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CATEGORIA : INFLUÊNCIA (RELAÇÃO COM AS PESSOAS)

1. Atividades isoladas:

2.4. Métodos de Tomada de Decisão com Múltiplos Critérios (MCDM).

2.4.1 Analytic Hierachy Process AHP

O método AHP foi criado em 1980 por Thomas Saaty, sua ampla utilização deve-se ao fato de incorporar em sua análise critérios quantitativos e qualitativos. Quando medidas de propriedades intangíveis são observadas, torna-se necessário deduzir as escalas relativas, por meio de comparação por pares, utilizando estimações a partir de outra escala numérica e de organização destas escalas relativas mediante estruturas hierárquicas (SAATY, 2008). Esta visão foi a utilizada por Saaty (1980) para o desenvolvimento do AHP, que é uma ferramenta simples na busca por respostas para problemas complexos. O AHP auxilia a estabelecer modelos de decisão através de processos com componentes tanto qualitativos quanto quantitativos.

Na visão qualitativa, o AHP ajuda na formação de níveis hierárquicos, sendo esta uma maneira conveniente de decomposição de um problema complexo, numa pesquisa voltada para respostas de causa-efeito, em passos que formam uma cadeia linear (SAATY, 2008).

46 No âmbito quantitativo, utiliza-se pares de comparação no cálculo de pesos dos elementos envolvidos em cada nível e determina seu peso final (desempenho global) considerando todos os critérios (SAATY, 2008).

Oliveira e Belderrain (2008) evidenciam os principais aspectos do AHP, que são: - O método visa orientar o processo intuitivo (baseado no conhecimento e na

experiência) de tomada de decisão;

- Ele depende dos julgamentos de especialistas ou dos decisores quando não há informações quantitativas sobre o desempenho de uma variável em função de determinado critério;

- Resulta numa medida global para cada uma das ações potenciais ou alternativas, priorizando-as ou classificando-as.

Segundo Colin (2007) a aplicação do AHP pode ser dividida em quatro etapas mostradas a seguir:

- Representação da hierarquia: desenvolvimento da hierarquia de decisão vinculada aos vários níveis relacionados. Esta etapa é fundamental para definir a meta ou objetivo global desejado, colocado no primeiro nível hierárquico, que decomposto em objetivos secundários, chamados de critérios e alternativas, permitem formar uma estrutura hierárquica de três ou mais níveis. A Figura 3 mostra uma representação dessa estrutura hierárquica.

47 Objetivo Geral

Critério 1 Critério 2 Critério 3

Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3 Alternativa 4

Figura 3 - Exemplo de estrutura Hierárquica Fonte: Elaborado pelo autor

- Comparação de pares: análise de preferências com relação a cada elemento de decisão de cada nível de hierarquia. Nesta etapa é muito importante que os participantes (especialistas ou tomadores de decisão) consigam declarar realmente a importância, ou a força de suas preferências quanto aos critérios ou alternativas em análise. Esta comparação pode ser realizada usando medidas absolutas ou relativas.

O Quadro 6 mostra a escala proposta por Saaty, chamada de Escala Fundamental de Saaty.

Quadro 6 - Escala de valores para a comparação por pares no método AHP.

Valor Definição

1 Igual importância entre os elementos i e j

3 Fraca importância de um elemento sobre o outro

48

Valor Definição

7 Importância muito forte de um elemento sobre o outro

9 Importância absoluta

2, 4, 6, 8 Valores intermediários entre dois julgamentos adjacentes Fonte: Adaptado de Saaty (2001).

- Cálculo dos pesos relativos dos elementos do modelo: o método estima os pesos relativos dos elementos de decisão em cada nível de hierarquia e avalia a consistência (CR-Consistency Ratio) da comparação por pares. O CR é um

indicador da coerência dos julgamentos, que considera o afastamento entre 

(autovalor máximo) e n (número de critérios), conforme a Equação 1, e considera também um erro aleatório associado à ordem da matriz de julgamento dado pelo Índice de Coerência Aleatória (RI-Random Consistency Index).

n

  

n

RI

CR



/

1

(1)

- Agregação das prioridades: agregação das prioridades relativas para avaliar o resultado obtido em relação ao objetivo.

2.4.2 Ratings

Duarte Junior (2005) define ratings como um conjunto de níveis de intensidade (ou categorias) que servem como base para avaliar o desempenho das alternativas em termos de cada critério e/ou subcritério. As categorias que formam ratings devem ser definidas de uma forma clara e o menos ambígua possível para descrever adequadamente o critério/subcritério/alternativas. O rating é considerado adequado na medida em que os decisores o consideram como uma ferramenta apropriada à avaliação das alternativas. Saaty (2006 e 2008) e Salomon et al., (2009) comentam que a diferença entre o AHP usando ratings e o AHP tradicional é que, o uso de ratings permite estabelecer comparações para mais do que nove (9) alternativas, pois trabalha com medição absoluta. Ou seja, neste caso, as alternativas são comparadas de acordo com os níveis de intensidade associados a cada critério/subcritério/alternativas.

49

Salomon et al. (2009) apresentam propostas para obtenção dos valores numéricos dos

ratings (vetores de prioridades):

- Primeiramente, níveis de importância ou intensidade são estabelecidos e

comparados entre si. Gomes et al., (2003) apud Duarte Junior (2005) apresentam

algumas formas práticas para obtenção dos valores numéricos dos ratings (vetores de prioridades). Em especial recomenda-se o processo de comparação, par a par, (AHP) para definir as prioridades. Estes níveis de intensidade são definidos pelo tomador de decisão, segundo o caso específico a ser analisado, Ex. Nada Importante, Pouco Importante, Medianamente Importante, Muito Importante e Totalmente Importante (que será a escala utilizada no presente trabalho);

- Posteriormente, valores de desempenho das alternativas podem ser obtidos associando-as aos níveis descritos, e um vetor de desempenho é obtido mediante um processo de normalização ou idealização. Para a normalização cada componente de desempenho é dividido pela soma de todos os componentes. Na idealização cada componente de desempenho é dividido pelo seu máximo. Saaty (2006) aconselha que, ao trabalhar com ratings, os vetores de prioridades sejam idealizados, onde a melhor categoria recebe o valor igual a 1 e, as outras, seriam proporcionalmente menor;

- Por último, a síntese dos resultados, ou seja, as prioridades finais das alternativas/subcritérios são encontradas a partir da multiplicação do peso das alternativas pelo vetor de prioridades dos critérios.

No método AHP com ratings a estrutura de avaliação é planejada (fixa) e cada alternativa é avaliada de acordo com seu desempenho em cada critério/subcritério/alternativa. Sua principal vantagem é diminuir o número de comparações necessárias quando o número de alternativas é grande. A Figura 4 mostra a estrutura hierárquica do AHP com ratings.

50 S U B C R IT É R IO S / O B J E T I V O S R A T IN G S C R IT É R IO S

OBJETIVOS

CRITÉRIO 1 CRITÉRIO 2 SUBCRITÉRIO 6 CRITÉRIO 3

SUBCRITÉRIO 1 SUBCRITÉRIO 2 SUBCRITÉRIO 3 SUBCRITÉRIO 4 SUBCRITÉRIO 5

RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS RATINGS

Figura 4 - Modelo do AHP com Ratings Fonte :elaborado pelo autor (2015)

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