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O analisador vestibular ou do equilíbrio

No documento Diagnóstico e Avaliação Psicomotora (páginas 73-81)

 As provas se dividem em:

5.5 Os analisadores inter nos que inuenciam nas

5.5.2 O analisador vestibular ou do equilíbrio

O analisador vestibular ou do equilíbrio também é fundamental para a psicomo- tricidade. Este analisador também recebe influência direta das zonas corticais dos analisadores: visual, auditivo e tátil, mas fundamentalmente ele trabalha direta- mente associado ao analisador cinestési- co ou coordenativo. Ele é o encarregado de autocontrolar e autorregular o ade- quado percurso do centro de gravidade na parte central do corpo, na medida em que uma pessoa vai executando as operações e ações de uma atividade determinada e fundamentalmente quando ela vai exte- riorizando os movimentos específicos que garantam a estabilidade, a manipulação e a locomoção tanto no andar, no correr, no pular, arremessar, chutar, ascender, des- cender, praticar um esporte, desenhar, escrever, etc.

O analisador vestibular é o “pai” do equilíbrio estático e dinâmico e, porém, da motricidade que garanta a agilidade e a rapidez de reação.

Focando na Educação Infantil e re

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sumindo...

Segundo Picq e Vayer (1988, p.233), a avaliação é fundamental para o traba- lho psicomotor, pois “toda ação educati- va precisa da observação e esta implica a avaliação”.

As informações obtidas com os re-

sultados das avaliações possibilitam o acompanhamento do desenvolvimento da criança, assim como a identificação de possíveis dificuldades e avanços nessa área. A avaliação psicomotora não tem o objetivo de promover a criança para uma fase ou estágio seguinte. Não deve ser vista como classificatória ou com finali- dade de comparar, rotular ou mensurar os possíveis resultados obtidos com cada criança. Ela é um importante instrumento para o acompanhamento e registro do de- senvolvimento da criança no campo psico- motor.

Tomando com parâmetro a Educa- ção Infantil, segundo a LDB nº 9394, de 20/12/96, seção II no artigo 31, “na Edu- cação Infantil, a avaliação far-se-á me- diante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensi- no fundamental”.

Hoffmann (2002, p. 47) ressalta, den- tre as dificuldades encontradas no pro- cesso avaliativo, a dificuldade de o pro- fessor observar a criança, sem sofrer a influência de suas próprias concepções.

Percebe-se, no processo avaliativo, quão difícil é para o professor dar-se con- ta de que o que ele acredita observar da criança é decorrente de suas próprias concepções e posturas de vida. Mesmo que persiga uma avaliação justa, neutra, imparcial, cumprindo uma tarefa que a es- cola exija, ele se denuncia ao avaliar pela releitura própria do que vê.

Uma mudança nessa forma de observar a criança é proposta por Hoffmann (2002, p.47) através de uma indagação, sugerin- do que o professor deve ser provocado a

desenvolver um olhar sensível e reflexivo sobre a criança.

Como provocar o professor a um olhar sensível e reflexivo sobre a criança que gere uma verdadeira aproximação entre ambos, que o leve a ser ainda mais curioso sobre as ações e os pensamentos dela?

A avaliação contribui para o professor, na interação com a criança, acompanhar sua evolução, observando, planejando e registrando esses momentos. O profes- sor, nesse processo de reflexão, a partir da avaliação, direciona sua prática.

Os conhecimentos do professor, a res- peito do desenvolvimento infantil, da especificidade de cada criança, somados àqueles fornecidos pela avaliação psi- comotora, auxiliam-no a compreender que as crianças têm ritmos próprios. Em alguns momentos do desenvolvimento, uma ou outra criança poderá se destacar, por estar à frente ou atrás das demais. A criança respeitada em sua individualida- de, em sua singularidade, é vista como ca- paz, ativa, construtora de conhecimento e cultura, pertencente a um grupo social que interage com os demais.

A avaliação na EI, segundo Hoffmann (2002, p.48), [...] precisa resgatar urgen- temente o sentido essencial de acompa- nhamento do desenvolvimento infantil, de reflexão permanente sobre as crianças em seu cotidiano como elo da continuida- de da ação pedagógica.

Sendo assim, a avaliação psicomotora assume esse caráter, quando o profes- sor utiliza os conhecimentos fornecidos por esse instrumento para planejar sua prática, refletir e acompanhar a evolução do desenvolvimento psicomotor de cada

criança. A avaliação é diagnóstica e for- mativa, na medida em que o professor no dia-a-dia acompanha a evolução de cada criança. O tempo que o professor investe nesse processo de acompanhar as crian- ças deve ser visto como um momento que propicie novos conhecimentos a respei- to da criança. Segundo Moyles (2002, p. 123), “os professores não devem se sentir culpados do tempo que passam observan- do e refletindo sobre o que está aconte- cendo em sua sala de aula. Esta é uma par- te vital de seu papel”.

Os resultados das avaliações psicomo- toras oferecem informações a respeito do desenvolvimento dos cinco principais ele- mentos psicomotores: esquema corporal, lateralidade, coordenação motora (global e fina), organização espacial e organiza- ção temporal (IMAI, 2007).

Dessa forma, um processo de avaliação se baseia na comparação entre aquilo que se pode observar com o que se conhece a respeito do desenvolvimento psicomotor. A avaliação se baseia em atividades espe- radas que a criança, em determinado es- tágio de seu desenvolvimento, seja capaz de realizar. O processo de avaliação não se limita a observar o desempenho de uma criança na execução de atividades especí- ficas. Ele se estende ao acompanhamen- to do desenvolvimento diário da criança, através da observação e da comparação da evolução do seu desempenho na exe- cução das atividades. Esse acompanha- mento constante da criança necessita de um olhar sensível e reflexivo do profes- sor, focalizado, nessa pesquisa, no olhar compromissado com o desenvolvimento da criança, em especial com o desenvol- vimento psicomotor, que pode provocar

reflexões e consequentes mudanças nas práticas psicomotoras.

Sendo assim, esses conhecimentos contribuem para que práticas psicomo- toras ofereçam condições favoráveis ao desenvolvimento psicomotor da criança. Ao mesmo tempo em que esse desenvol- vimento se processa, está ocorrendo o desenvolvimento em outras áreas rele- vantes para a criança, como neurológica, psicológica, motora. É importante que o professor também se aproprie de conhe- cimentos nessas áreas (IMAI, 2007).

Algumas dicas úteis que podem ser re- passadas pelo psicomotricista para o pro- fessor da educação básica que tenha tem- po e condições de analisar seus alunos:

O professor, ao desenvolver uma prá- tica psicomotora na relação estabelecida com a criança, interage, participa das brin- cadeiras e lida com as situações de confli- to entre as crianças. Nesses momentos, antes de iniciar as atividades, é bom tra- balhar com as questões das regras e limi- tes e certifica-se de que a criança compre- endeu essas explicações.

A relação estabelecida entre o pro- fessor e a criança pode contribuir para o desenvolvimento da autonomia ou he- teronomia moral da criança. Os estudos de Piaget (1994) e seus colaboradores, dentre eles Kamii (1993) e Devries (1991), oferecem contribuições para o desenvol- vimento de práticas que contribuem para o desenvolvimento moral da criança. Es- sas práticas ocorrem em um ambiente fa- vorável, que deve ser pautado no respeito mútuo, no respeito à criança, no respeito a sua cultura.

A relação baseada no respeito mútuo,

na cooperação e no emprego das sanções por reciprocidade, reflete a existência de um ambiente favorável ao desenvolvi- mento moral da criança. Já a relação ba- seada no respeito unilateral, no emprego das sanções expiatórias, pode estar refle- tindo a existência de um ambiente que re- tarda o seu desenvolvimento moral (IMAI, 2007).

É desejável que o professor conheça alguns conceitos a respeito dos principais elementos psicomotores que são funda- mentais para o desenvolvimento da crian- ça. São eles: esquema corporal, coorde- nação motora (global e fina), lateralidade, organização espacial e organização tem- poral.

É almejado que o professor conheça e identifique esses elementos psicomoto- res, ao acompanhar o desenvolvimento psicomotor da criança. Esses conheci- mentos são importantes para programar as práticas psicomotoras que poderão es- timular ou oferecer as condições favorá- veis ao desenvolvimento psicomotor.

O conhecimento dos procedimentos de avaliação pelo professor permite que ele, inicialmente, observe e identifique possíveis dificuldades na execução das atividades e, posteriormente, identifique algumas dificuldades na criança em situa- ções cotidianas. Possibilita que acompa- nhe os progressos da criança na realiza- ção das atividades e planeje suas práticas psicomotoras. O conhecimento dos pro- cedimentos de avaliação é evidenciado na capacidade de o professor observar e acompanhar o desenvolvimento psico- motor da criança em diversas situações, como na realização da avaliação, na sua evolução cotidiana e na identificação das

suas possíveis dificuldades.

O acompanhamento constante da criança exige do professor um “olhar sen- sível e reflexivo”, que em se tratando da psicomotricidade vai focar especialmente no desenvolvimento psicomotor da crian- ça. Esse “olhar” pode provocar reflexões sobre a prática e consequentes mudanças nas práticas psicomotoras.

A prática psicomotora, de acordo com Sanches, Martinez e Peñalver (2003), ocorre em horário definido e ambiente previamente preparado. Ela é uma ação com intencionalidade, planejada pelo pro- fessor a partir de seus conhecimentos no campo psicomotor, dos resultados das avaliações psicomotoras e de dificuldades da criança, no campo psicomotor, obser- vadas no seu acompanhamento no coti- diano.

A prática é realizada pelo emprego, de acordo com os objetivos propostos, dos  jogos e brincadeiras, não esquecendo da utilização de materiais adequados às ati- vidades propostas que devem ser previa- mente preparados (IMAI, 2007).

Bateria psicomotora de ví-

No documento Diagnóstico e Avaliação Psicomotora (páginas 73-81)

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