância inferior a 0,001 o que permite rejeitar a hipótese da matriz das correlações, evidenciando desta forma a existência de correlação parcial entre as variáveis. Desta forma os resultados, dos dois testes, levam-nos a prosseguir com a análise fatorial.

Da análise fatorial exploratória extraíram-se dois fatores sendo atribuída a designação “Dim” ao fator 1 e “BFI” ao fator 2. Quando se proceder à análise fatorial confirmatória, avaliar-se-á a consistência interna de cada construto.

Total do Ativo Líquido.

Dim Volume de Negócios