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APLICA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL Lei processual penal no espa•o

8 ! SòMULAS PERTINENTES

APLICA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL Lei processual penal no espa•o

Princ’pio da territorialidade Ð A Lei processual penal brasileira s— produzir‡ seus

efeitos dentro do territ—rio nacional. O CPP, em regra, Ž aplic‡vel aos

processos de natureza criminal que tramitem no territ—rio nacional. EXCE‚ÍES:

Ø! Jurisdi•‹o pol’tica Ð Crimes de responsabilidade

Ø! Processos de compet•ncia da Justi•a Eleitoral

Ø! Processos de compet•ncia da Justi•a Militar

Ø! Legisla•‹o especial

OBS.: Em rela•‹o a estes casos, a aplica•‹o do CPP ser‡ subsidi‡ria. Com rela•‹o ˆ Justi•a Militar, h‡ certa diverg•ncia, mas prevalece o entendimento de que tambŽm Ž aplic‡vel o CPP de forma subsidi‡ria.

OBS.: S— Ž aplic‡vel aos atos processuais praticados no territ—rio nacional. Se, por algum motivo, o ato processual tiver de ser praticado no exterior, ser‹o aplicadas as regras processuais do pa’s em que o ato for praticado.

Lei processual penal no tempo

REGRA Ð Ado•‹o do princ’pio do tempus regit actum: o ato processual ser‡

realizado conforme as regras processuais estabelecidas pela Lei que vigorar no momento de sua realiza•‹o (ainda que a Lei tenha entrado em vigor durante o processo).

Obs.: A lei nova n‹o pode retroagir para alcan•ar atos processuais j‡ praticados

(ainda que seja mais benŽfica), mas se aplica aos atos futuros dos processos em curso.

Obs.: Tal disposi•‹o s— se aplica ˆs normas puramente processuais.

Ø! Normas materiais inseridas em Lei Processual (heterotopia) Ð

Devem ser observadas as regras de aplica•‹o da lei PENAL no tempo (retroatividade benŽfica, etc.).

Ø! Normas h’bridas (ou mistas) Ð H‡ controvŽrsia, mas prevalece que

tambŽm devem ser observadas as regras de aplica•‹o da lei PENAL no tempo.

Ø! Normas relativas ˆ execu•‹o penal Ð H‡ controvŽrsia, mas prevalece

que s‹o normas de direito material (logo, devem ser observadas as regras de aplica•‹o da lei PENAL no tempo).

PRINCêPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL Princ’pio da inŽrcia

O Juiz n‹o pode dar in’cio ao processo penal, pois isto implicaria em viola•‹o da sua imparcialidade. Este princ’pio fundamenta diversas disposi•›es do sistema processual penal brasileiro, como aquela que impede que o Juiz julgue um fato

n‹o contido na denœncia, que caracteriza o princ’pio da congru•ncia (ou

correla•‹o) entre a senten•a e a inicial acusat—ria.

OBS.: Isso n‹o impede que o Juiz determine a realiza•‹o de dilig•ncias que entender necess‡rias (produ•‹o de provas, por exemplo) para elucidar quest‹o

relevante para o deslinde do processo (em raz‹o do princ’pio da busca pela

verdade real ou material, n‹o da verdade formal). Princ’pio do devido processo legal

NinguŽm poder‡ sofrer priva•‹o de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prŽvio, em que lhe sejam assegurados instrumentos de defesa.

Ø! Sentido formal - A obedi•ncia ao rito previsto na Lei Processual (seja o

rito ordin‡rio ou outro), bem como ˆs demais regras estabelecidas para o processo.

Ø! Sentido material - O Devido Processo Legal s— Ž efetivamente respeitado

quando o Estado age de maneira razo‡vel, proporcional e adequada na tutela dos interesses da sociedade e do acusado.

Dos postulados do contradit—rio e da ampla defesa

Contradit—rio Ð As partes devem ter assegurado o direito de contradizer os argumentos trazidos pela parte contr‡ria e as provas por ela produzidas.

Obs.: Pode ser limitado, quando a decis‹o a ser tomada pelo Juiz n‹o possa

esperar a manifesta•‹o do acusado ou a ci•ncia do acusado pode implicar a frustra•‹o da decis‹o (Ex.: decreta•‹o de pris‹o, intercepta•‹o telef™nica). Ampla defesa - N‹o basta dar ao acusado ci•ncia das manifesta•›es da acusa•‹o e facultar-lhe se manifestar, se n‹o lhe forem dados instrumentos para isso. Principais instrumentos:

§! Produ•‹o de provas

§! Recursos

§! Direito ˆ defesa tŽcnica

§! Direito ˆ autodefesa

Presun•‹o de inoc•ncia (ou presun•‹o de n‹o culpabilidade) Ð NinguŽm pode ser considerado culpado se ainda n‹o h‡ senten•a penal condenat—ria transitada em julgado.

⇒! Uma regra probat—ria (regra de julgamento) - Deste princ’pio decorre

que o ™nus (obriga•‹o) da prova cabe ao acusador (MP ou ofendido,

conforme o caso).

⇒! Uma regra de tratamento - Deste princ’pio decorre, ainda, que o rŽu

deve ser, a todo momento, tratado como inocente.

Dimens‹o interna Ð O agente deve ser tratado, dentro do processo, como

inocente.

Dimens‹o externa Ð O agente deve ser tratado como inocente FORA do processo, ou seja, o fato de estar sendo processado n‹o pode gerar reflexos negativos na vida do rŽu.

OBS.: O STF decidiu, recentemente, que o cumprimento da pena pode se iniciar

com a mera condena•‹o em segunda inst‰ncia por um —rg‹o colegiado

(TJ, TRF, etc.), relativizando o princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia (HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016).

Desse princ’pio decorre que o ™nus da prova cabe ao acusador. O rŽu Ž, desde o come•o, inocente, atŽ que o acusador prove sua culpa.

Ø! A exist•ncia de pris›es provis—rias (pris›es decretadas no curso do

processo) n‹o ofende a presun•‹o de inoc•ncia

Ø! Processos criminais em curso e inquŽritos policiais em face do acusado NÌO

podem ser considerados maus antecedentes (nem circunst‰ncias judiciais desfavor‡veis) Ð Sœmula 442 do STJ

Ø! N‹o se exige senten•a transitada em julgado (pelo novo crime) para que o

condenado sofra regress‹o de regime (pela pr‡tica de novo crime)

Ø! N‹o se exige senten•a transitada em julgado (pelo novo crime) para que

haja revoga•‹o da suspens‹o condicional do processo.

Princ’pio da obrigatoriedade da fundamenta•‹o das decis›es judiciais Os —rg‹os do Poder Judici‡rio devem fundamentar todas as suas decis›es. Guarda rela•‹o com o princ’pio da Ampla Defesa.

Pontos importantes:

§! A decis‹o de recebimento da denœncia ou queixa n‹o precisa de

fundamenta•‹o complexa (posi•‹o do STF e do STJ).

§! A fundamenta•‹o referida Ž constitucional

§! As decis›es proferidas pelo Tribunal do Jœri n‹o s‹o fundamentadas (n‹o

h‡ viola•‹o ao princ’pio). Princ’pio da publicidade

Os atos processuais e as decis›es judiciais ser‹o pœblicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo.

Essa publicidade NÌO ƒ ABSOLUTA, podendo sofrer restri•‹o, quando a

intimidade das partes ou interesse pœblico exigir (publicidade restrita). Pode ser restringida apenas ˆs partes e seus procuradores, ou somente a estes. Impossibilidade de restri•‹o da publicidade aos procuradores das partes. Princ’pio da isonomia processual

Deve a lei processual tratar ambas as partes de maneira igualit‡ria, conferindo-lhes os mesmos direitos e deveres.

EXCE‚ÌO: ƒ poss’vel que a lei estabele•a algumas situa•›es aparentemente anti-ison™micas, a fim de equilibrar as for•as dentro do processo (ex.: prazo em dobro para a Defensoria Pœblica).

Princ’pio do duplo grau de jurisdi•‹o

As decis›es judiciais devem estar sujeitas ˆ revis‹o por outro —rg‹o do Judici‡rio.

N‹o est‡ expresso na Constitui•‹o.

EXCE‚ÌO: Casos de compet•ncia origin‡ria do STF, a•›es nas quais n‹o cabe recurso da decis‹o de mŽrito.

Toda pessoa tem direito de ser julgada por um —rg‹o do Poder Judici‡rio brasileiro, devidamente investido na fun•‹o jurisdicional, cuja compet•ncia fora previamente definida. Vedada a forma•‹o de Tribunal ou Ju’zo de exce•‹o.

OBS.: N‹o confundir Ju’zo ou Tribunal de exce•‹o com varas especializadas. As varas especializadas s‹o criadas para otimizar o trabalho do Judici‡rio, e sua compet•ncia Ž definida abstratamente, e n‹o em raz‹o de um fato isolado, de forma que n‹o ofendem o princ’pio.

Obs.: Princ’pio do Promotor natural - Toda pessoa tem direito de ser acusada pela autoridade competente (admitido pela Doutrina majorit‡ria).

Princ’pio da veda•‹o ˆs provas il’citas

N‹o se admitem no processo as provas que tenham sido obtidas por meios il’citos, assim compreendidos aqueles que violem direitos fundamentais. A Doutrina divide as provas ilegais em provas il’citas (quando violam normas de direito material) e provas ileg’timas (quando violam normas de direito processual).

ATEN‚ÌO! A Doutrina dominante admite a utiliza•‹o de provas il’citas quando

esta for a œnica forma de se obter a absolvi•‹o do rŽu. Princ’pio da veda•‹o ˆ autoincrimina•‹o

TambŽm conhecido como nemo tenetur se detegere, tem por finalidade impedir que o Estado, de alguma forma, imponha ao rŽu alguma obriga•‹o que possa colocar em risco o seu direito de n‹o produzir provas prejudiciais a si pr—prio. O ™nus da prova incumbe ˆ acusa•‹o, n‹o ao rŽu. Pode ser extra’do da conjuga•‹o de tr•s dispositivos constitucionais:

§! Direito ao sil•ncio

§! Direito ˆ ampla defesa

§! Presun•‹o de inoc•ncia

Princ’pio do non bis in idem Ð NinguŽm pode ser punido duplamente pelo

mesmo fato. NinguŽm poder‡, sequer, ser processado duas vezes pelo mesmo fato. N‹o se pode, ainda, utilizar o mesmo fato, condi•‹o ou circunst‰ncia duas vezes (como qualificadora e como agravante, por ex.).