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O INÍCIO DE UMA COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM DIRECIONADA À FORMAÇÃO EM TUTORIA VIRTUAL EM EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL

6. Apontamentos e conclusões

Sobre os ganhos proporcionados com a utilização da Plataforma Moodle (Ambiente de Aprendizagem Moodle) podemos concluir que tem sido muitos, principalmente o de possibilitar oportunidades ricas de conhecimento e aprendizagem, assim como uma ferramenta que tem se demonstrado eficiente para o desenvolvimento de habilidades necessárias à aprendizagem e prática da Tutoria Virtual em EAD.

Estamos aprendendo juntos, passo a passo, e isto tem propiciado a reflexão sobre nossas crenças e possibilidades sobre “o que é ensinar”, senão o ato de criar oportunidades de aprendizagem.

Os professores podem estar mais próximos aos seus alunos, e as ferramentas síncronas e assíncronas possibilitam o apoio requerido.

O Ambiente Moodle, de simples acesso e manejo, tem se revelado uma ferramenta eficiente e eficaz de prover feedback e incentivo aos alunos/participantes, para a realização das atividades. Esta ação tem proporcionado um ganho importante nas interações considerando as duas direções do aprender fazendo, participantes interagem colocando suas demandas de conhecimento, suas dúvidas, suas curiosidades, suas contribuições. Tutores, facilitadores, professores, pesquisadores interagem como se estivessem constantemente presentes, aguardando o tempo certo para alimentar o que quer que seja, com o que forem capazes de buscar, organizar, planejar, elaborar e postar.

Figura 16: Interação em um Fórum do Grupo de Estudos

Utilizando o Moodle podemos promover mudanças significativas, promover o engajamento de pessoas em um esforço coletivo de aprendizagem, em um domínio de interesse mútuo (Wenger,2004). Isto está realmente acontecendo neste nascer da “Comunidade de Aprendizagem: aprender fazendo passo a passo” aqui vislumbrada.

Acreditamos que nada foi fácil e tão pouco esteja sendo fácil nesta caminhada. Mas acreditamos que o caminho se faria ao caminhar.

Tínhamos o desafio, os muitos desafios a enfrentar, ficando mesmo difícil elucidar o maior deles, ou o principal. Precisávamos entender as nossas próprias dificuldades no Ambiente de Aprendizagem Moodle, precisávamos proseguir, “ter clareza” em nossos objetivos e nas instruções das atividades a serem programadas. Tínhamos a meta e uma metodologia de trabalho bem estabelecidas, mas precisávamos encontrar a forma mais adequada para a organização das informações no ambiente de aprendizagem, seja no âmbito público dos participantes, seja nos bastidores dos tutores.

Mais ainda, precisávamos entender as reais demandas dos participantes, seus desejos, as necessidades a serem supridas. O desafio era também compreender o momento oportuno para saciar a sede por conhecimento de todos, os nossos, os responsáveis pela comunidade de estudo e aprendizagem que surgia, e os dos envolvidos em nos apoiar na trajetória, sobretudo dos participantes repletos de expectativas.

Precisávamos aprender a dar feedbacks claros, construtivos, sintéticos e em curto intervalo de tempo. Era requerido cumprir os prazos previstos. Era preciso manter a motivação e aprender a respeitar os limites de tempo naturais de quem está em processo de “fazer pós-graduação”, tocar a vida profissional e familiar/pessoal, entre tantas outras demandas, inclusive as nossas.

Tínhamos um objetivo, uma meta comum e isto foi importante para nos manter próximos, nos fazer sentir que pertencíamos a um time. Mas o desafio foi mesmo manter todos motivados, e produtivos. E para tanto, tivemos que nos engajar ativamente a maior parte do tempo, nos revezarmos e em muitas ocasiões sinalizar que os tutores podem também precisar de apoios.

Com certeza, isto possibilitou que os participantes se organizassem e se ajudasse mutuamente, entre os grupos menores, mas também entre os diferentes grupos. Isto está sendo rico e pode ser ilustrado pelos fóruns nos grupos experimentais, e nos chats, que todos não usavam e hoje são muito ricos com encontros programados, reagendados e refeitos a um a dois ou com o grupo todo, e apoio aos que perderam com outros chats. Ainda no dizer da Kátia, enquanto “apoio técnico”:

“Tudo o que é novo produz um impacto positivo e as expectativas são altas, mas deve-se ter em mente que após a fase de encantamento, deve-se ter um objetivo forte para que as explorações no ambiente persistam. O Moodle tem os seus encantos naturais, o fato de ser um ambiente rico e

com muitas ferramentas, mas que dependem também do uso que se faz dele, do papel dos que estão nos bastidores.”

A maioria dos participantes aprova o uso desse tipo de ambiente em virtude das facilidades que lhes são oferecidas, como por exemplo, oportunidade de acessar a qualquer hora e em qualquer lugar. O moodle facilita a vida dos docentes por permitir um ambiente de acesso restrito e seguro, em relação aos seus conteúdos, um ambiente de fácil uso disponibilizando materiais e atividades.

Aprendemos que ganhamos muito por termos caminhado passo a passo, em etapas/módulos, respeitando as fases de encantamento, exploração e enriquecimento, o caminhar de cada um, e sobretudo sendo flexíveis nas relações estabelecidas e nas atividades propostas.

Com mais de um ano de trabalho já podemos sentir que os participantes estejam chegando à fase de exploração, sendo capazes de propor coletivamente a construção de seus próprios Ambientes Experimentais, de interagir agora “como uma comunidade de aprendizagem”.

Observa-se maior descontração na elaboração das mensagens e instruções para atividades, interação contínua e constante e o uso bem estabelecido das ferramentas síncronas e assíncronas de comunicação. E isto pode ser observado nas mensagens postadas nos Fóruns, como por exemplo:

Figura 17: Discussões entre os participantes em um dos fóruns do Grupo (FA)

Concluímos que a plataforma tem permitido o estabelecimento de vínculos que estão sendo fortalecidos, fora mesmo da plataforma, e contribuindo com a consolidação de relações profissionais e mesmo afetivas entre seus integrantes, o que pode ser observado no espaço das interações.

Referências

Keller, F. S. (1968). Good bye Teacher. Journal of applied behavior analysis, 1,79-89. Pulino Filho, A. R. (2005). Moodle – Um sistema de gerenciamento de cursos.

http://aprender.unb.net/file.php/1/manuais/Moodlebook.1.5.2+.pdf (consultado na Internet em 11 de Dezembro de 2007)

Wenger, E. (2004). Communities of Practice – A brief introduction. http://www.ewenger.com/theory/index.htm (consultado na Internet em 22 de Junho de 2008)

Agradecimentos

Este trabalho só foi possível graças ao empenho e perseverança dos quatorze participantes do grupo de estudos, agora alunos da disciplina, e em breve membros integrantes da comunidade de aprendizagem. Com uma meta bem definida, não deixaram de lutar por aprender como, quando e, sobretudo, o que querem aprender.

O nosso agradecimento cabe igualmente ao Departamento de Apoio Computacional ao Ensino a Distância da Universidade Federal de São Carlos, que fez a todo o momento justiça a seu nome, e nos apoiou sempre, mesmo em pequenos grandes desejos, como a instalação do box QuickMail.

A nossa especial gratidão para Alberto G. P. Oliveira que, com verdadeira paciência, não só criou todos os passos-a-passo, como também selecionou e realizou as imagens inseridas nesta comunicação. À Kátia, o nosso reconhecimento pela atuação carinhosa e dedicada incentivando a todos nos momentos mais difíceis e trabalhando arduamente na confecção das tabelas.

B-LEARNING: ELEMENTO INSTITUCIONAL E OPERACIONAL DE DESENVOLVIMENTO EDUCATIVO