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Capitulo I Enquadramento teórico

1. A Leitura no 1º ciclo

1.2. Aprender a compreender

Ler está presente na nossa vida, sendo a sua aprendizagem fundamental como fator de integração social. Como referimos anteriormente, “ler: é: uma: condição: indispensável para o sucesso individual, quer na vida escolar, quer na vida profissional”:(Sim-Sim, 2007, p. 6). Logo, cada criança é o que lê construindo assim novas aprendizagens, conseguindo evoluir na sua vida, expressando-se mais eficazmente.

A forma como cada criança define o que é ler representa, na maioria das vezes, o modo como esta foi inserida na prática da leitura.

Ao questionarmos os alunos sobre o que é ler, podemos ter acesso a respostas completamente: distintas: “ler: é: um: conjunto: de: palavras: que: faz: sentido: numa: história, vemos os desenhos das letras e dizemos em voz alta; ler é o que nos ensina a falar; é:um:conjunto:de:palavras:que:dizemos:em:voz:alta”:(Machado 2012, p. 37).

Concluímos por estas afirmações que estes alunos vêem a leitura como um processo:de:descodificação:No:entanto:quando:nos:aparecem:afirmações:como:”Ler: é viajar pelo mundo; ler é viajar sem sair do lugar; um modo fácil de aprender a ler e a escrever”: (Machado 2012, p. 37), entendemos que esta é uma conceção de leitura totalmente diferente, onde a compreensão e a recriação estão inseridas.

Como refere Sardinha (2007, p. 7):“:A:forma:como:cada:leitor:interage:com:o:texto: depende do desenvolvimento das suas estruturas:linguísticas:cognitivas:e:culturais”:

“Ler é compreender, obter informação, aceder ao significado do texto” (Sim- Sim,2007,p.4), logo, reconhecemos que quem não compreende aquilo que lê, não saberá ler. Contudo, a compreensão da leitura não é garantida apenas ao fazer o reconhecimento das palavras. Existem muitos leitores que conseguem fazer leituras fluentes, contudo têm grandes dificuldades em compreender o que estão a ler e o contrário também se verifica, uns leem de forma soletrada e hesitante, mas conseguem compreender todo o texto alvo da sua leitura.

“O:aluno:é:protagonista:ativo:no:processo:da:leitura:com:o:qual:se:deve:envolver: física:e:emocionalmente:procurando:compreender:claramente:o:que:lê“:(Sardinha:e: Azevedo, 2013, p. 38). Ao explorar o texto, o leitor compreende o mundo e em simultâneo vai-se transformando a si próprio. Há uma ligação que se entrelaça entre o leitor e o texto, havendo sempre um conflito para compreender o que ele nos transmite, já que as vivências de cada indivíduo podem contribuir para diferentes interpretações e sensibilidades em relação ao mesmo texto.

A compreensão da leitura supõe retirar a informação de um texto consoante os conhecimentos já adquiridos e a maneira como os relacionamos. Logo, Cruz (2007, citado por Menezes, 2010, p. 10):lembra:que:“para se ler adequadamente é necessária

fatores: muitos: dos: quais: são: compartilhados: com: linguagem: oral”: Assim: para: um: leitor compreender o texto lido precisa conhecer o código linguístico: relação fonema/grafema, morfologia, sintaxe, léxico e semântica; e as regras de funcionamento de um texto: organização de frases, etc.

Também Sim-Sim (2007, p. 9) afirma que tal como na “compreensão do oral, o importante na leitura é a apreensão do significado da mensagem, resultado do nível de compreensão da interação do leitor com o texto.” É por isso que, perante o mesmo texto, dois leitores podem obter níveis de compreensão diferentes e o mesmo leitor, perante dois textos diversos, pode atingir níveis de compreensão distintos.

Não podemos esquecer que um dos fatores que influencia a compreensão é a facilidade de decifração por parte do leitor. “Quando não há automatismo na decifração, o leitor dirige a sua atenção e os seus recursos cognitivos para a identificação das letras e das palavras, em detrimento da compreensão.” (Viana, et al, 2010, p. 9)

Como afirma Sim-Sim (2007, p. 11):

“()a compreensão da leitura é um processo complexo que envolve o que o leitor conhece sobre a sua própria língua, sobre a vida, sobre a natureza dos textos a ler e sobre processos e estratégias específicas, logo o ensino da compreensão da leitura tem que incluir estratégias de abordagem de texto. Estas estratégias funcionam como ferramentas para que os alunos melhor compreendam o que estão a ler, seja qual for o tipo de texto.”

Estas estratégias surgem sempre antes, durante e depois da leitura. Sim-Sim ( 2007,p.17) indica algumas destas:

“Antes de ler (professor):

- Explicitar o objetivo da leitura do texto; - Ativar o conhecimento anterior sobre o tema;

- Antecipar conteúdos com base no título e imagens, no índice do livro, etc; Antes de ler (aluno):

- Filtrar o texto para usar chaves contextuais; Durante a leitura (professor):

- Fazer uma leitura seletiva;

- Adivinhar o significado de palavras desconhecidas: - Sintetizar a medida que se avança na leitura do texto; Durante a leitura (aluno):

Depois da leitura (professor):

- Formular questões sobre o que foi lido, e tentar responder; - Confrontar as previsões feitas, com o conteúdo do texto; - Reler”

Para realizar com sucesso o ensino de compreensão de leitura, é necessário que os alunos sejam familiarizados com os vários tipos de texto (texto narrativo, texto informativo, textos de teatro, poesia e textos instrucionais) e que lhes sejam ensinadas estratégias para trabalhar cada tipo individualmente.

Em síntese, é importante afirmar que é possível, hoje em dia, oferecer uma melhor aprendizagem no ensino da compreensão de textos, logo o professor tem que estar mais capaz cientificamente e pedagogicamente para todas as mudanças. É essencial que ele prepare os alunos de modo a que estes sejam pessoas mais capazes, não só a nível escolar mas para toda a vida. É através da leitura que nos vamos descobrindo, e acrescentando algo ao nosso pensamento e à nossa maneira de ser.

Saber ler é atingir a compreensão de um texto, logo para conseguirmos criar leitores fluentes com bom desempenho é necessário ensinar a compreender. Como afirma Maria Jesus Zorrilla (2001, citada por Nina 2008, p:47)”:si no hay una buena comprensión de lo que se lee, no habrá nunca ni muchos, ni buenos lectores”: