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APLICAÇÕES DE RECURSOS OCIOSOS

No documento 7 ANÁLISE DA GESTÃO DE CAIXA (páginas 30-34)

G) MILLER E ORR

I) POLÍTICA DE CRÉDITO

11 APLICAÇÕES DE RECURSOS OCIOSOS

11.1 CERTIFICADOS DE DEPÓSITO BANCÁRIO (CDB)

Os certificados de depósito bancário (CDBs), foram criados pela Lei nº 4.728, de 14/7/1965. São títulos que representam uma promessa de pagamento futuro firmada pela instituição financeira emissora. São os mais antigos e utilizados títulos de captação dos bancos múltiplos com carteira comercial, de investimento e/ou desenvolvimento, os bancos comerciais, os bancos de investimento e os bancos de desenvolvimento, sendo oficialmente conhecidos por “depósitos a prazo”.

Com a edição da Circular nº 2.905, de 30/6/1999, que produziu efeito a partir de 2/8/1999, os títulos com remuneração contratada com base em taxas pré-fixadas deixaram de estar sujeitos a prazos mínimos. As operações referenciadas em TR e TJLP passaram a ter prazo mínimo de 1 mês, e as referenciadas em TBF, 2 meses.

A Circular estabeleceu, ainda, que estariam livres de prazos mínimos os títulos com remuneração contratada com base em taxas flutuantes desde que estas fossem regularmente calculadas, de conhecimento público e baseadas em operações contratadas a taxas de Mercado pré-fixadas, com prazo não-inferior ao período de reajuste estipulado em contrato. São exemplos destas taxas a Taxa SELIC e a Taxa Média de Depósitos Interfinanceiros de Um Dia, ou Taxa DI.

Admite-se, também, a emissão de Certificados de Depósito Bancário com reajuste de valor por índice de preço, desde que tenham prazo e periodicidade de reajuste mínimos de um ano e que o índice de preços em questão seja regularmente calculado e de conhecimento público, como o IGP-M divulgado pela FGV, por exemplo.

Apesar de alguns tipos de Certificados de Depósitos Bancários não terem prazos mínimos, a Portaria MF nº 264, de 30/6/1999, determinou a incidência de IOF sobre os rendimentos das operações realizadas nos Mercados de renda fixa desincentivando os resgates nos prazos inferiores a 30 dias.

Os Certificados de Depósito Bancário são transferíveis por endosso nominativo e podem ser resgatados a critério da instituição emissora antes do prazo de vencimento, desde que respeitados os prazos mínimos. Além disso, não podem ser prorrogados, mas renovados a partir de uma nova contratação.

Normalmente, as aplicações têm prazos que variam entre 30 dias e 180 dias. Em geral, os bancos concedem taxas melhores de acordo com o volume investido, isto é, quanto maior o investimento, melhor deve ser a taxa que você receberá do banco.

Os CDBs não podem ser prorrogados, somente renovados, de forma que na data de vencimento do seu CDB, os juros que você recebeu, no período, serão depositados na sua conta corrente, descontados dos impostos. A grande desvantagem dos CDBs em confronto com os Fundos de Investimento de renda fixa reside, exatamente, nesta necessidade de renovar a aplicação. Ao contrário do que acontece com os Fundos de Investimento, nos quais a CPMF só é cobrada uma vez, nos CDB, ela é cobrada a cada renovação da aplicação, o que acaba corroendo parte da rentabilidade da aplicação.

Por este motivo, os certificados com remuneração atrelada às taxas SELIC ou DI são, geralmente, emitidos sem prazo de vencimento, sendo acordado, entre a instituição financeira e o investidor, um prazo a partir do qual será permitido o seu resgate. Dessa forma, evita-se o custo de novas contratações.

Os ganhos obtidos na aplicação em CDB estão sujeitos ao IRRF pelo banco que o emitiu.

Ao aplicar seus recursos em um CDB, o investidor deve estar ciente do risco de que o banco que emitiu o CDB fique inadimplente. Nesse caso, a aplicação é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), vinculado ao Governo Federal, somente até o valor máximo de R$ 20.000,00 por cada CPF.

Os Recibos de Depósito Bancário têm as mesmas características de um CDB, com a diferença de que os recibos não podem ser negociados no Mercado secundário nem permitem a retirada antecipada dos recursos depositados. Contudo, os Recibos de Depósito Bancário podem ser rescindidos em caráter excepcional, desde que com acordo da instituição depositária. Neste caso, só poderá ser devolvido ao investidor, o valor do principal depositado, sem os juros.

11.2 LETRAS DE CÂMBIO (LC)

As Letras de Câmbio representam o instrumento de captação específico das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento – as chamadas "Financeiras" – e são emitidos sempre com base em uma transação comercial. Elas são emitidas pelos financiados dos contratos de crédito e aceitas pelas instituições financeiras participantes da operação.

Com o aceite e a coobrigação das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento, a Letra de Câmbio é vendida a investidores do Mercado financeiro, cumprindo seu objetivo de obter recursos para o financiamento do crédito direto ao consumidor.

Esses títulos estão regulados pelo art. 27 da Lei nº 4.728, de 14/7/1965, e podem ser emitidos com taxas pré-fixadas, flutuantes ou pós-fixadas em TR, TJLP ou TBF. O prazo mínimo para o vencimento é de 60 dias e o máximo é de 180 dias.

11.3 FUNDO DE RENDA FIXA

Os fundos de investimentos funcionam como um consórcio, eles não se beneficiam do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O FGC protege depósitos de caderneta de poupança, CDB, letras hipotecárias, letras de câmbio e depósitos em conta corrente. O teto de valor garantido é de R$ 20.000 por CPF e por instituição financeira, isto, é se você tem uma caderneta de poupança com R$ 10.000, um CDB de R$20.000 e uma conta corrente com R$ 5.000, então você deverá receber R$ 20.000,00 em caso de falência da instituição financeira. Entretanto, se você tivesse R$ 20.000 aplicados em um fundo de renda fixa, ao invés de CDB, então você receberá apenas R$ 15.000 em caso de falência do banco. Vale lembrar que como os fundos de investimentos são pessoas jurídicas distintas da instituição administradora, então eles não devem ser afetados pela falência do banco.

Os fundos de renda fixa são regulados pelo Bacen e constituindo-se na maior classe de fundos de investimento, sendo composta por 4 subclasses: renda fixa tradicionais, renda fixa crédito, renda fixa multi-índices e renda fixa alavancados, detalhadas abaixo:

a) Renda fixa tradicional:

Estes fundos aplicam seus recursos, sobretudo, em títulos de renda fixa pré-fixados, e por isto são recomendados em cenários em que se espera uma redução nas taxas de juros. Dentre as subclasses de fundos de renda fixa esta é a de menor risco, pois investe apenas em títulos públicos e não utiliza alavancagem ou derivativos. Devem manter, no mínimo, 80% de sua carteira em títulos públicos federais ou ativos com baixo risco de crédito.

b) Renda fixa crédito

Na tentativa de obter rendimentos mais atrativos que os renda fixa tradicionais diversificam suas aplicações em renda fixa, investindo também em títulos privados, como debêntures de empresas brasileiras.

Desta forma, além de estar exposto aos riscos do mercado de juros, o investidor também corre risco de crédito caso as empresas que emitiram os títulos enfrentarem dificuldades financeiras atrasando ou suspendendo o pagamento dos juros destes títulos, o que acabaria refletindo no valor das cotas.

c) Renda fixa multi-índices:

Engloba os fundos de renda fixa que buscam alcançar rentabilidade mais atrativa através do investimento em ativos de renda fixa de qualquer espectro de risco de crédito, ou seja, títulos públicos ou privados, assim como adotam estratégias que impliquem em risco de índices de preço. Desta forma, fazem parte desta categoria os fundos de renda fixa com risco de indexadores (fundos IGPM, etc.), sem alavancagem. Estes fundos não podem investir em ativos que impliquem em risco de oscilações de moeda estrangeira e de renda variável (ações, etc).

d) Renda fixa alavancados:

A única diferença com relação aos multi-índices é que estes fundos podem inclusive realizar operações que impliquem em alavancagem do patrimônio, enquanto nos multi-índices isto não é permitido.

11.4 FUNDO DE RENDA VARIÁVEL

Os fundos de renda variável devem ter no mínimo 51% de seu patrimônio em ações, podendo atuar no mercado futuro e são regulados pela CVM.

Podem sofrer fortes oscilações, tanto positivas quanto negativas. Costumam investir no mercado de derivativos para travar as perdas de patrimônio, quando as ações despencam mais que o límite suportável pelos cotistas.

É uma excelente oportunidade quando os preços das ações estão baixos e há perspectivas reais de crescimento das empresas e

do país. Podem não compensar o risco, quando os juros pagos pelo governo são maiores que a rentabilidade das empresas.

São referenciados em um índice, como o brasileiro Ibovespa. Os fundos passivos vão tentar se espelhar o Ibovespa e prometem o mesmo rendimento do fundo. Outros fundos, os ativos, podem prometer superar o rendimento do Ibovespa.

Também há os fundos setoriais, que dirigem os investimentos em papéis de determinados setores como telecomunicações, energia e bancos.

11.5 ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES

Caso a empresa possua disponibilidades e deseje antecipar o pagamento aos seus fornecedores é necessário que o valor a ser pago valha mais a pena do que aplicar os recursos disponíveis no mercado financeiro.

Como exemplo, admita que a empresa XXX deva um título com valor de face de $1.000,00, com vencimento em 4 meses. A empresa XXX possui recursos suficientes para quitar a dívida ou continuar a aplicar no mercado financeiro a uma taxa de 1% ao mês.

Cabe ao administrador determinar o valor máximo pelo qual valeria a pena quitar o referido título.

Compilando os dados temos:

Valor nominal = $ 1.000 (Valor futuro) i = 1% ao mês.

n = 4 meses

O primeiro passo é determinar o valor atual do título, através da seguinte fórmula:

( )

i

FV

PV=

1+

n Assim temos:

(

1

0,01

)

1000

$

+

4

=

PV

08

,

960

$

=

PV

Assim, a empresa XXX apenas deverá antecipar o pagamento ao seu fornecedor caso o mesmo aceite hoje um valor menor que $ 960,08.

No documento 7 ANÁLISE DA GESTÃO DE CAIXA (páginas 30-34)

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