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A análise de viabilidade está vinculada diretamente ao recurso financeiro, principalmente quando se trata de um desembolso. Na visão de Bruni e Famá (2007) o dinheiro é utilizado para investir no momento atual, para depois gerar ganhos futuros. Nesse sentido, a análise de viabilidade com base nos autores, deve deter uma análise detalhada para verificar se os resultados positivos são satisfatórios em comparação ao gasto total realizado.

Compreende-se que ao ato de investir compete uma verificação minuciosa para minimizar os riscos e maximizar os lucros da aplicação financeira em um empreendimento específico. Rasoto et al. (2012) destaca que ao avaliar a viabilidade do investimento seja de um projeto tradicional, seja ele inovador, essa avaliação abrange além dos requisitos técnicos, também contempla os aspectos econômicos, pois demonstra a real viabilidade do projeto, por mais que ele seja tecnicamente conveniente.

Além do mais, é importante ter conhecimento sobre o ambiente em que o negócio está inserido ou da área a ser investida, de maneira que se tenha uma visão clara sobre as oportunidades, ameaças e os pontos positivos e negativos. Para isso tem-se a seguir a figura 3 que aborda os quatro pilares de um sistema integrado.

Figura 3 – Quatro perspectivas advindas do empreendedorismo

Fonte – Gartner (1985) apud Tomei e Lima (2015, p. 9)

Essas perspectivas precisam ser consideradas para a tomada de decisões para investimentos e financiamentos. Seleme (2010) afirma que se deve ter uma análise geral para que se tenha um equilíbrio para o alcance de bons resultados financeiros. Com base nisso,

vale ressaltar que nos empreendimentos rurais torna-se importante fazer essa análise sob a ótica de proprietário, propriedade rural, processo e ambiente para que haja sintonia a partir de decisões a serem tomadas com base no negócio desempenhado pelo mesmo.

No mesmo direcionamento Rasoto et al. (2012) aborda que toda decisão deve considerar três (3) tipos de critérios, sendo eles os econômicos que abrangem a rentabilidade do investimento, os financeiros ligados aos recursos e por fim, os imponderáveis que são elementos que não são convertidos em dinheiro, por exemplo, a segurança, localização, qualidade, praticidade da manutenção e o status.

Assim sendo, a análise de viabilidade tem como foco o recurso financeiro, porque busca analisar o possível comportamento feito por dado investimento, de maneira a verificar quais seriam os ganhos e em qual escala. Além disso, a importância de abranger o estudo do ambiente para a tomada de decisões, além de entender mais sobre os investimentos.

2.3.1 Investimentos

São atividades que abordam a tomada de decisões sobre a aplicação de recursos disponíveis para contribuir com as movimentações operacionais, de acordo com as necessidades percebidas (SELEME, 2010). Na mesma linha de raciocínio, Rasoto et al. (2012) confirma que as decisões de investimentos precisam ser amparadas por informações confiáveis e bem analisadas.

De forma objetiva, Crepaldi (2016, p. 107) diz que investimento é um “gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros”. Para tanto, busca-se a criação de valor, após a recuperação do capital investido, obtendo uma rentabilidade desse capital ao longo do período (MOTTA e CALÔBA, 2009).

Deve-se considerar também o tipo de projeto de investimento, Samanez (2004) enfatiza que devem ser levados em conta dois aspectos o horizonte econômico que nada mais é, o período de curto a longo prazo e a natureza, isto é, a finalidade podendo ser projeto tático relacionado à troca de equipamentos ou projeto estratégico referente à expansão do negócio.

A partir do que foi exposto, tem-se o conhecimento de estudar o tipo de investimento e qual a sua dimensão em determinado empreendimento para que seja possível orientar o estudo de viabilidade.

2.3.2 Receitas, despesas e custos

Kruger, Mazzioni e Boettcher (2009) apud Souza et al. (2018) chamam a atenção para o fato de que a administração e a contabilidade tornaram-se importantes também nas propriedades rurais em qualquer das atividades desempenhadas, pois essas duas áreas fornecem informações essenciais acerca da atividade rural, no que diz respeito à expansão do empreendimento, necessidade de redução de custos ou despesas, a busca de recursos e também realização de investimentos. Essas condições são consideradas para a tomada de decisões no meio rural.

Isso revela a importância do entendimento sobre as receitas, despesas e custos para contribuir no estudo de viabilidade. Braga (2012) explica que as receitas são vistas como benefícios econômicos que aumentam sob a forma de entrada de recursos e geralmente aplicadas no ativo que resultem simultaneamente aumento do patrimônio líquido. Elas estão associadas às vendas de mercadorias, produtos e/ou prestação de serviços. E Basso (2011) acrescenta que uma receita também pode derivar de rendas sobre juros de poupanças, títulos e entre outros ganhos.

Para Machado (2005, p. 31) as despesas são “todos os gastos que a empresa tem, após ou independente do produto acabado. Ex: despesas com vendas, aluguéis”. Basso (2011) traz a concepção de que despesa é caracterizada como ‘custo’, mas estando relacionado à utilização de bens e serviços que, direta ou indiretamente, vão produzir uma receita. Algo que identifica uma despesa é o gasto que é consumido e não é materializada.

Todo item tem uma classificação com base na sua natureza, a partir disso as despesas podem ser classificadas em fixas, pois independem do volume de vendas ou prestação de serviços, mantendo assim o valor inalterado. Já as despesas variáveis se alteram à medida que ocorre a oscilação no volume de receitas, com base da descrição de Perez Jr, Oliveira e Costa (2005).

Por outro lado, os custos para Machado (2005) identificam todos os gastos incorridos no processo produtivo, pois podem ser atribuídos a cada produto em cada fase do processo. Dessa forma, todos os gastos que podem ser atribuídos a cada produto em todas as suas fases de produção, por exemplo a matéria prima, mão de obra direta, etc. E também no direcionamento de Crepaldi (2016) são divididos em fixos e variáveis, os primeiros são fixos em relação ao volume de produção como aluguel, e impostos. Já os segundos aumentam proporcionalmente conforme a produção, por exemplo, embalagens e insumos.

2.6 Metodologias de análise de viabilidade

A análise de investimentos é o modo de antecipar, por meio de estimativas, os resultados oferecidos pelos projetos. São empregados um conjunto de técnicas que possibilitem comparar os resultados de diferentes alternativas para que se decida a opção mais viável, uma vez que são considerados apenas fatores conversíveis em dinheiro (MEGLIORINI e VALLIM, 2009).

Existem metodologias para tomada de decisão que são divididas em fases, conforme destacam Motta e Calôba (2009). Nesse sentido, tem-se a identificação das alternativas, onde define-se o nível de análise respondendo onde, quem, quando, como e por quê. A segunda, um estudo preliminar de viabilidade das alternativas, terceira a seleção preliminar das alternativas, quarta o estudo de viabilidade das alternativas selecionadas (estudo econômico passa a ser detalhado), após as considerações sobre risco e incertezas, a implementação das alternativas selecionadas e posteriormente a análise para a melhoria contínua do sistema decisório. De forma simples e direta a seguir apresenta-se na figura 4 o fluxograma do processo de investimento que basicamente atende as fases para a tomada de decisão.

Figura 4 – Fluxograma do processo de investimento

Fonte: Bruni e Famá (2007, p. 66)

Isso demonstra o passo a passo para um estudo bem apurado e de certo modo um planejamento financeiro, por meio da análise de viabilidade econômica e financeira. Com vistas a uma maior segurança ao investir no negócio para que traga retorno positivo.

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