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2. CARACTERIZAÇÃO

2.3 ANTECEDENTES DE PLANEAMENTO URBANÍSTICO

Após a aparição de Nossa Senhora aos 3 Pastorinhos, ocorrida na Cova da Iria, a 1917, Fátima e a Cova da Iria tornaram-se importantes locais de peregrinação religiosa. Iniciou-se em Fátima um processo de atracção de visitantes que progressivamente desencadeou a urbanização do local.

Até essa data, não havia nenhuma construção no local onde hoje se ergue o Santuário e as primeiras construções só começaram a aparecer a partir de 1918. Foram sendo construídas de forma desordenada e sem qualquer planeamento até 1927.

No período de 1928 a 1948 foram feitos vários estudos e planos de urbanização e construídas edificações importantes, como a Basílica. Face a dificuldades e problemas de vária ordem e necessidade de protecção da envolvente ao Santuário, foi aprovado, em 1948, o D.L. nº 37008, de 11 de Agosto a definir essa zona de protecção. No diploma "... define-se uma zona de protecção do recinto em causa, dentro da qual a Câmara Municipal de Vila Nova de Ourém não poderá conceder licenças para construção ou reconstrução de edifícios particulares sem a prévia aprovação dos respectivos projectos, sobre parecer da Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização; declara-se a utilidade pública das expropriações necessárias para as instalações e vias de comunicação de interesse geral compreendidas naquela zona; permite-se a prestação de assistência técnica gratuita dos serviços do Ministério das Obras Públicas para o estudo e realização dos trabalhos que competem à Fábrica do Santuário..." e acrescenta no § único que "os pedidos de licença para construção ou instalação de estabelecimentos públicos deverão ser instruídos com parecer favorável da direcção do santuário".

De 1949 a 1956 são efectuadas obras de remodelação do Santuário e é sagrada a Basílica. As construções na sua envolvente foram crescendo em número e altura.

De 1957 a 1966 é elaborado e aprovado o Ante-Plano de Urbanização de Fátima, da autoria do Arqtº Luís Xavier na Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU) - actual DGOTDU -, e são construídos mais monumentos.

A EN 356, no troço junto ao Santuário, foi interrompida e construída uma variante a poente, sub-dividida em 2 vias, que hoje se designam por Av. Papa João XXIII e Av. D. José Alves Correia da Silva, interligando duas rotundas - uma no extremo noroeste e outra no extremo sudeste da Cova da Iria.

De 1967 a 1979 foram efectuadas importantes obras no Santuário, a comemorar os cinquenta anos das aparições. Em 1977, Fátima é elevada à categoria de Vila, englobando os aglomerados da Cova da Iria, Aljustrel, Lomba d'Égua e Moita Redonda. Em 1979 é inaugurado o Centro Pastoral Papa Paulo VI, construído no extremo poente do Santuário.

Em 1980 é elaborado um novo Plano de Urbanização, da autoria do Arqtº Carlos Ramos, mas que em 1983 é abandonado.

Em 1987 é inaugurada uma exposição sob o tema de expansão urbanística de Fátima, a EXPOFAT/87, que pretendia alertar os serviços municipais e a opinião pública para a necessidade de um novo ordenamento do território.

Após essa exposição, em 1989, foi elaborado o Plano de Urbanização de Fátima (PUF) actualmente em vigor, aprovado em 1995.

2.3.1 Plano de 1995

Foi a desadequação do Plano dos anos 50, que esteve em vigor até 1995, que motivou a elaboração de um novo Plano de Urbanização, cuja 1ª fase foi entregue em 1989 e veio dar origem ao Plano Geral de Urbanização de Fátima, actualmente em vigor, ratificado pela Portaria nº 633/95, de 21 de Junho.

Este Plano divide a área de estudo em 12 unidades de gestão e planeamento, nalguns casos sub-divididas em várias sub-unidades. As unidades são as seguintes: Cova da Iria; Cova Grande; Sector-NO; Rotunda Norte; Fazarga; Moita Redonda; Lomba d'Égua; Fátima; Aljustrel; Casa Velha; Valinhos (Moimento); Zona de Protecção Urbana.

As unidades e sub-unidades estão, por sua vez, classificadas consoante o seu uso: Santuário e zona envolvente (S); construções religiosas (CR), cujo conceito não é claramente definido; áreas urbanas de afectação consistente (U), que são áreas urbanas consolidadas; áreas urbanas a consolidar (UC); áreas de expansão urbana (UE); áreas de reserva de expansão urbana (RS); equipamentos e serviços colectivos (EQ); áreas de reserva (RAN e REN); áreas de verde urbano (VU), como áreas de enquadramento e estrutura verde que incluem um parque urbano; parques de estacionamento público (P); zona rural indiferenciada (R) e zona de protecção à encosta nordeste (RE), áreas envolventes ao perímetro urbano.

A estrutura urbana proposta assenta na unidade central e principal, onde se localiza o Santuário - Cova da Iria - e alguns núcleos urbanos consolidados e a consolidar, construções religiosas e equipamentos específicos.

A sudoeste da Cova da Iria fica outra grande unidade - a Cova Grande - onde são propostas extensas áreas de estacionamento, uma alameda central ladeada por áreas urbanizáveis, de elevada volumetria, dois pequenos núcleos a norte para expansão urbana e no extremo sul um centro de congressos.

Contíguas à unidade Cova da Iria, localizam-se as áreas consolidadas e/ou a consolidar da Moita Redonda, Lomba d'Égua, Fátima e parte de Valinhos e não contíguas, Casa Velha e Aljustrel (a última com Plano de Pormenor em fase de aprovação).

A oeste há uma extensa área de REN e área para estacionamento enquanto a noroeste se localizam áreas para expansão urbana na unidade Rotunda Norte. A unidade da Fazarga apresenta extensa área verde e dois núcleos para equipamentos. A unidade Valinhos e o Sector NO incluem grandes manchas de REN.

O crescimento urbano, traduzido pelas áreas definidas para expansão urbana, aparece na própria unidade central (Cova da Iria), Cova Grande e Rotunda Norte.

Este Plano prevê os seguintes Planos de Pormenor para as diferentes unidades: Santuário; áreas de Expansão Urbana da Cova da Iria; Moita Redonda; Lomba d'Égua; Aljustrel; Casa Velha e envolvente norte de Valinhos.

A circulação viária assenta num sistema hierarquizado em três níveis: sistema arterial, sistema colector / distribuidor e rede local.

Fátima é atravessada pela Estrada Nacional nº 356 (EN 356) vinda da Batalha e com ligação a Ourém. No núcleo do Santuário, entre a Rotunda Norte e a Rotunda Sul, esta Estrada subdivide-se em duas como anteriormente referimos. A circular envolvente ao Santuário, a norte tem o nome de Avenida Beato Nuno e a sul Avenida Papa João XXIII. À Rotunda Norte chega também a EN 357 de Leiria, enquanto à Rotunda Sul chega a EN 360 vinda de Minde.

Entretanto, conforme previsto no Plano, foi acabada a Auto-Estrada Lisboa-Porto A1, cujos acessos a Fátima se ligam, num nó, à Av. Papa João XXIII.

Todo este sistema de Estradas Nacionais constitui o chamado sistema arterial.

O sistema colector / distribuidor é constituído pela Av. D. José Alves da Silva, várias avenidas novas paralelas ao eixo do Santuário e acessos aos parques de estacionamento, formando uma circular exterior ao núcleo central com ligações radiais.

A rede local é constituída por todas as vias de circulação interna, algumas delas com sentidos únicos, a fim de facilitar a circulação e descongestionar o tráfego.

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