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Anos 2014 a 2016

No documento thyarafiorilloduarteresende (páginas 84-87)

CAPÍTULO 02- Organização dos Estados Iberoamericanos para a

2.4. Estudo sobre as Políticas Públicas Educacionais Inclusivas no Brasil, no

2.4.4. Anos 2014 a 2016

No ano de 2014 ocorreu a promulgação da Lei n˚ 13.005, que aprova o PNE que vigorará no Brasil por 10 anos, ou seja, até 2024, três anos após a conclusão do projeto da OEI. Com o intuito de tentar cumprir todas as metas na perspectiva inclusiva, o PNE traz a meta 04 (BRASIL, 2014):

Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

Nesses anos teve-se um avanço de 56,6% das Escolas Brasileiras que possuem alunos com deficiência incluídos em turmas regulares. Em 2008, esse percentual era de apenas 31% (INEP 2017).

Em relação ao número de banheiros adequados a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, em 2015 essa acessibilidade estava disponível em apenas 30,4% das escolas. Em relação à adequação das vias e dependências para o mesmo público, o percentual é de 24,1%, bem abaixo das expectativas alçadas no projeto da OEI (INEP 2017).

Com base nos dados expostos, presume-se que a meta específica 5, do indicador 07 do projeto “Metas Educacionais para 2021”, da OEI foi parcialmente cumprida. Segundo o documento, em 2015 a porcentagem de alunos com necessidades especiais que deveriam estar integrados na escola comum seria de 30 a 60%:

META ESPECÍFICA 5. Apoio à inclusão educacional de alunos com

necessidades educacionais especiais mediante adaptações e apoios necessários. ·

INDICADOR 7. Porcentagem de alunos com necessidades educacionais

especiais que frequentam a escola comum. – Nível de alcance: Em 2015, entre 30% e 60% dos alunos com necessidades educacionais especiais devem estar integrados à escola comum; e em 2021, essa proporção deve estar entre 50% e 80%.

Fonte: ESPANHA (2012).

Na tentativa de cumprir o compromisso internacional firmado face ao projeto da OEI, no ano de 2015 o Brasil promulga a lei 13.146/2015, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL,2015).

A LBI visa assegurar condições de igualdade e propiciar que a pessoa com deficiência tenha plenas condições de exercer direitos e liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando a sua inclusão social (BRASIL,2015).

Esta lei teve como princípio norteador a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU de 2007.

Vale ressaltar que, de acordo com Ferreira (2015), a inclusão das pessoas com deficiência na educação deve assegurar-lhes o direito de participação como as demais pessoas, com as mesmas oportunidades de desenvolvimento pessoal, profissional e social, não restringindo sua participação em determinados ambientes das escolas em decorrência de sua deficiência. Igualmente, a sua deficiência não pode ser parâmetro para definir qual seu interesse profissional.

Em relação ao IDEB no ano de 2015, a média nacional para as Escolas da Rede Municipal foi de 4.8 para os anos iniciais do Ensino Fundamental, o índice observado em todas as escolas deste segmento foi de 5.3. Em relação aos anos finais do Ensino Fundamental, o índice nacional ficou em 4.3,e a nota obtida nas escolas em todo o país foi de 3.8, abaixo do pretendido, significando que os esforços estão sendo feitos, mas muito precisa de avanço (INEP,2018b,2019d).

Na Rede de Ensino Estadual, a média nacional para os anos iniciais foi de 5.3, mas observou-se como média nas escolas uma nota 5.8. Em relação aos anos finais a meta do governo era de 4.5, mas foi observado nas escolas do País a média de 4.0, ou seja, abaixo do esperado. Em relação ao Ensino Médio a meta estabelecida era de 3.9, e foi constatada de 3.4 (INEP,2018b,2019c).

Nas escolas analisadas na pesquisa, temos o seguinte quadro a saber dos índices de desenvolvimento (IDEB/INEP):

Tabela 13: Anos iniciais do Ensino Fundamental 2014/2016

Escola: Rede: Meta IDEB Nota obtida:

Escola 01 Estadual 5.8 7.0

Escola 02 Estadual 7.1 7.1

Escola 03 Municipal 5.4 5.0

Fonte: INEP [2019b,2019c,2019d].

Tabela 14: Anos finais do Ensino Fundamental 2014/2016

Escola: Rede: Meta IDEB: Nota obtida:

Escola 0130 Estadual 4.9 4.9

Escola 02 Estadual Não se aplica Não se aplica

Escola 03 Municipal 4.2 4.0

Fonte: INEP [2019b,2019c,2019d].

O INEP (2017) demostrou o crescente aumento de alunos com deficiência nas escolas regulares chegando a 82% de alunos matriculados no ensino infantil. Em relação à porcentagem de matriculas no Ensino Fundamental temos 57,8% de alunos nas Escolas Regulares Brasileiras.

Tem-se um indício embasado nos dados oficias do Governo ( INEP,2017), de um avanço significativo da inclusão das pessoas com deficiência nas escolas regulares em todo o país, dando indícios que esses resultados possuem relação com a inserção de Políticas Públicas que o Governo tem implantado no país ao longo dos

anos, mas pautado em cumprir as metas do projeto da OEI.

Diante do exposto, fica latente que o Brasil conseguiu enquadrar o projeto ME 2021 da OEI em suas ações para promover a inclusão em seu ordenamento jurídico. Nesse viés, Orlandi (2012.p.213) nos traz uma reflexão a respeito do espaço:

O espaço se inscreve assim a relação entre o público e o privado. Esta relação faz parte de um sistema, o capitalista, regido pelo jurídico e administrado por um Estado que, como dissemos, organiza os processos de indidua(liza)ção dos sujeitos simbolizando as relações de poder segundo um sistema de diferenças as quais são atributos diferentes que são declinados segundos valores: o melhor, o pior, o rico, o pobre, o superior, o inferiro, o que tem existência garantida e o que não deve existir etc. Essas divisões, porque são regidas pelo político, têm uma direção, são hierarquizadas (...).

No ano de 2016, as estruturas fisicas das escolas, como por exemplo o banheiro adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida estavam disponíveis em apenas 33% das escolas de anos iniciais, em 48% daquelas que oferecem os anos finais e em 58% nas Escolas do Ensino Médio.

Esses dados nos mostram que estamos evoluindo, mais ainda tem-se muito a fazer. Deve-se buscar a inclusão total bem como propiciar a esses deficientes a acessibilidade, não só nas escolas como na sociedade.

Este avanço, segundo o INEP (2017) está em sintonia com os desafios propostos pelo PNE, que explicita que a universalização deve incluir os alunos com deficiência de 4 a 17 anos, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL,2014).

No documento thyarafiorilloduarteresende (páginas 84-87)