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Capítulo 6. Compreensão dos atores sociais sobre a Alternância: uma formação construindo novos temas, a sustentabilidade presente

3. l – Um aporte metodológico.

Estudar o Programa de Alternância das Casas Familiares Rurais, nas dimensões pedagógica e política implica considerar as mediações que envolvem o objeto no contexto histórico-social em que este se inscreve.

Concebe-se que o espaço social da educação não se assenta só na escola; esta é situada no concreto das dimensões políticas, sociais, ecológicas, culturais e econômicas. Remetendo, ao entendimento, conforme Marx (1962), de que o objeto e o sujeito do conhecimento são históricos, uma vez que estima as possibilidades históricas de transformação dos indivíduos, da educação7, destacando a importância da participação do ser humano na vida social.

Nesta perspectiva, é necessário que a investigação considere o objeto de estudo na complexidade das relações sociais, na lógica dinâmica das ligações orgânicas entre as partes e o todo, ligações estas que têm movimento entre tensões e contradições no interior da sociedade.

Assim, a delimitação do tema tem a probabilidade de não se orientar pela aparência, pois, como demonstra Kosik (1976, p. 11), “[...] a essência não se dá imediatamente; é mediata ao fenômeno, se manifesta em algo diferente do que é. O fato de se manifestar no fenômeno revela seu movimento [...] não é inerte nem passiva [...]”. O esforço para descobrir os fundamentos do objeto concerne a considerar, como assinala Kosik (1976, p. 12), que “[...] a realidade é a unidade do fenômeno e da essência. Por isso a essência pode ser tão irreal quanto o fenômeno, no caso que se apresentem isolados e em tal isolamento sejam considerados como a única realidade”. Neste sentido, considera-se a categoria totalidade como recurso metodológico para a compreensão das conexões do Programa de Alternância da Casa Familiar Rural de Uruará e a sociedade, entre as continuidades e descontinuidades do

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Suchodolski (1976, p.57) qualifica a importância da análise de Marx sobre a educação: “[...] é evidente o duplo significado da palavra educação na sociedade burguesa: educação como processo de adaptação às relações existentes. [...] Educação como arma na luta contra a opressão, como instrumento moral e intelectual da jovem geração da classe oprimida [...].”

movimento do objeto, não à base de conceitos fechados, mas abertos, tentando perceber os limites das idéias do sujeito pesquisador.

Considerando os fatos educacionais em sua relação dialética, na perspectiva de Marx, posto que se considera uma referência metodológica significativa, uma vez que viabiliza condições para compreender o objeto na diversidade das relações sociais, e encaminha para se chegar a um processo de abstração para interacionar tais fatos nestas relações sociais, em um contexto da conjuntura político-econômica em curso para a construção de uma análise.

Neste sentido, o Programa de Alternância das Casas Familiares Rurais é concebido na trama das relações sociais. Assim, para apreendê-lo em sua historicidade, acreditando em uma totalidade na contemporaneidade, a qual remete a mediações8 que envolvem a operacionalização desse Programa, é necessário considerar o contexto em que este se insere.

Entendendo que

[...] os fatos devem ser tomados corretamente, convém, inicialmente apreender, clara e exatamente, esta diferença entre a sua existência real e seu núcleo interior, entre as representações que deles se formam e os conceitos [...]. Trata-se, de uma parte, de arrancar os fenômenos de sua forma imediatamente dada, de encontrar as mediações pelas quais eles podem ser relacionados a seu núcleo e a sua essência e tomados em sua essência mesma, e, de outra parte, de alcançar a compreensão deste caráter fenomênico, desta aparência fenomênica, considerada como sua forma de aparição necessária (LUKÁCS, 1981, p. 68).

As dimensões de Educação do Campo, Formação em Alternância e Política Educacional são consideradas fundamentais para a constituição do trabalho, mediante as referências de alguns autores que tratam sobre o tema, o que possibilita, nesta pesquisa, percorrer o caminho de construção da problemática estudada, entre os nexos específico e geral, tendo a realidade como ponto de partida para se chegar à dimensão mais próxima do objeto.

Desse modo, a primeira dimensão, a educação do campo, em síntese, é compreendida como um conjunto de modalidades de ensino, articulada às diferentes instâncias formadoras,

8 Estas entendidas como “[...] a visão historicizada do objeto singular, cujo conhecimento deve ser buscado nas

científicas e políticas, situando-se no contexto histórico-social. É central para visualizar a importância da formação escolar em um sentido integral, – a cultura geral e profissional -, uma vez que não deve separar educação e trabalho, considerando que estas categorias têm relação orgânica. Isto remete à importância de seu significado para desenvolver a capacidade de o aluno se inserir na atividade social (GRAMSCI, 2004; SAVIANI, 2005 a; GERMANO, 1998).

Concernente à dimensão formação em alternância, compreende-se que é situada, também, no contexto histórico-social. É privilegiada como um processo dinâmico de construção e reconstrução do trabalho educativo.9 Reporta-se à importância de que esta formação, com uma metodologia de tempo e espaço simultâneos, não seja realizada em si mesma, mas sim com conteúdos formativos de uma cultural geral e da profissional (GRAMSCI, 2004), relacionando – contextualizadamente e, a partir da pesquisa – os diversos conhecimentos, tanto o científico, como o da tradição, , assim, contribuindo para o desenvolvimento da capacidade de o aluno construir o conhecimento e pensar criticamente (GERMANO, 1998).

Concebe-se esta educação como dimensão conceitual e prática, tendo significado de pertencimento dos filhos de trabalhadores do campo e da cidade, valorizando a identidade e os saberes locais, não deixando, de lado, o inter-relacionamento entre estes saberes, o conhecimento científico e a cultura geral, à base de diálogo, para construir um outro currículo. Desse modo, percebe-se que o currículo é socialmente referenciado, pois se embasa em referências da Cultura, da História, da Sociologia, da Filosofia, da Antropologia, da Piscologia, da Geografia e da biodiversidade, com pressupostos da ecologia do conhecimento.

Na construção/reconstrução curricular cabe uma evocação e função teóricas/práticas da Universidade, em viabilizar, como assinala Santos, B. (2000, p. 224), condições para que sejam repensados, pelos pesquisadores, os custos sociais da produção científica em diversos espaços sociais locais. A primeira condição concerne a “[...] promover o reconhecimento de

contextualização histórica. São as determinações histórico-sociais, o campo do particular, que permitem à apreensão de um objeto à luz das determinações mais gerais” (CIAVATTA, 2001, p.136).

9 O Trabalho educativo é inerente a categoria trabalho. O trabalho educativo compreende a relação entre duas

dimensões interligadas: como dimensão geral da atividade humana (work) e como reprodução do educando

(labour). No sentido de que o ato educativo do professor tenha significado social: “[...] o educador precisa, para

poder efetivar plenamente sua tarefa educativa, manter uma relação consciente para com o papel do trabalho educativo na formação daquele indivíduo-educando-concreto que tem diante de si e para com as implicações desse trabalho educativo na produção e reprodução da vida social [...]” (DUARTE, 2001, p. 5l). Assim, “[...] o ponto de chegada é a própria prática social, compreendida, agora, não mais em termos sincréticos pelos alunos. Neste ponto, ao mesmo tempo que os alunos ascendem ao nível sintético [...] Essa elevação dos alunos ao nível do professor é essencial para se compreender e especificidade da relação pedagógica [...]” (SAVIANI, 2005, p. 72).

outras formas de saber e o confronto comunicativo entre elas. A universidade deve ser um ponto privilegiado de encontro entre saberes [...]”, no sentido de desenvolver o apoio à sustentabilidade social e à sustentabilidade ambiental no espaço público de construção/reconstrução curricular.

Da formação em alternância, em suas diversas experiências, as EFAs e as Casas Familiares Rurais no Brasil se remetem à constituição de um processo de construção/reconstrução curricular da Pedagogia de Alternância como projeto educativo para os filhos dos trabalhadores do campo, visando ao encontro de saberes.

Vale ressaltar que se trata de uma dimensão fundamental para o estudo do Programa, posto que se tem a presença de referências socioculturais para o ensino e para a pesquisa que podem contribuir para um curso com caráter emancipador. Pontuando a consideração de que um curso não é capaz “[...] de dar conta de um desafio grandioso, o de transformar as pessoas e sua prática social, e mesmo que ele em si possa se materializar como práxis, [...] é a da possibilidade de um curso fazer parte deste processo amplo de formação [...]”, da dinâmica da realidade social, no sentido que Caldart (2001, p. 93) assinala.

A terceira dimensão trabalhada é a política educacional, considerando-a como parte das políticas sociais. Tem significado histórico para a compreensão da articulação do objeto estudado, haja vista que apresenta elementos para a construção de uma explicação contextualmente situada. Isto implica um posicionamento sobre qual a política educacional é relevante socialmente para os jovens do campo, uma vez que “[...] o debate precisa desmistificar a atual orientação da política educacional que imprime ao projeto político/pedagógico a lógica do mercado, privilegiando os conhecimentos instrumentais e secundarizando as dimensões social, moral e ética do homem” (CABRAL NETO, 2004, p. 28).

É significativa por oferecer suporte à contextualização da educação do campo, pois o momento fértil da expansão de controle das políticas públicas e as prioridades para os setores empresarias e organismos internacionais nas últimas décadas do século XX, sobretudo na de 1990, no Brasil, não podem ser deixadas de lado para se compreender a diversificação de estratégias e a implementação das reformas neoliberais, enfocando o Estado e reduzindo-o na sua regulação econômica.

Desse modo, é no processo articulado entre políticas e reformas que se tem o desdobramento para a educação. Por isso e pelas suas características próprias, é importante que se tenha uma compreensão das Diretrizes e das práticas para estas políticas. É

fundamental perceber o lugar destas políticas e como estão sendo tratadas no processo social em curso. Isso constitui um conjunto dos elementos que estão presentes e se ligam à educação. Assim, considera-se uma referência singular para apreender os discursos dos planos do Programa da Casa Familiar Rural, em seus princípios, metas e prática desta experiência de educação.

Essa dimensão possibilitará a utilização de instrumentos para relacionar o que está privilegiado na legislação para as escolas do campo e o que está sendo pensado e operacionalizado na Casa Familiar Rural, no contexto da herança, da construção das referências culturais da escola e da escolha do professor. Considera-se, para isso, como assinala Carthier (2005), que a cultura escolar é decorrente de uma referência instituída, referência comum, sendo construída na trajetória histórica, e mediada em espaços/tempos de tensões, debates e acordos.

Em cada tempo histórico, as referências culturais - escolares - são construídas/reconstruídas no campo de conflitos, no qual diversos atores se movem para apresentar e defender seus interesses. Ressalta Chartier (2005, p. 25) que “[...] existe uma regra que ninguém pode desconhecer num debate público sobre a escola de uma sociedade democrática: não se pode defender interesses particulares, mas sim, o bem comum [...]”, patrimônio da humanidade. Como lembra a Chartier (2005), a escola, acrescente-se, os professores devem escolher, entre os saberes possíveis, unindo os diferentes saberes àqueles que têm valor para as gerações atuais e futuras – os que são importantes.

Isto corresponde a buscar a autêntica liberdade humana, com procedimentos do trabalho educativo ligados entre conhecer/transmitir conteúdos específicos no contexto da prática social. Neste sentido, entende-se que é necessário se ter pressupostos para um trabalho educativo que visa contribuir para a emancipação humana, como o fim maior da educação – não vago -, e o do domínio de conteúdos pelos professores – e não apenas a vontade política, embora também tenha relevância fundamental – para que os jovens possam se apropriar dos saberes e das técnicas construídas, até a contemporaneidade de seu tempo (TONET, 2005).

3. 2 – Procedimentos de pesquisa

Para a efetivação deste trabalho, optou-se por uma abordagem qualitativa, uma vez que se considera como uma referência que possibilita uma análise fundamentada no movimento relacional inseparável entre a subjetividade e a objetividade, presentes estas nos fatos do sistema complexo de relações sociais que se estabelecem na sociedade. Assim, é necessário começar pelas partes mais simples para alcançar a totalidade das relações do programa de formação em alternância, considerando que os aspectos quantitativos e qualitativos fazem parte da realidade social; interpenetram-se, são complementares (MINAYO, 1994). Certamente, o desafio está em apreender os elementos mais concretos, como assinala Ciavatta (2001, p. 135), “[...] metodologicamente é o resgate da dimensão histórica de uma questão que permite superar o nível de expressão formal pelo desvelamento dialético da realidade [...]”.

A pesquisa bibliográfica, a análise documental e a análise das entrevistas constituem os procedimentos essenciais desta investigação.

A pesquisa bibliográfica viabilizou o acesso e o revisitar da literatura concernente às transformações contemporâneas em relação ao Estado, ao trabalho, às políticas públicas, observando as suas funções e inter-ligações no processo histórico, e como repercutem na educação. Também oportunizou a busca de suporte analítico para se ter uma compreensão sobre o tratamento dado à educação do campo nas prioridades governamentais, incluindo-se as políticas que são resultado de reivindicações/sugestões de particulares e dos movimentos sociais.

A análise documental teve como objetivo estudar e sistematizar, a partir da coleta de documentos de diversas instituições, entre as quais: MEC, Secretaria Executiva de Educação do Pará (SEDUC), ARCARFAR/Norte e Casa Familiar Rural de Uruará. Também foram estudados/analisados o Projeto Político/Pedagógico do Programa de Alternância/CFRU, cadernos dos alunos, cartas, atas.

Para analisar a prática educativa do programa de Alternância da Casa Familiar Rural de Uruará, considerou-se significativo ancorar-se tanto nos documentos (planos de estudo, cadernos dos alunos, relatórios), como nos depoimentos dos entrevistados.

A pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevistas abertas, privilegiando os aspectos gerais do programa e específicos de sua formação. Portanto, foram entrevistados

monitores, pais, professores, alunos, alguns membros de movimentos sociais, pesquisadores e técnicos de instituições parceiras, líderes sindicais e coordenadores do Programa das CFRs. Os critérios de escolha dos entrevistados foram aleatórios, considerando o seu envolvimento na condição de aluno, professor, pais, e da relação institucional com as CFRs., conforme quadro

Codinome Categoria Turmas de 5ª à 8 série Inserção Profissional

Nildo Ex-aluno 1ª Unidade familiar

Fábia Ex-aluna 1ª Unidade familiar

Ana Ex-aluna 1ª Ensino médio

Nero Ex-aluno 1ª Unidade familiar

Jacó Desistente 1ª Unidade familiar

Lena Aluna 2ª Doméstica

Ane Aluna 2ª Unidade familiar

Leonel Aluno 2ª Unidade familiar

Peri Aluno 2ª Unidade familiar

Davi Aluno 2ª Unidade familiar

Sara Aluna 2ª Unidade familiar

Alba Aluna 2ª Unidade familiar

Clara Aluna 2ª Unidade familiar

Rui Aluno 2ª Unidade familiar

Vera Aluno 2ª Unidade familiar

Abrão Aluno 2ª Unidade familiar

Ivo Aluno 2ª Unidade familiar

Diva Aluna 2ª Unidade familiar

Quadro 1 Demonstrativo dos alunos entrevistados e o local de trabalho.

Gráfico 1 – Distribuição da Inserção profissional dos alunos entrevistados

Fonte: Pesquisa de Campo. Uruará, fevereiro de 2005.

Os depoimentos dos entrevistados possibilitam um retrato panorâmico sobre as ocupações profissionais dos adolescentes no espaço das unidades produtivas das vicinais da Transamazônica. Estes dados estatísticos revelam a presença ativa dos jovens alunos como força de trabalho nestes espaços, contribuindo para a reprodução da socioeconomia familiar, fato constado pelas entrevistas, com remetimento, tanto para o Tempo Escola, como para o Tempo Familiar.

Uma leitura sobre a tipologia da presença dos jovens nestas unidades familiares, expressa, a sua importância, como um dos elementos do trabalho familiar, seus interesses mediatos, sua cultura e, a relação dimensional para o trabalho educativo e a organização curricular escolar. Ademais, esta leitura sobre os números, aponta, também, sobre a necessidade imperiosa de o trabalhador em educação deter o compromisso com a transmissão do conhecimento vinculado ao patrimônio histórico da humanidade, o que inclui os

Distribuição da inserção profissional do aluno

Ensino Médio; 6% Doméstica; 6%

saberes/culturas locais e as globais, na dimensionalidade das relações estabelecidas com este particular da vida/eco-socioeconomia/cultura dos jovens alunos.

Codinome Categoria Inserção profissional

Catarina Mãe de aluno Unidade familiar1011

Júlia Mãe de aluno Unidade familiar

Madalena Mãe de aluno Unidade familiar

Lúcia Mãe de aluno Casa

Esther Mãe de aluno Unidade familiar

Nísia Mãe de aluno Unidade familiar

Paulina Mãe de ex-alunos Unidade familiar

Jorge Pai de aluno Unidade familiar

Gabriel Pai de ex-alunos Unidade familiar

Rildo Pai de aluno desistente Unidade familiar

Rafael Pai de aluno Unidade familiar

Miguel Pai de aluno Unidade familiar

Quadro 2 – Demonstrativo dos pais dos alunos da CFRU entrevistados e local de trabalho.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2005.

Codinome Categoria Inserção Profissional

Lívio Agricultor Agricultor, monitor CFRU

Dimas Agricultor Agricultor

José Técnico agrícola Monitor

Odilon Técnico agrícola Monitor

Sião Técnico agrícola Monitor

Olavo Pedagogo Monitor, professor

Ari Engº agrônomo Técnico e pesquisador

Tito Engº agrônomo Professor e pesquisador

Lídia Pedagoga Técnica

Jaci Pedagoga Professora e técnica

Jane Pedagoga Professora

Mário Agricultor Agricultor

João Engº Agrônomo Ex-monitor

Quadro 3 – Demonstrativo dos entrevistados envolvidos no movimento relacional das CFRs da Transamanônica e tipo de trabalho

Fonte: Pesquisa de campo, Pará/Transamazônica, julho/2003, Fev/mar/jun/2005.

10 O termo unidade familiar compreende o desenvolvimento do trabalho na agricultura, em todo o seu processo

produtivo. A inserção profissional das mulheres corresponde à participação em algumas atividades do processo produtivo, destacando-se na economia de quintal – como o cultivo de fruteiras, hortaliças, avicultura de pequeno corte, entre outras, com contribuição significativa para a reprodução socioeconômica, similar aos resultados dos estudos feitos por COSTA (2000) no nordeste paraense.

Gráfico 2- Inserção profissional de 43 sujeitos sociais entrevistados.

Fonte: Pesquisa de Campo, julho/2003, fevereiro, março e junho/2005. Gráfico produzido pelo prof. Dtdº. Paulo Roberto N. M./UFRN.

A realização de um registro fotográfico concerne à orientação de que possibilita um produto – a fotografia – para auxiliar na compreensão do objeto. Este registro é secundário, no sentido para prioridade das análises documentais, mas defende-se que este tipo de fonte traz uma linguagem histórica do ato educativo, expressando um momento singular da realidade, que mostra-a e a esconde, não permitindo conhecê-la pela sua aparência. Assim, as fotografias como mediação, no aspecto metodológico, têm a imagem e os valores/relações que conduziram a sua realização, como assinala Ciavatta e Alves (2004, p. 45),

São mundos de relações silenciosas, densas, congeladas no tempo mínimo do obturador. [...] É o conhecimento dessas relações ocultas, expressões complexas do mundo da cultura, que permitem aproximarmo-nos das fotografias além do prazer estético, da sua imediaticidade encantadora. É este o caminho tortuoso da fotografia como fonte histórica.

Monitor Agricultor Monit./Prof. Téc./CEPLAC Téc./SEDUC Professor Ex-monitor 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5

Vale salientar que este estudo, ao direcionar-se para o programa das CFRs, tem relevância por procurar pontuar as propostas e a prática educativa em alternância deste Programa, por meio da CFRU, e, assim, poder contribuir para a sua valorização/socialização e para o debate da educação do campo.