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Geração de viagens

4.3 APLICAÇÃO DOS INDICADORES NA AVALIAÇÃO DE PÓLOS GERADORES DE VIAGEM

O item 4.2 apresentou diversos tipos de indicadores que podem ser obtidos para análises de tráfego. Ocorre que nem todos esses indicadores apresentam-se como os melhores para a avaliação de Pólos Geradores de Viagem. Além disso, muitos não são coerentes quanto à avaliação por meio de microssimuladores, objeto deste trabalho.

Assim, cabe neste tópico elencar os indicadores que potencialmente se apresentam como os mais adequados para a análise de PGVs.

Meneses et al (2003), baseado nos dados do sistema de Controle de Tráfego em Área de Fortaleza apresentou aos técnicos do CTAFOR um conjunto de dezenove indicadores obtidos da literatura especializada a fim de se verificar aqueles que melhor atendiam aos objetivos definidos quanto à gestão do tráfego urbano. Desses indicadores foram selecionados os seguintes indicadores apresentados na Tabela 4.4, com base nos objetivos gerenciais do CTAFOR.

Tabela 4.4: Indicadores de Desempenho referentes a gestão de tráfego em Fortaleza (Meneses et al, 2003)

Objetivo Gerencial do CTAFOR Indicador de Desempenho Diagnóstico espaço-temporal dos pontos de

congestionamento recorrente

Atraso veicular médio; Congestionamento;

Comprimento de fila de veículos. Diagnóstico da fluidez do tráfego urbano

Índice de velocidade operacional; Velocidade operacional;

Número de paradas de veículos. Avaliar a configuração espacial de subáreas

de controle de tráfego

Percentual de atraso veicular percentual por sub-área relativo ao tempo de viagem Subsidiar a atualização da programação

semafórica de tempo fixo Desvio padrão móvel do fluxo de tráfego.

Dessa forma, sabendo que a análise de Pólos Geradores está relacionada à gestão operacional do tráfego de seu entorno, com base nos elementos apontados por Meneses et

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considera-se que os indicadores que melhor avaliam os impactos gerados pela implantação de um PGV são aqueles estreitamente relacionados com medidas de fluidez, como a velocidade média e tempo de viagem, tempos de atraso, formação de filas, número de paradas, e outros. Essas são medidas que de certa forma procuram exprimir o grau ou a suscetibilidade a situações de congestionamento.

Indicadores como consumo de combustível, emissão de poluentes, número de veículos perdidos na rede, ocupação veicular, entre outros, ainda que se apresentem com bastante importância, não são interessantes para a presente análise pois não exprimem o objeto deste estudo.

Os indicadores elencados acima podem ser utilizados de forma absoluta para a análise das situações pré e pós implantação do PGV. Entretanto, a sua análise está suscetível ao grau de conhecimento do técnico analista com relação à interpretação desses dados. É interessante, pois, que esses indicadores não sejam avaliados de maneira individual e sim relativizados em função de outros parâmetros obtidos da análise do tráfego local.

É possível, portanto, a derivação dos indicadores comumente utilizados na engenharia para análise da operação de tráfego para possibilitar uma análise mais aprofundada das condições de fluidez do sistema. Neste estudo, propõe-se que além dos indicadores primários tais quais o tempo de viagem, tempo de atraso, número de paradas, comprimento de fila, velocidade operacional, sejam utilizados indicadores deles derivados conforme apresentado a seguir:

 O indicador “tempo de viagem”, que procura exprimir a condição de acessibilidade a um determinado empreendimento, pode ser relativizado entre a situação antes e após a implantação desse pólo, de forma a obter o percentual diferencial do tempo de viagem verificado na rede de simulação para se atingir determinado empreendimento. Adotando-se classes de variações percentuais, define-se o grau de comprometimento do sistema em função dessa variação.

% TV = TVd/TVa X 100 (Equação 4.1)

em que:

%TV = percentual de variação quanto ao tempo de viagem;

TVd = tempo de viagem depois da implantação do PGV, em minutos; TVa = tempo de viagem antes da implantação do PGV, em minutos;

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 Da mesma forma, os indicadores primários “tempo de atraso” e “velocidade média, que representam condições de conforto para o usuário em seu deslocamento, podem ser avaliados quanto a variação entre a medida obtida antes e depois da implantação do Pólo Gerador de Viagem.

%TA = TAd/TAa X 100 (Equação 4.2)

em que:

%TA = percentual de variação quanto ao tempo de atraso;

TVd = tempo de atraso depois da implantação do PGV, em minutos; TVa = tempo de atraso antes da implantação do PGV, em minutos; e

∆VM = VMa – VMd (Equação 4.3)

em que:

∆VM = Variação da velocidade média

VMa = Velocidade média na seção antes da implantação do PGV; VMd = Velocidade média na seção depois da implantação do PGV.

 Outro indicador que pode ser derivado consiste na relação entre o comprimento de fila máxima gerada nas seções componentes das aproximações de interseções em função do comprimento máximo de estocagem existente na seção. Dessa forma, avalia-se o grau de utilização da aproximação de forma a verificar se a formação de fila prejudicará o desempenho de interseções a montante ou de outros elementos do sistema viário como, por exemplo, travessias de pedestres no meio da seção.

Relação Fila/Estocagem = Fimáx/Lei (Equação 4.4)

em que:

Fimáx = Comprimento máximo de fila observado em uma seção i;

Lei = Comprimento total de estocagem da seção i.

A Tabela 4.5 apresenta de forma sintetizada os indicadores de desempenho a serem obtidos na análise de Pólos Geradores de Viagem utilizando ferramentas de microssimulação:

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Tabela 4.5: Indicadores de desempenho propostos para análise de PGV

4.4 - Indicador 4.5 - Forma de Obtenção

Tempo de atraso Diretamente do simulador

Tempo de viagem Diretamente do simulador

Número de Paradas Diretamente do simulador

Velocidade Média Diretamente do simulador

Percentual de Variação do Tempo de Viagem (%TV) % TV = TVd/TVa X 100 Percentual de Variação do Tempo de Atraso (%TA) %TA = TAd/TAa X 100

Variação da Velocidade Média (∆VM) ∆VM = VMa – VMd

Relação Fila/Estocagem Relação Fila/Estocagem=Fimáx/Lei

Os indicadores de desempenho propostos para a verificação do impacto ocasionado pela implantação de um empreendimento em seu sistema viário não são os únicos possíveis de serem analisado. Contudo, os indicadores acima apresentam-se como de fácil verificação e obtenção por meio da utilização de softwares de microssimulação.