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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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4.6 AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO COM MEDICAMENTOS ANTICOCCÍDIOS NAS DIFERENTES FAMÍLIAS DE PASSERIFORMES

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho buscou-se o controle da coccidiose causada por espécies de Isospora em aves silvestres mantidas sob regime de quarentena em um centro de triagem de animais silvestres e que são destinadas à soltura, o qual é atualmente uma preocupação dos órgãos responsáveis, devido às solturas que têm sido realizadas sem critério, colocando em risco a saúde das aves silvestres de vida livre. Estas devoluções sem critérios tais como a identificação de espécies de coccídios, correm o risco de introduzir patógenos nos habitats naturais onde não ocorrem tais espécies de coccídios ou outros patógenos. Baseados nos resultados encontrados neste estudo pode-se afirmar que apesar da estrutura proporcionada pelos órgãos responsáveis pela apreensão de aves silvestres e sua manutenção nos centros de triagem até a soltura tais como equipamentos laboratoriais simples, falta de um maior número de instalações para a grande demanda de apreensões e outros, consegue-se realizar com um baixo custo, a estimativa da prevalência das espécies de Isospora e acompanhamento dos tratamentos com medicamentos anticoccídios. Os equipamentos, materiais de bancada tais como tubos de centrífuga, lâminas e reativos utilizados para a realização deste estudo têm um baixo custo e podem ser introduzidos na rotina de qualquer centro de triagem sem onerar demais o setor financeiro. O conhecimento das espécies de parasitos já descritos nas aves de vida livre devem ser transmitidos aos profissinais destes centros para a realização de estudos epidemiológicos da coccidiose nos pássaros silvestres, através da comparação com os coccídios encontrados nas aves que chegam ao quarentenário oriundas do tráfico de animais silvestres. Esta é uma forma mais criteriosa de realizar as solturas pois é uma forma mais confiável de diagnosticar e poder controlar esta parasitose dentro do centro de reabilitação antes da destinação dos pássaros.

Este estudo é o início de um trabalho que deve ser continuado tanto nos quarentenários dos centros de triagem quanto nos trabalhos de coleta de amostras fecais de aves a campo, devido à importância desta parasitose nas aves silvestres, ocasionando perdas na saúde física, diminuição nas taxas de reprodução, influência na migração, muda e outras alterações que podem ocasionar a diminuição da população nos habitats naturais e naquelas tentativas de

caso dos Mainás de Bali e alguns Falconiformes em outros países. Os estudos de ocorrência de coccídios devem ser realizados numa tentativa de restabelecer populações de pássaros e outras aves de outras ordens que podem estar ameaçadas de terem suas populações diminuídas devido aos grandes desmatamentos decorrentes do avanço da urbanização onde as aves competem por alimento e abrigo ocasionando um grande estresse, o qual pode ser um fator predisponente para o desenvolvimento da doença clínica e até óbito dos pássaros, mesmo aqueles de vida livre mas que sofrem pressão ambiental. Por outro lado, aquelas aves que são capturadas e comercializadas ilegalmente, também sofrem um grande estresse e chegam debilitadas aos centros de tragem, muitas vezes indo à óbito sem dar tempo de tratá-las, contribuindo para a redução da população nativa das matas nacionais. De uma forma ou de outra, a coccidiose sempre vai ser considerada uma importante parasitose que deve assim como em outros países, ser estudada como uma das possíveis causas de redução de espécies de Passeriformes ou de outras aves pertencentes às outras ordens. No nosso país estes estudos são escassos ou praticamente inexistentes quando deveriam assumir uma grande importância no que se refere a conservação da fauna silvestre. Em outros países de pequena extensão territorial ou um pouco maiores, têm sido realizados estudos avançados na tentativa de descobrir cada vez mais a interação ave-coccídio, pois nestes países já existem muitos estudos da influência deste parasito na vida das aves e a sua importância na ecologia e evolução das espécies de aves. Como exemplo pode-se citar a mudança na coloração da plumagem e a escolha de machos na época de reprodução, diminuição de depósitos de carotenóides no tecido adiposo como fonte energética utilizada na época de migração. diminuição do tamanho das penas afetando o vôo e outros.

O estudo da periodicidade na eliminação de oocistos deve ser levado em consideração em todos os estudos de prevalência e acompanhamento de tratamentos com medicamentos anticoccídios em Passeriformes e em outras ordens nas quais ainda não foi estudada para evitar falsos diagnósticos e prevalências erradas quando as amostras forem coletadas sem o conhecimento da periodicidade para cada ordem de ave silvestre tanto de vida livre quanto em cativeiro. Conforme descrito em estudos realizados em outros continentes, o fotoperíodo influencia na manutenção da eliminação de oocistos de Isospora spp. em Passeriformes, fato que também pode ocorrer em outras espécies de coccídios em aves pertencentes as outras ordens tais como Psittasiformes, Piciformes, Charadriiformes, Falconiformes e outras. Os poucos estudos existentes foram realizados em Columbiformes e Galliformes.

Os protocolos para controle de coccídios do gênero Isospora devem ser baseados em estudos das espécies de pássaros as quais têm hábitos comportamentais e alimentares

diferentes e que influenciam na carga parasitária eliminada ou seja, no número de oocistos eliminados, e desta forma, na resposta aos tratamentos e eficácia dos medicamentos anticoccídios utilizados. Para cada espécie de pássaro ou família, deve-se montar um protocolo diferente utilizando medicamentos diferentes em épocas diferentes do ano, pois conforme foi observado neste estudo, as aves apresentaram respostas diferentes de acordo com o protocolo utilizado. Como existem várias espécies diferentes de pássaros e várias espécies diferentes de coccídios, muitas ainda não descritas, as respostas ao tratamento provavelmente são diversas. Assim como nas galinhas que apresentam várias espécies de

Eimeria e estas apresentam sensibilidades diferentes de acordo com a espécie aos diversos

princípios afivos empregados ao longo dos anos, penso que com as espécies de Isospora de Passeriformes ocorra o mesmo pois muitos criatórios de aves silvestres têm dificuldades para encontrar um anticoccídio eficaz para as diversas espécies de pássaros. Assim, pude observar que no nosso país existem vários protocolos com diferentes medicamentos e dosagens, mas nenhum baseado na prevalência da espécie de coccídio e hábitos comportamentais e alimentares dos pássaros os quais determinam uma maior ou menor infecção e reinfecção. Também há poucos estudos sobre a coccidiose sistêmica que muda completamente o protocolo de controle da coccidiose nas aves mantidas em cativeiro. A eficácia dos medicamentos anticoccídios vai depender destes vários fatores que podem influenciar na resposta de cada indivíduo que pode estar em uma gaiola individual ou muitas vezes em um grupo em viveiros onde alguns podem ser territorialistas ou não, o que influenciará na resposta final ao tratamento.

6. CONCLUSÕES

1. O período da tarde compreendido entre 15 e 17h, oferece maior confiabilidade (p‹ 0,0001)

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