Aposentadoria mista

A aposentadoria mista consiste no aproveitamento das contribuições vertidas ao Regime Geral de Previdência Social como trabalhador rural e urbano.

Os produtores rurais ou pescadores artesanais que não atendam ao requisito para aposentadoria por idade com redução de 5 (cinco) anos, mas que satisfaçam essa condição, se forem considerados períodos de contribuição sob outras categorias de segurado, farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta anos), se mulher.

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Tribunal Regional Federal da 4ª Região. IUJEF 0000336-78.2010.404.7251, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relatora Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo, D.E. 15/12/2011.Disponível

em:http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&s elForma=NU&txtValor=50037979020134040000&chkMostrarBaixados=S&selOrigem=TRF&hdnR efId=ad40c44c1abffc0ea03848a2e08e62d1&txtPalavraGerada=fBZk

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Para essa situação, o cálculo da renda mensal do benefício será apurado na forma do disposto no art. 32, II do Dec. 30488/99, considerando-se como salário- de-contribuição mensal do período como segurado especial o limite mínimo do salário de contribuição da previdência social, ou seja, salário mínimo.

Ao analisar a matéria, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região vem se posicionando pela possibilidade de aposentadoria por idade, computando-se períodos rurais e urbanos, ainda que a urbana seja a última atividade. Destaca- se o voto proferido na Apelação Cível 0014935-23.2010.404.999930, de relatoria do Desembargador Rogerio Favreto, em que se reconhece a possibilidade de concessão da aposentadoria por idade mista.

Essa regra também se aplica ao trabalhador urbano que deseja aproveitar determinado período exercido como segurado especial. Atualmente essa situação é frequente nos pedidos de aposentadoria por idade e por tempo de contribuição dos trabalhadores urbanos, em especial ao período exercido antes da edição da Lei 8.213/91.

Neste caso, é computado como tempo de contribuição o tempo do segurado especial anterior à competência de novembro de 1991, independentemente do recolhimento de contribuições previdenciárias31. Contudo, este período não é considerado para fins de carência. Esse é o entendimento da TNU, sumula 24:

O tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior ao advento da Lei n. 8.213/91, sem o recolhimento de contribuições previdenciárias, pode ser considerado para a concessão de benefício previdenciário do Regime Geral de Previdência Social – RGPS, exceto para efeito de carência, conforme a regra do art. 55, § 2º, da Lei n. 8213/91.

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Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Apelação Cível 0014935-23.2010.404.999930, de relatoria do Desembargador Rogerio Favreto. Disponível em:http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&s elForma=NU&txtValor=50037979020134040000&chkMostrarBaixados=S&selOrigem=TRF&hdnR efId=ad40c44c1abffc0ea03848a2e08e62d1&txtPalavraGerada=fBZk

31 _{Enunciado 27 da Advocacia Geral da União: “Para a concessão de aposentadoria do RGPS, é}

permitido o cômputo do tempo de serviço rural exercido anteriormente à Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, independentemente do recolhimento das contribuições sociais respectivas, exceto para efeito de carência.

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Já para o servidor público somente é possível aproveitar este período ao do serviço público estatutário desde que haja contribuições previdenciárias32. Nesse sentido, a TNU editou a súmula 10 que disciplina:

O tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei n.º 8213/91 pode ser utilizado para fins de contagem recíproca, assim entendida aquela que soma tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao do serviço público estatutário, desde que sejam recolhidas as respectivas contribuições previdenciárias.

Nesta linha de raciocínio é a decisão do Superior Tribunal de Justiça33:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. CONTAGEM DE TEMPO DE ATIVIDADE RURAL PARA APOSENTADORIA COMO TRABALHADOR URBANO DIREITO PREVIDENCIÁRIO. CONTAGEM DE TEMPO DE ATIVIDADE RURAL PARA APOSENTADORIA COMO TRABALHADOR URBANO. DESNECESSIDADE DE CONTRIBUIÇÃO. Não é necessário o recolhimento de contribuições previdenciárias relativas ao exercício de atividade rural anterior à Lei n. 8.213/1991 para fins de concessão de aposentadoria urbana pelo Regime Geral de Previdência Social, salvo em caso de mudança de regime previdenciário, do geral para o estatutário. Precedentes citados: AgRg no REsp 871.413-SP, DJe 17/11/2008, e AR 3.629-RS, DJe 9/9/2008. AR 3.180-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgada em 24/10/2012. 3ª Seção.

Registre-se que somente é exigido o recolhimento de contribuições previdenciárias com a mudança do regime previdenciário do geral para o estatutário. Para a mudança do regime estatuário para o geral essa regra não se aplica.

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Súmula 17 da Turma Regional de Uniformização de Jurisprudências dos Juizados Especiais Federais da 3ª Região: “O reconhecimento de tempo de serviço rural anterior à Lei nº 8.213/1991, como segurado empregado ou especial, somente pressupõe o recolhimento das respectivas contribuições, quando destinado à contagem recíproca junto a regime próprio de Previdência Social de servidor público.

Súmula 22 das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado de São Paulo: “O reconhecimento de tempo de serviço rural anterior à Lei 8.213/1991, como segurado empregado ou especial, só pressupõe o recolhimento das respectivas contribuições, quando destinado à contagem recíproca junto a regime próprio de previdência social de servidor público.

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Superior Tribunal de Justiça. AgRg no REsp 871.413-SP, DJe 17/11/2008, e AR 3.629-RS, DJe 9/9/2008. AR 3.180-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgada em 24/10/2012. Disponível em:http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=1&ved=0CC0Q FjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.stj.jus.br%2Fdocs_internet%2Finformativos%2FRTF%2FInf050 8.rtf&ei=p_Q1UYTPE4ik8ASAs4DQAw&usg=AFQjCNH7Ar0HDjKLTNaIFPpikGqqfF1yag&sig2=E BBYOc4WAvOa2lb4OxqttA&bvm=bv.43148975,d.eWU.

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