• Nenhum resultado encontrado

A declaração expedida por sindicato que representa os trabalhadores rurais, sindicato que representa os pescadores artesanais ou as colônias de pescadores, poderá ser considerada para fins de comprovação do exercício da atividade rural ou pesqueira, em relação ao período em que o segurado especial exerceu ou exerce a sua atividade na respectiva jurisdição.

43 Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais: “Para a

concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material, corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício”.

.

Se o segurado especial exerceu a atividade rural ou pesqueira em vários municípios com base territorial de atuação a diversos sindicatos ou colônias de pescadores, competirá a cada um dos órgãos que representam a classe expedirem a declaração. Da mesma forma, se a base territorial de atuação do sindicato ou colônia de pescadores for modificada, passando a pertencer a outro, poderá ser aceita declaração deste último, referente a todo período de atividade, inclusive o período anterior à modificação da jurisdição.

A IN 45 no art. 124 estabelece que esta declaração deva ser fornecida em duas vias, em papel timbrado da entidade, com numeração sequencial controlada e ininterrupta, e conter as seguintes informações, referente a cada local e períodos de atividade:

I – identificação e qualificação pessoal do requerente: nome, data de nascimento, filiação, Carteira de Identidade, CPF, título de eleitor, CP ou CPTS e registro sindical, entes quando existentes;

II – condição em que o trabalhador rural ou pescador artesanal exerce a atividade (se proprietário, meeiro, arrendatário, comodatário, etc.), bem como regime de trabalho (se individual ou de economia familiar);

III – tempo de exercício de atividade rural;

IV – endereço de residência e do local de trabalho, área total da propriedade e área explorada;

V – principais produtos agropecuários produzidos ou comercializados pela unidade familiar ou principais produtos da pesca, no caso de pescadores artesanais;

VI – atividades agropecuárias ou pesqueiras desempenhadas pelo requerente;

VII – fontes documentais que foram utilizadas para emitir a declaração, devendo ser anexadas as respectivas cópias reprográficas dos documentos apresentados;

VIII – dados de identificação da entidade que emitiu a declaração com nome, CNPJ, nome do presidente ou diretor emitente da declaração, com indicação do período de mandato, do nome do cartório e do número de registro da respectiva ata em que foi eleito, assinatura e carimbo;

IX – data da emissão da declaração; e

X – assinatura do requerente afirmando ter ciência e estar de acordo com os fatos declarados.

A segunda via da declaração deverá ser mantida na própria entidade, com numeração sequencial em ordem crescente, à disposição do INSS e demais órgãos de fiscalização e controle (IN 45, art. 124, § 3º).

Por sua vez, a declaração fornecida não poderá conter informações referentes a período anterior ao início das atividades da entidade declarante,

.

salvo se baseada em documento que constitua prova material do exercício da atividade (IN 45, art. 124, § 1º).

O fato do sindicato não possuir documentos que subsidiem a declaração fornecida, deverá, obrigatoriamente, ficar consignado na referida declaração, devendo constar, também, os critérios utilizados para o seu fornecimento (IN 45, art. 126).

No caso do sindicato emitir declaração com base em prova exclusivamente testemunhal, o INSS deixará de homologar a declaração do sindicato, até que seja apresentado início de prova material. Nesse caso será cadastrada exigência para o segurado constando os dados a serem complementados ou documentos necessários.

Onde não houver sindicato que represente os trabalhadores rurais, sindicato de pescadores ou colônia de pescadores, a declaração do exercício de atividade rural ou pesqueira poderá ser suprimida mediante a apresentação de duas declarações firmadas por autoridades administrativas ou judiciais locais. As autoridades são os juízes federais e estaduais ou do Distrito Federal, os promotores de justiça, os delegados de polícia, os comandantes de unidades militares do Exército, Marinha, Aeronáutica e forças auxiliares, os titulares de representação local do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE e, ainda, os diretores titulares de estabelecimentos públicos de ensino fundamental e médio em exercício de suas funções no município ou na jurisdição vinculada do lugar onde o segurado exerce ou exerceu suas atividades (IN 45, art. 129, § 1º).

Cabe a FUNAI assistir e atender a população indígena no que diz respeito aos seus direitos. Portanto, a declaração emitida pela FUNAI atestando que o indígena se enquadra na condição de segurado especial deve ser considerada como prova.

.

Qualquer declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita sujeitará o declarante à pena prevista no art. 299 do Código Penal44.

4.5.1 Homologação de declaração do exercício de atividade

A declaração fornecida pelo sindicato, colônia de pescadores e na sua ausência, pelas entidades mencionadas anteriormente, será submetida à homologação do INSS, condicionada à apresentação de documento de início de prova material contemporâneo ou anterior ao fato nele declarado (IN 45, art. 132)45.

A certidão fornecida pela FUNAI, certificando a condição de trabalhador rural do índio, será submetida à homologação somente quanto à forma (IN 45, art. 132, § 1º).

Destarte, verifica-se que esta declaração do exercício de atividade não representa indício de prova material. Trata-se de um documento essencial para requerer benefício previdenciário que é corroborado pelos documentos que representam indício de prova material.

Em hipótese alguma a declaração poderá deixar de ser homologada, quando o motivo for falta de convicção quanto ao período, à qualificação ou ao exercício da atividade rural, sem que tenham sido esgotadas todas as possibilidades de análise e realizadas entrevistas ou tomada de declaração com parceiros, ou comodatário, ou arrendatário, ou confrontantes, ou empregados, ou vizinhos, ou outros, conforme o caso (IN 45, art. 132, § 2º).

44 Art. 29 do Código Penal: “Omitir em documento público ou particular, declaração que dele

devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar o direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular”.

45

Súmula 50 das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo: “A declaração do sindicato de trabalhadores rurais sem homologação do INSS não tem valor como início de prova material.

.

Após a análise da declaração e dos documentos apresentados como início de prova material, deverá o servidor da Agência da Previdência Social confrontar as informações declaradas pelo segurado com aquelas de que o INSS dispõe em seus bancos de dados.

Documentos relacionados