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Aplicação do Programa Universal da ICAO de Supervisão da Segurança Operacional (USOAP)

5.1 Caracterização da Agência de Aviação Civil

5.1.5 Aplicação do Programa Universal da ICAO de Supervisão da Segurança Operacional (USOAP)

SUPERVISÃO DA SEGURANÇA OPERACIONAL (USOAP)

Cabo Verde foi inicialmente auditado em 1996 sob o programa voluntario posteriormente, em 1999 e em 2003 sob o programa USOAP foi submetido a auditorias da ICAO. O âmbito destas auditorias limitou-se a três anexos técnicos da ICAO.

Os relatórios da auditoria da ICAO de 1996 e 1999, que abrangeu as áreas de Licenciamento de pessoal, operações e aeronavegabilidade, confirmaram a inexistência de um sistema de supervisão de segurança da aviação e um nível muito elevado de não cumprimento das normas e praticas recomendadas da ICAO (65%)

A Auditoria de 2003 revelou progressos relevantes e níveis de não cumprimentos nas três áreas de 3%.

Em 2009, o Estado de Cabo Verde foi submetido a 3ª auditoria da ICAO que englobou os 18 anexos técnicos da ICAO. A auditoria cobriu as aéreas de legislação, organização, licenciamento de pessoal, operações, aeronavegabilidade, aeródromos, navegação aérea e investigação de acidentes.

Sob a proposta da AAC o Governo de Cabo Verde indigitou, um coordenador nacional e pontos focais em varias instituições, para preparação e suporte ao processo de auditoria.

O processo de planeamento da auditoria consistiu três actividades:

• O preenchimento do Questionário sobre a actividade aeronáutica em Cabo Verde;

O preenchimento dos Checklist de Cumprimento que implica o estabelecimento de regulamentação completa que cubra todo o âmbito das normas e práticas recomendadas dos Anexos da ICAO.

• A implementação de todos os regulamentos, que reflectem as normas e practicas recomendadas da ICAO e a resposta a todas os protocolos das auditorias.

Apesar do nível de não cumprimento em 2003 ser de 3% convem refereir que a metodologia utilizada pela ICAO nesta altura não fazia a verificação da implementação efectiva de um sistema de supervisão da segurança. Por isso ao responder os protocolos das auditorias a autoridade aeronáutica apurou que havia vazios e imprecisões nas disposições normativas, regulamentos e outros documentos que não a permitiam responder ao questionário com satisfação. Como resposta a este vazio, a AAC desenvolveu um trabalho preparatório que culminou com a publicação de um novo Código aeronáutico, novos estatutos da Agência e um revisão profunda aos CV-CAR e documentação de apoio de forma a cumprir com os requisitos recomendados pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), em virtude da responsabilidade e obrigação Estatal assumida em relação à manutenção de um sistema de aviação civil seguro e ordenado dentro do seu território.

No final da auditoria foi elaborado o relatório da auditoria com as não conformidade em cada uma das áreas, o nível de não cumprimento é de 31,68%

A Agência neste momento encontra-se na fase de implementação das acções correctivas relativas as deficiências encontradas durante a auditoria.

Do trabalho preparatório desenvolvido para o processo de auditoria, a Agência percorreu um caminho significativo para prestação de um serviço que garanta um nível de segurança de aviação civil elevado em Cabo Verde. No entanto esta determinada em continuar a melhor o serviço prestado. Durante o processo de auditoria várias deficiências e oportunidades de melhoria foram identificadas. É desta necessidade de melhorar continuamente o serviço prestado que a Agência decidiu implementar um sistema de gestão da qualidade.

Pode-se verificar pela comparação das áreas auditadas e das cláusulas da norma ISSO 9001:2008 que grande parte dos requisitos das normas já foram implementados.

5.2 DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE BASEADO NA NORMA NP EN ISO 9001:2008

Segundo o IPQ a certificação de uma empresa (organização), qualquer que seja a sua dimensão ou sector de actividade, consiste no reconhecimento formal por um Organismo de Certificação - entidade externa independente (terceira parte) e preferencialmente uma empresa acreditada, após a realização de uma auditoria, de que essa organização dispõe de um sistema de gestão implementado que cumpre as Normas aplicáveis, dando lugar à emissão de um certificado. (Instituto Português da Qualidade, 2010)

A implementação de um sistema de gestão e a sua posterior certificação, é uma mais valia para a organização, ou seja, reconhecimento e satisfação dos clientes e outras partes interessadas, melhoria da imagem, acesso a novos mercados, redução de custos de funcionamento através da melhoria do desempenho operacional e uma nova cultura com a sensibilização e motivação dos colaboradores, orientada para a melhoria contínua e para a satisfação dos clientes e outras partes interessadas.

Antes de iniciar o processo de implementação de um sistema da qualidade, segundo o referencial NP EN ISO 9001:2008, é aconselhável uma análise do referencial normativo, ver capitulo 4.1 Estrutura e requisitos de NP EN ISO 9001:2008 e o Anexo 6 deste trabalho.

Uma organização que pretende implementar um sistema de gestão da qualidade segundo o referencial NP EN ISO 9001:2008, deverá escolher o momento mais oportuno, de forma a que as condições para o arranque estejam reunidas, nomeadamente, no que diz respeito ao envolvimento de todos os colaboradores da organização e à disponibilidade de recursos.

Antes de iniciar o processo de implementação do sistema da qualidade é necessário um planeamento adequado do projecto, com o objectivo de programar no tempo as fases de realização do projecto e identificar os recursos necessários e as pessoas chave.

A definição e implementação de um sistema de gestão da qualidade não devem ser da responsabilidade única do gestor da qualidade. Assim, será interessante reunir um grupo de trabalho que represente os vários sectores da empresa, para que estes sejam parte activa na definição e implementação do sistema. A formação deste grupo no referencial normativo NP EN ISO 9001:2008 é condição essencial para o início do processo.

Em alternativa, poderão ser criadas várias equipas de trabalho em que o respectivo coordenador, após ter recebido formação, providencia a formação da equipa.