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3. PROCEDIMENTOS

3.2.4. Aplicabilidade das aulas

Estas aulas foram das primeiras a ser criadas, no ano lectivo de 2005/06 tendo sido disponibilizadas, a partir desse ano, aos alunos por intermédio da plataforma de e-learning (subcapítulo 3.5. ).

Tratando-se de aulas multimédia, baseadas em conteúdos apresentados pelo docente em sala de aula, a aceitação dos alunos foi bastante boa, tendo os mesmos manifestado a mais valia deste contributo (aspecto a ser desenvolvido no subcapítulo 4.1. De forma a ter uma noção da real mais valia desta ferramenta, teve-se o cuidado de não só ir inquirindo os alunos que recorriam a esta ferramenta bem como ir analisando as classificações em provas de avaliação, de forma a ter uma análise quantitativa dos benefícios que advêm da implementação de tal metodologia (subcapítulo 4.4. e 4.3. ). Esta análise mais quantitativa nem sempre foi possível realizar dadas as muitas alterações que foram ocorrendo e condicionando as unidades curriculares de Química e Bioquímica, tais como:

• Alteração da carga lectiva, com respectiva alteração no programa leccionado. O caso mais notório foi o da unidade curricular de Química, a qual, no início, tinha 90 horas lectivas foi depois reduzida para 60 horas e actualmente foi retirada do leque das unidades curriculares leccionadas na ESALD-IPCB, com a adequação dos programas a Bolonha.

• A unidade curricular de Bioquímica, leccionada em todos os cursos, tem diferentes cargas horárias e como tal diferentes conteúdos.

• Alterações nos programas curriculares até ao 12º ano, o que modificou profundamente as bases dos alunos ao ingressarem. Assim foi necessário, nalguns anos lectivos, despender mais tempo com os alunos, de forma a dar-lhes as bases necessárias para a compreensão dos assuntos leccionados, ficando menos tempo para desenvolver o programa com a profundidade desejada.

• Acesso de alunos com diferentes percursos até ao 12º ano. Inicialmente os alunos que ingressavam na ESALD tinham um percurso académico muito semelhante o que facilitava a tarefa pois partia-se de uma plataforma de conhecimentos comum. Tendo ocorrido reestruturações no ensino secundário, houve a possibilidade dos alunos escolherem entre os programas antigos ou os novos, havendo ainda a possibilidade de ingressarem, vindos de áreas não relacionadas com as ciências naturais.

• Alterações nas metodologias avaliativas. Inicialmente, as unidades curriculares eram avaliadas com base na realização de pequenas provas escritas ao longo do semestre (mini testes) conjuntamente com trabalhos de pesquisa dos alunos e posterior discussão com o docente e apresentação em sala de aula e, no final do semestre, a realização de

uma prova global, a frequência. Uma metodologia desta natureza visava estimular os alunos a um estudo mais regular e serem eles próprios a descobrir o conhecimento. Devido ao aumento do número de alunos e da carga lectiva distribuída ao docente, esta metodologia foi progressivamente perdendo esse cariz inicial assim, diminuiu-se de 3 mini testes para 2, os trabalhos semanais passaram a ser quinzenais e assim sucessivamente.

Se, por um lado, as dificuldades anteriormente mencionadas não permitiam uma análise quantitativa da mais valia das ferramentas desenvolvidas, por outro lado, eram a justificação mais forte para a sua implementação. Dadas as diferenças entre os alunos e as suas dificuldades acrescidas tornou-se claro que este era o caminho para mitigar essas dificuldades, ou seja a implementação de aulas multimédia para apoio ao ensino e à aprendizagem.

Apesar da impossibilidade de realizar muitos estudos quantitativos, devido ao grande número de variáveis em causa e em constante alteração, optou-se por ir registando algumas dessas variáveis meramente para estudos qualitativos. Para tal, foram elaborados dois inquéritos (Anexos 8 e 9): o primeiro para avaliar os conhecimentos dos alunos e as suas opiniões acerca do ensino apoiado em componentes multimédia, e com o segundo, pretende-se que os alunos avaliem cada componente das aulas multimédia que lhes são facultadas podendo desta forma ir optimizado as mesmas. Nos capítulos seguintes é feita uma interpretação dos dados, quer os obtidos através destes questionários quer os resultantes de conversas informais entre o docente e os alunos.

Recorrendo a esta constante avaliação das ferramentas desenvolvidas é possível continuar a utilizar às mesmas, uma vez que é possível demonstrar a sua mais valia no processo de ensino/aprendizagem, com vantagens óbvias para o docente e para o aluno.

3.3. Aulas

multimédia

criadas

com

apoio

informático

especializado

3.3.1. Introdução

Neste campo da criação de conteúdos para o ensino assistido pelas novas TIC, foram realizados e concluídos com sucesso dois projectos, antes e depois da existência de uma LMS no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB). O primeiro projecto, denominado PC-Chem, foi realizado conjuntamente com engenheiros informáticos da Escola Superior de Tecnologia (EST) enquanto que o segundo foi elaborado em conjunto com a empresa que forneceu o LMS do IPCB, a empresa TELEFORMAR.

O projecto PC-Chem não progrediu no formato que havia sido desenvolvido, devido à existência de uma LMS que tornava possível uma série de opções que até então não eram viáveis. No entanto, aproveitaram-se os conteúdos criados e adaptaram-se para projectos seguintes, mais elaborados. Este trabalho serviu também para começar a dominar aspectos de índole informática e de ordem pedagógica e especialmente para descobrir algumas dinâmicas de produção de conteúdos pedagógicos através de novas tecnologias.

O processo de criação de conteúdos para as LMS envolve três tipos de conhecimentos distintos, que são os conhecimentos científicos, informáticos e pedagógicos, tal como foi referido e se constata na Imagem 2:6 da página 29. Nestes casos, contrariamente ao descrito no subcapítulo 3.2. onde o docente congrega todos os conhecimentos, houve uma colaboração estreita entre o docente e os engenheiros informáticos, para criar aulas multimédia nas áreas de Química e de Bioquímica.

Neste tipo de processo, criação de aulas multimédia com uma equipa multidisciplinar, as dificuldades crescem dia a dia. Sempre que algum membro da equipa propõe um novo tipo de abordagem, obriga os restantes participantes a encontrarem possíveis soluções, o que obrigava a reunir a equipa e realizar uma explicação da alteração pretendida bem como as consequências que implicaria. Desta forma, no final, todos os elementos envolvidos tinham um entendimento mais global do projecto, segundo as perspectivas dos outros especialistas. Isto levou a que o docente desenvolvesse os seus conhecimentos de informática e de pedagogia e o mesmo sucedeu com os restantes elementos da equipa, iniciando-se a construção de uma base de conhecimentos comuns indispensáveis à criação de aulas multimédia. Desta forma, ao longo de um período de inter-conhecimento entre os elementos da equipa e havendo por parte de todos o espírito aberto para aceitar sugestões

e novos conhecimentos, conseguiu-se formar uma equipa funcional, capaz de criar algo que seria impossível para uma pessoa sozinha.

O grande desafio na criação de uma equipa multidisciplinar, para criação de conteúdos multimédia com base nas TIC, passa por uma selecção criteriosa dos elementos tendo todos que possuir vontade de aprender um pouco dos restantes conhecimentos envolvidos, capazes de funcionar em equipa, criativos e comunicativos. Após um projecto inicial, a equipa começou a funcionar de forma mais coesa, permitindo abordar novos desafios cada vez mais exigente e com maior facilidade.