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Apreensão de animais no Brasil

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SUMÁRIO Págs

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. AVES SILVESTRES

2.1.3. Aves silvestres mantidas em cativeiro

2.1.3.1. Apreensão de animais no Brasil

Entre os animais capturados para o comércio ilegal, as aves representaram entre os anos de 1999 e 2000, onde 82% das apreensões registradas no IBAMA (GODOY, 2006). Também foi verificado que os Passeriformes estão entre as aves mais traficadas (GODOY, 2006; ARAÚJO et al., 2010). Segundo relatório de apreensões do IBAMA (2005), as aves corresponderam a 48% do total de animais apreendidos no Brasil, sendo que no estado do Rio de Janeiro, correspondeu a 95,76% dos animais apreendidos (IBAMA, 2011b). O IBAMA

(2006) relata que em torno de 44% dos animais foram apreendidos na região Sudeste. Segundo dados dos Núcleos de Fauna e CETAS (2002), os Passeriformes estão dentre as aves mais apreendidas (IBAMA, 2011c).

2.1.3.2. Manejo

Muitos Passeriformes estão criticamente ameaçados por causa da destruição do seu habitat e interferência humana. Pelo desenvolvimento de um melhor estudo destas espécies, pressões têm sido feitas por parte de lideranças governamentais para a preservação dos habitats naturais. Em climas médios, espécies resistentes de Passeriformes tornam-se bem adaptadas em programas cuidadosos, onde criatórios com vegetação, por exemplo, arbustos, proporcionam adequada proteção e atrativos para as aves. O controle da temperatura dentro das salas de criação também pode ser necessário em pássaros em climas mais severos e quando a luz artificial controlada é necessária para aumentar a produção. Criatórios com plantas são populares para pássaros porque estas aves causam menores danos à vegetação do que os psittacídeos. Além disso, a vegetação proporciona uma visão mais natural do comportamento das aves. Cuidados devem ser tomados para usar espécies de plantas não tóxicas. Alguns pássaros requerem materiais especiais para fazerem os ninhos ou para estimular manifestações comportamentais. Deve-se tomar cuidado com os materiais a serem utilizados para não causar danos e até morte aos pássaros. O controle de doenças nestes criatórios torna-se um desafio devido às dificuldades envolvidas no controle de microorganismos e administração individual de medicamentos. Por causa desta dificuldade para eliminar agentes infecciosos uma vez que eles sejam introduzidos, é necessário que novos pássaros sejam colocados em regime de quarentena, realizados exames e tratados para doenças parasitárias e infecciosas antes da introdução destes nos criatórios. Deve-se evitar a entrada de aves de vida livre nos criatórios para prevenir a transmissão de microorganismos. Passeriformes podem ser granívoros, nectívoros, insetívoros, frugívoros, omnívoros ou carnívoros. Algumas espécies se adaptam prontamente às dietas comercialmente disponíveis, enquanto outras podem requerer alimento vivo e assim tornar-se difícil ser mantida em cativeiro. Algumas espécies de vida livre têm preferências dietéticas específicas, mas podem se adaptar às dietas proporcionadas em cativeiro. Mesmo algumas espécies carnívoras ou omnívoras podem ter sucesso aumentado nas dietas corretamente balanceadas baseadas em

de produção são usados como base em Passeriformes de pequeno porte. Algumas espécies podem consumir em torno de 30% de seu peso corporal diariamente de alimento quando comparado a 10% para grandes papagaios. Superdosagens de vitaminas e minerais podem ocorrer, resultando em infertilidade, calcificação renal e outras condições. Assim, dietas especificamente formuladas para a espécie de ave devem ser usadas. A cor das penas é dieta- dependente nas espécies com pigmentação carotenóide. Redução ou ausência de carotenóides durante a formação das penas produz penas pálidas enquanto o excesso de carotenóides produz uma excessiva pigmentação vermelha e amarela. Em Passeriformes de regiões tropicais ou áridas, as mudanças sazonais de luminosidade relacionadas as horas de claridade são menos importantes para o ciclo reprodutivo do que a disponibilidade periódica de alimento e água (RITCHIE et al., 1994).

2.1.3.3. Regime de Quarentena

Infecções parasitárias causam consideráveis perdas na vida silvestre. Em zoológicos, as aves estão sob constante estresse e são susceptíveis à infecções parasitárias (PATEL et al., 2008). Medidas de controle seguras são importantes na prevenção de infecções por coccídios em pássaros. Todos os que entram em uma criação deveriam ser mantidos em quarentena e verificados quanto à presença de parasitos intestinais (PAGE; HADDAD, 1995).

A quarentena tem como objetivo, prevenir a entrada de agentes infecciosos e parasitários em uma criação animal. Apesar de ter o nome de quarentena, nem sempre é sugerido que esta seja realizada por quarenta dias, podendo ser estendida ou reduzida dependendo do grupo taxonômico com o qual se trabalha e com as patologias com as quais são comuns àquela região de origem animal. O quarentenário deve ficar o mais longe possível da criação principal já que a proximidade facilita a passagem de patógenos de um ambiente para o outro. O ideal é que o quarentenário possua somente um tratador para evitar o transporte de agentes para o plantel pelo funcionário. Nos casos em que isto não for possível, o quarentenário deve ser o último a ser tratado e o funcionário deve tomar banho com sabonete antisséptico e trocar de roupa na saída dele. Na higienização devem-se utilizar substâncias desinfetantes de boa qualidade, porém nunca se deve realizar com o ambiente sujo com fezes e alimentos. A eficácia desses compostos é diminuída na presença de matéria orgânica. As instalações devem ser de fácil lavagem e com drenagem com a finalidade de reduzir o acúmulo de matéria orgânica. O ambiente deve ser bem iluminado para que seja

facilmente localizada a presença de qualquer irregularidade. Deve-se evitar a utilização de poleiros de madeira ou de outros materiais porosos, pois podem albergar microorganismos. Também deve ser telado o suficiente para evitar a entrada de insetos que podem servir como veiculadores de patógenos. Nem sempre a quarentena receberá animais a cada ciclo de quarentena apesar deste ser o ideal. Nesses casos, esta deve ser dividida devendo existir todo cuidado sanitário na passagem de uma área para outra e a ordem de manejo dos animais deve ser sempre dos mais antigos para os mais novos. A destinação de resíduos do quarentenário também é de grande importância, pois a destinação de muitos deles é para locais a céu aberto onde moscas, ratos e outros animais podem servir como transporte de patógenos para a criação principal. A água de lavagem que sai do local de quarentena deve ter destinação controlada, já que pode contaminar lençóis freáticos e rios que podem ser os responsáveis pelo fornecimento de água para a propriedade. Um dos fatores mais importantes é a realização de exames, clínico e laboratorial, nos animais que entram no quarentenário. Estes devem ser realizados antes, durante e no momento da saída dos animais já que muitos patógenos podem ter tempo de incubação variado e muitos animais não vão exteriorizar um quadro clínico, permanecendo, desta maneira, de forma assintomática. Os exames devem ser solicitados pelo um profissional habilitado para a função, e dentre eles pode-se citar os exames de fezes, hemograma, bioquímicos, renais e hepáticos, e culturas para isolamento de microorganismos. Também deve ser realizada a pesquisa de ectoparasitos. No exame clínico completo deve ser incluída também, a ausculta cardíaca e respiratória, temperatura e pesagem. Exames complementares tais como radiografias e laparoscopias, podem ser realizados, caso se faça necessário (PIRES, 2009).

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