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Neste trimestre a análise dos programas, apresentada no Capítulo 9.0, mais especificamente no texto do Princípio do Equador 3.0. (PD01), foi feita utilizando as informações disponíveis no 20º RSAP, no 13º RC do IBAMA, naquelas coletadas nas reuniões com as equipes da NE (presenciais ou telefônicas) e nas inspeções de campo. A avaliação é feita por diferentes técnicos especialistas nas áreas dos meios físico, biótico (ecossistemas aquáticos e terrestres) e socioeconômico.

O Anexo 6 inclui o Registro Fotográfico dos trabalhos de campo relacionados aos Programas e Projetos do PBA.

O andamento da implementação do PBA-CI no período é apresentado na sequência, na Seção 6.1, com fotos incluídas no Anexo 8.

6.1

Andamento dos Programas do PBA-CI

Em 2017 a Norte Energia realizou um processo de reestruturação global de sua gestão socioambiental, com consequências importantes para a condução das questões indígenas e indigenistas atinentes ao licenciamento ambiental. Houve uma mudança conceitual que, dentre outras implicações concretas, culminou com a criação da Superintendência Socioambiental e de Assuntos Indígenas, vinculada diretamente à presidência da Norte Energia. Nessa nova estrutura, a Superintendência de Assuntos Indígenas (SAI) foi transformada em Gerência de Assuntos Indígenas (GAI). Como será apresentado ao longo deste relatório, essa reestruturação envolveu mudanças na estratégia de atuação, reorganização funcional, bem como a contratação de novos colaboradores. Tais medidas têm qualificado a atuação da Norte Energia na execução do Plano Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI), no atendimento das condicionantes3 e no

cumprimento dos compromissos e acordos gerados no âmbito do Plano Emergencial e das mobilizações indígenas.

Com base na análise da documentação institucional e nas manifestações dos profissionais e gestores entrevistados na GAI, é possível concluir que a reestruturação tem sido bem avaliada pelos indígenas e por representantes institucionais, incluindo FUNAI e Ministério Público Federal - MPF. Como já relatado, os indígenas estão percebendo que suas demandas têm sido atendidas com um reposicionamento “pacificador” por parte da nova diretoria. Embora exista um cenário favorável ao desenvolvimento das atividades indigenistas da Norte Energia, há desafios a serem superados com relação à ampliação das demandas, ao atendimento às famílias indígenas ribeirinhas, ao processo de revisão da matriz de impacto e reelaboração do PBA-CI.

3 Atendimento às exigências expressas no Parecer 21 e Ofício 126, respectivamente condicionante 2.28 da LP nº342 de 01/02/2010,

condicionantes 2.6 e 2.20 da LI nº795 de 01/06/2011 e ações necessárias contidas na Informação Técnica 223/2015/FUNAI que acompanha a LO.

Mesmo assim, é possível afirmar que a Norte Energia mantém seus compromissos institucionais e o controle sobre o andamento de suas ações indigenistas.

A Gerência de Assuntos Indígenas

Desde 2010, com a emissão da Licença Prévia pelo IBAMA, a FUNAI exigiu que a Norte Energia estruturasse uma instância específica para o acompanhamento da questão indígena (condicionante nº 13, expressa no Parecer 21/FUNAI/2010)4. Antes mesmo de a Norte Energia criar a instância específica solicitada pela FUNAI, foi assinado, em 15/09/2010, Termo de Compromisso instituindo o Plano Emergencial, que visava ao fortalecimento institucional, ao etnodesenvolvimento e à proteção das terras indígenas. Em janeiro de 2011 a Norte Energia contratou dois indigenistas para assumir a gestão da recém-criada Superintendência de Assuntos Indígenas (SAI). A SAI estava composta pelas Gerências de Estudos e Gerência de Assuntos Indígenas. Naquele primeiro momento, a Gerência de Estudos, com sede em Brasília, e a Gerência de Assuntos, com sede em Altamira, tratavam, sobretudo, das ações relacionadas à implantação do Plano Emergencial. Em Altamira, na parte central da cidade, foi montado um escritório na orla do rio Xingu, nas proximidades da Casa do Índio. Nesse escritório, a equipe era composta por um gerente indigenista e cinco colaboradores, que atendiam diariamente lideranças indígenas que apresentavam listas de demandas relacionadas ao Plano Emergencial5. No início de 2011, quando o PBA do Componente

Indígena (PBA-CI) ainda estava em elaboração, o único programa em execução especificamente voltado aos indígenas era o Programa de Realocação e Reassentamento dos Índios Moradores de Altamira e da Volta Grande do Xingu (PRR). Devido às especificidades dos indígenas citadinos, a FUNAI autorizou a integração do PRR com o desenvolvimento do PBA Geral, antecipando ações que posteriormente seriam integradas ao PBA-CI.

O PBA-CI foi protocolado na FUNAI em junho de 2011. Também em junho de 2011 o IBAMA emitiu a Licença de Instalação para a UHE Belo Monte. Contudo, a manifestação da FUNAI sobre o PBA-CI, a anuência à LI, apenas foi emitida em 02 de julho de 2012, um ano após o efetivo início das obras. A aprovação do PBA-CI não significou o início da implantação dos programas, pois, no Ofício 238/2012/PRES, a FUNAI exigiu, no prazo de 30 dias, a elaboração de um Plano Operativo para a execução do PBA-CI. O prazo inicial de 30 dias estendeu-se até abril de 2013. Desse modo, o segundo semestre de 2012, período em que o PBA-CI estava aprovado, mas não estava em execução, foi marcado pela pressão dos indígenas sobre a Norte Energia, especialmente sobre o escritório da Gerência de Assuntos Indígenas em Altamira. Afinal, a obra já tinha iniciado havia um ano, o Plano Emergencial estava prestes a ser encerrado e os programas e projetos do PBA-CI eram desconhecidos da maioria, tanto dos indígenas, quanto dos técnicos da FUNAI e mesmo da Norte Energia. Esses foram

4 Ainda em 2010 a Norte Energia contratou a empresa Biolaw para implantar o Plano de Comunicação com as Comunidades

Indígenas, também uma imposição da FUNAI na emissão da LP (condicionante nº 4 do Parecer 21).

5 Como analisado em relatórios anteriores, sob a rubrica de promoção ao etnodesenvolvimento, o Plano Emergencial promoveu a

meses de muita turbulência no relacionamento com os indígenas. Como registrado nos relatórios de monitoramento socioambiental de maio e novembro de 2012, nesse período houve inúmeras invasões e ocupações nos canteiros de obras, que resultaram em negociações diretas entre as lideranças indígenas e a direção da Norte Energia, fazendo surgir novos compromissos e acordos que, atualmente, integram as ações do licenciamento. No final de 2012, nesse cenário de resultados pouco efetivos para o licenciamento e pouco visíveis para os indígenas, os dois indigenistas da Norte Energia se afastaram.

A partir do início de 2013 a SAI foi reestruturada, com o objetivo de implantar definitivamente as ações do PBA-CI. O Plano Operativo do PBA-CI, exigido pela FUNAI, foi aprovado em 01 de abril de 2013. Mudando-se do escritório na orla do rio Xingu, a SAI foi instalada no atual escritório, mantendo suas duas gerências em Altamira. Foi contratado um superintendente, com passagem nos quadros do IBAMA, um gerente com passagem nos quadros da FUNAI e uma nova equipe de colaboradores, e foi iniciada a contratação de empresas para executar os programas e projetos do PBA- CI. Em janeiro foi contratada a empresa Agrar/Engetec para executar o Programa de Atividades Produtivas (PAP) e a Supervisão Ambiental (PSA). Em julho foi contratada a empresa Verthic para executar os programas de Gestão Territorial (PGTI), Fortalecimento Institucional (PFI), Educação (PEEI), Saúde (PISI) e Patrimônio Cultural (PPCMI). Foi também contratada a empresa Biolaw para a execução do Programa de Comunicação Não Indígena (PCNI). O Programa de Infraestrutura (PI) ficou sob a responsabilidade direta da Norte Energia, através da Superintendência de Obras do Entorno. O Plano de Gestão também ficou sob a responsabilidade direta da Norte Energia, através da atuação da SAI. O PRR, voltado aos índios citadinos e ribeirinhos, permaneceu sob a execução da empresa APOENA, anteriormente contratada.

Essa estrutura com duas gerências coordenando a atuação de empresas contratadas foi a responsável pela condução das ações indigenistas que incluíam tanto o cumprimento das condicionantes e dos acordos quanto a execução do PBA-CI composto pelo Plano de Gestão, dez (10) programas e vinte e quatro (24) projetos. Nesse período, a SAI manteve sua divisão interna, sendo a Gerência de Estudos dedicada ao acompanhamento dos programas e projetos do PBA-CI e a Gerência de Assuntos dedicada basicamente ao atendimento direto aos indígenas, e à execução das condicionantes e dos acordos. Até a emissão da Licença de Operação, essa foi a estrutura administrativa implantada na Norte Energia para o atendimento às questões indígenas e indigenistas.

No segundo semestre de 2015, período de emissão da LO e de finalização dos contratos com as empresas executoras, a SAI mais uma vez sofreu transformações. Nesse contexto, a reorganização administrativa visava, simultaneamente, a atender à FUNAI e aos indígenas. De fato, a FUNAI, através da Informação nº 233/2015/CGLIC/DPDS/FUNAI-MJ, que subsidiou a emissão da LO, avaliou muito negativamente os resultados do PBA-CI. Com relação aos indígenas, nesse período havia se intensificado a exigência das lideranças pela contratação de empresas por eles indicadas para executar as ações do PBA-CI. Esse foi mais um período de muita tensão no relacionamento dos indígenas com os técnicos e gestores da Norte Energia, marcado

por inúmeros episódios de invasão e ocupação do escritório da SAI. A cada invasão surgiram novas demandas e novos acordos que se sobrepunham aos compromissos já assumidos.

Em 2016, já no período de vigência da LO, foram refeitos os contratos com as executoras, passando a incluir empresas indicadas pelos próprios indígenas. Nesse contexto foram contratadas as empresas que estão atualmente executando os programas e projetos do PBA-CI. Respeitando a indicação dos indígenas, cada empresa atua com um conjunto de etnias, estando contratadas as empresas Verthic, Unyleya, DB Cavalli e Fundação Ipiranga. Além dessas contratadas, a Norte Energia manteve a atuação direta nas ações do Programa de Infraestrutura e do Programa de Atividades Produtivas, desenvolvidos junto às aldeias na Volta Grande do Xingu.

Em 2017, com os avanços nas ações do PBA-CI, principalmente, com as obras e projetos desenvolvidos nas aldeias, houve uma estabilização com relação às executoras contratadas. Neste sentido, o atendimento à indicação dos indígenas teve o efeito ‘pacificador’ desejado. A partir de meados de 2017, passados cinco anos do início do PBA-Geral e quatro anos do início do PBA-CI, a Norte Energia iniciou a reestruturação global que resultou na criação da Superintendência Socioambiental e de Assuntos Indígenas. Nessa nova estrutura, a SAI foi transformada em Gerência de Assuntos Indígenas. Apesar de o nome ser o mesmo, não se trata de um retorno à condição de gerência, como em 2011. A nova GAI está hierarquicamente conectada à diretoria da Norte Energia, através de uma superintendência com atuação estratégica. É possível afirmar que essa reestruturação coloca a questão indígena no núcleo estratégico das decisões da Norte Energia. A perspectiva dos atuais gestores sugere que, ao longo do tempo, a questão indígena deixará de ser considerada como um pesado passivo socioambiental para ser incorporada como parte da identidade do empreendimento. Nessa nova configuração, a Gerência de Assuntos Indígenas é hierarquicamente equivalente às Gerências de Monitoramento e de Projetos Socioambientais, todas subordinadas diretamente à Superintendência Socioambiental e de Assuntos Indígenas. Como instâncias de apoio à Superintendência, foram criados os Núcleos de Gestão Integrada e Sistemas e de Consultores Internos. O diagrama a seguir apresenta esquematicamente esta nova estrutura:

Como consultor interno para os assuntos indígenas foi contratado um profissional com nível de doutorado e conhecimento sobre a região e, muito importante, com relacionamento prévio com os indígenas. Este profissional, que já trabalha desde os anos noventa em todas as terras indígenas da região, está envolvido com a realização de visitas constantes às aldeias para o aprofundamento e nivelamento do diálogo com as lideranças indígenas.

Para a posição de Gerente de Assuntos Indígenas, como já relatado, foi contratada uma antropóloga. É importante destacar novamente que esta é a primeira vez que a Norte Energia contrata um profissional da área de antropologia para conduzir as ações junto aos indígenas e instituições relacionadas. Até então os principais gestores, gerentes ou superintendentes foram indigenistas com passagem pela FUNAI ou IBAMA. A contratação de uma antropóloga para essa posição estratégica denota que a Norte Energia não apenas atribui papel central à questão indígena, mas também reconhece que a natureza do relacionamento com os indígenas não pode estar restrita à operacionalização de programas e projetos. A presença de uma antropóloga à frente da GAI sugere que a nova estrutura administrativa da Norte Energia aposta em uma perspectiva socioambiental de longa duração, com ênfase na dimensão cultural da interação entre o empreendimento e os indígenas. Com sua formação em antropologia, a nova gerente está preparada para respeitar a diversidade cultural e para acompanhar, analisar e interagir com as transformações pelas quais passam os indígenas na região. De fato, desde a contratação da gerente antropóloga, alguns resultados alcançados já afetam positivamente o trabalho na GAI. O primeiro resultado a ser destacado diz respeito ao relacionamento amigável com os indígenas, o que tem favorecido a participação das lideranças em reuniões junto com a gerência e a própria diretoria da Norte Energia. Em segundo lugar, destaca-se a melhora nas relações institucionais com a FUNAI e o Ministério Público, o que tem possibilitado a antecipação de situações limites com relação aos prazos e escopo das ações indigenistas conduzidas pela Norte Energia. Outro resultado importante alcançado está relacionado à reconfiguração da equipe e organização do trabalho na GAI. A equipe foi renovada com novas contratações de profissionais, que assumiram a gestão de cada um dos programas do PBA-CI. Para tanto, foram privilegiadas as áreas de gestão, educação e sustentabilidade, que passaram a contar com profissionais com formação em nível superior, incluindo mestrado ou doutorado, e experiência em trabalhos com comunidades indígenas ou tradicionais6.

No processo de reestruturação da GAI foram criadas coordenações que reúnem os programas ambientais do PBA-CI que mantém ações com afinidade entre si. Desse modo, a Coordenação de Gestão Territorial concentra as ações do Programa de Supervisão Ambiental (PSA) e Programa de Gestão Territorial Indígena (PGTI), bem como as ações relativas à implantação do Plano de Proteção Territorial, compromisso

6 Um comentário, aparentemente secundário, não pode deixar de ser feito, a saber: a equipe da GAI é, atualmente, composta em sua

grande maioria por mulheres. Esta é uma situação nova no cenário da gestão de grandes empreendimentos e também nova para os indígenas que ao longo dos últimos anos estiveram em contato com um quadro de colaboradores e gestores predominantemente composto por homens. Não cabe antecipar uma análise correlacionando questões de gênero com gestão socioambiental, mas vale o registro de que esta nova situação tem sido, por hora, bem avaliada por todos, inclusive pelos indígenas.

imposto pelas condicionantes do licenciamento. A Coordenação Sociocultural concentra as atividades relacionadas ao Programa de Educação Escolar Indígena (PEEI), Programa Integrado de Saúde Indígena (PISI), Programa de Patrimônio Cultural Material e Imaterial (PPCMI), Programa de Fortalecimento Institucional (PFI) e Programa de Relocação e Reassentamento das famílias indígenas citadinas e ribeirinhas (PRR). Na Coordenação de Infraestrutura estão concentradas as ações relativas ao Programa de Infraestrutura (PIE) e às obras nas aldeias, que em muitos casos extrapolam o licenciamento, porém, constituem compromissos assumidos diretamente pela Norte Energia perante as lideranças indígenas. Por fim, a Coordenação de Atividades Produtivas está exclusivamente dedicada ao acompanhamento da execução do Programa de Atividades Produtivas (PAP), pois se trata de um programa de grande complexidade, que envolve tanto ações estruturantes quanto projetos experimentais desenvolvidos em todas as aldeias e terras indígenas. O Programa de Comunicação Não Indígena (PCNI) segue vinculado ao Programa de Comunicação Indígena (PCI), sob a execução da empresa Verthic e gestão realizada através da ação integrada entre a GAI e da recentemente criada Superintendência de Comunicação Institucional. O Plano de Gestão, devido ao seu caráter central e integrador, segue como responsabilidade direta da Gerência.

A seguir consta uma representação simplificada desse novo organograma administrativo da GAI.

A nova Gerência de Assuntos Indígenas, com novos profissionais e organograma funcional, está também desenvolvendo uma nova metodologia de trabalho e gestão. Conforme explicou a gerente antropóloga, no período de outubro a dezembro de 2017, no curso da reestruturação administrativa, as principais metas da GAI foram: (a) Estabelecimento de relação positiva com os Stakeholders; (b) Preparação para revisão do PBA-CI; (c) Realização da 7ª Reunião do Comitê Gestor Indígena; (d) Definição do Plano de Metas para 2018.

Como destacou a gerente da GAI, para fortalecer positivamente a relação com os stakeholders, foram realizadas diversas reuniões com representantes da FUNAI (CGMT – Coordenação Geral de Monitoramento Territorial e CGLIC – Coordenação Geral de Licenciamento), Ministério Público Federal, ONG (TNC – The Nature Conservancy), Eletrobrás, lideranças indígenas, dentre outros. Dentre os resultados, os destaques positivos são a ampliação do diálogo interinstitucional e, muito importante, a retomada do diálogo com as lideranças indígenas. As situações de tensão e ocupação do escritório, que marcaram períodos anteriores, foram todas antecipadas, evitadas e convertidas em reuniões de trabalho. Também é importante destacar que, em atendimento à recomendação do MPF, foi contratada uma auditoria interna para a verificação do status do cumprimento das obrigações do PBA-CI.

Com relação à revisão do PBA-CI, exigência da LO (Informação Técnica nº 233/2015), houve avanço nas discussões com a FUNAI e MPF sobre a metodologia a ser empregada. Especificamente sobre a metodologia, foram convidados os especialistas da Fundação Getúlio Vargas, que desenvolveram a avaliação intitulada Indicadores de Belo Monte (2015), produzida no âmbito da Câmara Técnica de Monitoramento das Condicionantes do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX). Está em fase de elaboração o plano para a contratação da empresa que irá executar a análise de efetividade, revisão da matriz de impacto e reelaboração do PBA- CI. Estima-se que a empresa será contratada até junho deste ano e que o período necessário para a revisão do PBA-CI seja de aproximadamente dois anos. O acompanhamento dessa revisão está a cargo da gerente da GAI, que, com sua formação em antropologia, tem todas as condições para debater e direcionar as programas e projetos frente aos desafios enfrentados pelos indígenas no decorrer das transformações regionais ao longo dos próximos anos.

Sobre a realização da 7ª Reunião do Comitê Gestor Indígena (CGI)7 (Foto 01 do

Registro Fotográfico do PBA-CI, no Anexo 8), os comentários foram muito positivos, afirmando que essa reunião foi marcada pelo diálogo e pela escuta de ambas as partes. Realizada entre os dias 28/11 e 01/12 de 2017, a reunião estava efetivamente cercada de grandes expectativas, afinal, como a primeira reunião do CGI organizada pela nova Gerência, essa reunião também seguiu uma nova metodologia. Nesse sentido, antes do encontro com as lideranças indígenas, foram realizadas diversas reuniões de alinhamento com a participação dos técnicos da GAI, das executoras e, também, representantes institucionais do MPF e FUNAI. Durante a reunião, houve uma ampla participação dos indígenas e, também, a presença de representantes da FUNAI local e CGLIC/Brasília, MPF, IBAMA Altamira, SESAI, DSEI, Secretaria Municipal e Estadual de Educação, Casa de Governo, um deputado estadual e um vereador. Além destes, houve a participação da imprensa, através das TVs Liberal, Bandeirantes e Canção Nova. Segundo a gerente da GAI, os dois pontos críticos da reunião foram: a impossibilidade de discutir e atender a todos os pontos de pauta, pois eram muitos; e a dificuldade da Norte Energia em executar alguns encaminhamentos, haja vista que os indígenas são a maioria absoluta dos votantes. Para tratar desses pontos críticos, o próprio secretário do CGI, um indígena da etnia Xikrin, sugeriu que antes da próxima reunião do CGI sejam realizadas reuniões preparatórias.

Por fim, com relação ao Plano de Metas para 2018, a gerente da GAI enfatizou que, no contexto da reestruturação administrativa, a definição das metas é fundamental para manter a objetividade dos programas e projetos do PBA-CI. De fato, no passado, as metas foram definidas com vistas ao objetivo principal, que era a obtenção das licenças ambientais. Diferentemente, no presente, a gestão da GAI deve ser orientada pela discussão, acordo e definição clara de metas para alcançar resultados duradouros e efetivos a partir da adesão dos indígenas e instituições. A discussão sobre as metas para