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5.1 Caracterização da Agência de Aviação Civil

5.1.2 Programa Universal da ICAO de Supervisão da Segurança Operacional (USOAP)

Em 1998 a ICAO criou o Programa Universal de Auditoria ao sistema de Supervisão da Segurança l (Universal Safety Oversight Audit Programme ou USOAP) com o objectivo de promover a segurança global da aviação através da auditoria aos Estados contratantes, de uma forma regular, para determinar a situação de implementação pelo Estado da supervisão da segurança operacional e das Normas e Práticas Recomendadas da ICAO, dos procedimentos associados, da documentação técnica de apoio e das práticas relacionadas com a segurança operacional.

Para atingir este fim, o programa de auditorias da ICAO “USOAP” desenvolveu as seguintes ferramentas para cada Anexo a ser auditado

Questionário de Actividade de Aviação do Estado (State Aviation Activity Questionnaire) - É uma importante ferramenta requerida para a condução da auditoria sob a

abordagem sistémica global. Permite à ICAO manter uma base de dados da actividade do Estado, bem como planear e conduzir uma auditoria de forma normalizada.

Checklist de Cumprimento (Compliance Checklist) – O Compliance Checklist permite a

verificação da situação de implementação das normas e práticas recomendadas da ICAO, bem como a identificação de quaisquer diferenças entre os regulamentos nacionais e as normas dos Anexos. Permite ainda à ICAO manter uma base de dados do nível de cumprimento, pelo Estado, das normas dos Anexos.

Protocolos de Auditoria - Os Protocolos de Auditoria contêm todos os aspectos a ser

auditados e as perguntas específicas que serão colocadas pelos auditores para avaliar a implementação efectiva das normas e das práticas recomendadas dos Anexos.

A avaliação da capacidade de cada estado em exercer a supervisão da segurança da aviação civil é efectuada, reflectindo oito elementos críticos:

Elemento critico 1 – A legislação de base: A implementação de uma lei de completa e eficaz

sobre a aviação, compatível com o ambiente e complexidade das actividades aeronáuticas do Estado e conforme as prescrições da convenção sobre a Aviação Civil International.

Elemento critico 2 - Regulamentos específicos: A disposição de regulamentos adequados

para estabelecer, como mínimo, os requisitos nacionais emanados da legislação primaria da aviação e assegurar procedimentos operacionais estandardizados, equipamentos e infra- estruturas (incluindo os sistemas de gestão da segurança e da formação), em conformidade com as Normas e Práticas Recomendadas contidas nos Anexos à Convenção sobre a Aviação Civil Internacional. O termo “regulamentos” é usado no sentido genérico e inclui instruções, regras, editais, directivas, conjuntos de leis, requisitos, politicas, ordens, etc.

Elemento critico 3 - Sistema de aviação do estado e funções de supervisão da segurança:

O estabelecimento de uma Autoridade de Aviação Civil e/ou outras autoridades relevantes ou entidades do governo, dirigida por um Director Geral, suportada por um apropriado e adequado corpo técnico e não-técnico e provido de meios financeiros adequados. A Autoridade do Estado deverá ter estabelecido funções de regulação da segurança operacional, objectivos e políticas de segurança operacional. O termo “sistema de aviação do Estado” é usado num sentido genérico para incluir todas as autoridades relacionadas com a aviação que poderão ser estabelecidas pelo Estado como entidades separadas, tais como: A Autoridade da Aviação Civil, Autoridades Aeroportuárias, Autoridade de Serviço de Tráfego Aéreo, Autoridade de Investigação de Acidentes, etc.

Elemento critico 4 - Pessoal técnico qualificado e treino: A disponibilidade de pessoal

técnico adequado e competente para executar as obrigações de licenciamento e certificação do Estado, para conduzir inspecções e supervisão, para adoptar medidas de sanção, e para conduzir a investigação de acidentes e incidentes de aeronaves, conforme o caso, na medida e nível de complexidade exigidos.

Elemento critico 5 - Documentação técnica de apoio, instrumentos e prestação de informação crítica de segurança: A disposição de orientação técnica (incluindo processos e

procedimentos), instrumentos (incluindo instalações e equipamento) e informação crìtica de segurança, conforme aplicável, ao pessoal, reguladores, investigadores, prestadores de serviços e à industria de aviação, para capacitá-los para exercer as suas funções de acordo com os requisitos estabelecidos e de uma forma estandardizada.

Elemento critico 6 - Obrigações em matéria de licenciamento, certificação, autorização e aprovação: A implementação de processos e procedimentos para assegurar que o pessoal e as

organizações que executam uma actividade de aviação cumprem os requisitos estabelecidos antes que sejam autorizados a conduzir essa mesma actividade.

Elemento critico 7 - Obrigações de supervisão: A implementação de processos, tais como

inspecções e auditorias periódicas, para, proactivamente, assegurar que uma licença, certificado, autorização e os detentores de aprovações continuam a cumprir os requisitos estabelecidos e funcionam no nível de competência e segurança requeridos pelo Estado para exercer a actividade relativa à aviação para a qual foram autorizados e aprovados. Cobrem a supervisão de pessoal designado para exercer funções de supervisão da segurança operacional em nome da Autoridade de Aviação Civil.

Elemento critico 8 - Resolução de questões de segurança: A implementação de processos e

procedimentos identificados para resolver deficiências com impacto na segurança do sistema de aviação civil, que poderão residir no próprio sistema, e foram detectados pela autoridade reguladora ou outras entidades competentes. Inclui a capacidade de identificar e analisar as

deficiências de segurança, emitir recomendações e impor restrições operacionais, assim como adoptar acções para penalizar, suspender ou revogar a autorização para participar nas actividades de aviação.

Os elementos críticos de um sistema efectivo de supervisão da segurança operacional abrangem, e são relevantes para, todo o espectro das actividades de aviação civil.

A ICAO quantifica as não conformidades da auditoria na perspectiva dos oito elementos críticos de um sistema de supervisão de segurança discriminando-as aos mesmo tempo, por sete áreas chaves: legislação, organização, licenciamento de pessoal, operações, aeronavegabilidade, aeródromos, navegação aérea e investigação de acidentes.