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Viabilidade econômica e financeira: estudo da ampliação de granja de suínos em uma propriedade rural do município de Novo Machado - RS

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e

da Comunicação

Curso de Administração

ANDRESSA NEUMANN

STELA MARIS ENDERLI

VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA: Estudo da

Ampliação de Granja de Suínos em uma Propriedade Rural do

Município de Novo Machado - RS

Trabalho de Conclusão de Curso

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ANDRESSA NEUMANN

STELA MARIS ENDERLI

VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA: Estudo da

Ampliação de Granja de Suínos em uma Propriedade Rural do

Município de Novo Machado - RS

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à conclusão de Curso e consequente obtenção de título de Bacharel em Administração.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, principalmente ao meu pai que sempre me incentivou a seguir com os estudos. E também para alguns amigos que acreditaram no meu potencial e torceram pelas conquistas ao longo da vida acadêmica e profissional.

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AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos a todos aqueles que contribuíram para que este trabalho pudesse ser realizado. Em especial a minha família, pais Sidomar e Lori, irmãos Gilberto e Gilmar que me apoiaram durante a realização dessa etapa da vida acadêmica.

A minha orientadora, professora Stela Maris Enderli, pela simplicidade e dedicação em ensinar e com sua capacidade e disposição acompanhou e orientou a realização deste estudo.

E amigos, colegas de aula e de trabalho que acompanharam essa trajetória e incentivaram o alcance dos objetivos almejados durante a graduação. E também aos professores com quem tive aula, agradeço pelo conhecimento repassado e pelas vivências em sala de aula e além disso, toda a trajetória vivida durante a graduação na Instituição de Ensino UNIJUÍ.

Desde já agradeço por todo apoio dado pelas pessoas que considero importantes em minha vida e todas àquelas que participaram durante esse processo.

“Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros.”

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RESUMO EXPANDIDO

VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA: ESTUDO DA AMPLIAÇÃO DE GRANJA DE SUÍNOS EM UMA PROPRIEDADE RURAL DO MUNICÍPIO DE NOVO

MACHADO - RS¹

Andressa Neumann² Stela Maris Enderli³

¹Trabalho de Conclusão de Curso;

²Acadêmica do curso de Administração e autora do Trabalho de Conclusão de Curso, andressa8neumann@yahoo.com.br;

³Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso, Professora Mestre do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação – DACEC, stelae@unijui.edu.br.

Introdução

Desde pequeno o ser humano é movido pelas decisões que toma em qualquer momento e sobre diversas questões. Quando as decisões estão voltadas aos recursos financeiros de um empreendimento, muitas vezes não se tem contato com métodos para avaliar o comportamento de um investimento após alguns anos, de modo a analisar se o mesmo será viável no aspecto econômico e financeiro. De acordo com Lacombe e Heilborn (2008, p. 439), “[...] decidir é escolher entre duas ou mais alternativas” e isso aplica-se na amostra do estudo para que a unidade familiar da propriedade rural tenha conhecimento dos fatores que podem influenciar a tomada de decisão para o investimento de ampliar a granja de suínos no município de Novo Machado - RS.

Para empreender, segundo Pesce (2012, p. 15) “[...], a sua idade não importa. O que importa é ser extremamente apaixonado por solucionar problemas e melhorar as vidas das pessoas, e estar disposto a trabalhar arduamente para fazer as coisas acontecerem”. Diante disso, o empreendimento rural está vinculado diretamente com o perfil do proprietário, pois é um fator-chave no desenvolvimento e adaptação do negócio ao longo do período, de acordo com as Características Comportamentais Empreendedoras - CCEs.

O foco do estudo foi analisar e apresentar de que forma o estudo da viabilidade econômica e financeira pode contribuir na tomada de decisão na ampliação da capacidade de terminação de suínos em uma propriedade rural do município de Novo Machado - RS. Isso remete-se a decisões de investimentos que abrangem a elaboração, avaliação e seleção de opções de aplicações de recursos realizadas geralmente a médio e longo prazos para gerar resultados através do retorno sobre o capital aplicado em determinado projeto, conforme destacam Assaf Neto e Lima (2014). Bem como retrata a relevância das informações por meio de cálculos que auxiliam na visualização da reação do negócio no período estudado.

Folador (2019) presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul - ACSURS afirma que “a principal dica é que o produtor faça um minucioso levantamento

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com profissional especializado, sobre o mercado, custos e receitas, antes de investir na suinocultura”. Isso comprova a importância do estudo de viabilidade para os investimentos voltadas à atividade suinícola. Além do mais, segundo Kassai et al. (2000), a maneira simples e mais próxima da realidade de se avaliar o risco compreendido é verificando a sensibilidade de cada alternativa nas três estimativas, a provável, pessimista e otimista.

Sendo assim, o trabalho teve como objetivo geral analisar a viabilidade econômica e financeira de ampliação da capacidade de terminação de suínos em uma propriedade rural da cidade de Novo Machado - RS. Também, se buscou identificar o perfil empreendedor do suinocultor e os investimentos necessários, levantar os custos, despesas e receitas da granja, realizar os cálculos de viabilidade econômica e financeira e ao final analisar as informações obtidas para verificar as alternativas e a importância do referido estudo para o processo decisório da família.

Metodologia

Quanto à natureza o estudo classifica-se como pesquisa aplicada porque com a base teórica e caracterização do perfil empreendedor do suinocultor e a identificação de investimentos necessários, assim como dos custos, despesas e receitas foi possível aplicar os cálculos para a avaliação das alternativas de viabilidade para auxílio na tomada de decisão dos proprietários por ser um interesse do casal. Pois, ela gera conhecimentos para solucionar determinado problema do interesse local, e por meio da questão de estudo e sua temática se busca através da fundamentação teórica conhecer mais sobre o assunto para exposição de soluções, ou seja, isso remete como trabalhar com um problema (ZAMBERLAN et al., 2014). Quanto aos objetivos é uma pesquisa descritiva, devido a caracterização do perfil empreendedor do suinocultor, identificação dos investimentos necessários, levantamento dos custos, despesas e receitas do empreendimento, e os indicadores de viabilidade econômica e financeira que foram observados, registrados, analisados e detalhados.

Quanto à forma e abordagem a investigação é qualitativa pois, Collis (2005) afirma que é um método mais subjetivo e envolve analisar e refletir sobre as percepções para obter um entendimento das atividades sociais e humanas, ou seja, é voltada para a qualidade e características não-numéricas. Nesse sentido, no estudo não teve a utilização de métodos estatísticos, uma vez que foi um estudo subjetivo que se procurou verificar de que forma o estudo da viabilidade econômica e financeira pode contribuir na tomada de decisão na ampliação da capacidade de terminação de suínos na propriedade rural.

Nos procedimentos técnicos a pesquisa classifica-se como bibliográfica pois, é toda aquela já tornada pública em que autores renomados falam do assunto com certa bagagem de conhecimento (MARCONI e LAKATOS, 2003), logo, se buscou acervos bibliográficos físicos e eletrônicos de autores consagrados que escreveram sobre suinocultura, empreendedorismo, análise de viabilidade econômica e financeira e demais assuntos que fazem parte do estudo. Além do mais, foi pesquisa documental porque segundo Santos (2005, p. 174), “[...] é trabalhada com base em documentos que não receberam tratamento de análise e síntese”, diante disso, foram utilizados documentos, como contrato de parceria entre a empresa integradora e o suinocultor, o acesso ao relatório de informações da produção integrada – RIPI de vários períodos conhecido como documento do fechamento do lote entregue, onde nele está exposto a receita advinda do desempenho do lote.

Além do mais, foi um estudo de caso porque se buscou verificar como o estudo de viabilidade econômica e financeira pode auxiliar na tomada de decisão na ampliação da capacidade de terminação de suínos da propriedade rural.

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O universo da amostra foi representado pela propriedade rural dos pais da autora, que está localizada no município de Novo Machado situado na região noroeste do estado do RS, pois nela foi desenvolvido o estudo de viabilidade de ampliação do empreendimento suinícola, com base nas características da granja já existente. E também segundo Vergara (2004) a amostra foi por acessibilidade, pois o objetivo era selecionar elementos pelo fácil acesso a eles. O participante foi o pai da autora que é proprietário da unidade familiar rural, o mesmo participou da entrevista informal para coleta de informações que foram necessárias para a caracterização do perfil empreendedor e nas demais etapas do estudo relacionadas com informações que envolveram o valor das despesas, o valor do investimento pretendido e as condições de financiamento e pagamento e demais informações para sanar as dúvidas que surgiam durante o estudo.

Estudo Aplicado

No primeiro momento foi realizado a transcrição da entrevista com o suinocultor, a mesma continha 11 perguntas sobre o ramo suinícola, início da atividade, a busca de informações, dificuldades e surpresas durante esse processo, a visão atual do empreendimento sobre a ampliação e pontos a serem melhorados. Esses pontos serviram para traçar o perfil empreendedor e com o estudo pode-se verificar que o suinocultor possui características comportamentais empreendedoras porque buscou por uma oportunidade de expansão no meio rural, teve iniciativa e persistência de pôr em prática o que almejava, correndo riscos pelo investimento considerável e pelo porte da granja. Ademais, buscou informações, priorizou a qualidade e o desempenho por meio do comprometimento, mostrou autoconfiança em seguir nesse ramo, a rede de contatos foi importante nesse processo e principalmente a persistência que demonstrou para seguir e ter eficiência na entrega de cada lote.

Na segunda etapa com uso do programa Excel foram estruturadas planilhas para organizar os dados e gerar os resultados. Nesse sentido, foram estabelecidos os investimentos necessários à ampliação da atividade suinícola, os quais foram divididos em fixos e pré-operacionais. Desta forma, apurou-se que o investimento total para ampliação do empreendimento é de R$ 412.404,35, conforme demonstrado no Quadro 1.

Quadro 1 - Investimentos necessários

Descrição Valor Total R$ Valor em %

Investimentos fixos R$ 401.970,00 97,47%

Investimentos pré-operacionais R$ 10.434,35 2,53%

Total R$ 412.404,35 100,00%

Fonte: Dados da pesquisa (set, 2019)

Após apuração do investimento total, foram definidos os percentuais que compõem e irão compor o capital total investido, sendo que na estrutura atual 89% é capital próprio e o restante de terceiros. No entanto, a partir da ampliação os valores praticamente se igualam, ou seja, 50,00% serão de capital próprio e 50,00% capital de terceiros, o qual será através de financiamento, a ser pago em 10 anos com uma taxa de juros de 4,60% a.a., sem carência e nele está incluso um investimento realizado na estrutura atual e parte dele falta ser pago, isto é, R$ 51.158,01 a taxa de juros de 2% a.a. As estruturas de capitais estão representadas nos gráficos 1 e 2 logo abaixo.

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Gráfico 1 – Estrutura atual de capital Gráfico 2 – Estrutura a partir da ampliação

Fonte: Elaborados pela autora com base nos dados da pesquisa (nov., 2019)

Na sequência foi estipulada a longo prazo a projeção de receitas, para a qual foram consideradas as informações da estrutura atual. Nesse sentido, atualmente o lote é composto por 1.400 suínos, são feitas três entregas no ano, a produção é integrada com a indústria/frigorífico Alibem e cada suíno que chega na granja possui em média 20 quilos e ao final na entrega chega a média de 120 kg. As projeções de receitas podem ser vistas no quadro 2 a seguir.

Quadro 2 – Projeção da receita nos três cenários

Período Lotes Cab. Valor líq./cab. Pessimista 10% Provável Otimista 15%

1 3 7200 R$ 30,00 R$ 194.400,00 R$ 216.000,00 R$ 248.400,00 2 3 7200 R$ 30,75 R$ 199.260,00 R$ 221.400,00 R$ 254.610,00 3 3 7200 R$ 31,52 R$ 204.249,60 R$ 226.944,00 R$ 260.985,60 4 3 7200 R$ 32,31 R$ 209.368,80 R$ 232.632,00 R$ 267.526,80 5 3 7200 R$ 33,18 R$ 215.006,40 R$ 238.896,00 R$ 274.730,40 6 3 7200 R$ 34,01 R$ 220.384,80 R$ 244.872,00 R$ 281.602,80 7 3 7200 R$ 34,86 R$ 225.892,80 R$ 250.992,00 R$ 288.640,80 8 3 7200 R$ 35,73 R$ 231.530,40 R$ 257.256,00 R$ 295.844,40 9 3 7200 R$ 36,62 R$ 237.297,60 R$ 263.664,00 R$ 303.213,60 10 3 7200 R$ 37,54 R$ 243.259,20 R$ 270.288,00 R$ 310.831,20 Total 30 72000 R$ 2.180.649,60 R$ 2.422.944,00 R$ 2.786.385,60

Fonte: Elaborados pela autora com base nos dados da pesquisa (nov., 2019)

Nesse quadro o número de cabeças contempla a capacidade atual e a perspectiva da ampliação com acréscimo de 1000 animais. Que representa um crescimento de 41,67% na capacidade e impacto positivo nas receitas. O valor médio líquido por cabeça inicia-se em R$ 30,00 com base na conjuntura apresentada pela granja no ano de 2019 e nos demais períodos utilizou-se o valor do cenário pessimista com crescimento de 10% e otimista de 15% a partir da estimativa provável, adicionadas e divididas por dois para obter o preço médio. É necessário destacar que a empresa integradora Alibem já realiza o tramite do desconto da alíquota do Funrural sobre o total da receita bruta do lote, antes do suinocultor receber pelo lote entregue.

Após a projeção das receitas foram apuradas as despesas operacionais e financeiras da estrutura atual e estimativa após a ampliação, as mesmas incluem mão de obra familiar de dois integrantes da família, energia elétrica, manutenção das estruturas/equipamentos, depreciação, telefone/internet, seguro predial, taxa de manutenção bancária, manutenção das

Capital Próprio 89% Capital de Terceiros 11% ANTES Capital Próprio 50% Capital de Terceiros 50% DEPOIS

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estruturas/instalações e despesas financeiras que são os juros dos financiamentos. Além disso, devido ao contrato de parceria suinícola firmado entre o suinocultor e a Alibem comercial de alimentos Ltda, nele consta que todas as despesas com transporte dos suínos de recebimento e entrega, ração, medicamentos e de qualquer insumo são por conta da empresa. Enquanto que ao produtor é dada a responsabilidade do cuidado necessário na criação e terminação dos leitões, bem como as despesas da manutenção, conservação dos pavilhões, das instalações e equipamentos para estado sanitário e de funcionamento adequado às exigências técnicas.

A partir dessas informações foram utilizados os métodos para a análise econômica, o primeiro foi a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE que compara todas as receitas e as despesas de cada exercício. Para as despesas em geral foi projetado um reajuste anual de 7% na estimativa provável, 9% na pessimista e 5% na otimista. Porém, após tem-se o quadro 3 que apresenta a projeção provável em 5 anos, enquanto que os resultados dos demais cenários foram considerados nos demais indicadores.

Quadro 3 - DRE no cenário provável 1 a 5 anos

Descrição e Período 1 2 3 4 5

1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA 216.000,00 221.400,00 226.944,00 232.632,00 238.896,00

3 lotes 216.000,00 221.400,00 226.944,00 232.632,00 238.896,00

2. DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA - - - - -

3. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 216.000,00 221.400,00 226.944,00 232.632,00 238.896,00

4. Lucro Operacional Bruto 216.000,00 221.400,00 226.944,00 232.632,00 238.896,00

5. DESPESAS -126.867,06 -122.047,16 -124.390,29 -126.935,03 -129.697,24 Depreciação -49.200,30 -49.200,30 -49.200,30 -49.200,30 -49.200,30 Energia Elétrica -3.600,00 -3.852,00 -4.121,64 -4.410,15 -4.718,87 Internet/Telefone -600,00 -642,00 - 686,94 -735,03 -786,48 Despesas de salários -36.000,00 -38.520,00 -41.216,40 -44.101,55 -47.188,66 Seguro Predial -9.000,00 -9.630,00 -10.304,10 -11.025,39 -11.797,16 Taxa de manutenção Bancária -600,00 -642,00 -686,94 -735,03 -786,48 Manutenção da Instalação -2.400,00 -2.568,00 -2.747,76 -2.940,10 -3.145,91 Despesas Financeiras -25.466,76 - 16.992,86 -15.426,21 -13.787,49 -12.073,38

6. Resultado líquido do exercício 89.132,94 99.352,84 102.553,71 105.696,97 109.198,76

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (nov., 2019)

Através do quadro 3 é possível constatar que o lucro líquido inicial representa 41% da receita operacional bruta e gradativamente aumenta ficando próximo à 46% no 5° ano resultando em R$ 109.198,76. No quadro percebe-se nitidamente a mudança do período 1 ao 2, pois está relacionada à decisão do suinocultor em pagar mensalmente no ano 1 as despesas financeiras do financiamento realizado na estrutura atual.

Utilizando-se dos mesmos parâmetros da DRE, foi projetado o fluxo de caixa, conforme demonstrado no quadro 4 abaixo.

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Quadro 4 - Projeção de fluxo de caixa no cenário provável de 1 a 5 anos PERÍODO 0 1 2 3 4 5 Ingressos 216.000,00 221.400,00 226.944,00 232.632,00 238.896,00 Valores Recebidos 216.000,00 221.400,00 226.944,00 232.632,00 238.896,00 Investimento inicial -463.562,36 Despesas Operacionais e Financeiras -126.867,06 -122.047,16 -124.390,29 -126.935,03 -129.697,24 CAIXA DO PERÍODO 89.132,94 99.352,84 102.553,71 105.696,97 109.198,76 SALDO INICIAL -463.562,36 -374.429,42 -275.076,58 -172.522,87 -66.825,90 SALDO FINAL DE CAIXA -374.429,42 -275.076,58 -172.522,87 - 66.825,90 42.372,86

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do estudo (nov., 2019)

A previsão provável apresenta um fluxo negativo nos quatro primeiros anos devido ao investimento inicial e seu tempo para ser integralizado, mas depois a partir do quinto ano apresentam-se saldos de caixa positivos e significativos devido ao porte de ampliação pretendida. A partir dos demonstrativos apresentados, são apurados os indicadores econômico-financeiros da ampliação da granja e parte do investimento realizado na estrutura atual, conforme consta no quadro 5 na sequência.

Quadro 5 – Indicadores econômicos – financeiros nos três cenários

Descrição Provável Pessimista Otimista

Índice de Rentabilidade – IR média 23,60% 17,08% 29,36% Índice de Lucratividade – IL média 41,10% 36,29% 48,86% Taxa Interna de Retorno - TIR 18,44% 10,50% 25,19% Taxa Mínima de Atratividade - TMA 8,38% 8,38% 8,38%

Valor Presente Líquido - VPL 5° ano 7° ano 4° ano

Payback Simples - PBS 4 anos, 2 meses e 28 dias

5 anos, 7 meses e 7 dias

3 anos, 6 meses e 11 dias Payback Descontado - PBD 4 anos, 7 meses e 6

dias 6 anos e 22 dias

3 anos, 10 meses e 27 dias

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do estudo (nov., 2019)

No quadro 5, nota-se que através desses indicadores é possível analisar a viabilidade da ampliação da granja e o retorno dessa decisão e parte do investimento realizado. Observando os indicadores econômico-financeiros apresentados nesse projeto, a família obterá índices médios de rentabilidade e lucratividade no cenário provável, pessimista e otimista de 23,60%, 17,08%, 29,36% e 41,10%, 36,29%, 48,86%, respectivamente. Isso configura bons resultados a longo, uma vez que há o retorno do investimento. Analisando o período de retorno payback simples o investimento seria pago em média à quatro anos e no período descontado levaria um pouco mais de tempo porque considera os fluxos de caixa a valor presente e se aproxima da realidade. O VPL positivo no 5º ano na estimativa provável, 7° na projeção pessimista e 4° na visão otimista, indica que a TMA de 8,38% é atingida e superada, isto é, o retorno é maior do que o esperado pela TMA. A TIR durante os 10 anos será de 18,44% na estimativa provável, 10,50% no cenário pessimista e 25,19% na projeção otimista, esses percentuais comprovam o que os demais indicadores já apontam, ou seja, o projeto é viável econômico e financeiramente a longo prazo.

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Conclusão

O estudo desenvolvido surgiu pela curiosidade da autora em avaliar a viabilidade econômica e financeira da ampliação da granja de suínos na propriedade rural da família que faz parte. Nesse sentido, busca também dar destaque ao empreendedorismo voltado ao meio rural e aos pequenos agricultores, onde um dos objetivos específicos é caracterizar o perfil empreendedor do suinocultor. É preciso dar ênfase aos cálculos e avaliar os resultados para ter conhecimento do comportamento do empreendimento no futuro e quais os seus impactos econômicos e financeiros sobre o negócio. O suinocultor terá subsídios para a tomada de decisão após verificar que o negócio é rentável e viável a longo prazo.

Portanto, esse estudo confirma que é importante a análise de viabilidade do negócio e o mesmo pode ser estendido em cada propriedade rural que tenha intenção de atuar na atividade da suinocultura ou ampliar, de modo a oportunizar informações para auxílio na tomada de decisão.

Palavras – Chave: Empreendedorismo rural. Suinocultura. Investimento. Viabilidade.

Decisão

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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financeira. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2014. 380 p.

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FOLADOR, Valcecir. Suinocultura foi tema de palestra promovida pela FEICAM. Tucunduva e Tuparendi: Jornal Sentinela, 2ª quinzena set., 2019 (Caderno especial – IV FEICAM – Feira da Indústria, Comércio, Agropecuária e Música, p. 1).

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LACOMBE, Francisco José Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz José. Administração: princípios e tendências. 2. Ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia

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PESCE, Bel. A Menina do Vale: Como o empreendedorismo pode mudar sua vida: Casa da Palavra, 2012. 84 p.

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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2004. 96 p.

ZAMBERLAN, Luciano et al. Pesquisa em ciências sociais aplicadas. Ijuí: Unijuí, 2014. 208 p.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Propriedade rural . ...20

Figura 2 – Variáveis ambientais ... 30

Figura 3 - Quatro perspectivas advindas do empreendedorismo ... 33

(13)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Produção Mundial de Carnes nos últimos 50 anos, milhões de toneladas (USD .. 26

Gráfico 2 – Estrutura atual de capital ... 59

Gráfico 3 – Estrutura a partir da ampliação ... 59

Gráfico 4 – Comparativo da depreciação das duas estruturas ... 65

Gráfico 5 – Projeção provável do lucro líquido de 1 a 5 anos ... 67

Gráfico 6 – Projeção dos percentuais das despesas e do lucro líquido... 69

Gráfico 7 – Média do IR nos três cenários ... 79

(14)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Investimentos necessários ... 56

Quadro 2 – Itens que compõem o investimento fixo ... 56

Quadro 3 – Tabela Price ... 58

Quadro 4 – Estrutura Atual ... 58

Quadro 5 – Projeção da receita nos três cenários ... 61

Quadro 6 – Mão de obra na atividade suinícola ... 63

Quadro 7 – Depreciação das instalações e equipamentos ... 63

Quadro 8 – Depreciação dos móveis do novo escritório ... 64

Quadro 9 – Despesas operacionais ... 65

Quadro 10 - DRE no cenário provável 1 a 5 anos ... 68

Quadro 11 - DRE no cenário provável 6 a 10 anos ... 70

Quadro 12 - DRE no cenário pessimista 1 a 5 anos ... 72

Quadro 13 - DRE no cenário pessimista 6 a 10 anos ... 73

Quadro 14 - DRE no cenário otimista 1 a 5 anos ... 75

Quadro 15 - DRE no cenário otimista 6 a 10 anos ... 76

Quadro 16 – Projeção de rentabilidade na perspectiva provável a longo prazo ... 77

Quadro 17 – Projeção de rentabilidade na perspectiva pessimista a longo prazo ... 78

Quadro 18 – Projeção de rentabilidade na perspectiva otimista a longo prazo ... 78

Quadro 19 – Estimativa de lucratividade no cenário provável a longo prazo ... 79

Quadro 20 – Estimativa de lucratividade no cenário pessimista a longo prazo ... 80

Quadro 21 – Estimativa de lucratividade no cenário otimista a longo prazo ... 81

Quadro 22 - Projeção de fluxo de caixa no cenário provável ... 83

(15)

Quadro 24 - Projeção de fluxo de caixa no cenário otimista ... 85

Quadro 25 – Projeções da TIR nos três cenários ... 86

Quadro 26 – Previsão provável do valor presente líquido – VPL ... 87

Quadro 27 – Previsão pessimista do valor presente líquido – VPL ... 88

Quadro 28 - Previsão otimista do valor presente líquido – VPL ... 89

Quadro 29 – Previsão provável do payback simples e descontado ... 90

Quadro 30 – Previsão pessimista do payback simples e descontado ... 90

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 18

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 19

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO ... 20

1.3 QUESTÃO DE ESTUDO ... 21 1.4 OBJETIVOS ... 22 1.4.1 Objetivo geral ... 22 1.4.2 Objetivos específicos ... 23 1.5 JUSTIFICATIVA ... 23 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 25 2.1 SUINOCULTURA ... 25 2.2 EMPREENDEDORISMO ... 27 2.2.1 Empreendedorismo rural... 29

2.2.2 Características comportamentais do empreendedor - CCE ... 31

2.3 ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 33

2.3.1 Investimentos ... 34

2.3.2 Receitas, despesas e custos ... 35

2.3.3 Metodologias de análise de viabilidade ... 36

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA ... 36

2.4.1 Demonstração de resultado do exercício - DRE ... 37

2.4.2 Índice de Rentabilidade - IR ... 38

2.4.3 Índice de Lucratividade - IL ... 38

2.5 ANÁLISE DE VIABILIDADE FINANCEIRA ... 40

2.5.1 Fluxo de caixa ... 41

2.5.2 Taxa interna de retorno - TIR ... 42

2.5.3 Taxa mínima de atratividade - TMA ... 42

2.5.4 Valor presente líquido - VPL ... 43

2.5.5 Período de payback ... 44

3 METODOLOGIA ... 46

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 46

3.1.1 Quanto à natureza ... 46

(17)

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema ... 48

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 48

3.2 UNIVERSO AMOSTRAL ... 50

3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA ... 50

3.4 COLETA DE DADOS ... 51

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 52

4 ESTUDO APLICADO ... 53

4.1 PERFIL EMPREENDEDOR DO SUINOCULTOR ... 53

4.2 INVESTIMENTOS ... 55

4.2.1 Financiamento ... 57

4.3 RECEITAS, DESPESAS E CUSTOS ... 60

4.3.1 Receitas ... 60

4.3.2 Despesas e custos ... 62

4.4 ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA ... 66

4.4.1 Demonstração de resultado do exercício – DRE ... 66

4.4.2 Índice de Rentabilidade – IR ... 77

4.4.3 Índice de Lucratividade – IL ... 79

4.5 ANÁLISE DE VIABILIDADE FINANCEIRA ... 82

4.5.1 Fluxo de caixa ... 82

4.5.2 Taxa interna de retorno - TIR ... 86

4.5.3 Taxa mínima de atratividade – TMA ... 87

4.5.4 Valor presente líquido – VPL ... 87

4.5.5 Período de payback ... 89

4.6 ANÁLISE DO INVESTIMENTO ... 91

CONCLUSÃO ... 93

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 94

APÊNDICES ... 98

APENDICÊ A – Roteiro de entrevista ... 99

ANEXOS ... 100

ANEXO A - Representação Esquemática do Sistema Agroindustrial de Suínos (SAGS) ... 101

ANEXO B – Fluxos de caixa ... 102

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1 INTRODUÇÃO

A cada instante decisões são tomadas desde ao acordar até o momento de dormir, seja no âmbito organizacional, meio rural ou familiar. Quanto ao cenário rural, “o conjunto dessas ações de decidir o que, quanto e como produzir, controlar o andamento do trabalho e avaliar os resultados alcançados se constitui o campo da ação da Administração Rural (CREPALDI, 2016, p. 3)”.

A partir disso, percebe-se que é necessário o planejamento e análise de qualquer decisão, principalmente no âmbito rural onde foi realizado o estudo, pois através desse processo houve a visualização dos resultados que foram gerados por meio de dados coletados na propriedade rural, o que proporcionou a mensuração de médio a longo prazo da viabilidade econômica e financeira do investimento da ampliação da granja.

A suinocultura está se expandindo gradativamente no mercado por meio do ambiente dinâmico formado pelas variáveis do macro e microambientes. Nesse sentido, despertou-se interesse pelo estudo da presente pesquisa que consistiu em uma verificação com o objetivo de analisar de que forma o estudo de viabilidade econômica e financeira pode contribuir na tomada de decisão para a ampliação da capacidade de terminação de suínos em uma propriedade rural. Assim, se buscou identificar o perfil empreendedor do suinocultor e os investimentos necessários, levantar os custos, despesas e receitas da granja, realizar os cálculos de viabilidade econômica e financeira e ao final analisar as informações obtidas para verificar as alternativas e a importância do referido estudo para o processo decisório no meio rural.

Para atender a este objetivo o Trabalho de Conclusão de Curso está estruturado em capítulos. Inicialmente, apresenta-se a introdução para situar o estudo no aspecto da viabilidade econômica e financeira, bem como localizá-lo no âmbito do meio rural. Além disso, abordou-se a contextualização do estudo apresentando o tema, a caracterização do local da pesquisa, a definição da questão de estudo, assim como os objetivos geral e específicos, e em seguida a justificativa.

No segundo capítulo encontra-se o referencial teórico, abordando-se a concepção de autores renomados sobre os assuntos relacionados com a conjuntura da suinocultura, empreendedorismo, viabilidade econômica e financeira e os indicadores que deram o suporte para a análise da viabilidade. O que proporcionou o melhor entendimento sobre o tema e,

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além disso, auxiliou na interpretação e na análise dos dados que foram calculados a partir de informações coletadas junto à propriedade rural.

O terceiro capítulo retrata os procedimentos metodológicos que foram observados na realização e planejamento do presente estudo. Nele está expresso o tipo e método da pesquisa, de que modo ocorreu a coleta de dados e como foram feitas as análises e interpretações das informações.

No próximo capítulo apresenta-se o estudo aplicado que abrange os resultados relacionados ao perfil do empreendedor, aos investimentos, custos, despesas e receitas, bem como os valores dos índices econômicos e financeiros de viabilidade, descritos de forma avaliativa com aspectos que merecem atenção.

E por último se encontra a conclusão do trabalho, destacando-se os principais pontos de relevância, os objetivos alcançados e também o conhecimento que a pesquisa trouxe tanto para a pesquisadora como para a família empreendedora, com base em dados que auxiliam na tomada de decisão para ampliação ou não da granja. Ademais, em seguida encontram-se as referências bibliográficas, apêndices e os anexos.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Para toda decisão é necessária uma análise apurada, especialmente no aspecto financeiro econômico. No posicionamento de Assaf Neto e Lima (2014) as decisões de investimento têm o propósito de criar valor, pois cada uma apresenta-se economicamente atraente quando sua resposta é além do retorno esperado. E também a seleção conduz a um compromisso com a continuidade e viabilidade do empreendimento, ou seja, a decisão está inserida num processo de longo prazo.

Pode-se evidenciar, que atualmente, organizações e proprietários rurais tem investido em uma busca profunda sobre as variáveis que interagem com o negócio e podem ser de grande influência, ora positiva ora negativa. Com vistas a assegurar maior segurança quanto ao capital investido em dado empreendimento.

Para Bruni e Famá (2007, p. 1), “um investimento pode ser caracterizado genericamente como um sacrifício hoje em prol da obtenção de uma série de benefícios futuros. [...]”. Complementando a afirmação, a análise de investimentos é dada por meio de várias técnicas desenvolvidas, utilizando a Estatística, Matemática Financeira e Informática, o

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que configura uma solução oportuna para uma decisão compensadora, conforme menção de Motta e Calôba (2009).

Segundo Assaf Neto e Lima (2014) no processo de tomada de decisões financeiras, deve-se considerar dois fatores de viabilidade, o econômico que utiliza-se como base a correlação entre o retorno do investimento e o custo total dos recursos aplicados. E o financeiro por estar envolvido com a capacidade de geração de caixa dos empreendimentos e o fluxo dos pagamentos dos passivos.

Assim sendo, pode-se afirmar que é possível ter maior tranquilidade e segurança numa decisão sobre um investimento, quando é analisada toda a base de informações a partir de ferramentas avançadas que visam maior apoio e auxílio para o processo decisório.

Nesta perspectiva compreende-se que um problema recorrente em qualquer negócio é a tomada de decisão do investimento no cenário atual, de modo a considerar as variáveis do macro e microambientes. Deste modo, com vistas à temática viabilidade econômica e financeira buscou-se desenvolver o Trabalho de Conclusão de Curso.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO

O local de estudo foi em uma propriedade rural situada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul no munícipio de Novo Machado. A mesma possui uma área total de 12 ha, sendo que uma parte é utilizada na produção de grãos como soja, milho e trigo e o restante contempla área de mata, potreiro, açudes, moradia e a granja. A seguir pode ser observado na figura 1.

Figura 1 – Propriedade rural

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A unidade familiar é formada por quatro (4) integrantes e sua principal atividade e renda é advinda da suinocultura durante 11 anos. Atuam nesse ramo desde 2008 com uma estrutura dividida em dois (2) pavilhões com capacidade de abrigar 1.400 suínos.

Conforme SEBRAE (2018), a população de Novo Machado é composta por 3.925 habitantes de acordo com o último dado de 2016. Desse total 1.553 pessoas residem na zona urbana, enquanto as demais que totalizam 2.372 moram no âmbito rural, de acordo com os dados obtidos no período de 2016.

O município possui as principais atividades econômicas relacionadas com a produção de grãos, cultivo de tabaco, bovinocultura de leite e suinocultura. O rebanho de suínos, segundo SEBRAE (2018) em 2006 totalizava 3.793 cabeças, por outro lado até 2016 teve um crescimento muito expressivo passando para 26.106 suínos. Com base no período atual de 2019 a partir da informação do médico veterinário da empresa Alibem, o qual acompanha as granjas no município, destacou que atualmente tem-se 29 unidades de terminação com aproximadamente 23.870 suínos para abate, sendo que houve algumas desistências e ajustes conforme o padrão da organização.

Além do mais, a família da propriedade rural objeto de estudo tem o intuito de ampliar a granja, de modo a construir mais um pavilhão para 1000 suínos para somar 2.400 cabeças. Com o objetivo de aumentar a renda, porém antes é preciso realizar um estudo para analisar a viabilidade econômica e financeira da ampliação.

Portanto, o município apresenta uma população considerável residente no meio rural, bem como contém um número expressivo de rebanho de suínos que envolve 29 famílias dedicadas para essa atividade que agrega valor econômico tanto para a unidade familiar quanto para o município, beneficiando ambas as partes e também a empresa integradora que atua no ramo suinícola.

1.3 QUESTÃO DE ESTUDO

A questão de estudo ou problema surgiu pela importância da análise do estudo de viabilidade econômica e financeira em uma propriedade rural, no que diz respeito a uma decisão de investimento para a ampliação da granja.

A avaliação econômica e financeira de um empreendimento torna-se objeto de fundamental importância, pois através da pesquisa a partir de informações advindas de

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cálculos que a área financeira propicia, são o suporte para a tomada de decisão que envolve a aplicação ou não do recurso financeiro na atividade pretendida.

Segundo Assaf Neto e Lima (2014) as decisões de investimento abrangem a elaboração, avaliação e seleção de opções de aplicações de recursos realizadas com o propósito geralmente de médio e longo prazos para gerar resultados através do retorno sob o capital aplicado em determinado projeto.

Neste sentido, acreditou-se que estudar os fatores que envolvem a viabilidade econômica e financeira de qualquer empreendimento seja na área organizacional ou até mesmo numa propriedade rural, retrata a relevância das informações por meio de cálculos que auxiliam na visualização da reação do negócio a partir de determinado tempo com base no capital investido.

Diante disso, definiu-se como questão central da pesquisa: De que forma o estudo

da viabilidade econômica e financeira pode contribuir na tomada de decisão na ampliação da capacidade de terminação de suínos em uma propriedade rural do município de Novo Machado - RS?

1.4 OBJETIVOS

A partir dos objetivos pode-se considerar o ponto inicial que resultou no planejamento e desenvolvimento do estudo de modo que direcionou a investigação para o alcance dos resultados ligada a uma análise aprofundada das informações. Em vista disso, foi de suma importância a definição dos objetivos, com o intuito de nortear o estudo realizado. O objetivo geral resumiu o foco central da pesquisa e que orientou desde a escolha do material bibliográfico à coleta e análise dos dados. Já os objetivos específicos detalham minuciosamente os fatores que foram considerados e investigados na mesma proporção durante o andamento do estudo, conforme Zamberlan et al. (2014).

Costuma-se definir, um objetivo geral e alguns objetivos específicos, que operacionalizam o objetivo geral.

1.4.1 Objetivo geral

Analisar a viabilidade econômica e financeira de ampliação da capacidade de terminação de suínos em uma propriedade rural da cidade de Novo Machado - RS.

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1.4.2 Objetivos específicos

Para a consecução do objetivo geral, buscou-se atingir os seguintes objetivos específicos:

a) Caracterizar o perfil empreendedor do suinocultor da Unidade de Terminação - UT;

b) Identificar investimentos necessários para a ampliação da capacidade de terminação de suínos;

c) Levantar custos, despesas e receitas do empreendimento;

d) Realizar cálculos de viabilidade econômica e financeira da ampliação da granja;

e) Analisar as informações para conhecimento das principais variáveis que influenciam na tomada de decisão e o resultado de ampliar ou não a quantidade de suínos para terminação.

1.5 JUSTIFICATIVA

A investigação do tema viabilidade econômica e financeira, justificou-se pela busca crescente tanto por organizações como por pessoas de propriedades rurais em tomar decisões precisas quando relacionadas a um determinado investimento, a fim de aplicar os recursos financeiros para que se tenha um retorno positivo em dado período.

Todo empreendimento requer um planejamento de maneira a definir critérios de escolha para que a tomada de decisões aconteça com resultados satisfatórios para o interessado. Na linha de pensamento voltado para o meio rural, Crepaldi (2016) afirma que os produtores rurais não devem dispensar o conhecimento aprofundado sobre o seu negócio, de forma a estar informado sobre as condições de mercado para o seu produto.

A pesquisa de viabilidade econômica e financeira é indispensável para que a unidade familiar da propriedade rural tenha conhecimento dos fatores que podem influenciar a tomada de decisão quanto ao investimento de ampliar a granja de suínos. De acordo com Lacombe e Heilborn (2008, p. 439), “[...] decidir é escolher entre duas ou mais alternativas”, ou seja, geralmente terá mais de uma opção para dentre elas selecionar a mais viável, sendo analisadas as informações obtidas pela investigação aprofundada.

Uma visão embasada em conhecimento e dados propicia uma segurança ao critério de optar entre uma ou outra escolha quanto ao contexto de investimento, pois é significativo para o proprietário, uma vez que o recurso financeiro investido em determinado negócio possa

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trazer resultados positivos ou negativos caso não fosse considerado um estudo aprimorado com base em cálculos para analisar a situação.

O Trabalho de Conclusão de Curso ora apresentado, exibiu aspectos de originalidade, uma vez que ainda não foi realizado nenhum estudo sobre este assunto na propriedade rural. Assim como, trouxe uma contribuição específica no que se refere a importância das informações coletadas para a autora e ao suinocultor, ela por ser integrante da família e ele ser o pai da mesma. O resultado da pesquisa foi um meio essencial que pode auxiliar na decisão da ampliação da granja, segundo os cálculos que foram realizados, bem como as análises dos mesmos. A pesquisa ofereceu também uma oportunidade para a autora realizar o estudo na propriedade de sua família, o que demonstrou a aplicabilidade acadêmica junto ao contexto familiar e rural.

O estudo se tornou viável pelo fato da família atuar aproximadamente 11 anos com a atividade da suinocultura, o que abrangeu conhecimento para realizar os cálculos com base no cenário atual da área suinícola, para verificação da viabilidade econômica e financeira da ampliação de 1400 para 2400 suínos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

De acordo com Zamberlan et al. (2014), o referencial teórico consiste em apresentar um estudo sobre o tema baseado em autores e que permitiu levantar dados e informações contextuais para auxiliar no entendimento e para uma melhor compreensão sobre o assunto abordado. Esse capítulo foi estruturado por meio de títulos e subtítulos, tendo uma abordagem voltada para o cenário da suinocultura, após foi tratado sobre a expansão do empreendedorismo até o meio rural e o perfil do empreendedor. E posteriormente como foco do trabalho, as análises de viabilidade econômica e financeiras onde cada uma contém os indicadores e as informações utilizadas para o estudo de viabilidade dos projetos de investimentos.

2.1 SUINOCULTURA

A atividade suinícola tem impacto significativo na economia brasileira e vem gradativamente ganhando mais espaço. Em conformidade com o estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE e pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos – ABCS (2016), essa atividade há longo período está consolidada dentre as atividades econômicas mais importantes do país, pois gera emprego e renda. “Cerca de 70 países pelo mundo já conhecem o sabor e a qualidade da carne suína brasileira. No mercado interno, ela é protagonista na segurança alimentar, como uma das proteínas mais consumidas e apreciadas no Brasil. [...]”.

Oliveira (2018), ressalta o pronunciamento de Wander Fernandes de Sousa analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, destacando que a produção brasileira de carne suína tem um consumo aproximado de 15 kg por habitante. Em complemento, conforme o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR, “a suinocultura oferece um dos mercados mais promissores e atrativos para os criadores. O consumo per capita desta carne, hoje considerada saudável e nutritiva, cresce a cada ano no país, assim como as exportações (apud SEBRAE e ABCS, 2016).

Essa atividade está relacionada com uso do nível tecnológico e a direta ligação do arranjo produtivo entre produtor e a empresa que realiza o processamento. E em cada região do país diferencia-se o modelo produtivo, por exemplo, no Sul tem-se o predomínio de suinocultores integrados que dispõem de áreas menores, os mesmos são especializados na fase

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da terminação em maior percentual, por outro lado, a região Sudeste possui produtores independentes com a produção do ciclo completo, conforme destacam SEBRAE e ABCS (2016). No Anexo A tem-se uma representação esquemática do Sistema Agroindustrial de Suínos (SAGS).

Visualiza-se a importância dessa atividade a nível nacional e internacional e agregação de valor nessas esferas. Na visão de Martins, Santos Filho e Talamini (2018, p. 22) a “[...] situação atual e a projetada para a produção de 2019 mostra o maior crescimento da produção da carne suína que se mantém como a mais produzida mundialmente. [...]”. O que pode ser visto no gráfico 1 que apresenta a produção anual com base nos três tipos de carne.

Gráfico 1 – Produção Mundial de Carnes nos últimos 50 anos, milhões de toneladas (USDA)

Fonte: Martins, Filho e Talamini (Jun., 2018, p. 22)

Verifica-se a maior produção de carne suína em relação às demais, no Brasil Oliveira (2018) afirma que o rebanho de suínos chegou ao montante de quase 40,3 milhões de cabeças em 2018, segundo os dados do Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB. Além disso, “[...], a suinocultura empregou diretamente cerca de 126 mil pessoas, proporcionando massa salarial de R$ 3,339,7 milhões em 2015 (SEBRAE e ABCS 2016, p. 19)”. E ainda com base nos estudos dessas duas entidades, mostra que esse ramo no país gerou 923.394 empregos indiretos, ou seja, sete (7) empregos indiretos para cada emprego direto formalizado no período de 2015. Ademais, subentende-se à medida que a produção aumentou nos anos

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posteriores, também tendo aumentado o número de pessoas envolvidas nessa cadeia produtiva.

Portanto, a suinocultura abarca todo um sistema integrado beneficiando várias partes e é uma das atividades de importância significativa tanto na economia à nível municipal, estadual, quanto nacional. E proporciona maior envolvimento de pessoas para o desenvolvimento desse ramo, agregando valor para todas as partes envolvidas.

2.2 EMPREENDEDORISMO

O empreendedorismo no Brasil começou a ser praticado com maior intensidade no período de 1990, a partir da criação e iniciativa de entidades como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software - SOFTEX, conforme Dornelas (2001) afirma. Pois, antes disso, muito pouco se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas.

Na mesma linha de pensamento, de acordo com Dornelas (2001, p. 25) “foi com os programas criados no âmbito da Sociedade Brasileira para Exportação de Software – SOFTEX em todo país, junto a incubadoras de empresas e a universidades/cursos de ciências da computação/informática, que o tema empreendedorismo começou a despertar na sociedade brasileira”.

Hisrich e Peters (2004, p. 26) trazem a concepção de que “a palavra entrepeneur é francesa e, literalmente traduzida, significa ‘aquele que está entre’ ou ‘intermediário’. Empreendedor (é o indivíduo que se arrisca e dá início a algo novo)”.

Na mesma perspectiva Dornelas (2001, p. 38) destaca que:

O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações associadas com a criação de novas empresas. Em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o processo de criação de algo novo, de valor. Em segundo, o empreendedorismo requer a devoção, o comprometimento de tempo e esforço necessário para fazer a empresa crescer. E em terceiro, o empreendimento requer ousadia, que se assumam riscos calculados, que se tomem decisões críticas e que não se desanime com as falhas e erros.

Percebe-se que, o empreendedorismo é um tema recente e está se tornando mais presente na vida dos administradores e pessoas em geral, que decidem montar o seu próprio negócio. Pessoas empreendedoras costumam se destacar por serem corajosas por estarem buscando inovar e principalmente por aplicarem recursos, energia física e dedicação a um

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projeto/negócio, no qual não se sabe ao certo qual será o seu verdadeiro reconhecimento e resultados futuros.

Na concepção do canadense especialista em empreendedorismo, Louis J. Filion apud Machado (2005, p. 3), a cultura do Brasil remete a um empreendedor espontâneo, pois “[...]. Ele precisa de estímulo como uma flor precisa de sol e de um pouco de água para brotar na primavera”. Nota-se que é necessário um ponta pé inicial para que se busque explorar o que pouco está desenvolvido, uma vez que se tem um enorme potencial para expansão e agregação de valor para as pessoas que residem no país.

Segundo Rasoto et al. (2012), como em toda área tem-se os mitos sobre determinado assunto, no empreendedorismo encontram-se também, mas sobre o aspecto de ‘ser empreendedor’, atribuindo-lhe a falsa ideia de que é algo distante, apenas possível e acessível aos ‘escolhidos’ pela ocasião e destino.

Muitas pessoas pensam que somente alguém que seja da área da administração pode ser considerado empreendedor, mas atualmente percebe-se que muitas pessoas buscam abrir um negócio próprio. Os indivíduos têm buscado por meio do empreendedorismo um melhor posicionamento financeiro, como também a qualidade de vida, tendo mais tempo para seus familiares e amigos.

Ser um empresário e ter o seu próprio negócio gera uma situação em que lhe obriga a sair de sua zona de conforto, pois muitos riscos, incertezas e dúvidas começam a aparecer ao longo dessa caminhada de empreendimentos. Entretanto as experiências vivenciadas e os benefícios são ótimos tanto para sua carreira profissional quanto pessoal.

Muitos acreditam que para empreender precisa-se ter uma idade ideal, o momento certo, porém Pesce (2012, p. 15) afirma que, “se você realmente sonha em empreender, a sua idade não importa. O que importa é ser extremamente apaixonado por solucionar problemas e melhorar as vidas das pessoas, e estar disposto a trabalhar arduamente para fazer as coisas acontecerem”.

Com base nesse pensamento, pode-se entender melhor que para empreender não importa sua idade, pois se você tiver coragem suficiente para encarrar os riscos e as responsabilidades que o empreendimento traz consigo, refletirá um grande passo em frente.

Em suma, observa-se que, o empreendedorismo está diretamente ligado às pessoas que buscam criar algo novo em relação aos vários pontos fortes em virtude das características do indivíduo, como resultado primordial tem-se a realização do objetivo almejado e o

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desenvolvimento da sociedade como um todo. E além do mais, o empreendedorismo está presente em vários ramos, do empresarial ao rural, pois são as pessoas as mentoras das ações para geração dos resultados independente do local onde está situada.

2.2.1 Empreendedorismo rural

Com base no meio rural, os agricultores podem assumir o papel de empreendedores, de maneira a desenvolver as ações na sua propriedade, uma vez que já se tenha um negócio informal, o mesmo pode tornar-se formal por meio de metodologias ligadas a área administrativa que visam o planejamento, organização, controle e demais ferramentas para uma melhor gestão e para visualizar os resultados a partir disso, conforme destaca Silva et al. (2013 apud SCHINAIDER et al., 2016).

No entanto, na perspectiva do êxodo rural, muitos produtores rurais tornam-se empreendedores por meio da necessidade, devido ao aumento da população no meio urbano, onde muitas vezes tem-se a dificuldade de ser selecionado para um cargo numa organização, além disso percebe-se o aumento da pobreza e da violência. A partir disso, os agricultores passam a analisar algo que possa ser implementado ou desenvolvido na propriedade para que seja rentável e lucrativo, principalmente à longo prazo (SCHINAIDER et al., 2016).

A partir de um levantamento realizado pelo portal Governo do Brasil (2018) por meio de dados do Banco Mundial e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com foco na agricultura familiar, mostrou que a mesma tem participação significativa na economia brasileira, pois apresenta em média um faturamento anual de US$ 55,2 bilhões, e por exemplo se o país tivesse somente a produção familiar, ainda estaria no top 10 do agronegócio mundial, sendo um dos maiores produtores de alimentos.

Compreende-se a importância e posição da agricultura familiar e para isso a necessidade de trabalhar mais nessa área para incentivar produtores rurais a permanecerem no meio rural com uma visão empreendedora. Ao passo que, a agricultura familiar é o pilar da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, segundo o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE e também “[...] é responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa do país e por mais de 70% dos brasileiros ocupados no campo”, conforme afirma o portal Governo do Brasil (2018).

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Machado (2005) traz a concepção de que todo tipo de empreendimento deve ser visto além do ambiente interno, ou seja, é necessário conhecer todo o contexto onde a empresa está localizada. Isso aplica-se também ao empreendimento rural, pois as variáveis do macro e microambientes são determinantes nas tomadas de decisões sobre e para o negócio.

De acordo com Sparemberger et al. (2012), no que se refere ao ambiente interno é preciso adaptar-se ao seu ambiente de negócios desenvolvendo novas estratégias, conquistando novos mercados, relacionando-se com clientes e fornecedores, ou seja, envolve as variáveis controláveis. Enquanto que o ambiente externo abrange variáveis incontroláveis, onde a organização/empreendedor rural precisa moldar-se quanto às novas exigências impostas, entretanto, a sobrevivência do empreendimento depende das relações que são estabelecidas com os diversos elementos desse ambiente. A seguir tem-se a figura 2 para auxiliar na compreensão.

Figura 2 – Variáveis ambientais

Fonte: Chiavenato (2005, p. 582)

Evidencia-se como é importante deter conhecimento sobre as variáveis que influenciam diariamente no negócio, pois segundo Rasoto et al. (2012) o empreendedor trabalha com o risco frequentemente, o que caracteriza algo comum, porém precisa ser bem administrado e controlado para manter o empreendimento estável e com resultados positivos. Para tanto, na agricultura percebe-se crescente influência do macroambiente, fatores ligados à inflação, exportação, importação, crises a nível mundial, acontecimentos que repercutem em grande escala e atingem alguns negócios e beneficiam outros.

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Assim, pode-se destacar que o empreendedorismo rural é influenciado da mesma maneira que uma organização e afetado pelas variáveis controláveis e não-controláveis. E além disso, o empreendimento rural está vinculado diretamente com o perfil do proprietário, pois isso é um fator-chave no desenvolvimento e adaptação do negócio ao longo do período, de acordo com as características comportamentais. Esse aspecto atribui um diferencial significativo no empreendedorismo.

2.2.2 Características comportamentais do empreendedor - CCE

Dornelas (2001, p. 19) acredita que “os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonados pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, [...]”. Evidencia-se que o empreendedorismo está relacionado diretamente com o comportamento, devido a abordagem da iniciativa, organização e reorganização de fatores vinculados com as variáveis do macro e microambientes, de modo a identificar pontos positivos e oportunidades, vice-versa, e além disso estar ciente do risco ou fracasso (SHAPERO (1975) apud HISRICH e PETERS (2004)). Nesse sentido McClelland (1972) realizou um estudo sobre as competências que o empreendedor necessita desenvolver, as mesmas estão reunidas em três grupos: realização, planejamento e poder, descrevendo diversas características comportamentais.

Seguindo o raciocínio de McClelland (1972), referente às competências que estão relacionadas com as teorias das necessidades, a realização é composta pela busca de oportunidades e iniciativa, persistência, correr riscos calculados, exigir qualidade, eficiência e comprometimento. É quando o indivíduo se adianta ao que é solicitado, ou antes, que seja necessário. Aproveitando as oportunidades para começar um negócio, percebendo o que a maioria não compreende.

Logo, é necessário que o indivíduo/empreendedor avalie as alternativas, calcule os riscos e controle os resultados. Persistindo diante dos obstáculos, agindo repetidamente ou mudando a estratégia, para enfrentar os desafios. Buscando maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido ou mais barato, visando a satisfação e excelência. Assumindo a responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento de metas e objetivos.

No planejamento, McClelland (1972), destaca a busca de informações, o estabelecimento de metas, planejamento e o monitoramento sistêmico. O empreendedor age como detetive dedicando-se pessoalmente na busca de informações de clientes, fornecedores e

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concorrentes e de como fabricar um produto ou fornecer um serviço. Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal. Definindo metas de longo prazo, claras e específicas e estabelecendo objetivos mensuráveis e de curto prazo. Monitorando e dividindo as tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos. Analisando e revisando seus planos, levando em conta os resultados obtidos e o cenário atual.

O autor ainda cita o poder, que abrange a persuasão, rede de contatos, independência e autoconfiança. Utilizando estratégias e pessoa-chaves para influenciar ou persuadir os outros, com o intuito de desenvolver e manter relações comerciais. O empreendedor sempre busca autonomia em relação às normas e controles dos outros, mantendo seu ponto de vista mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores (MCCLELLAND, 1972).

Ratificando a ideia de McClelland, Degen (1989, p. 20) afirma que:

O empreendedor de sucesso é aquele que não se cansa de observar negócios, na constante procura de novas oportunidades, seja no caminho de casa, do trabalho, nas compras, nas férias, lendo revistas, jornais ou vendo televisão. Ele é curioso e está sempre atento a qualquer oportunidade de conhecer melhor um empreendimento. Sabe que suas chances de sucesso aumentam com este conhecimento, e que o sucesso só vem para quem trabalha duro para consegui-lo.

O empreendedor não pode ter preguiça, deve ser muito esforçado e segundo Degen (1989) é por meio da predisposição, que o futuro empreendedor aprende a observar e avaliar os negócios. Mas é através da criatividade que ele começa a associar as observações dos mais diversos tipos e formas de empreendimento. A criatividade é uma característica indispensável ao empreendedor, ela é desenvolvida pela observação incansável, agregando ideias, sucessos e fracassos de empreendedores.

Compreende-se, portanto, que o empreendedor deve se moldar a cada situação, a cada cliente novo e obstáculo, a multifuncionalidade é perceptível a quem optou em empreender. Desse modo, as características comportamentais do empreendedor (CCE), são fundamentais para traçar um perfil na criação de um novo negócio, tendo em vista a Teoria das Necessidades de Realização, Planejamento e Poder, desenvolvidas por McClelland (1972), que objetiva traçar as características determinantes de um indivíduo/empreendedor para avaliar o seu empreendimento ao longo da jornada, em constantes transformações e inovações impostas pela tecnologia.

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2.3 ANÁLISE DE VIABILIDADE

A análise de viabilidade está vinculada diretamente ao recurso financeiro, principalmente quando se trata de um desembolso. Na visão de Bruni e Famá (2007) o dinheiro é utilizado para investir no momento atual, para depois gerar ganhos futuros. Nesse sentido, a análise de viabilidade com base nos autores, deve deter uma análise detalhada para verificar se os resultados positivos são satisfatórios em comparação ao gasto total realizado.

Compreende-se que ao ato de investir compete uma verificação minuciosa para minimizar os riscos e maximizar os lucros da aplicação financeira em um empreendimento específico. Rasoto et al. (2012) destaca que ao avaliar a viabilidade do investimento seja de um projeto tradicional, seja ele inovador, essa avaliação abrange além dos requisitos técnicos, também contempla os aspectos econômicos, pois demonstra a real viabilidade do projeto, por mais que ele seja tecnicamente conveniente.

Além do mais, é importante ter conhecimento sobre o ambiente em que o negócio está inserido ou da área a ser investida, de maneira que se tenha uma visão clara sobre as oportunidades, ameaças e os pontos positivos e negativos. Para isso tem-se a seguir a figura 3 que aborda os quatro pilares de um sistema integrado.

Figura 3 – Quatro perspectivas advindas do empreendedorismo

Fonte – Gartner (1985) apud Tomei e Lima (2015, p. 9)

Essas perspectivas precisam ser consideradas para a tomada de decisões para investimentos e financiamentos. Seleme (2010) afirma que se deve ter uma análise geral para que se tenha um equilíbrio para o alcance de bons resultados financeiros. Com base nisso,

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vale ressaltar que nos empreendimentos rurais torna-se importante fazer essa análise sob a ótica de proprietário, propriedade rural, processo e ambiente para que haja sintonia a partir de decisões a serem tomadas com base no negócio desempenhado pelo mesmo.

No mesmo direcionamento Rasoto et al. (2012) aborda que toda decisão deve considerar três (3) tipos de critérios, sendo eles os econômicos que abrangem a rentabilidade do investimento, os financeiros ligados aos recursos e por fim, os imponderáveis que são elementos que não são convertidos em dinheiro, por exemplo, a segurança, localização, qualidade, praticidade da manutenção e o status.

Assim sendo, a análise de viabilidade tem como foco o recurso financeiro, porque busca analisar o possível comportamento feito por dado investimento, de maneira a verificar quais seriam os ganhos e em qual escala. Além disso, a importância de abranger o estudo do ambiente para a tomada de decisões, além de entender mais sobre os investimentos.

2.3.1 Investimentos

São atividades que abordam a tomada de decisões sobre a aplicação de recursos disponíveis para contribuir com as movimentações operacionais, de acordo com as necessidades percebidas (SELEME, 2010). Na mesma linha de raciocínio, Rasoto et al. (2012) confirma que as decisões de investimentos precisam ser amparadas por informações confiáveis e bem analisadas.

De forma objetiva, Crepaldi (2016, p. 107) diz que investimento é um “gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros”. Para tanto, busca-se a criação de valor, após a recuperação do capital investido, obtendo uma rentabilidade desse capital ao longo do período (MOTTA e CALÔBA, 2009).

Deve-se considerar também o tipo de projeto de investimento, Samanez (2004) enfatiza que devem ser levados em conta dois aspectos o horizonte econômico que nada mais é, o período de curto a longo prazo e a natureza, isto é, a finalidade podendo ser projeto tático relacionado à troca de equipamentos ou projeto estratégico referente à expansão do negócio.

A partir do que foi exposto, tem-se o conhecimento de estudar o tipo de investimento e qual a sua dimensão em determinado empreendimento para que seja possível orientar o estudo de viabilidade.

Referências

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