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Diagnóstico e Avaliação Psicomotora

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Academic year: 2021

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3

3 UNIDADE 1 -UNIDADE 1 -IntroduçãoIntrodução

5

5 UNIDADE 2 -UNIDADE 2 -Educação, reeducação e terapia psicomotoraEducação, reeducação e terapia psicomotora

8

8 UNIDADE 3 -UNIDADE 3 - Perturbações, distúrbios e alterações psicomotorasPerturbações, distúrbios e alterações psicomotoras

8

8 3.1 3.1 Perturbações Perturbações psicomotoraspsicomotoras 12

12 3.2 3.2 Distúrbios Distúrbios e e alterações alterações psicomotoraspsicomotoras 16

16 UNIDADE 4 -UNIDADE 4 - As necessidades especiais As necessidades especiais

17

17 4.1 4.1 Deciências Deciências sensoriaissensoriais 18

18 4.1.1 4.1.1 Deciência Deciência visualvisual 19

19 4.1.2 4.1.2 Deciência Deciência auditivaauditiva 20

20 4.2 4.2 Deciências Deciências físicasfísicas 22

22 4.3 4.3 Deciências Deciências mentaismentais 23

23 4.4 4.4 Crianças Crianças superdotadassuperdotadas

28

28 UNIDADE 5 -UNIDADE 5 -Observação, medição, diagnóstico, avaliação e ações motrizesObservação, medição, diagnóstico, avaliação e ações motrizes

29

29 5.1 5.1 Diferenças Diferenças entre entre mediação mediação e e avaliação avaliação psicomotorapsicomotora 31

31 5.2 5.2 Diagnóstico Diagnóstico psicomotrizpsicomotriz 32

32 5.2.1 5.2.1 O O primeiro primeiro nível nível das das ações ações motrizes: motrizes: as as habilidadeshabilidades 32

32 5.2.2 5.2.2 O O segundo segundo nível nível das das ações ações motrizesmotrizes 33

33 5.2.3 5.2.3 O O terceiro terceiro nível nível das das ações ações motrizesmotrizes 33

33 5.3 5.3 As As fases fases do do hábito hábito motriz motriz e e seu seu tratamento tratamento metodológicometodológico 33

33 5.3.1. 5.3.1. Primeira Primeira fase: fase: de de familiarizaçãofamiliarização 34

34 5.3.2. 5.3.2. Segunda Segunda fase: fase: de de aperfeiçoamentoaperfeiçoamento 34

34 5.3.3. 5.3.3. Terceira Terceira fase: fase: de de estabilizaçãoestabilização 35

35 5.4. 5.4. Os Os analisadores analisadores externos externos que que inuenciam inuenciam nas nas habilidades, habilidades, nos nos hábitos hábitos e e nas nas destrezasdestrezas 35

35 5.4.1 5.4.1 O O analisador analisador visualvisual 35

35 5.4.2 5.4.2 O O analisador analisador auditivoauditivo 36

36 5.4.3 5.4.3 O O analisador analisador tátiltátil 36

36 5.5 5.5 Os Os analisadores analisadores internos internos que que inuenciam inuenciam nas nas habilidades, habilidades, nos nos hábitos hábitos e e nas nas destrezasdestrezas 36

36 5.5.1 5.5.1 O O analisador analisador cinestésico cinestésico ou ou coordenativocoordenativo 37

37 5.5.2 5.5.2 O O analisador analisador vestibular vestibular ou ou do do equilíbrioequilíbrio

41

41 UNIDADE 6 -UNIDADE 6 -Bateria psicomotora de vítor da fonsecaBateria psicomotora de vítor da fonseca

43

43 6.1 6.1 A A utilização utilização da da BPM BPM para para um um grupo grupo de de alunos alunos portador portador de de deciência deciência visualvisual 46

46 6.2 6.2 Atividades Atividades para para o o desenvolvimento desenvolvimento das das diversas diversas habilidadeshabilidades

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3 UNIDADE 1 -UNIDADE 1 -IntroduçãoIntrodução

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5 UNIDADE 2 -UNIDADE 2 -Educação, reeducação e terapia psicomotoraEducação, reeducação e terapia psicomotora

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8 UNIDADE 3 -UNIDADE 3 - Perturbações, distúrbios e alterações psicomotorasPerturbações, distúrbios e alterações psicomotoras

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8 3.1 3.1 Perturbações Perturbações psicomotoraspsicomotoras 12

12 3.2 3.2 Distúrbios Distúrbios e e alterações alterações psicomotoraspsicomotoras 16

16 UNIDADE 4 -UNIDADE 4 - As necessidades especiais As necessidades especiais

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17 4.1 4.1 Deciências Deciências sensoriaissensoriais 18

18 4.1.1 4.1.1 Deciência Deciência visualvisual 19

19 4.1.2 4.1.2 Deciência Deciência auditivaauditiva 20

20 4.2 4.2 Deciências Deciências físicasfísicas 22

22 4.3 4.3 Deciências Deciências mentaismentais 23

23 4.4 4.4 Crianças Crianças superdotadassuperdotadas

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28 UNIDADE 5 -UNIDADE 5 -Observação, medição, diagnóstico, avaliação e ações motrizesObservação, medição, diagnóstico, avaliação e ações motrizes

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29 5.1 5.1 Diferenças Diferenças entre entre mediação mediação e e avaliação avaliação psicomotorapsicomotora 31

31 5.2 5.2 Diagnóstico Diagnóstico psicomotrizpsicomotriz 32

32 5.2.1 5.2.1 O O primeiro primeiro nível nível das das ações ações motrizes: motrizes: as as habilidadeshabilidades 32

32 5.2.2 5.2.2 O O segundo segundo nível nível das das ações ações motrizesmotrizes 33

33 5.2.3 5.2.3 O O terceiro terceiro nível nível das das ações ações motrizesmotrizes 33

33 5.3 5.3 As As fases fases do do hábito hábito motriz motriz e e seu seu tratamento tratamento metodológicometodológico 33

33 5.3.1. 5.3.1. Primeira Primeira fase: fase: de de familiarizaçãofamiliarização 34

34 5.3.2. 5.3.2. Segunda Segunda fase: fase: de de aperfeiçoamentoaperfeiçoamento 34

34 5.3.3. 5.3.3. Terceira Terceira fase: fase: de de estabilizaçãoestabilização 35

35 5.4. 5.4. Os Os analisadores analisadores externos externos que que inuenciam inuenciam nas nas habilidades, habilidades, nos nos hábitos hábitos e e nas nas destrezasdestrezas 35

35 5.4.1 5.4.1 O O analisador analisador visualvisual 35

35 5.4.2 5.4.2 O O analisador analisador auditivoauditivo 36

36 5.4.3 5.4.3 O O analisador analisador tátiltátil 36

36 5.5 5.5 Os Os analisadores analisadores internos internos que que inuenciam inuenciam nas nas habilidades, habilidades, nos nos hábitos hábitos e e nas nas destrezasdestrezas 36

36 5.5.1 5.5.1 O O analisador analisador cinestésico cinestésico ou ou coordenativocoordenativo 37

37 5.5.2 5.5.2 O O analisador analisador vestibular vestibular ou ou do do equilíbrioequilíbrio

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41 UNIDADE 6 -UNIDADE 6 -Bateria psicomotora de vítor da fonsecaBateria psicomotora de vítor da fonseca

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43 6.1 6.1 A A utilização utilização da da BPM BPM para para um um grupo grupo de de alunos alunos portador portador de de deciência deciência visualvisual 46

46 6.2 6.2 Atividades Atividades para para o o desenvolvimento desenvolvimento das das diversas diversas habilidadeshabilidades

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UNIDADE 1

-UNIDADE 1 -

Introdução

Introdução

Para diagnosticar, avaliar e tratar Para diagnosticar, avaliar e tratar pro-blemas relacionados à psicomotricidade, o blemas relacionados à psicomotricidade, o primeiro passo é justamente entender as primeiro passo é justamente entender as diferenças entre educação, reeducação e diferenças entre educação, reeducação e terapia psicomotora, bem como ter bem terapia psicomotora, bem como ter bem definidas as perturbações, as alterações definidas as perturbações, as alterações e os distúrbios psicomotores, portanto, e os distúrbios psicomotores, portanto, estes assuntos abrem o módulo.

estes assuntos abrem o módulo.

Na sequência, lembraremos sem muito Na sequência, lembraremos sem muito aprofundamento, as necessidades aprofundamento, as necessidades espe-ciais, uma vez que o psicomotricista ciais, uma vez que o psicomotricista tam-bém irá trabalhar com os portadores de bém irá trabalhar com os portadores de necessidades especiais ao longo de sua necessidades especiais ao longo de sua trajetória profissional.

trajetória profissional.

A teoria e as ações motrizes também A teoria e as ações motrizes também fazem parte desse arcabouço, fazem parte desse arcabouço, principal-mente se pensarmos que os hábitos, as mente se pensarmos que os hábitos, as habilidades e as destrezas fundamentam habilidades e as destrezas fundamentam a prática

a prática psicomotpsicomotora.ora. Observação e

Observação e diagnóstidiagnóstico são apresen-co são apresen-tados e analisados na sequência e, por tados e analisados na sequência e, por fim, como não poderia faltar, detalhamos fim, como não poderia faltar, detalhamos a bateria psicomotora de Vítor da a bateria psicomotora de Vítor da Fonse-ca, imprescindível para o trabalho do ca, imprescindível para o trabalho do psi-comotricista.

comotricista.

Esperamos que apreciem o material e Esperamos que apreciem o material e busquem nas referências anotadas ao busquem nas referências anotadas ao fi-nal da apostila subsídios para sanar nal da apostila subsídios para sanar possí-veis lacunas que venham surgir ao longo veis lacunas que venham surgir ao longo dos estudos.

dos estudos.

Ressaltamos que embora a escrita Ressaltamos que embora a escrita aca-dêmica tenha como premissa ser dêmica tenha como premissa ser científi-ca, baseada em normas e padrões da ca, baseada em normas e padrões da aca-demia, fugiremos um pouco às regras para demia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos clara e objetiva, mas não menos

científi-cos. Em segundo lu

cos. Em segundo lugargar, deixamos claro que, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original.

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Educação, reeducação e

Educação, reeducação e

te-rapia psicomotora

rapia psicomotora

A Educação psicomotora é

A Educação psicomotora é uma técnicauma técnica que, através de exercícios e jogos que, através de exercícios e jogos ade-quados a cada faixa etária, leva a criança quados a cada faixa etária, leva a criança ao desenvolvimento global do ser ao desenvolvimento global do ser huma-no. Ela deve estimular, de tal forma, toda no. Ela deve estimular, de tal forma, toda uma atitude relacionada ao corpo, uma atitude relacionada ao corpo, respei-tando as diferenças individuais, uma vez tando as diferenças individuais, uma vez que o ser humano é único, diferenciado e que o ser humano é único, diferenciado e especial, e levando a autonomia do especial, e levando a autonomia do indiví-duo como lugar de percepção, expressão duo como lugar de percepção, expressão e criação em todo seu potencial.

e criação em todo seu potencial.

Dentro da educação psicomotora

Dentro da educação psicomotora

deve-se alcançar três metas básicas,

deve-se alcançar três metas básicas,

ou seja, seus objetivos:

ou seja, seus objetivos:

1.

1. A A aquisição do aquisição do domínio domínio corporal:corporal: definindo a lateralidade, a orientação definindo a lateralidade, a orientação es-pacial, desenvolvendo a coordenação pacial, desenvolvendo a coordenação mo-tora, o equilíbrio e a flexibilidade.

tora, o equilíbrio e a flexibilidade.

 2.

 2. Controle Controle da da inibição inibição voluntária: voluntária: me- me-lhorando o nível de abstração, lhorando o nível de abstração, concentra-ção e desenvolvendo as gnosias.

ção e desenvolvendo as gnosias.

 3.

 3. DesenvolvimenDesenvolvimento to socioafetisocioafetivo: vo: re- re-forçando as atitudes de lealdade, forçando as atitudes de lealdade, compa-nheirismo e solidariedade.

nheirismo e solidariedade.

Para se realizar uma atividade de Para se realizar uma atividade de edu-cação psicomotora, é necessário que haja cação psicomotora, é necessário que haja um local apropriado, onde existam vários um local apropriado, onde existam vários materiais para serem utilizados (cordas, materiais para serem utilizados (cordas, bolsa, colchão para saltos, jogos de bolsa, colchão para saltos, jogos de mon-tar,

tar, etc.), etc.), sendo sendo que que as as atividades atividades de- de-vem ser desenvolvidas em três momentos vem ser desenvolvidas em três momentos distintos:

distintos:

1.

1. Iniciação (Iniciação (entrada) entrada) – – tem tem como como ob-

ob- jetivo

 jetivo reunir reunir a(sa(s) ) criança(s) criança(s) para para que que sese descreva o que vai ocorrer durante a descreva o que vai ocorrer durante a ses-são. Este momento é importante porque são. Este momento é importante porque

permite que criança

permite que criança se identifique verbal-se identifique verbal-mente e respeite o momento de início da mente e respeite o momento de início da atividade.

atividade.

 2.

 2. Desenvolvimento Desenvolvimento do do jogo jogo – – nessenesse momento a criança pode atuar livremente momento a criança pode atuar livremente nos brinquedos (jogando, nos brinquedos (jogando, expressando--se, pulando, etc.).

-se, pulando, etc.).

 3.

 3. TTérmino ou érmino ou saída – saída – O O grupo se grupo se re- re-úne novamente para dizer o que fez, ou úne novamente para dizer o que fez, ou seja, fazer um resumo das atividades. seja, fazer um resumo das atividades.

A entrada ou início e o término podem A entrada ou início e o término podem acontecer de várias outras maneiras, por acontecer de várias outras maneiras, por exemplo: contar histórias, rodas exemplo: contar histórias, rodas canta-das, jogos e etc. Desta forma, a criança das, jogos e etc. Desta forma, a criança será estimulada e ficará “acordada” para a será estimulada e ficará “acordada” para a atividade proposta.

atividade proposta. Para a cr

Para a criança interagir neste processo,iança interagir neste processo, é necessário que o professor saia de sua é necessário que o professor saia de sua postura e assuma uma postura de postura e assuma uma postura de obser-vador, para que a partir daí possa vador, para que a partir daí possa interfe-rir no processo de desenvolvimento rir no processo de desenvolvimento (MA-CHADO, 2007).

CHADO, 2007).

O trabalho da educação psicomotora O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação com as crianças deve prever a formação de base indispensável em seu de base indispensável em seu desenvolvi-mento motor, afetivo e psicológico, dando mento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, oportunidade para que por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientizem de atividades lúdicas, se conscientizem sobre seu corpo. Através da recreação, a sobre seu corpo. Através da recreação, a criança desenvolve suas aptidões criança desenvolve suas aptidões percep-tivas como meio de ajustamento do tivas como meio de ajustamento do com-portamento psicomotor.

portamento psicomotor. Para que a cr

Para que a criança desenvolva o contro-iança desenvolva o contro-le mental de sua expressão motora, a le mental de sua expressão motora, a re-creação deve realizar atividades creação deve realizar atividades conside-rando seus níveis de

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A recreação dirigida proporciona a A recreação dirigida proporciona a apren-dizagem das crianças em várias atividades dizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio saúde física, mental e no equilíbrio socio-afetivo.

afetivo.

Segundo Barreto (2000), o Segundo Barreto (2000), o desenvolvi-mento psicomotor é de suma

mento psicomotor é de suma importânciaimportância na prevenção de problemas da na prevenção de problemas da aprendiza-gem e na reeducação do tônus, da gem e na reeducação do tônus, da postu-ra, da direcionalidade, da lateralidade e do ra, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo. A educação

ritmo. A educação da criança deve eviden-da criança deve eviden-ciar a relação através do movimento de ciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em seu próprio corpo, levando em considera-ção sua idade, a cultura corporal e os

ção sua idade, a cultura corporal e os seusseus interesses.

interesses.

A educação psicomotora para ser A educação psicomotora para ser tra-balhada necessita que sejam utilizadas as balhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas funções motoras, perceptivas, afetivas e sociomotoras, pois assim, a criança e sociomotoras, pois assim, a criança ex-plora o ambiente, passa por experiências plora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu concretas, indispensáveis ao seu desen-volvimento intelectual, e é capaz de volvimento intelectual, e é capaz de to-mar consciência de si mesma e do mundo mar consciência de si mesma e do mundo que a cerca.

que a cerca.

Bons exemplos de atividades físicas Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso, visando à

a criatividade; tudo isso, visando à forma- forma-ção da sua personalidade.

ção da sua personalidade.

Estudos de Silva (2004) apontam que a Estudos de Silva (2004) apontam que a reeducação é urgente, sobretudo, para os reeducação é urgente, sobretudo, para os problemas afetivos, é a criança com seu problemas afetivos, é a criança com seu sofrimento em jogo, escondido em seu sofrimento em jogo, escondido em seu sistema psicomotor, quem inaugura e dá sistema psicomotor, quem inaugura e dá lugar a este espaço de reeducação. É ela lugar a este espaço de reeducação. É ela quem impulsiona perguntas que geram quem impulsiona perguntas que geram novos labirintos, conduzindo-nos novos labirintos, conduzindo-nos conti-nuamente a reformulações nuamente a reformulações

teóricas-ree-ducadoras, e é através desta ducadoras, e é através desta reformula-ção que o uso do lúdico se faz presente, ção que o uso do lúdico se faz presente, ajudando a resgatar, em sua ajudando a resgatar, em sua singularida-de, o sujeito.

de, o sujeito.

 A

 A

reeducação

reeducação

tem

tem

por

por

elementos

elementos

básicos para seu trabalho:

básicos para seu trabalho:

I

-I - Perturbações Motoras; Perturbações Motoras;

II

-II - Per Perturbações Intelectuais;turbações Intelectuais;

III

-III -  Perturbações do Esquema Corpo-  Perturbações do Esquema

Corpo-ral; ral;

IV

-IV - Perturbações da Lateralidad Perturbações da Lateralidade;e;

V

-V - Perturbações da Estrutura Perturbações da Estrutura Espacial;Espacial;

VI

VI -- Perturbações da Orientação Espa- Perturbações da Orientação Espa-cial;

cial;

VII

-VII - Perturbações do  Perturbações do Grafismo;Grafismo;

VIII

-VIII -  Perturbações Afetivas (SILVA,  Perturbações Afetivas (SILVA,

2004). 2004).

A Terapia Psicomotora é uma prática de A Terapia Psicomotora é uma prática de mediação corporal e abordagem relacional mediação corporal e abordagem relacional que foca nas potencialidades da pessoa e que foca nas potencialidades da pessoa e nunca nos fracassos. Auxilia o indivíduo nunca nos fracassos. Auxilia o indivíduo a elaborar novas estratégias e soluções a elaborar novas estratégias e soluções próprias para enfrentar os

próprias para enfrentar os problemaproblemas, re-s, re-forçando a confiança em si mesmo e forçando a confiança em si mesmo e fa-vorecendo uma melhor atuação na vida vorecendo uma melhor atuação na vida cotidiana. Tem como objetivo prevenir e cotidiana. Tem como objetivo prevenir e superar dificuldades relacionais, de superar dificuldades relacionais, de de-senvolvimento e de aprendizagem, assim senvolvimento e de aprendizagem, assim como favorecer uma estruturação mais como favorecer uma estruturação mais saudável da personalidade.

saudável da personalidade. A educação

A educação psicomotopsicomotora concerne ra concerne umauma formação de base indispensável a toda formação de base indispensável a toda criança que seja normal ou com criança que seja normal ou com proble-mas. Responde a uma dupla finalidade: mas. Responde a uma dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento funcional assegurar o desenvolvimento funcional

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tendo em conta possibilidades da criança e ajudar sua afetividade a expandir-se e a equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano.

A terapia psicomotora refere-se parti-cularmente a todos os casos-problemas nos quais a dimensão afetiva ou relacional parece dominante na instalação inicial do transtorno. Pode estar associada à educa-ção psicomotora ou se continuar com ela. Nos casos graves, a última hipótese pare-ce preferível na medida em que o primeiro tempo de ação terapêutica deverá se fa-zer fora de toda preocupação de desen-volvimento funcional metódico.

Ao contrário, a reeducação psicomoto-ra impõe-se nos casos onde o déficit ins-trumental predomina, ou corre o risco de acarretar secundariamente problemas de relacionamento (LE BOULCH, 2012).

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Perturbações, distúrbios e

alterações psicomotoras

Para que o psicomotricista consiga tra-balhar efetivamente e contribuir com o desenvolvimento psicomotor do seu pa-ciente evidentemente que ele precisa conhecer as perturbações, os distúrbios e as alterações psicomotoras, portanto, vamos às definições de maneira simplifi-cada.

3.1 Perturbações

psicomo-toras

Uma perturbação psicomotora é o mes-mo que “perturbações instrumentais”, e são assim chamadas por interferirem nas bases psicomotoras do sujeito, levando-o a desordens em todo o seu esquema cor-poral e sua imagem corcor-poral.

A criança que passa por perturbações psicomotoras, deve ser o mais cedo possí-vel analisada para que o processo de ree-ducação comece rápido, pois quanto mais tempo passa, mais a criança se bloqueia em um tipo de reação, sente-se mais an-gustiada, e as punições ou as observa-ções de seus familiares só agravam esta angústia. A reeducação a ajudará a adotar um outro comportamento e, pouco a pou-co, os que a cercam a verão de forma mais positiva.

Vimos que as perturbações psicomoto-ras ou instrumentais podem ser classifi-cadas em oito categorias,

explicadas com muita propriedade

e clareza por Silva (2004):

I - Perturbações Motoras:

1 - Atrasos do desenvolvimento motor;

Sintoma: uma criança que não conse-gue subir uma escada ou andar para trás. Causa: debilidade intelectual por um atra-so no nível motor; problema de ordem psi-cológica por ocasião de nascimento de um irmão, crianças superprotegidas, crianças que sofrem choques afetivos por partida, falecimento ou presença em acidente, que bloqueiam e inibem toda progressão.

2 - Grandes Décits Motores;

Sintoma: hemiplegia ou paralisia de um dos lados do corpo. Causa: as origens fre-quentemente remontam ao nascimento.

3 - Perturbações do Equilíbrio;

Sintomas subjetivos: a criança que cai com regularidade, que se choca contra seus colegas, anda com pés afastados, corre com o tronco para frente. Sintomas objetivos: o teste de Romberg permite encontrá-los, pois mostra que a criança estando sentada, o seu corpo inclina-se lentamente e fechando os olhos isto se acentuará, e também a prova do andar cego, onde a criança de olhos vendados, dá alternadamente alguns passos para frente e para trás, caso haja perturbação, o trajeto percorrido desenhará uma estre-la.

Causas:

a) Motoras -

 a falta de equilíbrio pode encontrar sua origem no vestíbulo da ore-lha interna ou no cerebelo; vindo acompa-nhada de perturbações da coordenação ou pode provir da sensibilidade proprio-ceptiva.

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b) Psicológicas -

 crianças que sofrem com a ausência de confiança em si mes-mas, em suas possibilidades, que vem a traduzir uma falta de equilíbrio estático ou dinâmico, e também as crianças instá-veis do ponto de vista psicomotor (hipera-tivas) conhecem também um problema de equilíbrio devido à sua impossibilidade de concentrarem naquilo que fazem.

4 - Perturbações da Coordenação; Sintomas subjetivos: a criança não con-segue ter um gesto harmonioso, suas ha-bilidades manuais são inadequadas. Sin-tomas objetivos: a discronometria - atraso no desenvolvimento do movimento e em sua parada (Thomas). A dismetria – a não--localização do movimento. Quando pe-de-se a criança para colocar o dedo sobre o joelho, ou de pé sobre a cadeira e se a criança ultrapassar o ponto fixado, trata--se de hipermetria; se não chegar ao pon-to, temos hipometria. A assinergia – defi-ciência de coordenação entre os diversos componentes musculares dos movimen-tos. A criança tem movimentos bruscos e não harmoniosos para realizar qualquer atividade. A adiadococinesia – dificuldade de executar rapidamente movimentos al-ternados.

Causas:

perturbações vestibulares ou cerebelosas; perturbações da sensibilida-de superficial ou profunda; perturbações psicológicas ou afetivas; a criança não se concentra em seu trabalho, fica ansiosa, insegura.

5 - Perturbações da Sensibilidade:

Sintomas subjetivos: a criança não faz os mesmos gestos que lhe demonstra-mos, exceto diante de um espelho; deixa cair das mãos objetos que segura ou

fre-quentemente torce os tornozelos; é rela-tivamente sensível ao contato, ao calor.

Sintomas objetivos:

a) a criança tem dificuldade ou a impos-sibilidade de manter uma posição, uma postura, quando os olhos estão fechados;

b)  de perceber com olhos fechados,

uma posição que fazemos com um de seus membros;

c) de perceber um movimento com olhos fechados (dizer se levantamos ou abaixamos o seu braço);

d) de executar movimentos finalizados (de olhos fechados colocar o dedo sobre o seu nariz);

e) de avaliar a força a ser dada ao mo-vimento (quando se trata de levantar um saco pesado ou leve).

Há crianças que possuem também

 perturbações da sensibilidade

super- cial e profunda:

a) quando não conseguem localizar uma sensação tátil, ao tocarmos em suas costas;

b)  quando não conseguem reconhecer uma forma geométrica ou uma letra dese-nhada em sua mão;

c)  quando não conseguem reconhecer

um objeto desenhado em sua mão.

Causas:

  frequentemente de ordem motora e neurológica.

II - Perturbações Intelectuais:

1 - O Atraso Intelectual;

Sintomas: a debilidade pode ser leve, moderada ou profunda. As realizações da

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criança são de uma idade inferior à sua idade real.

Causas:

  neonatais, como o mongolis-mo, o alcoolismo e as moléstias (encefali-te, meningi(encefali-te, hemorragia cerebral).

III - Perturbações do Esquema

Cor- poral:

Sintoma 1:

  a criança não conhece as partes de seu corpo (seu desenho é bem pobre para a sua idade e não tem disposi-ção para as partes do corpo ao desenhá--las) e revela-se incapaz de construir um boneco articulado, pois ignora o vocabu-lário corporal.

Sintoma 2:

  a criança não situa bem seus membros ao gesticular, pois não percebe bem a posição dos mesmos, ou por falta de concentração, ou porque ain-da não descobriu toain-das as possibiliain-dades espaciais de seu corpo, pois também não imita bem um exercício apresentado e seus gestos do dia-a-dia não são harmo-niosos.

Sintoma 3:

a criança não coordena bem seus movimentos, embora não apre-sente realmente problemas motores, mas é muito lenta, precisando refletir para executar seu gesto, não dominando seu corpo, suas emoções, às vezes agindo ra-pidamente, outras vezes inicia bem o seu movimento, mas sem perceber se distrai.

Causa:

  nos problemas motores ou in-telectuais, todas as perturbações na defi-nição do esquema corporal são de origem afetiva.

IV - Perturbações da Lateralidade:

Sintomas: a criança não sabe qual mão escolher, é desajeitada, “recorta” com a mão direita, mas brinca com a esquerda, quando os exercícios de precisão são exe-cutados com uma mão e os de força com a outra mão e também quando a laterali-dade não é homogênea: a criança escolhe bem a mão ou o pé dominante, mas nunca está segura de saber qual é o lado direito e qual é o lado esquerdo.

Causas:

a) Motoras ou neurológicas

- quan-do a criança é destra quan-do pé e canhota da mão é ambidestra.

b) Sociais

- quando a criança é canho-ta, mas, na vida social organizada pelos destros, a forçamos a utilizar sua mão di-reita para desenhar ou quando a criança é destra, mas sua mãe canhota, ela a imita inconscientemente.

c) Psicológicas -

 quando a criança mal consegue unificar seu corpo, tendo di-ficuldade para perceber o eixo vertical, como consequência de uma inquietação, de uma angústia de origem afetiva.

Consequências:

  as crianças têm difi-culdades de reconhecimento esquerda--direita, não adquirem direção gráfica, forma suas letras ou seus números em es-pelho, e tem dificuldade de discriminação visual.

V - Perturbações da Estrutura

Espa-cial:

Sintoma 1:

a criança ignora os termos espaciais, não sabendo se colocar ou co-locar os objetos no lugar certo, tendo di-ficuldades na discriminação visual,

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inca-pacidade de orientar-se para estabelecer uma progressão de grandezas e dificil-mente encontra suas coisas, pois sua no-ção de lugar não é nítida.

Sintoma 2:

  a criança conhece os ter-mos espaciais, mas mal percebe as posi-ções que os mesmos ocupam na direção em cima - embaixo, na direção esquerda - direita.

Sintoma 3:

a criança percebe bem o es-paço que a circunda, mas orienta-se com dificuldade, temendo os espaços grandes, não encontrando o seu lugar em uma fila se estiver em lugar diferente do habitual e quando seus pontos de referência mu-dam, perde-se.

Sintoma 4:

 a criança orienta-se bem, mas não tem memória espacial, pois é capaz de copiar uma frase sem erro, mas está muito despreparada para ditados e embora não tenha nenhuma deficiência de percepção na direção em cima - em-baixo, esquerda - direita, ela nunca sabe distinguir com segurança o b do d: sim-plesmente esqueceu a que corresponde o símbolo.

Sintoma 5:

  a criança não tem organi-zação espacial, pois choca-se contra seus colegas, não sabendo se vai passar pela direita ou pela esquerda. Em seus dese-nhos, os primeiros ocupam todo o espaço, os seguintes terão dimensões cada vez menores “por falta de lugar” e precisará de mais tempo do que uma outra para ad-quirir noção de obliquidade, o que acarre-tará atrasos na aprendizagem da leitura e da escrita.

Sintoma 6:

 a criança não assimila a re-versibilidade e a transposição, podendo esta dificuldade vir de um problema de

la-teralidade e de percepção esqueda-direi-ta, mas só devem ser considerados apenas a partir de 6 anos, e só há anormalidade a partir de 8 anos.

Sintoma 7:

 a criança tem dificuldades para compreender relações espaciais, não conseguindo perceber nenhuma ligação entre o que aprendeu ontem e sua utiliza-ção no que aprendeu hoje. Mais tarde sin-tetizará seus cursos com dificuldade.

Causas:

  má integração do esquema corporal com perturbações da laterali-dade, tendo também causa psicológicas como instabilidade em seu raciocínio, má distinção entre sonho e a realidade e o to-lhimento em suas experiências.

VI - Perturbações da Orientação

Es- pacial:

Sintoma 1:

a criança é incapaz de des-cobrir a ordem e a sucessão dos aconte-cimentos, misturando os fatos, não sa-bendo o que é primeiro e último, não se situando em “ante” e “depois”, não se or-ganizando bem a direção esquerda-direi-ta e engana-se na ordem das palavras es-critas, não conseguindo construir frases.

Sintoma 2:

a criança não percebe os intervalos na escrita entre palavras, nas frases e não percebe o que dura mais ou menos tempo, o que vai depressa e quan-do há uma parada, em cálculo, não per-cebe os números que faltam e na leitura coletiva, nunca está no mesmo ponto que os outros.

Sintoma 3:

a criança não tem um rit-mo regular ao correr, sua corrida é de pas-sos muito compridos e muito curtos, sua

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leitura é de forma desencadeada, não faz associação do gesto com a leitura expres-siva e não compreende certos cálculos ba-seados no ritmo.

Sintoma 4:

 a criança não tem noção da hora, não consegue organizar seu tempo, pois gastou todo ele para escrever uma linha, depois escreve muito mal a conti-nuação do texto, pressionada pelo pouco tempo que lhe resta antes de entregar seu caderno.

Causas:

a) Motoras -

  perturbações ligadas ao ritmo irregular da respiração do sujeito ou a um problema auditivo.

b) Psicomotoras -

 falta de orientação e de organização espaciais.

c) Psicológicas -

  a criança sofreu um choque afetivo ou vive em ambiente in-seguro, onde não existem pontos de refe-rência suficientes.

VII - Perturbações do Grasmo: Causas: má coordenação motora, rigi-dez ou crispação dos dedos e problemas psicológicos, como instabilidade da crian-ça, acontece quando ela quer terminar bem depressa o que faz.

VIII - Perturbações Afetivas:

A maioria delas já foram apresentadas conjuntamente com outras perturbações psicomotoras e suas causas estão ligadas ao ambiente familiar. (SILVA, 2004).

3.2 Distúrbios e alterações

psicomotoras

Para Chaves (2007), as dificuldades em relação ao esquema corporal, à

laterali-dade, aos aspectos perceptivos e outros estão por vezes relacionados a aspectos como inversão ou troca de letras, textos mal escritos ou sem uma linha de racio-cínio expressa com lógica, dificuldades em relação com a escrita, a leitura, a fala, a solução de problemas e a resolução de cálculos matemáticos.

A fase pré-escolar e de alfabetização são importantes no desenvolvimento da criança de uma forma geral e, primordiais no processo de aprendizagem das mes-mas.

Genericamente, os distúrbios psico-motores podem ser causados por: defi-ciências neonatais/ auditivas/ visuais e sensoriais; transtornos de atenção; atra-sos escolares; deficiências cognitivas/ de aprendizado/ de memória/ Mal de Parkin-son e Alzheimer; dentre outros.

Segundo o ISPE/GAE (2007), os dis-túrbios psicomotores, avaliados através de um Perfil Psicomotor, estão relacio-nados com dificuldade de aprendizado, dificuldade de retenção e memória, falta de concentração, relacionamento social e familiar, distúrbios alimentares, de late-ralidade, desequilíbrio, desorganização e psicoafetivos.

Dentre os sinais de alerta, quando algo não vai bem com uma criança, tem-se em relação à motricidade grosseira, o não re-bolar, não puxar, não ficar de pé, não an-dar em linha, etc. Em relação à motricida-de fina tem-se não segurar um objeto, não  juntar as mãos, não fazer construções, ter dificuldades de aprender. Em se tratando da linguagem, não diz palavras, não cons-trói frases, não compreende, não fala de um modo inelegível. Em relação à

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cog-nição, não procura, não se interessa por  jogos, não categoriza semelhanças, não sabe o nome próprio ou apelido, não sabe contar, não sabe as cores ou qualquer le-tra. Enfim, em relação ao lado psicosso-cial, não ri, não estranha, não se consola, nem aceita mimos, agride sem provoca-ção, não brinca com outras crianças.

Nesse sentido,

a Psicomotricidade vem aprofun

-dar a interação de duas

componen-tes importancomponen-tes do comportamento

humano:

a. por um lado, a motricidade, en-tendida como um sistema dinâmico que subentende a organização de um equi-pamento neurobiológico sujeito a um de-senvolvimento e a uma maturação;

b. por outro, o psiquismo, entendido como o funcionamento de uma atividade mental composta de dimensões socioafe-tivas e cognisocioafe-tivas.

Quando tais componentes não se en-contram sistemicamente integradas sur-ge a disfunção psicomotora, uma síndro-me e não uma doença, cuja origem não é especificamente orgânica, traumática ou hereditária. Trata-se do efeito ou reflexo corporal, postural, práxico ou condutivo de uma perturbação ou dificuldade psi-cológica que tende a manifestar-se em termos de desenvolvimento e de apren-dizagem ou de adaptação psicossocial (FONSECA, 2004).

Muito já foi falado até o momento sobre a psicomotricidade e que ela reflete um estado de vontade do ser humano, o que é correspondido pela execução dos vimentos. Voltando aos conceitos de

mo-vimento humano, como já falamos, esses podem ser voluntários ou involuntários, ainda subdivididos em inatos e adquiridos, chamados de automatismos elementares. Os inatos são aqueles que nascem co-nosco e são representados pelos reflexos, que são respostas caracterizadas pela in-variabilidade qualitativa de sua produção e execução. Estes reflexos podem ser agonistas, antagonistas ou deflexos (al-ternantes) que são mais hierarquizados que os reflexos puros, permitindo certo grau de variabilidade, conforme a adapta-bilidade individual. Refere-se a necessida-des orgânicas e influindo nestas respos-tas temos os instintos, responsável pela autoconservação individual. No homem ele é misturado com o afeto produzindo tendências ou inclinações (LOUREIRO FI-LHO, 2002).

Os automatismos adquiridos são os re-flexos condicionados, que ocorrem devido a aprendizagem e nos forma hábitos, que, quando bons, nos poupam tempo e esfor-ço, porém se exagerados, eliminam nossa criatividade e nos deixam embotados. Os hábitos podem ser passivos (adaptação biológica ao seu ecossistema) ou ativos (comer, andar, tocar instrumentos, etc.). Os reflexos condicionados são produzi-dos desde as primeiras semanas de vida. Esses reflexos condicionados geralmente começam como uma atividade voluntária e depois, por já estarem aprendidos, são mecanizados (LOUREIRO FILHO, 2002).

Quando há alterações de

psicomo-tricidade, encontramos os quadros

abaixo:

Estupor (ou acinesia) –

é a perda da atividade espontânea englobando,

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si-multaneamente, a fala, a mímica, os ges-tos, a marcha, etc. Vem e vai bruscamen-te em crises de agitação psicomotora. É o caso do estupor catatônico (nos esquizo-frênicos) e o depressivo (na depressão);

 Agitação e Inibição

Psicomoto-ra

– são graus de determinado estado psi-comotor. Quando há pequeno aumento ou diminuição dos movimentos são designa-dos como inquietação e lentificação psi-comotoras, respectivamente. Quando são alterações mais acentuadas, represen-tam a agitação e inibição motora, propria-mente ditos. Podem ocorrer alterações da psicomotricidade em indivíduos normais, como por exemplo, após experimentar forte tensão emocional ou preocupações que levam a vontade de andar ou levam a imobilidade. A agitação patológica pode ocorrer com caráter uniforme e estrutura-do como na mania, ou desordenadamente e de forma improdutiva como na catatonia esquizofrênica, epilepsia e psicoses in-fecciosas e tóxicas (como no delirium tre-mens). A inibição ocorre, por exemplo, na depressão, estupor, estados confusionais e amenciais. Um grau ainda mais elevado de agitação é o furor, que se caracteriza por uma extrema agitação, necessitando intervenção imediata para impedir danos aos outros ou ao próprio paciente;

Maneirismos –

ocorrem em esqui-zofrênicos, oligofrênicos e histéricos, e são caracterizados por gestos artificiais, ou linguagem e escrita rebuscada, com uso de preciosismo verbal, floreados esti-lísticos e caligráficos, etc;

Ecopraxia –

  também ocorre em esquizofrênicos, oligofrênicos e histéri-cos (principalmente nos primeiros), onde há imitação de um comportamento, sem

propósito (gestos, atitudes etc.). Pode haver ecolalia (sons), ecomimia (mímica) e ecografia (escrita);

Estereotipias –

são as caracterís-ticas do catatonismo onde há repetição automática de movimentos, frases, e pa-lavras (verbigeração), ou busca de posi-ções e atitudes, sem nenhum propósito. As estereotipias cinéticas são confundi-das com os tiques nervosos, porém esses são elementares, de fundo neurótico. É mais difícil de distingui-las dos cerimoniais compulsivos, porém estes são atos com-plicados que servem para aliviar a tensão nervosa da pessoa que a realiza. Alguns acham que as estereotipias cinéticas são atos que eram compreensíveis e motiva-dos, que perderam sua causa;

Negativismo –

 é a oposição ativa ou passiva às solicitações externas. Na passiva a pessoa simplesmente deixa de fazer o que se pede sendo característi-co o mutismo e a sitiofobia (medo de se comprometer, de ser internado, de ser envenenado). Na ativa, a pessoa faz tudo ao contrário do que se pediu, e às vezes quando desistimos, eles o fazem, sendo isso a “reação de último momento”. O ne-gativismo verbal pode se apresentar na forma das pararespostas (ou seja, o pa-ciente entende a pergunta do entrevista-dor, porém não responde algo compatível com a pergunta, e sim algo “ao lado”, ou próximo). O negativismo faz parte da série catatônica e representa ação imotivada e não deliberada;

Obediência Automática –

  que é o oposto ao negativismo, onde o pacien-te pacien-tem extrema sugestionabilidade e faz tudo o que é mandado. Ocorre na esquizo-frenia e quadros demenciais;

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Catalepsia,

  Pseudo-Flexibilida-de Cérea – ocorre Pseudo-Flexibilida-devido a hipertonia do tônus postural. Ocorre na histeria, esqui-zofrenia e parkinsonismo. A flexibilidade cérea é a conservação de uma posição, ocorrendo no parkinsonismo, enquanto que nos esquizofrênicos e histéricos há pseudo-flexibilidade cérea, devido a in-fluência de fatores psicogênicos;

Extravagâncias Cinéticas,

co-mum da conduta esquizofrênica. Pode ser descrito como a perda da gracilidade, ou seja, da naturalidade, espontaneidade, proporcionalidade dos gestos e atitudes; como a rigidez facial (o pregueamento da testa em “M” é característico da ca-tatonia); paratimias (a mímica não está em concordância com o pensamento ver-balizado); focinho catatônico (protusão permanente dos lábios); interceptações cinéticas (interrupção brusca de um gesto apenas esboçado), etc. (LOUREIRO FILHO, 2002).

Sobre os atos voluntários, também chamados de volitivos, relacionados e de-pendentes da inteligência e do afeto, eles acontecem em quatro etapas,

sendo as seguintes:

1. Intenção ou propósito –

  inclina-ções e tendência que fazem com que surja interesse em determinado objeto;

2. Deliberação –

  onde ponderamos os motivos (razões intelectuais) e os mó-veis (atração ou repulsão, vindas do plano afetivo);

3. Decisão –

demarca o começo da ação, inibindo os móveis e motivos venci-dos;

4. Execução –

 há os movimentos físi-cos.

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UNIDADE 4 -

 As necessidades especiais

Para falarmos das diferentes necessi-dades especiais que fazem parte do rol de trabalho do psicomotricista, faz-se neces-sário uma breve introdução aos nossos sistemas sensoriais com os quais conhe-cemos e nos relacionamos com o mundo que são a gustação, o olfato, o tato, a au-dição, a visão e a propriocepção.

Legarda e Miketta (2008, p. 20)

destacam três aspectos importantes e

que estão relacionados aos sistemas

sensoriais:

1. O uso integrado que fazemos dos sentidos em nossos primeiros anos de vida vai decrescendo com o passar dos tempos, devido à desvalorização da acui-dade sensorial em nossa cultura e siste-ma educativo. Lamentavelmente, os cur-rículos de estudo de crianças com mais de seis anos descuidam, quase que comple-tamente, desse importante aspecto do desenvolvimento que não se restringe apenas a uma forma de conhecer o meio ambiente, mas é também uma maneira de conhecermos a nós mesmos.

 2. Os sentidos são nossa primeira fon-te de conhecimento. No nascimento, não há o pensamento simbólico e nem o racio-cínio lógico, somente o mundo sensorial e perceptivo. Assim sendo, estímulos varia-dos são fundamentais nos primeiros anos de vida.

 3. Nós, humanos, mostramos

diferen-ças em nossos padrões sensoriais e em nossa capacidade de aprender por meio de um ou outro sentido, ou seja, alguns utilizam melhor a visão, outro a audição.

O sentido do paladar ou gustação en-contra-se nos receptores localizados na língua, as papilas gustativas. Esse sen-tido distingue quatro sabores básicos: amargo (parte posterior da língua); azedo e salgado (bordas da língua) e doce (pon-ta da língua). A gus(pon-tação é nosso sentido mais fraco, devido a língua ter de cumprir outras funções como articular a fala, por exemplo.

O sentido do olfato funciona com qui-miorreceptores localizados no nariz e que captam as substâncias voláteis dispersas no ar. Há uma estreita relação entre gus-tação e olfato, o que pode ser experimen-tado cheirando e degustando ao mesmo tempo um pedaço de bolo.

Os mesmos autores destacam que existe uma associação entre olfato e as lembranças e que esta relação pode ter um fundo adaptativo para nos proteger de perigos como alimentos venenosos, por exemplo, mas é uma associação pouco explorada no contexto pedagógico.

O tato é um dos primeiros sentidos a amadurecer, tendo seus receptores na pele, onde há células especializadas para a percepção do calor, do frio e da dor. É im-portante no desenvolvimento emocional, no conhecimento do corpo e na formação de vínculos afetivos (LEGARDA; MIKETTA, 2008).

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A sensibilidade auditiva proporciona não só o reconhecimento objetivo dos sons ambientais (chuva, sons de instru-mentos musicais, etc.), mas participa efe-tivamente no processo de comunicação entre os indivíduos e, deste modo, cons-titui um importante elemento da lingua-gem. A perda da sensibilidade auditiva ou a surdez dificulta este aspecto da relação humana, pois o nosso principal meio de comunicação é através da linguagem fala-da. O próprio mecanismo de aprendizado da linguagem falada depende da audição (NISHIDA, 2007).

Nabuco e Cortez (2005) esclarecem que, no início, os recém-nascidos enxer-gam apenas borrões. Entre a 4ª e 6ª sema-na de vida, passam a fixar o olhar em obje-tos, uma vez que se completa a formação da região da retina que permite visualizar detalhes. A partir dos dois meses, as igens que eram acinzentadas ganham ma-tizes de vermelho, branco e azul. A visão evolui rápido, de modo que ao completar quatro meses a criança já distingue as demais cores e segue os objetos com os olhinhos. O passo seguinte é apanhar os objetos que vê. Posteriormente, passa a reconhecer as pessoas e estranham ros-tos e locais diferentes. Geralmente, até os cinco anos a criança atinge o desenvol-vimento total da visão.

A propriocepção é definida por Legar-da e Miketta (2008, p. 19) como “aquele sentido que informa sobre a localização de uma parte móvel do corpo, a mão, por exemplo, em relação a outra de posição fixa, o tronco”.

A propriocepção acontece por meio de diversos sensores específicos espalhados pelo corpo, que reconhecem as

mudan-ças de posição e de movimento. A pro-priocepção nos ajuda a manter a posição adequada em uma cadeira, segurar uten-sílios, tais como uma caneta ou um garfo de maneira adequada, a julgar a distância que estamos de um objeto para não ba-ter nele, quanta pressão precisamos fa-zer para evitar quebrar um lápis (DUTRA, 2007).

Apresentados os sentidos, vamos par-tir para as deficiências que podem acome-ter o ser humano.

 As necessidades especiais

4.1 Deciências sensoriais

Várias são as deficiências que um ser humano pode apresentar. Dentre elas te-mos as deficiências sensoriais, que serão nosso ponto de partida para refletir sobre a relação existente entre elas e as práti-cas educacionais para promover a educa-ção psicomotora.

Outro objetivo deste tópico é refle-tir sobre a utilização dos sentidos para conhecimento e relacionamento com o mundo além de valorizarmos o desenvol-vimento da acuidade sensorial no sistema

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educativo.

Dentre as deficiências sensoriais, ana-lisaremos a deficiência auditiva e a visu-al, mas também há a múltipla deficiência sensorial onde acontece a associação en-tre surdez e/ou deficiência visual a outras deficiências (intelectual e/ou física), bem como distúrbios (neurológico, emocional de linguagem ou no desenvolvimento glo-bal) que podem acarretar atrasos no de-senvolvimento, devido às dificuldades de interação com o meio.

Atentem-se, porque ao longo do cur-so veremos exemplos de como trabalhar cada uma dessas necessidades.

4.1.1 Deciência visual 

Um primeiro contato com uma pessoa cega, geralmente, é suficiente para que ela retenha na memória a sua voz, reco-nheça-lhe pelo toque ou talvez pelo seu perfume. Não que ela seja um ser extraor-dinário, mas por necessidade esses senti-dos lhe são estimulasenti-dos e favorecem sua interação com o meio.

Em relação às pessoas com baixa visão, aquelas com visão reduzida e cuja defici-ência é corrigível por lentes, cirurgias ou tratamento, inúmeras pesquisas compro-vam que a estimulação da visão residual favorece o ganho de eficiência na utiliza-ção da visão preservada.

A deficiência visual é uma situação irre-versível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou here-ditárias, mesmo após tratamento clínico e/ ou cirúrgico e uso de óculos convencio-nais. A deficiência visual inclui dois gru-pos: cegueira, visão subnormal (FIOCRUZ, 2009).

Cegueira

É considerado portador de cegueiras, pessoas que têm somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e pre-cisam aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não este- jam relacionados com o uso da visão. De-verá, no entanto, ser incentivado a usar seu resíduo visual nas atividades de vida diária sempre que possível.

Visão Subnormal ou Baixa Visão

É considerado portador de baixa visão aquele que apresenta desde a capacidade de perceber luminosidade até o grau em que a deficiência visual interfira ou limi-te seu desempenho. Sua aprendizagem se dará através dos meios visuais, mesmo que sejam necessários recursos especiais. Tanto a cegueira total quanto a visão subnormal pode afetar as pessoas em qualquer idade. Bebês podem nascer sem visão e outras pessoas podem tornar-se deficientes visuais em qualquer fase da vida (FIOCRUZ, 2009). Ela também ocor-re independentemente de sexo, ocor-religião, crenças, grupo étnico, raça, ancestrais, educação, cultura, saúde, posição social, condições de residência ou qualquer ou-tra condição específica.

A deficiência visual interfere em habili-dades e capacihabili-dades e afeta não somente a vida da pessoa que perdeu a visão, mas também dos membros da família, amigos, colegas, professores, empregadores e outros. O mais importante é criar o am-biente propício para a criança com defici-ência visual conseguir alcançar um desen-volvimento compatível com o estágio de vida que se encontrar até que possa ter a capacidade de se tornar independente

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e ativa socialmente. Para tanto, é extre-mamente importante que pais, amigos, professores e profissionais de saúde for-mem uma “equipe humana” onde cada um terá seu papel na estimulação precoce da criança, inserindo-a verdadeiramente na circunstância social em que se encontre (HADDAD, SEI, BRAGA, 2009).

4.1.2 Deciência auditiva

As pessoas com surdez, por sua vez, são extremamente visuais, o que favore-ce o domínio de uma linguagem visual-es-pacial. Também é importante considerar as pessoas que apresentam resíduo audi-tivo e que, portanto, carecem de estímu-los dessa natureza (FIOCRUZ, 2009).

Deficiência auditiva é considerada como a diferença existente entre o de-sempenho do indivíduo e a habilidade nor-mal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American Na-tional Standards Institute (ANSI - 1989).

Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para de-tecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, ní-vel de audição).

A audição desempenha um papel prin-cipal e decisivo no desenvolvimento e na manutenção da comunicação por meio da linguagem falada, além de funcionar como um mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas por dia, pois nossos ouvidos não descansam nem quando dormimos.

Dentre os tipos de deficiência auditiva temos a condutiva, sensório-neural, mis-ta, central ou surdez central.

Condutiva:

Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. Esta defi-ciência pode ter várias causas, entre elas pode-se citar: corpos estranhos no con-duto auditivo externo, tampões de cera, otite externa e média, malformação con-gênita do conduto auditivo, inflamação da membrana timpânica, perfuração do tím-pano, obstrução da tuba auditiva, etc.

Sensório-Neural:

Quando há uma impossibilidade de re-cepção do som por lesão das células ci-liadas da orelha interna ou do nervo au-ditivo. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível. A deficiência auditiva sensó-rio-neural pode ser de origem hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis, herpes, toxoplas-mose, alcoolismo, toxemia, diabetes, etc. Também pode ser causada por traumas fí-sicos, prematuridade, baixo peso ao nas-cimento, trauma de parto, meningite, en-cefalite, caxumba, sarampo, etc.

Mista:

Quando há uma alteração na condu-ção do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea.

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Central ou Surdez Central:

Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de di-minuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de difi-culdade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos meca-nismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (SNC).

Entre os muitos instrumentos usados para comunicação não oral, figura a lin-guagem dos sinais, criada por um monge beneditino francês, morador de um mos-teiro onde imperava a lei do silêncio. Ado-tada há mais de cem anos, no Brasil é cha-mada de Libras.

Segundo a Federação Nacional de Edu-cação e Integração de Surdos – FENEIS, um indivíduo que já tenha nascido com de-ficiência auditiva pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade auditi-va depois de adulto, pode leauditi-var um pou-co mais de tempo para aprender, por ter se habituado à linguagem oral (FIOCRUZ, 2009).

4.2 Deciências físicas

Encontramos na literatura diferentes conceitos para deficiência física, mas va-mos tomar com base o conceito explicita-do no art. 4º explicita-do Decreto nº 3.298/99 da Legislação Brasileira.

Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo, acarretando o comprometimento da  função física, apresentando-se sob  forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraple-gia, tripletetraple-gia, triparesia, hemipletetraple-gia,

hemiparesia, amputação ou ausên-cia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congê-nita ou adquirida, exceto as deformi-dades estéticas e as que não produ-zam dificuldades para o desempenho das funções.

Essa definição nos leva a entender que a função física pode ficar comprometi-da quando faltar algum membro (quando houver amputação), sua má-formação ou deformação (alterações que comprome-tam o sistema muscular e esquelético).

Quanto às lesões motoras decorrentes de lesão do sistema nervoso, estas po-dem ser de diferentes tipos, como altera-ções de:

- ordem muscular – hipertonias, hipo-tonias, atividades reflexas, movimentos descoordenados e involuntários;

- ordem nervosa, no que diz respeito à sensibilidade e à força muscular – hemipa-resias, paraparesia, monoparesia e tetra-paresia (BRASIL, 1999).

Ainda encontraremos alterações fun-cionais motoras decorrentes de lesão do Sistema Nervoso e, nesses casos, obser-varemos principalmente a alteração do tônus muscular (hipertonia, hipotonia, atividades tônicas reflexas, movimentos involuntários e incoordenados). As ter-minologias “para, mono, tetra, tri e hemi”, diz respeito à determinação da parte do corpo envolvida, significando respectiva-mente, “somente os membros inferiores, somente um membro, os quatro mem-bros, três membros ou um lado do corpo” (BRASIL, 1999).

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comprometimento do aparelho lo-comotor que compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. As doenças ou le-sões que afetam quaisquer desses sis-temas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir grandes limitações  físicas de grau e gravidades variáveis, segundo os segmentos corporais afe-tados e o tipo de lesão ocorrida (BRA-SIL, 2006, p. 28).

Dentre as causas da deciência físi 

-ca, temos:

Lesão cerebral (paralisia cerebral); Lesão medular;

Miopatias (distrofias musculares); Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla);

Lesões nervosas periféricas;   Amputações;

Malformações congênitas; Distúrbios posturais da coluna; Reumatismos inflamatórios;   Acidentes;

Traumatismos crânio-encefálico. A paralisia cerebral é uma das causas mais frequentes que encontramos como deficiência física e que chega até a escola, portanto, faz-se necessário dar uma aten-ção especial ao seu estudo.

As crianças que sofrem dessa patologia são motivo de grande preconceito e discri-minação na escola, principalmente porque as pessoas pensam que é uma deficiência mental, o que é um grande equívoco!

Muitas dessas crianças têm dificuldades de se comunicar e expressar devido a suas limitações motoras e não cognitivas e de-monstram um comportamento alheio à rea-lidade, por falta de oportunidades e de me-diações que lhes auxiliem na expressão de toda sua vontade.

A principal característica da paralisia ce-rebral é o déficit motor, entretanto, qua-se qua-sempre qua-se pode encontrar um ou outro distúrbio decorrente da lesão neurológica como: convulsões que podem levar ao défi-cit cognitivo, alterações oculares e visuais, distúrbios de deglutição, comprometimento auditivo, alterações nas funções corticais superiores, distúrbios do comportamento (BRASIL, 2007).

Importante ressaltar que esses distúr-bios que acompanham a paralisia cerebral podem ser decorrentes também do meio em que a criança vive, suas condições de higie-ne, nutrição, tratamentos e oportunidades em geral.

Como causas da paralisia cerebral que po-dem ocorrer isoladas ou associadas,

Braga

(1995 apud BRASIL, 2007) sintetiza

as-sim:

Pré-natais –

infecções intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, citomegalia, her-pes e sífilis), anóxia fetal, exposição à radia-ção ou a drogas, erros de migraradia-ção neuronal e outras malformações cerebrais;

Peri-natais –

  complicações durante o parto (traumatismo cerebral ou anóxia em trabalho de parto difícil ou demorado), pre-maturidade, nascimento com baixo peso, etc;

Pós-natais –

  traumatismos crânio--encefálicos, infecções do sistema nervoso

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central (encefálicos e meningites), anóxia cerebral (devido a asfixias, afogamentos, convulsões ou paradas cardíacas) e aci-dente vascular cerebral.

4.3 Deciências mentais

Na procura de uma compreensão mais global das deficiências em geral, em 1980, a Organização Mundial de Saúde propôs três níveis para esclarecer todas as defici-ências, a saber: deficiência, incapacidade e desvantagem social.

Deciência – refere-se a uma per-da ou anormaliper-dade de estrutura ou fun-ção. É relativa a toda alteração do corpo ou aparência física, de um órgão ou de uma função, qualquer que seja sua causa.

Incapacidade –

refere-se à res-trição de atividades em decorrência de uma deficiência. Incapacidades refletem as consequências das deficiências em ter-mos de desempenho e atividade funcio-nal do indivíduo.

Desvantagem –

 refere-se à condi-ção social ou prejuízo resultante de defi-ciência e/ou incapacidade. As desvanta-gens dizem respeito aos prejuízos que o indivíduo experimenta devido à sua defi-ciência. Sua deficiência e incapacidade re-fletem, pois, a adaptação do indivíduo e a interação dele com o seu meio.

Em 2001, essa proposta, revista e re-editada, introduziu o funcionamento glo-bal da pessoa com deficiência em relação aos fatores contextuais e do meio, (re) situando-a entre as demais e rompendo o seu isolamento. Ela chegou a motivar a proposta de substituição da terminolo-gia “pessoa deficiente” por “pessoa em situação de deficiência”, com o intuito de

destacar os efeitos do meio sobre a auto-nomia da pessoa com deficiência. Assim, uma pessoa pode sentir-se discriminada em um ambiente que lhe impõe barreiras e que só destaca a sua deficiência ou, ao contrário, ser acolhida, graças às trans-formações deste ambiente para atender às suas necessidades (BATISTA; MANTO-AN, 2007).

A Convenção da Guatemala, internali-zada à Constituição Brasileira pelo Decre-to nº 3.956/2001, no seu artigo 1ª define deficiência como

[...] uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacida-de capacida-de exercer uma ou mais atividacapacida-des essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social.

Essa denição ratica a deciência

como uma situação.

A deficiência mental constitui um impasse para o ensino na escola comum e para a de-finição do Atendimento Educacional Espe-cializado, pela complexidade do seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens do mesmo.

A dificuldade de diagnosticar a deficiência mental tem levado a uma série de revisões do seu conceito. A medida do coeficiente de inteligência (QI), por exemplo, foi utiliza-da durante muitos anos como parâmetro de definição dos casos. O próprio CID 10 (Código Internacional de Doenças, desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde), ao especifi-car o Retardo Mental (F70-79), propõe uma definição ainda baseada no coeficiente de inteligência, classificando-o entre leve, mo-derado e profundo, conforme o

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comprometi-mento. Também inclui vários outros sintomas de manifestações dessa deficiência, como: a “[...] dificuldade do aprendizado e comprome-timento do comportamento”, o que coincide com outros diagnósticos de áreas diferentes. O diagnóstico da deficiência mental não se esclarece por supostas categorias e tipos de inteligência. Teorias psicológicas desenvol-vimentistas, como as de caráter sociológico, antropológico têm posições assumidas dian-te da deficiência mental, mas ainda assim não se conseguiu fechar um conceito único que dê conta dessa intrincada condição (MANTO-AN, 2004).

A Psicanálise, por exemplo, traz à tona a dimensão do inconsciente, uma importan-te contribuição que introduz os processos psíquicos na determinação de diversas pa-tologias, entre as quais a deficiência men-tal. A inibição, desenvolvida por Freud, pode ser definida pela limitação de determinadas atividades, causada por um bloqueio de al-gumas funções, como o pensamento, por exemplo. A debilidade, para Lacan, define uma maneira particular de o sujeito lidar com o saber, podendo ser natural ao sujeito, por caracterizar um mal-estar fundamental em relação ao saber, ou seja, todos nós temos algo que não conseguimos ou não queremos saber. Mas também define a debilidade como uma patologia, quando o sujeito se fixa numa posição débil, de total recusa de apropriação do saber (BRASIL, 2007).

É importante que o professor fique atento as causas da deficiência mental, pois podem beneficiar seus alunos com um trabalho mais seguro, pautado no conhecimento e no pro-fissionalismo.

 Algumas causas da deciência men

-tal seriam:

Doenças neurológicas;

Erros inatos do metabolismo;

Deficiências visuais e auditivas (por falta de estimulação e trabalhos adequados);

Asfixia perinatal;   Prematuridade;   Hiperbilirrubinemia; Infecções congênitas; Malformações congênitas; Síndromes genéticas.

4.4 Crianças superdotadas

Quando se fala em necessidades espe-ciais, pensa-se, num primeiro momento, que ela está relacionada apenas a alunos com de-ficiência mental, auditiva, visual ou física, mas não podemos nos esquecer que as crianças superdotadas, talentosas e portadoras de altas habilidades existem e também fazem parte do grupo de portadores de necessida-des especiais por uma gama de justificativas, a primeira delas, porque não são compreendi-das pelos professores e demais profissionais da educação, os quais geralmente não estão preparados para atender a esse público.

Tentaremos identificá-los e mostrar como podemos atendê-los no cotidiano da escola, mas primeiro vamos a alguns conceitos e de-finições que auxiliarão em muito na detecção dessas crianças.

PRECOCIDADE –

  Chamamos precoce a criança que apresenta alguma habilidade es-pecífica prematuramente desenvolvida em qualquer área do conhecimento.

GÊNIO –

É aquele que não apenas possui um talento relevante como também utiliza

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Referências

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