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Primeira sessão de intervenção

Capítulo III Desenvolvimento da prática supervisionada no 1º ciclo

1. A Prática Supervisionada: Sessões de intervenção individual

1.1. Primeira sessão de intervenção

Percurso de leitura em livro/suporte papel Conto: Ynari a menina das cinco tranças Autor: Ondjaki

Ilustração: Danuta Wojciechowsk Data de publicação: 2010 ( 2 ºedição) Editora: Caminho

Suporte: Papel

Esta primeira sessão de leitura ocorreu na semana de 14, 15, 16 e 17 de janeiro de 2013 e tinha como objetivo a leitura do livro em suporte papel: Ynari a menina das cinco tranças, de Ondjaki.

Esta história fala-nos de uma menina com cinco tranças e muita vontade de conhecer as palavras do mundo.

Certa manhã, encontra um homem pequenino, de uma aldeia distante da sua, onde vivem muitos seres pequenos, cada um com um dom mágico. Lá, existe o velho, muito

A menina, Ynari, e o homem muito pequeno partem numa viagem e acabam por descobrir que a guerra faz parte do mundo, pois visitam cinco aldeias da região onde as pessoas estão a lutar, cada qual por não ter algo que as outras aldeias possuem. Com a ajuda das suas cinco tranças, a menina vai dar aos povos as palavras que enfim lhes faltavam (ouvir, falar, cheirar, saborear, ver), mostrando que as crianças, com solidariedade e ternura, podem mudar as ideias das pessoas e contribuir para melhorar o mundo, neste caso, acabando com todas as guerras. Existe também uma relação muito próxima entre Ynari e o homem que a acompanha, que no início da viagem é considerado pela menina “muito pequeno”:e:que:no:final:lhe:demostra que é exatamente o contrário (ele é grande espiritualmente), construindo com ela uma amizade muito profunda.

Este livro tem quarenta e três páginas e uma ilustração com cores quentes que refletem esta história de terras Angolanas.

Em relação a este conto, foram distribuídos os livros pelos alunos, e foi feita uma leitura silenciosa, a pares, tendo-se colocado alunos que já conseguem ler de forma fluente com alunos que têm mais dificuldades, para assim, conseguir equilibrar o ritmo de leitura da turma. Devido à extensão do texto, decidimos apresentar este livro em três partes iguais, realizando assim uma

leitura menos cansativa, conseguindo manter uma maior concentração por parte dos alunos.

Durante toda a semana tivemos em atenção a integração e o envolvimento dos alunos com o livro e com as personagens do mesmo em todas as áreas curriculares a trabalhar.

Nessa semana, um dos conteúdos a trabalhar estava relacionado com os vestígios do passado do meio local. Devido a isso, decidimos utilizar como elemento integrador o “avental das descobertas” (Figura 5): Ynari (personagem do livro que vivia noutro local) esteve presente em

todas as descobertas e: viagens: pela: cidade: sendo: considerada: “guia”: dos: percursos/aprendizagens que foram feitos ao longo da semana. Todas as imagens/materiais que foram explorados sobre Castelo Branco, foram posteriormente colados neste avental. Foi também a partir do mesmo que surgiram

identificação da dança típica de Castelo Branco (Folclore) para trabalhar a área das expressões, havendo assim uma integração didática de todas as áreas disciplinares.

Depois de se apresentar a personagem à turma, houve uma grande expectativa para a conhecer e perceber algumas das suas características. Para isso, após todo o grupo se encontrar preparado, agrupámos os alunos a pares e distribuímos a cada par de alunos um livro, procedendo à observação da capa, tendo em atenção a interligação da capa, da contracapa e da lombada, das guardas do livro e da sua ligação com a história: a cor e os seus aspetos iconográficos de modo a antecipar o conteúdo da leitura.

Todas as hipóteses levantadas pelos alunos foram registadas no caderno diário. Após isto, procedeu-se à leitura silenciosa da página 9 à 19, tendo essa página uma marca para interromper a leitura.

Dado que estávamos perante um momentos de leitura silenciosa houve três pares de alunos que acabaram mais rapidamente esta leitura, aos quais foi entregue um teste estandardizado (Quadro 3), devendo cada aluno responder individualmente, para não perturbar a leitura dos restantes.

Pensávamos que os alunos demorariam um pouco mais de tempo a ler, porém a realidade é que alguns leram rapidamente não conseguindo depois responder ao teste sem consultar novamente o livro.

Terminada a leitura e a realização do teste estandardizado foi feito um diálogo com os alunos que permitiu a resposta às questões de interpretação oral, (Quadro 5) as quais foram registadas com auxílio do gravador de áudio.

Logo após as questões orais, foi entregue um BI (Quadro 4), no qual cada aluno tinha que responder às questões descrevendo a personagem principal, neste caso

Perguntas de interpretação

P:Quais são as personagens principais que participam nesta história e quais as suas características?

P: Ynari teve um sonho. Sobre o que era o seu sonho?

P:O homem muito pequeno deixou Ynari muito espantada e de boca aberta. Porquê?

No geral pensamos que os alunos aceitaram bastante bem esta estratégia de Quadro 5. Perguntas de interpretação oral (1º Parte-

Ynari, a menina das cinco tranças)

contribui, por outro lado, para promover o respeito pelo ritmo do outro e pode induzir algumas crianças que leiam demasiado depressa, prestando pouca atenção ao conteúdo, a reler, ajudando a compreender melhor o sentido do texto.

Como este método nunca tinha sido utilizado, alguns alunos não souberam gerir bem o tempo, ficando por vezes distraídos, sem atenção ao que estavam a ler, porém, no geral todos os alunos conseguiram cumprir o objetivo para este primeiro dia, ficando com curiosidade para continuar a leitura.

No segundo dia passámos à leitura da segunda parte da história, página 19 à 29, utilizando a mesma estratégia do dia anterior, respondendo as crianças, após a leitura, às questões do teste estandardizado (Quadro 6) e de seguida às questões orais (Quadro 7).

Depois do nosso aviso, de como era importante os alunos estarem com atenção à leitura da história, sem ser reforçada essa leitura em voz alta, os alunos já prestaram mais atenção, respondendo corretamente a todas as perguntas.

Na terceira e última parte de apresentação do conto, os alunos estavam com alguma expetativa sobre o que iria acontecer e a estratégia de apresentação repetiu- se. Posteriormente à leitura da página 29 à 43, foi entregue a cada aluno o teste estandardizado (Quadro 8) e depois de um pequeno diálogo sobre algumas palavras mais difíceis, realizámos as perguntas de interpretação (Quadro 9), às quais os alunos mostraram facilidade em responder.

Perguntas de interpretação

1. Na aldeia do homem muito pequeno, o que fazia o velho muito velho e a velha muito velha?

2. Na aldeia, a menina das cinco tranças descobriu a sua magia?

3. Como refere o homem muito pequeno, há palavras lindas e palavras feias ou somos nós que as fazemos lindas e feias?

Quadro 7. Perguntas de interpretação (2ª parte- Ynari, a menina das cinco tranças)

Alguns alunos tiveram alguma dificuldade em esperar pela sua vez para responder, havendo uma grande vontade de interagir.

Há por parte da professora cooperante, e até da escola, uma grande atenção para que os alunos tenham hábitos de leitura, criando vários projetos em união com a biblioteca da escola. Deste modo, quando implementámos as atividades, este aspeto não constituiu um problema.

Os alunos acharam interessante esta nova forma de leitura, porém este método faz com que haja um esforço de concentração de cada aluno, não havendo uma segunda leitura para reforçar a história. Foi necessário chamar a atenção de alguns mais distraídos, dizendo-lhes que a concentração na leitura é uma responsabilidade que têm de assumir sozinhos.

Ao dialogar com a professora cooperante, esta achou que a atividade correu bem, porém foi da mesma opinião que nós quanto à reação dos alunos.

A envolvência que houve ao longo da semana perante todas as áreas foi crucial para esta atividade ter decorrido com tanto sucesso, já que conseguimos envolver a personagem principal do conto (Ynari) com o tema que estávamos a trabalhar nessa semana (Vestígios do passado meio local).

No anexo B poderemos encontrar a planificação didática (guião de atividades) e no anexo C a reflexão da referida semana de prática.

Perguntas de interpretação

1. Porque foi Ynari às aldeias?

2. Das palavras que aprendeste, qual aquela que te marcou mais e porquê?

3. O que é que Ynari e o homem pequeno levaram consigo para o resto da vida?

1.2. Segunda sessão de intervenção