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3. PROCEDIMENTOS

3.3.6. Aplicabilidade das aulas criadas com apoio informático

A criação das aulas em colaboração com técnicos especializados nas áreas da informática e de conteúdos multimédia permitiu desenvolver os dois projectos apresentados anteriormente, tendo sido necessário sensivelmente um ano para desenvolver cada um, mais vocacionado para o e-learning. As aulas foram concebidas desta forma com o intuito de desenvolver curso maioritariamente em e-learning, sem desprezar a componente presencial. Deste modo as aulas têm de ser auto-suficientes, contendo mais informação e mais funcionalidades, nomeadamente as componentes teóricas, práticas e avaliativas para que todo o processo educativo esteja condensado numa ferramenta.

Tendo frisado ao longo deste trabalho a minha preferência pessoal na metodologia de Blended-learning, considero um factor muito importante as aulas presenciais. O restante é um complemento para o estudo do aluno.

O docente recorreu a estas ferramentas em sala de aula, não de uma forma intensiva, mas maioritariamente às animações e simulações computacionais que contêm, permitindo-lhe desta forma transmitir melhor algumas ideias e conceitos bem como apresentar a ferramenta aos alunos permitindo-lhes rentabilizar o seu uso no auto estudo.

Os alunos que recorreram a esta ferramenta comentaram com o docente que lhes tinha sido bastante útil pois tiveram numa única ferramenta diferentes funcionalidades, desde os conceitos teóricos e práticos até à realização de exercícios e problemas que lhes permitiram avaliar a sua progressão nos estudos. Desta forma, estas aulas foram utilizadas de uma forma bastante intensa quer pelo docente quer pelos alunos, quer na sala de aula quer fora da mesma, justificando o recurso a este tipo de conteúdos como complemento ao processo de ensino/aprendizagem.

3.4. Programas informáticos geradores de testes de avaliação

3.4.1. Introdução

Este género de programa informático insere-se dentro das aplicações informáticas conhecidas internacionalmente como Authoring Tool (ver anexo 1) o que poderia ser designado em português como ferramentas para autores, tratando-se de aplicações informáticas utilizadas por indivíduos sem conhecimentos de programação informática.

Os docentes podem recorrer a este tipo de programas especificamente para organizar as avaliações que têm de realizar aos alunos, e os alunos podem ir realizando testes de auto avaliação. Neste trabalho, são descritos três desses programas (Respondus®, Diploma®, HotPotatoes®). O HotPotatoes é aqui abordado por ser uma versão totalmente gratuita e largamente difundida podendo qualquer docente obtê-lo e usá- lo livremente. Os restantes possuem versões gratuitas, mas com algumas limitações, tendo sido fornecidos pelas editoras dos livros recomendados para as unidades curriculares de Química e de Bioquímica e, como tal, estão licenciados através das editoras.

Os programas escolhidos, para serem apresentados neste trabalho, são apenas alguns dos existentes no mercado. A generalidade deste tipo de programas informáticos funciona de igual forma e são alvo de constante actualização por parte das empresas que os criam e comercializam de forma a manterem-se actualizados. Assim as funcionalidades destes programas estão constantemente a aumentar.

Estes programas permitem que o docente vá guardando, de forma organizada, questões de diferente natureza, com as respectivas respostas e grau de dificuldade, que poderá utilizar para a rápida elaboração de um teste de avaliação, bem como poderá usar para criar testes de auto-avaliação para os alunos irem resolvendo. Alguns destes programas permitem mesmo uma interligação com as plataformas de ensino electrónicas (LMS) sendo possível ao docente enviar rapidamente para cada aluno o seu teste personalizado, disponibilizá-lo durante um determinado período de tempo e no final ter a avaliação do teste automaticamente realizada. Outros programas criam uma página HTML (página da internet) que pode ser colocada num servidor da instituição ou, em alternativa pode-se recorrer aos servidores dos criadores dos programas de software respectivo.

Como qualquer programa informático, no início da sua utilização, os procedimentos são um pouco demorados mas, à medida que o docente se vai ambientando, são bastante rápidos. O docente pode ir usando estes programas sempre que lhe surja uma ideia para

uma boa questão de avaliação. A maioria dos docentes apenas se debruça sobre as questões de avaliação quando tem de elaborar um teste de avaliação. Caso use este tipo de programa, pode em qualquer instante aceder-lhe e introduzir uma nova questão, muitas vezes resultante de discussões com os alunos ou de dúvidas colocadas. Muitas vezes e decorrente de questões levantadas pelos estudantes, ou no seguimento de discussões, surge naturalmente uma série de possíveis questões que o docente poderia usar nos seus momentos avaliativos. Alguns docentes optam por ir tomando nota destas questões em blocos de notas para usá-las futuramente, mas, no caso do docente ser um utilizador deste tipo de programa, pode rapidamente aceder-lhe e introduzir as questões sempre que deseje e desta forma estará sempre preparado com uma vasta colecção de possíveis questões de avaliação.

Algumas editoras já facultam este tipo de programas como complemento aos livros que editam. É uma forma bastante útil de proporcionar novas questões muitas vezes abrindo novas perspectivas ao docente sobre possíveis temáticas de avaliação. Dada a possibilidade de os docentes de uma unidade curricular que adoptem o mesmo livro poderem usar o mesmo programa de bases de questões, podendo partilhar entre si os seus ficheiros, com as suas diferentes questões, iniciam uma forma mais global de ensino e os alunos podem ser questionados de diferentes formas e, como tal, com diferentes pontos de vista sobre a mesma temática.

Dos três programas apresentados apenas dois são utilizados pelos docentes neste projecto. Tratam-se do Respondus® e do Diploma®, por terem sido adoptados pelas editoras de alguns livros referenciados para Química e Bioquímica. No caso do Respondus® é adoptado pela McGraw Hill na sua publicação de “Química Geral” de Raymond Chang enquanto que o Diploma® é facultado directamente pela LIDEL como representante em Portugal da WH Freeman que publica o livro “Biochemistry” de Stryer, Tymoczko e Berg. Ao serem facultados pelas editoras já vêm com uma colectânea de questões. O caso do Diploma contém cerca de 50 questões, por cada um dos seus 34 capítulos e o Respondus contém cerca de 2500 questões ao longo dos seus 25 capítulos. Outra razão pela qual se recorre a estes programas é por serem mais fáceis de utilizar e permitirem mais funcionalidades, tal como a impressão em papel de um teste, para além de se poder criar páginas HTML ou colocar directamente os testes na plataforma LMS, segundo as normas SCORM.